sexta-feira, 5 de dezembro de 2025

´BDM Matinal Riscala

 *Rosa Riscala: Apostas ao Fed podem avançar com PCE*


O índice pode definir a unanimidade nas apostas em novo corte do juro na próxima semana


… O PIB/3Tri da Zona do Euro abre o dia dos mercados globais, enquanto os investidores aguardam o PCE de setembro nos Estados Unidos, que mesmo atrasado pelo longo shutdown pode definir a unanimidade nas apostas em novo corte do juro na próxima semana. O índice preferido do Fed para a inflação sai às 12h, junto com a confiança do consumidor da Universidade de Michigan. Também no Brasil, o PIB/3Tri mais fraco fez crescer na curva de juros a expectativa de queda da Selic em janeiro, em posição divergente à maioria dos economistas, que permanecem mais alinhados com a mensagem conservadora do presidente do Banco Central, Gabriel Galípolo.


A SUPERQUARTA – Nas vésperas do Fed e do Copom, que realizam reuniões de política monetária na quarta-feira (10), a chance de o juro cair nos Estados Unidos se mantém em 87% no CME Group, enquanto, aqui, mercado e economistas estão em pontas diferentes.


… Enquanto as instituições preferem não desafiar o presidente do BC, formando maioria pelo primeiro corte da Selic em março, no mercado, as apostas de queda de 25 pontos-base em janeiro subiram de 73% na véspera para 77%, segundo a Connex Capital.


… Mais do que o crescimento modesto de 0,1% no 3Tri, após avanço de 0,6% no 2Tri, o mercado se animou com a desaceleração dos serviços, que recuaram de 0,3% para 0,1%, e com a revisão do PIB/2Tri, ajustado pelo IBGE de 0,4% para 0,3%.


… Para o mercado, uma desaceleração mais clara no consumo e nos serviços é a prova dos nove de que a política monetária está, de fato, fazendo efeito na atividade. E que o Banco Central já pode ter mais segurança para começar a reduzir os juros.


… Segundo Cristiano Oliveira (Pine), o BC já teria condições de cortar a Selic na próxima semana, considerando o consumo menor, os sinais de enfraquecimento do mercado de trabalho e a atuação da política monetária no canal do crédito e do endividamento das famílias.


… Mas, assim como outras 14 casas em pesquisa Broadcast, ele transfere sua expectativa para janeiro, levando em conta o discurso conservador do BC. Já outras 17 instituições consultadas no levantamento (do total de 36) só esperam o primeiro corte em março.


… Um ajuste na mensagem do Copom é a grande expectativa para a reunião da semana que vem. Se não vier nada mais dovish, março ganha força total. Se o comunicado e a ata derem motivos, por mínimos que sejam, o mercado vem todo para janeiro.


… Nos Estados Unidos, onde o Fomc está dividido, a aposta em um corte de 25 pontos-base na superquarta é forte e pode subir ainda mais hoje, se o PCE ajudar. O consenso é que o núcleo se mantenha em 2,9% na base anual em setembro e o índice cheio suba de 2,7% para 2,8%.


… Também às 12h, é importante a preliminar de dezembro do índice de confiança do consumidor medido pela Universidade de Michigan, que deve subir de 51 para 52, com as expectativas de inflação para um ano a 4,5% e para cinco anos, a 3,4%.


… Mais cedo (7h), a leitura final do PIB/3Tri da Zona do Euro deve recuar de 1,5% para 1,4%.


IGP-DI – No Brasil, o Índice Geral de Preços – Disponibilidade Interna de novembro (8h) deve subir 0,2%, na mediana do Broadcast, após queda de 0,03% na leitura de outubro. As estimativas para esta leitura, todas positivas, variam de 0,09% a 0,49%.


… O avanço dos preços agropecuários no atacado (milho, soja, café e bovinos) deve impulsionar a aceleração do IGP-DI em novembro, segundo economistas. Já os preços industriais no atacado devem recuar com o petróleo, derivados, gás natural e minério de ferro.


