quinta-feira, 18 de setembro de 2025

Bankinter Portugal Matinal

 Análise Bankinter Portugal 


SESSÃO: Após a Fed de ontem à noite, Nova Iorque vendeu com a notícia durante o tempo que restava da sessão. É típico vender com a notícia quando esta não saiu um pouco melhor do que o esperado. E não foi. Como comentámos no início da semana, uma parte não maioritária do mercado esperava -50 p.b. e poderia dececionar-se. por isso, a Fed deixou o mercado um pouco frio, embora se tenha ajustado ao desenvolvimento mais lógico, exceto alguma incoerência: afirma que o mercado laboral desacelera e que os riscos associados a ele são superiores, mas revê para melhor as suas estimativas de desemprego 2026/27 (2025 4,5% sem alterações; 2026 4,4% vs. 4,5% ant., 2027 4,3% vs. 4,4%; 2028 +4,2%; longo prazo 4,2% sem alterações). Isso é compreensível. Tampouco se entende bem que vejam a situação um pouco mais cinzenta, mas reveem em alta as suas estimativas de PIB em todos os anos (2025/27, porque é a primeira reunião que inclui 2028): 2025 +1,6% vs. +1,4% ant.; 2026 +1,8% vs. +1,6% ant.; 2027: +1,9% vs. 1,8% anterior; 2028: 1,8% (sem estimativa anterior); longo prazo +1,8% (sem alterações). E para rematar, Stephen Miren (assessor económico do governo e pró-Trump, que por pouco completou o procedimento para se juntar a esta reunião) salvou o seu voto ao pronunciar-se a favor de -50 p.b. É o que Trump esperava de ele, e cumpriu. Mas os restantes membros (10, porque continua a haver uma vaga) alinhados em -25 p.b. As conclusões foram menos claras do que o habitual e convém ter cuidado se as influências políticas começam a acrescentar alguma confusão interna.


O Canadá também baixou taxas de juros ontem (-25 p.b., até 2,50%) e o Brasil repetiu no seu espetacular 15%, ambos como esperado. E hoje, às 9 h, continuamos com os bancos centrais e taxas de juros. Às 9 h, a Noruega baixará taxas de juros em -25 p.b. até 4,00%, enquanto às 12 h temos o Reino Unido/BoE, que repetirá em 4,00%, sendo o interessante o balanço de votos (espera-se 7 repetir e 2 baixar). Às 13:30 h também saem as Petições Semanais de Desemprego, que sendo emprego/desemprego adquiriram recentemente um interesse relevante: 240k vs. 263k. À mesma hora, Philly ou Índice de Atividade da Fed de Filadélfia (2,5 vs. -0,3), de influência reduzida, e às 15 h o Leading ou Indicador Adiantado (-0,1%/-0,2%).   


EMPRESAS: O regulador chinês veta, de repente, que as empresas chinesas comprem o RTX Pro 6000D de Nvidia, adaptado para o mercado chinês e que está em processo de validação. As compras do H20 modificado/diluído já estavam sujeitas às dificuldades/restrições. China aposta na produção própria, o que não tem necessariamente de correr bem. Os chips de tecnologia de ponta já não se transferem para a China (Blackwell, por exemplo), portanto a China pensa que pode produzir as gerações anteriores, e provavelmente é certo.


CONCLUSÃO: Subida. Os futuros vêm um pouco mais alegres (+0,2%/+0,4%) do que Nova Iorque esteve ontem à noite após a Fed, o que pode ser uma reação positiva espontânea pelo simples facto de ter deixado para trás o evento, quase independentemente do seu desenvolvimento. O T-Note colocou-se ocasionalmente abaixo de 4%, mas regressou a 4,05%. ITA e FRA igualadas ca.3,50%. E o USD depreciou-se até 1,192/€, mas subiu depois ca.1,18/€ numa segunda reflexão/interpretação da Fed. Praticamente regressamos onde estávamos antes da Fed, e liberados da incerteza sobre a reunião, o normal é que as bolsas subam um pouco graças a esse contexto quase “ótimo de mercado” que temos vindo a comentar. 