PLDO 2026 – Segue para sanção presidencial o Projeto de Lei de Diretrizes Orçamentárias, aprovado pelo Congresso, com um inédito calendário para o pagamento de parte das emendas parlamentares e autorização para o governo contingenciar recursos no piso da meta fiscal.


… O texto prevê que 65% das emendas fundo a fundo de saúde e de assistência social e para as transferências especiais, conhecidas como emendas Pix, serão pagas aos parlamentares até o começo de julho, antes das eleições.


… O PLDO também excluiu R$ 10 bilhões em despesas da meta fiscal das estatais federais para acomodar gastos com os Correios.


… Segundo o Valor, o Ministério do Planejamento não participou das discussões sobre a alteração da meta das estatais. A decisão foi tomada pelo Ministério da Fazenda, após acordo com o Palácio do Planalto, fechado apenas nesta quinta-feira.


… A exclusão de R$ 10 bilhões em despesas de estatais da meta fiscal de 2026 contraria alerta emitido pelo TCU, disseram fontes do Tribunal à Agência Estado. A coisa é ainda pior, porque o socorro aos Correios não exige contingenciamento de despesas do governo.


… Técnicos do TCU avaliam que há “risco significativo” com o empréstimo de R$ 20 bilhões aos Correios. Se a empresa não performar bem nos próximos anos e, portanto, não conseguir pagar os credores, o ônus poderá recair sobre o Tesouro.


GILMAR AVISOU – A liminar do decano do STF com mudanças na lei do impeachment continua rendendo em Brasília e no noticiário político.


… Investigando os bastidores, a imprensa descobriu que Gilmar Mendes avisou o Senado do teor de sua decisão, mas não falou da liminar.


… No Valor, semanas antes, Gilmar conversou com o líder do MDB no Senado, Eduardo Braga, quando expôs seu voto prevendo que apenas a PGR poderia apresentar denúncias contra ministros do STF e a exigência do quórum de dois terços do Senado para abrir um processo.


… Na véspera da liminar, Braga comunicou a Gilmar a opinião do presidente, Davi Alcolumbre, e lideranças do Senado, que consideraram uma “invasão inaceitável de prerrogativas” a mudança no rito do impeachment, mas foram surpreendidos com a liminar monocrática.


 … Ainda nesta quinta-feira, Gilmar Mendes respondeu ao pedido do advogado-geral da União para reconsiderar sua decisão, considerando o pedido “incabível”, e afirmando que a liminar será submetida ao plenário virtual da Corte, a partir do dia 12.


… Para interlocutores do Planalto, a decisão de Gilmar piorou ainda mais o ambiente no Senado e as dificuldades para a aprovação da indicação de Jorge Messias à Corte. O presidente Lula, porém, está decidido a manter sua escolha.


MARCO TEMPORAL – Enquanto o Senado promete colocar o STF “na caixinha”, a Corte marcou para dia 10, quarta-feira, o julgamento das ações que discutem o marco temporal para a demarcação de terras indígenas, no plenário presencial.


… O relator é Gilmar Mendes e as ações foram protocoladas por PP, PL e Republicanos, que pedem a constitucionalidade da lei que estabelece que populações indígenas só podem reivindicar terras que já ocupavam em 5/10/1988, na promulgação da Constituição de 1988.


… Em setembro de 2023, o Supremo considerou a tese inconstitucional. Em seguida, o Congresso aprovou uma lei que resgatou a data.


IRRITADO COM LULA – Em guerra com o mundo, Alcolumbre irritou-se com o comentário do presidente Lula, nesta quinta-feira, de que o Congresso “sequestra o Orçamento”, criticando a impositividade das emendas, que ganharam um calendário na PLDO.


… “Vocês acham que nós, do governo, temos algum problema contra o Congresso Nacional? A gente não tem. Eu, sinceramente, não concordo com as emendas impositivas. Eu acho que o fato do Congresso sequestrar 50% do Orçamento da União é um grave erro histórico.”


… A declaração de Lula na reunião do Conselhão, ampliou ainda mais a crise entre o Senado e o Palácio do Planalto.


AMBIÇÃO SEM LIMITES – Surfando novamente na onda de um recorde atrás do outro, o Ibovespa rompeu ontem a marca inédita dos 164 mil pontos, turbinado pelo horizonte de corte do juro pelo Fed agora e pelo Copom em 2026.


… A alta de 0,1% do PIB doméstico do terceiro trimestre, levemente abaixo do esperado (+0,2%), manteve no mercado o call de baixa da Selic, que pode não cair em janeiro, mas dificilmente não cairá na reunião de março.


… O índice à vista da bolsa doméstica chegou a perder parte do fôlego no meio da tarde, mas acelerou na reta final e renovou o recorde duplo: 164.550,77 pontos no pico intraday e 164.455,61 pontos no fechamento (+1,67%).


… O giro foi forte, de R$ 31,1 bilhões, e revela a presença mais firme dos investidores estrangeiros por aqui, neste momento em que a Selic elevada vale o risco e que vai fazer pouca ou nenhuma diferença se o juro cair para 14,75%.


… O otimismo veio em bloco ontem na bolsa. Vale emplacou a quinta alta seguida. Ignorou a apatia do minério de ferro (-0,06%) e foi longe (+1,74%), a R$ 71,92, reaproximando-se dos R$ 72 pela primeira vez em quase dois anos.


… Petrobras foi bem (PN +0,65%, a R$ 32,52; e ON +0,56%, a R$ 34,38), mas só não foi melhor, porque parte dos analistas acredita que a companhia queimou caixa com a participação no leilão do pré-sal na Bacia de Campos.


… O petróleo serviu como suporte aos papéis. O barril do Brent/fevereiro subiu 0,94%, a US$ 63,26, antecipando que o corte do Fed eleve a demanda e precificando o impasse nas negociações para cessar-fogo entre Rússia e Ucrânia.


… Após o fracasso do encontro entre representantes americanos e russos, o negociador dos EUA Steve Witkoff deve se reunir agora com os enviados de Zelensky, mas o cenário das negociações permanece bastante incerto.


… Enquanto a Comissão Europeia busca usar ativos russos congelados para financiar a Ucrânia, o vice-presidente do Conselho de Segurança da Rússia, Dmitry Medvedev, diz que isso poderia equivaler a um ato que justifique a guerra.


… De pano de fundo, os ucranianos seguem atacando a infraestrutura de energia da Rússia.


… Entre as blue chips financeiras, o apetite por risco foi generalizado: Itaú, +2,46% (máxima de R$ 43,26); Bradesco PN, +1,42% (R$ 19,27); Bradesco ON, +1,10% (R$ 16,51); BB, +1,74% (R$ 22,77); e Santander, +1,02% (R$ 34,70).


O LAG DA POLÍTICA MONETÁRIA – O PIB mais fraco do que se imaginava no terceiro trimestre e a desaceleração mais clara no consumo e nos serviços apontaram para a eficácia (ainda que tardia) da Selic elevada sobre a atividade.


… Finalmente, o BC parece estar vendo dar certo a estratégia de segurar o ritmo da economia com o postura conservadora. A pergunta de milhões é se isso vai fazer o Copom relaxar e antecipar uma queda do juro para janeiro.


… O esfriamento do PIB reforçou as apostas sobre o início do ciclo de cortes da Selic e derrubou a curva do DI.


… No fechamento dos negócios, o contrato de juro para Jan/27 marcava 13,550% (de 13,591% no ajuste anterior); Jan/29, 12,645% (contra 12,694% na véspera); Jan/31, 12,880% (de 12,915%); e Jan/33, 13,005% (de 13,044%).