NY -0,1% US tech -0,2% US semis -0,3% UEM -0,1% España -0,2% VIX 15,7% Bund 2,68% T-Note 4,06% Spread 2A-10A USA=+53pb B10A: ESP 3,24% PT 3,08% FRA 3,48% ITA 3,49% Euribor 12m 2,164% (fut.2,267%) USD 1,179 JPY 173,7 Ouro 3.652$ Brent 67,7$ WTI 63,8$ Bitcoin +0,4% (117.254$) Ether +2,1% (4.588$) 


FIM

BDM Matinal Riscala

 *Rosa Riscala: Mercados se ajustam ao Fed e Copom*


No Congresso, em outra noite de serão, os deputados aprovaram a urgência da anistia, enquanto Alcolumbre tenta conter o ímpeto desenfreado da Câmara por pautas em causa própria, prometendo resistir à PEC da Blindagem no Senado


… Em meio ao crescimento lento da economia e inflação ainda elevada, o Banco da Inglaterra decide às 8h os juros do Reino Unido, que deverão permanecer em 4%. Nesta quarta, Fed e Copom corresponderam às expectativas amplamente esperadas, iniciando o ciclo de quedas nos Estados Unidos, e mantendo a Selic aqui em 15% e o discurso conservador, sem dar espaço para apostas em cortes no curto prazo. Os mercados tendem a se ajustar hoje a essas decisões. No Congresso, em outra noite de serão, os deputados aprovaram a urgência da anistia, enquanto Alcolumbre tenta conter o ímpeto desenfreado da Câmara por pautas em causa própria, prometendo resistir à PEC da Blindagem no Senado.


HAWKISH – Citando as expectativas desancoradas, projeções de inflação elevadas, resiliência na atividade e as pressões no mercado de trabalho, o Copom defendeu uma política monetária em patamar “significativamente contracionista por período bastante prolongado”.


… O comunicado foi além, afirmando que “os passos futuros da política monetária poderão ser ajustados e que o BC não hesitará em retomar o ciclo de ajuste caso julgue apropriado”. Para quem esperava uma queda em dezembro, foi um banho de água fria.


… O texto destaca que, nas divulgações mais recentes, tanto a inflação cheia como as medidas subjacentes mantêm-se acima da meta. No cenário de referência, a projeção do IPCA para o 1Tri de 2027, atual horizonte relevante de política monetária, foi mantida em 3,4%.


… Para Sérgio Goldenstein (Eytse Estratégia), esse foi o destaque do comunicado, já que manteve uma inflação acima do que o mercado espera, entre 3,2%/3,3%. “A leitura implícita é que o BC revisou sua estimativa para o hiato do produto, ponto que será esclarecido pela ata.”


… O movimento inicial de ajuste em baixa das expectativas, confirmado a cada semana na pesquisa Focus, foi desprezado, assim como a forte apreciação do câmbio, embora o Banco Central tenha revisado sua taxa para este ano de R$ 5,55 para R$ 5,40.


… O cenário externo deixou de ser considerado “mais adverso”, mas ainda “se mantém incerto”, em função da conjuntura e da política econômica dos Estados Unidos, inclusive no que diz respeito à imposição de tarifas comerciais ao Brasil. E exige cautela.


… Sobre o ritmo da atividade, que já dá sinais de esfriamento, o Copom reconhece que “segue apresentando certa moderação no crescimento”, mas contrapõe a esse fato o “dinamismo” mostrado pelo mercado de trabalho, com o desemprego nas mínimas históricas.


… Goldenstein mantém a projeção de início do ciclo de quedas da Selic em janeiro de 2026, com corte de 50 bps, embora não descarte totalmente a hipótese de corte em dezembro. “Mas isso exigiria desaceleração mais intensa da atividade e apreciação mais persistente do câmbio.”


… O tom mais hawkish do Copom deve determinar um ajuste em alta nos contratos mais curtos na abertura, esvaziando as apostas em uma antecipação das quedas. Mas a sinalização de que o Fed promoverá três cortes este ano tende a manter o câmbio apreciado (leia abaixo).


DOVISH, MAS PREOCUPADO – Nos Estados Unidos, o Fomc reduziu os juros em 25pbs, para um intervalo de 4% a 4,25% ao ano.


… O recado mais importante veio do gráfico de pontos dos Fed boys: nove dos 19 integrantes do Comitê projetam que os juros terminarão o ano entre 3,50% e 3,75%, o que implica implicaria mais duas reduções da mesma magnitude em outubro e dezembro.


… A probabilidade de o Fed realizar mais um corte acumulado de 50pbs nos juros americanos neste ano saltou de 48,3% para 90,6%.


… A forte queda no ritmo de geração de empregos e a dificuldade de repasse das tarifas no varejo tornam esse cenário bastante provável, pelo menos, enquanto a inflação seguir controlada – o que permitiria ao Fed focar no mandato do pleno emprego.


… Na entrevista que se seguiu à decisão do juro americano, Powell admitiu que os riscos para a inflação permanecem em “situação difícil”, mas que “há uma avaliação bastante ampla de que a situação mudou em relação ao mercado de trabalho”.


… O presidente do Fed acredita que as tarifas resultarão em uma alta de preços pontual e não em um processo inflacionário. “Nós esperamos que a inflação continue a subir, mas talvez não tanto quanto há alguns meses.”


… Também afirmou que o repasse das tarifas aos preços tem se mostrado menor e mais vagaroso do que o esperado, acrescentando que “o trabalho do Fed é garantir que a inflação tarifária não se consolide”. A insistência com o tema da inflação deixou dúvidas no ar.


… O mercado, que havia tido uma reação inicial muito positiva com a projeção de mais dois cortes do juro em 2025, reduziu o entusiasmo ao ouvir Powell reconhecer que “estamos em situação incomum, com riscos em ambos os lados do mandato”.


… Assumindo uma cautela que não combinava com a festa, disse que “vamos olhar os dados e decidir reunião a reunião”.


ANISTIA – Por 311 votos a 163, o plenário da Câmara aprovou ontem à noite o requerimento de urgência para a votação do projeto que concede anistia aos condenados pela tentativa de golpe de Estado, de autoria do deputado Marcelo Crivella (Republicanos).


… O texto, que “concede anistia aos participantes das manifestações reivindicatórias de motivação política ocorridas entre o dia 30 de outubro de 2022 e o dia de entrada em vigor da lei”, é a versão defendida por aliados do ex-presidente Bolsonaro.


… Com a aprovação da urgência, segundo Motta, um relator deve ser nomeado nesta quinta-feira “para que possamos chegar, o mais rápido possível, a uma proposta substitutiva que encontre o apoio da maioria ampla da casa”.


… A ideia é que o novo texto reduza significativamente o alcance da anistia, limitando-se à redução de pena dos condenados.


… A aprovação da urgência contou com apoio maciço dos partidos do Centrão, que orientaram suas bancadas a votarem favoravelmente ao texto, mas, segundo apurou o Valor, é improvável que eles aceitem uma anistia ampla na análise do mérito.


… Uma garantia de prisão domiciliar para Bolsonaro deve ser um caminho para convencer o PL a topar uma versão mais light.


ALCOLUMBRE – A tratorada da Câmara para aprovar a PEC da Blindagem não se repetirá no Senado, onde o presidente Davi Alcolumbre já disse que o texto, que blinda deputados e senadores de processos judiciais, terá que seguir o rito normal na Casa e passar pela CCJ.


… Alcolumbre estaria insatisfeito com a conduta do presidente da Casa, Hugo Motta, dizendo que foi “surpreendido” pela aprovação açodada.


… Ao presidir a sessão plenária desta quarta, fez um desabafo, dizendo que “debates do Judiciário”, como anistia aos condenados pelo 8/1 e impeachment de ministros do STF, estariam tornando “impossível” a deliberação de outras pautas pelo Senado.


… Alcolumbre ainda falou de Eduardo Bolsonaro: “Não dá para eu ver todos os dias um deputado federal, do Brasil, eleito pelo povo de São Paulo, lá nos Estados Unidos, instigando um país contra o meu país. Nunca falei sobre isso, mas não dá para aceitar essas agressões calado”.


… Após reunião de líderes, senadores do PSD, PT, MDB, PSB, Republicanos e até do PL endossaram o posicionamento de Alcolumbre de que a proposta deve ser discutida com “serenidade” por conter “excessos”. Eles temem desgaste junto à opinião pública.


CONTA DE LUZ – No último dia de prazo, Câmara e Senado aprovaram, nesta quarta-feira, a MP que cria o novo programa de Tarifa Social de Energia, garantindo gratuidade na conta de luz até 80 kWh para as famílias de baixa renda.


LULA – Em entrevista nesta quarta-feira à BBC de Londres, o presidente disse não ter contato com Trump, que a “relação dele é com o Bolsonaro, não com o Brasil”, mas voltou a defender o diálogo com os americanos. “O que não podemos negociar é a soberania do Brasil.”