… No câmbio, o dólar à vista terminou a sessão perto da estabilidade, em queda marginal de 0,05%, a R$ 5,3104, depois de testar mínima abaixo de R$ 5,30, a R$ 5,2882. A pausa no alívio coincidiu com o avanço do DXY lá fora.


… Termômetro do desempenho da moeda americana contra outras seis divisas fortes, o índice fechou em alta de 0,14%, a 98,989 pontos, ajustado pelo auxílio-desemprego, que revelou um mercado de trabalho mais aquecido.


… O número de pedidos do benefício foi de 191 mil, queda semanal de 27 mil e abaixo da previsão de 221 mil. O resultado do indicador, porém, não abala em nada a expectativa amplamente dovish para o Fed que vem aí.


… O euro caiu 0,17%, a US$ 1,1646, e a libra esterlina recuou 0,11%, a US$ 1,3332. Só o iene conseguiu exibir a sua força e subir a 155,09 por dólar, com mais um comentário hawkish do presidente do BC japonês, Kazuo Ueda.


… Ele disse não saber quantas vezes o BoJ deverá aumentar os juros, sinalizando um ciclo potencialmente longo.


… Valendo-se do auxílio-desemprego, também as taxas dos Treasuries subiram, mas o que pode ter acontecido no mercado é um “sobe para cair”, porque se o PCE vier fraco hoje, a aposta de corte do juro pode virar unânime.


… O rendimento da Note de 2 anos subiu a 3,522%, de 3,483% na véspera, e o de 10 anos foi a 4,102%, de 4,059%.


… Em compasso de espera pelo PCE, as bolsas em Nova York pouco se arriscaram: Dow Jones fechou estável (-0,07%; 47.850,94 pontos); o S&P 500 subiu 0,11%, a 6.857,12 pontos; e o Nasdaq ganhou só 0,22%, a 23.505,14 pontos.


CIAS ABERTAS NO AFTER – A Moody’s reafirmou o rating Baa2 da VALE, com perspectiva estável, após concluir sua avaliação anual da companhia. Segundo a agência, a mineradora mantém um perfil de crédito “robusto”.


EZTEC aprovou aumento de capital social de R$ 1,4 bilhão com o propósito de emitir 60 milhões de ações ordinárias para a bonificação de acionistas. 


CYRELA aprovou a distribuição de R$ 1 bilhão em dividendos intermediários, o equivalente a R$ 2,7299 por ação, com pagamento em 12 de dezembro; ex em 10 de dezembro.

Bankinter Matinal Portugal

 Análise Bankinter Portugal 


SESSÃO: Ontem, sessão ligeiramente em alta nas bolsas: Nova Iorque +0,1% (embora semis -0,9%), Europa +0,4%. Os dados mais relevantes da sessão focaram-se no mercado laboral americano: (i) Relatório de Emprego Challenger – que mede cortes de emprego nos EUA. Os despedimentos aumentaram +23,5% a/a até 71.321(vs. +48,0% e 85.436 esperado). Embora o n.º de despedimentos seja consideravelmente mais baixo do que o dado de outubro (153.074), continuam em níveis historicamente altos. Mostrando que a aplicação da IA destruirá empregos e irá tornar-se o tom habitual a curto prazo, o que dificultará a Fed a guiar-se pelo emprego tanto quanto antes… E (ii) Desemprego Semanal: 191k vs. 220k esp. vs. 216k ant. É o registo mais baixo desde setembro de 2022, embora distorcido por Ação de Graças. Em qualquer caso, os resultados quase não influenciam o roteiro da Fed e o corte de taxas de juros na sua próxima reunião (10) está descontado (-25 p.b. até 3,50%/3,75%). 


Hoje, à primera hora, o banco central da Índia (RBI) baixou taxas de juros até 5,25% e as bolsas na Índia vêm a subir ca. +0,5%, enquanto o mercado se foca no encontro Modi/Putin. Para o resto da sessão: (i) PIB 3T na Europa (10 h), será a 2.ª revisão e quase não terá impacto, (ii) PCE americano (+2,8% vs. +2,7% ant.) e (iii) a Confiança do Consumidor da Universidade de Michigan (52,0 vs. 51,0), estes dois últimos às 15 h. O foco da Fed parece estar mais no emprego do que na inflação, portanto, aparentemente, nenhum dos dados deverá ter impacto excessivo na sessão.


Com esta mistura, o mais provável é que predomine o tom em alta, consolidando-se a ideia de que o reposicionamento para 2026 já começou… Tom positivo que, a priori, irá prolongar-se até à próxima semana, onde teremos referências que podem servir de catalisadores: Rdos. Oracle (10 dez.; EPS 1,64 $ +11,4%), reunião da Fed (10 dez.; -25 p.b. até 3,50%/3,75%) e Rdos. Broadcom (11 dez; 1,87 $ +31,5%).


NY +0,1% US tech -0,1% US semis -0,9% UEM +0,5% España +0,8% VIX 15,8% Bund 2,77% T-Note 4,10% Spread 2A-10A USA=+58pb B10A: ESP 3,25% PT 3,10% FRA 3,52% ITA 3,47% Euribor 12m 2,25% USD 1,164 JPY 180,6 Ouro 4.208$ Brent 63,3$ WTI 59,7$ Bitcoin -1,7% (92.175$) Ether -1,3% (3.124$).

quinta-feira, 4 de dezembro de 2025

Merval Pereira

O ministro Gilmar Mendes, do Supremo Tribunal Federal (STF), decidiu monocraticamente alterar a legislação que prevê o impeachment de ministros do Supremo, impondo vários obstáculos novos a que isso aconteça, num movimento político de blindagem própria e de seus colegas de plenário. Temem que, na próxima eleição, a direita assuma uma maioria no Senado que permitiria aprovar impeachment de ministros. No mesmo dia, outro ministro do Supremo, Dias Toffoli, também por decisão própria, avocou a si todo o processo que investiga o banqueiro Daniel Vorcaro e ações correlatas, decretando o mais alto grau de sigilo. Os ministros viraram entidades próprias, e cada um atua de acordo com seu pensamento e seu desejo, e não com a Constituição. Fomos aceitando exageros de interpretação, mas, como era para defender a democracia, vá lá. E vemos a democracia ser corroída por aqueles que supostamente trabalharam para salvá-la.  


💻📱Leia mais no site do #JornalOGlobo. https://x.gd/lsORy 

Foto: Luiz Silveira/STF

Ideologia???

 


Corrupção destrói o ambiente de negócios

 

Antes de falar em corrupção, lembre-se: ela começa muito antes do dinheiro mudar de mão.

A corrupção que destrói culturas, equipes e países não nasce no ato.
Ela nasce na narrativa interna.

Ela nasce na frase que o brasileiro (e não somente ele!) repete para si mesmo quando enxerga uma vantagem rápida:

— “É só hoje.”
— “Todo mundo faz.”
— “Ninguém vai perceber.”
— “É só dessa vez.”

E é justamente aqui que a ciência é implacável:

📊 Em 35 países avaliados, o Brasil está entre os que menos confiam nas instituições.
(OECD Trust Survey – 2024)

📊 78% dos brasileiros acreditam que “se não fizer, será passado pra trás”.
(FGV/IBRE – Percepção de Justiça e Confiança Social)

📊 72% admitem flexibilizar regras quando o benefício pessoal é imediato.
(Transparência Internacional – 2024)

Esses números mostram algo mais profundo do que um problema ético:

A corrupção sempre começa antes do comportamento.
Ela começa na forma como a mente distorce a realidade para justificar o próprio interesse.

É o autoengano que cria a brecha.
É a narrativa que autoriza.
É a racionalização que normaliza.