… Lula também ressaltou que as tarifas sobre produtos brasileiros terão efeitos deletérios para a economia americana. “A inflação lá vai subir, porque o café vai ficar mais caro, a carne vai ficar cara, e o povo vai pagar pelos erros que o presidente Trump está cometendo.”


… Em pesquisa da Genial/Quaest, nesta quarta-feira, 73% consideram que o presidente Trump está errado no tarifaço ao Brasil, enquanto 49% dizem que Lula está agindo corretamente. A aprovação do presidente segue em 46% nesse levantamento.


… Já em outra pesquisa, Latam Pulse Atlas & Bloomberg, Lula é aprovado por 50,8%, maior patamar desde janeiro/2024. Nas intenções de voto para 2026, Lula tem 48,2% contra 30,4% de Tarcísio. Em um mês, Lula cresceu 4,1 pontos e Tarcísio perdeu 1,4 ponto.


AGENDA FRACA – No day after do Copom, Galípolo participa do 2º Seminário Nacional sobre Crédito Consignado, da Revista Justiça e Cidadania, às 9h. O secretário do Tesouro, Rogério Ceron, estará hoje no AGF Day, às 8h45.


… Em dia esvaziado de indicadores, a CNI divulga às 10h a sondagem industrial de agosto.


LÁ FORA – Um dia depois de Powell ter observado que o cenário de riscos para o mercado de trabalho piorou, saem hoje os dados do auxílio-desemprego, às 9h30, com previsão de queda de 21 mil pedidos, para 242 mil.


… O Tesouro americano divulga às 15h o fluxo de capital aos Estados Unidos em julho. O BC da África do Sul decide juro às 10h e o mercado recupera logo cedo a fala de Lagarde (BCE) na madrugada (4h10) em evento na França.


CAIU PARA SUBIR – Na reação imediata à decisão do Fed de abrir o ciclo de relaxamento monetário, o dólar cumpriu o script de queda em escala global, mas não demorou que o recado cauteloso de Powell freasse o movimento.


… Em entrevista coletiva de imprensa, como se viu, ele deixou em aberto uma nova flexibilização dos juros em outubro, afirmou que as decisões serão tomadas a cada reunião e estarão condicionadas à evolução dos indicadores.


… Também descartou a necessidade de uma dose mais agressiva do juro, de 50 pontos, confrontando o voto isolado de Miran em sua estreia no Fed. Ainda o alerta de Powell sobre o risco de inflação persistente causou desconforto.


… Se na mínima, logo após a decisão do Fed, o dólar caiu até a faixa de R$ 5,27, para R$ 5,2762, o alívio foi esgotado rapidamente quando Powell começou a falar e incorporou o discurso mais conservador do que o comunicado.


… Sob a pressão, a moeda americana chegou a R$ 5,3132 na máxima, embora tenha conseguido se acomodar para um fechamento estável (+0,06%), cotada a R$ 5,3012, porque não dá para competir com o carry trade tão atraente.


… O câmbio fechou antes do Copom, que só reforçou o contexto do diferencial maior dos juros, sem perspectiva de corte antecipado da taxa Selic, enquanto o Fed começou seu processo dovish, embora sob a moderação de Powell.


… Os comentários do presidente do Fed de que o gráfico de pontos (que aponta mais dois cortes no ano) “não é uma certeza e deve ser visto sob o ângulo das probabilidades” abriram terreno para o dólar testar uma reação lá fora.


… Muito próximo da linha dos 97,000 pontos, o índice DXY subiu 0,34%, para 96,873 pontos, frustrando o ânimo do euro, que caiu 0,35%, a US$ 1,1826; da libra, que recuou 0,10% antes do BoE, a US$ 1,3633; e do iene (146,80/US$).


… Em um primeiro momento, no reflexo natural, os juros dos Treasuries caíram com o Fed. Mas logo inverteram a direção, diante da opção de Powell pelo discurso de equilíbrio, que sugere ao investidor não queimar etapas.   


… Corrigindo a rota, a taxa da Note de 2 anos subiu a 3,545%, de 3,512% na véspera do Fed, o retorno do título de 10 anos avançou para 4,069%, contra 4,033% no pregão anterior, e o do T-bond de 30 anos foi a 4,669%, de 4,652%.


GAP DE ALTA – A tendência é de a ponta curta do DI contratar prêmio na abertura dos negócios com o comunicado do Copom tendo mostrado fidelidade à mensagem anterior de manter o juro onde está por um período prolongado.


… Horas antes da decisão de política monetária, a precificação entre os traders era de 24% de chance de a taxa Selic cair já em dezembro, pelas contas do estrategista Luciano Rostagno (da EPS Investimentos) para o Broadcast.


… Mas a aposta, já não tão expressiva, tem tudo para ser ainda mais esvaziada pelos sinais de que, tão cedo, o BC não vai relaxar a guarda. Cada vez mais, o mercado migra para a estimativa já quase unânime de corte só em janeiro.


… Os juros futuros fecharam antes do desfecho do Copom, mas tiveram tempo de reagir na sessão regular ao Fed, que já antecipou um primeiro ajuste nos contratos, desacelerando o fôlego de queda na segunda metade do pregão.


… Perto da estabilidade, o DI para Jan/26 fechou em 14,890% (de 14,885% no dia anterior); Jan/27, a 13,940% (contra 13,952%); Jan/29, a 13,050% (de 13,067%); Jan/31, a 13,230% (de 13,267%); e Jan/33, a 13,355% (13,398%).


… Na bolsa, não tem ressaca, só tem festa e recordes duplos todos os dias. No auge do entusiasmo com o Fed, que promete revigorar o fluxo de capital estrangeiro para o Brasil, o Ibovespa cruzou a barreira dos 146 mil pontos.


… Bateu em 146.331 pontos na mais nova máxima histórica intraday, para depois desacelerar o rali. Mesmo assim, o índice à vista ainda estabeleceu recorde inédito, fechando acima dos 145 mil pontos pela primeira vez na história.


… Terminou em alta de 1,06%, aos 145.593,63 pontos, com giro forte de R$ 25,3 bilhões, impulsionado pelo vencimento de opções sobre o índice. Amanhã, é dia de exercício de opções sobre ações, com as blue chips no foco.


… O freio de arrumação de Powell roubou ontem parte das forças das ações dos bancos. Ainda assim, o setor se saiu muito bem: Bradesco PN saltou 3,47%, a R$ 17,58; Itaú +1,42%, a R$ 38,44; Santander +2,29%, a R$ 29,53.


… Exceção do dia no segmento financeiro, os papéis ON do BB fecharam em leve queda de 0,32%, a R$ 21,87.


… Vale não se empolgou com a decisão da S&P de elevar o rating de crédito da empresa de BBB- para BBB e subiu só 0,17%, a R$ 57,80. Já Petrobras contrariou a queda do petróleo. ON, +0,76% (R$ 34,44); e PN +0,60% (R$ 31,72).


… Devolvendo parcialmente os ganhos depois de três pregões consecutivos em alta, o Brent para novembro caiu 0,76%, a US$ 67,95, apesar da forte queda de 9,285 milhões de barris na semana passada nos estoques americanos.


… Em Wall Street, apesar da decepção com o discurso mais moderado de Powell, o Dow Jones subiu 0,57%, aos 46.018,32 pontos. Já o S&P 500 recuou 0,10%, aos 6.600,35 pontos, e o Nasdaq perdeu 0,33%, aos 22.261,33 pontos.


… Entre as big techs, o investidor saiu vendendo as ações da Nvidia (-2,67%), após o Financial Times revelar que a China teria proibido a compra dos chips de inteligência artificial da companhia pelas empresas de tecnologia locais.


CIAS ABERTAS – CAIXA registrou lucro recorrente de R$ 3,7 bilhões no 2TRI, alta anual de 12%; margem financeira somou R$ 16,4 bilhões, aumento de 5,7% em relação ao mesmo período de 2024…


… Carteira de crédito atingiu R$ 1,294 trilhão, crescimento de 10,1% ante mesmo trimestre do ano passado.


BB. Citi elevou recomendação para a ação de neutra para compra e do preço-alvo, de R$ 22 para R$ 29…


… Atualização ocorreu devido a potencial alívio que medidas recentes anunciadas pelo governo federal para o agronegócio poderiam causar ao BB, diminuindo custo de risco.