Nenhum brasileiro (ou qualquer outra pessoa no mundo) acorda e decide “ser corrupto”.
Ele só autoriza uma exceção.
Depois outra.
E outra.
Até que o cérebro para de distinguir certo de conveniente.

E o resultado é devastador:
• relacionamentos se tornam transações
• equipes perdem confiança
• empresas criam microcorrupções internas
• o país paga juros sociais altíssimos

Mas aqui vem o ponto mais importante — o que ninguém fala:

Quando você vence o autoengano, você elimina 90% da corrupção que aconteceria na sua vida, no seu trabalho e no ambiente ao redor.

Corrupção não é um ato.
É um estado mental que precede o ato.

E mudar esse estado é o único caminho real de transformação.

Se este conteúdo fez sentido para você, compartilhe — não para concordar comigo, mas para elevar o nível das conversas no Brasil.

Liderança começa quando alguém decide pensar melhor que a média.

Produtividade despencando

 

A queda brutal da produtividade industrial brasileira expõe uma verdade desconfortável: estamos andando para trás enquanto o mundo acelera. O estudo da FGV mostra que, em 30 anos, a produtividade por hora trabalhada na indústria despencou 23%, caindo de R$ 58,8 para R$ 45,3. A indústria de transformação, que já foi 78% mais produtiva que a média nacional, hoje mal se sustenta 9% acima — não porque o País melhorou, mas porque o parque fabril ficou velho, travado e incapaz de acompanhar a velocidade da Indústria 5.0. Enquanto isso, a agropecuária fez o oposto: multiplicou produtividade graças a investimento pesado, pesquisa, tecnologia e ambiente competitivo.

Os dados atualizados reforçam a urgência. Só o agro apresentou crescimento relevante de produtividade (14,2% no ano), salvando um resultado geral de 0,2% — um símbolo perfeito de estagnação. A indústria brasileira não é homogênea: há ilhas de excelência, tecnologia e competitividade. Mas a média é devastadora, e o quadro fica ainda mais grave com o fim do bônus demográfico. O IBGE mostra que estamos envelhecendo rápido, e isso significa uma única coisa: ou produzimos mais por hora trabalhada, ou perdemos a capacidade de sustentar Previdência, crescimento e renda.

O problema não é tecnológico; é cultural e institucional. O mundo já avançou para a “Indústria 5.0” — automação humanizada, IA, IoT, robótica inteligente, fábricas conectadas. O Brasil ainda engatinha na “4.0”. Não porque faltam cérebros, mas porque falta ambiente: segurança jurídica, previsibilidade fiscal, estabilidade regulatória e liberdade para investir. Nenhum empreendedor sério coloca bilhões num país de regras fluidas, protecionismo crônico e intervencionismo que muda por humor ideológico. E o protecionismo — que aqui é quase um esporte nacional — continua sufocando concorrência, produtividade e inovação.

O Brasil perdeu duas posições no Índice Global de Inovação e saiu da liderança na América Latina. Não é apenas um ranking: é um diagnóstico. Produtividade é produzir mais, melhor e com menos. É renda per capita crescendo. É futuro. E sem um choque de eficiência, educação técnica e ambiente pró-investimento, caminhamos para a irrelevância industrial.

Conclusão / Call to action: se o País não colocar produtividade e eficiência como pauta central da agenda de 2026 — com foco em tecnologia, liberdade econômica, meritocracia, inovação e segurança jurídica — perderemos a última janela antes do ponto de não retorno. O agro mostrou que é possível. Falta coragem institucional para liberar o restante da economia das amarras que a condenam à mediocridade. É hora de escolher: continuamos protegendo ineficiências ou finalmente abraçamos a prosperidade?

BDM Matinal Riscala

 *Bom Dia Mercado.* Sexta Feira, 26 de Dezembro de 2.025. *Bolsonaro oficializa Flávio e mantém crise* ​ BC divulga nota de crédito de novem...