EMBRAER. Sindicato dos Metalúrgicos de São José dos Campos informou que metalúrgicos do primeiro e segundo turnos da companhia rejeitaram nova proposta de reajuste salarial apresentada pela empresa…


… Assim, greve iniciada nesta quarta-feira continua por tempo indeterminado e ganhou a adesão dos trabalhadores do segundo turno da matriz.


FLEURY. Guepardo Investimentos reduziu participação de 5,64% para 4,96% do total das ações ordinárias da empresa, o equivalente a 27.143.500 de papéis do tipo.


TOTVS aprovou a distribuição de R$ 88 milhões em JCP, o equivalente a R$ 0,15 por ação, com pagamento em 6 de outubro; ex em 24 de setembro.


WILSON SONS. Conselho de Administração deu parecer favorável à oferta pública para aquisição de até todas as ações de emissão da empresa protocolada pela SAS Shipping Agencies Services Sàrl…


… Conforme edital da OPA, leilão está previsto para ocorrer em 23 de outubro.


COPASA. Goldman Sachs atingiu posição de derivativos com liquidação física equivalentes a 17.639.520 de ações ON de emissão da empresa, ou 4,64% do total de papéis…


… Segundo formulário de referência de 9 de setembro, banco não detinha participação relevante na companhia.

quarta-feira, 17 de setembro de 2025

Anderson Nunes 2

 *FED CORTA JUROS E BRASIL MANTÉM SELIC – MC 17/09/25*

Por Anderson Nunes – Analista Político


O dia é marcado pela decisão do Fed de cortar a taxa de juros nos EUA, um movimento que, contrastado com a Selic estável no Brasil.


*O CORTE DO FED É CERTO; A DÚVIDA É O FUTURO*


O mercado dá como certa a redução de 0,25% na taxa de juros americana hoje, a primeira em meses. O foco se volta para a entrevista do presidente Jerome Powell e para as projeções econômicas, que podem sinalizar mais dois cortes e ampliar o otimismo dos mercados globais.


*DECISÃO NO BRASIL*


O Comitê de Política Monetária (Copom) anuncia hoje sua decisão sobre a taxa Selic, atualmente em 15% ao ano. A expectativa unânime do mercado é pela manutenção da taxa, o que marcaria a segunda pausa consecutiva no ciclo de aperto monetário. Uma Selic estável no patamar mais elevado desde 2006 sinaliza a prioridade do Banco Central no controle da inflação.  Isso impacta diretamente o custo do crédito para empresas e consumidores, além de influenciar a atratividade dos investimentos em renda fixa.


*PEC DA BLINDAGEM APROVADA*


A Câmara dos Deputados aprovou em segundo turno a Proposta de Emenda à Constituição que dificulta a abertura de processos e a prisão de parlamentares. A matéria, que segue para o Senado, exige aval da respectiva Casa legislativa para processar ou prender um congressista. 


*GOVERNO DIVIDIDO*


A proposta avançou com o voto favorável de 224 deputados de partidos que compõem a base do governo Lula. No total, 10 parlamentares do PT também votaram a favor da medida, evidenciando a complexa articulação política do Planalto. 


*ANISTIA EM DISCUSSÃO ACELERADA*


Líderes da Câmara discutem hoje a urgência para votar o projeto de anistia aos envolvidos nos atos de 8 de janeiro. A manobra busca acelerar a tramitação, embora ainda não exista um texto consolidado ou um relator definido para a proposta.


*RADAR CORPORATIVO*


1. Vale: Teve seu rating elevado pela S&P de BBB- para BBB, com perspectiva estável. A agência reconheceu a melhora na gestão de riscos da mineradora após a eliminação de sua última barragem em nível de emergência.

2. Petrobras: Informou o pagamento de US$ 12,4 bilhões a governos em 2024, referente a atividades de exploração e produção de petróleo e gás e a retomada das operações em suas fábricas de fertilizantes localizadas na região Nordeste.

3. Eletrobras: A PGR deu parecer favorável ao acordo que amplia a participação do governo na empresa, abrindo caminho para a homologação do texto pelo Supremo Tribunal Federal.

4. Santander: Indicou Gilson Finkelsztain, atual presidente da B3, para compor seu Conselho de Administração, sujeito à aprovação em assembleia de acionistas.

5. Minerva: Homologou um aumento de capital de R$ 28,1 milhões com a emissão de 5,4 milhões de novas ações ordinárias.

6. Allos: Aprovou o cancelamento de 38,7 milhões de ações em tesouraria, o que representa 7,1% do total de papéis da companhia, sem redução do capital social.

7. Zamp: O fundo MIC Capital Partners, através de sua controlada, elevou sua participação na dona do Burger King e Starbucks no Brasil para 84% do capital social.

8. Caixa: O banco público contratou o historiador Eduardo Bueno por R$ 3,27 milhões, sem licitação, para atualizar dois livros sobre a história da instituição. 


O Canal Auxiliando usa as seguintes fontes de notícias: ‘Monitor do Mercado, BDM, Broadcast, Valor Econômico, Folha de São Paulo, Estadão, O Globo, BM&C, B3, Revista Oeste, Poder 360, Money Times, Agência CMA, Agência Brasil, Bloomberg, Infomoney, CNN, The Washington Post, The Wall Street Journal, Fox Business, Reuters, Oil Price, Investing e Yahoo Finance’.

Anderson Nunes

 *CONGRESSO SOB TENSÃO E MERCADO DE OLHO EM DADOS – MC 16/09/25*

*Por Anderson Nunes – Analista Político*


O Congresso Nacional se torna o principal campo de batalha desta terça-feira, com a oposição forçando a pauta da anistia enquanto o governo corre para aprovar medidas econômicas. 


*CONGRESSO DIVIDIDO*


A oposição busca aprovar a urgência para o projeto de anistia aos envolvidos no 8 de Janeiro, enquanto o Planalto precisa votar a isenção do Imposto de Renda e a MP da tarifa social de energia que precisa ser aprovada nas duas casas até amanhã, quando a medida perde a validade.


*ANISTIA AMPLA, GERAL E IRRESTRITA PERDE FORÇA*


A proposta de anistia “ampla, geral e irrestrita” para Bolsonaro enfrenta forte resistência no Congresso e tem chances mínimas de avançar. Políticos do Centrão, em acordo com o STF, negociam um texto mais enxuto que pode reduzir penas, mas deve manter a condenação, apelidada nos bastidores de Anistia Light.


*CPI DO INSS AVANÇA*


A comissão propõe ao STF um acordo de delação premiada para investigados e planeja convocar familiares e sócios de um dos principais alvos após sua ausência em depoimento, nesta terça-feira.


*NOVA AMEAÇA DE WASHINGTON*


O governo americano sinalizou “medidas adicionais” contra o Brasil na próxima semana, em resposta à condenação de Jair Bolsonaro. A declaração, feita pelo secretário de Estado Marco Rubio, adiciona um novo capítulo de tensão diplomática.


*BRASIL APOSTA NO DIÁLOGO*


O vice-presidente Geraldo Alckmin afirmou que o governo não usará a Lei de Reciprocidade em resposta às ameaças. A estratégia brasileira será focada em negociação e diálogo para contornar a crise, descartando uma retaliação imediata.


*RELAÇÃO BRASIL-EUA EM ALERTA*


O governo brasileiro reduziu drasticamente a comitiva para a Assembleia da ONU em Nova York para evitar constrangimentos, em um cenário de ameaças de novas sanções americanas e atritos diplomáticos crescentes. Adivinhem que está sem o visto e quer viajar a ONU, Alexandre Padilha.


*EXPECTATIVA POR NOVO RECORDE DE EMPREGO*


O mercado aguarda a divulgação dos dados de desemprego de julho pelo IBGE, com a expectativa de que a taxa recue para 5,7%, estabelecendo um novo mínimo histórico pelo segundo mês consecutivo. 


*TODOS OS OLHOS NO FED*


Investidores aguardam a decisão do Federal Reserve sobre os juros nesta quarta-feira, com ampla expectativa de um corte em sua taxa de 0,25%. Indicadores de varejo e produção industrial hoje nos EUA ajudarão a calibrar as projeções para o ciclo de afrouxamento monetário. Por aqui, a tendência do nosso Copom é manter a taxa de juros brasileira em 15%.


*RADAR CORPORATIVO*


1. Banco do Brasil: As ações caíram 2,20% impactadas diretamente pela nova ameaça de sanções dos EUA, descolando-se da alta dos seus pares.

2. Vale: Papéis subiram 0,88% após o BTG elevar o preço-alvo dos ADRs para US$ 11, citando a nova disciplina de capital da mineradora.

3. Petrobras: Ações avançaram em linha com a alta do petróleo, que foi impulsionado por tensões geopolíticas envolvendo a Rússia.

4. PRIO: Recebeu do Ibama a licença de instalação para desenvolver a produção do campo de Wahoo, interligando os poços ao navio-plataforma Frade.

5. BRB e Banco Master: O BRB informou não ter deliberado sobre a compra de ativos do Master. O ex-presidente Michel Temer foi contratado para mediar a negociação.

6. Allos: Conselho aprovou o pagamento de R$ 102 milhões em dividendos e R$ 51 milhões em Juros sobre Capital Próprio (JCP).

7. Suzano: A companhia informou que fará o resgate antecipado da totalidade de seus títulos de dívida com vencimento em 2026 e 2027.

8. Wilson Sons: A CVM aprovou o registro da oferta pública de aquisição de ações (OPA) da companhia, com o leilão agendado para 23 de outubro.

9. Apple: A pré-venda do novo iPhone 17 começa hoje no Brasil, com os aparelhos da nova linha apresentando telas maiores e melhorias no sistema de câmeras. 

10. Alphabet: A controladora do Google superou a marca de US$ 3 trilhões em valor de mercado, juntando-se ao seleto grupo de gigantes da tecnologia como Nvidia, Apple e Microsoft.


O Canal Auxiliando usa as seguintes fontes de notícias: ‘Monitor do Mercado, BDM, Broadcast, Valor Econômico, Folha de São Paulo, Estadão, O Globo, BM&C, B3, Revista Oeste, Poder 360, Money Times, Agência CMA, Agência Brasil, Bloomberg, Infomoney, CNN, The Washington Post, The Wall Street Journal, Fox Business, Reuters, Oil Price, Investing e Yahoo Finance’.

BDM Matinal Riscala

 Bom Dia Mercado.


Quarta Feira, 17 de Setembro de 2.025.


*Chegou o dia do Fed*

 

... O Fed anunciará às 15h em ponto a primeira queda do juro americano em muitos meses, com um corte de 25pbs, para o intervalo entre 4% e 4,25%. A dúvida é se repetirá a dose em outubro, e isso quem poderá dizer é Powell, na entrevista às 15h30. Também a atualização das projeções econômicas deve dar uma boa pista, ampliando a euforia dos mercados se sinalizar para três reduções neste ano. Aqui, o Copom anunciará no final da tarde que a taxa Selic vai permanecer estável em 15%, provavelmente, por “um longo tempo”. No Congresso, a política pega fogo com as articulações pela anistia e a PEC da blindagem, que foi aprovada ontem à noite na Câmara.

 

PRIMEIRO O FED – As chances de uma queda do juro nos Estados Unidos são projetadas em quase 100% nos futuros dos Fed Funds, no consenso formado pela deterioração do mercado de trabalho e validado por Jerome Powell, em Jackson Hole.

 

... Desde os últimos dados do payroll, muito fracos e com revisões em baixa, os investidores avançaram nas apostas de que o Fed iniciará hoje uma série de cortes, a despeito das incertezas sobre o impacto das tarifas, que já não assustam tanto como assustaram.

 

... A inflação americana continua distante da meta de 2% do Fed, mas vem evoluindo em linha com as expectativas.

 

... Trump, que não passa um dia sem fazer pressão sobre o Fed, disse esperar um “grande corte do juro” na reunião de hoje. Parte do Comitê joga com ele e esse time foi reforçado com o economista Stephen Miran, que estreia no Fomc.

 

... Miran, aprovado pelo Senado na segunda-feira, é um dos principais conselheiros econômicos da Casa Branca e pode aumentar a lista dos votos dissidentes pelo meio ponto, juntamente com os dirigentes mais dovish, como Christopher Waller e Michelle Bowman.

 

... As projeções econômicas devem ser muito observadas e são elas que podem apontar para um ajuste de 75 pbs em 2025. Na última atualização, em junho, os membros do Comitê já previam dois cortes (50pbs no total), em setembro e dezembro.

 

... A expectativa com o Fed vem derrubando o dólar em escala global e garantindo recordes nas bolsas de NY e no Ibovespa, com a perspectiva do fluxo do carry trade, que se torna ainda mais atrativo com a Selic estável (leia abaixo sobre os mercados).

 

COPOM – A atividade econômica moderou desde a última reunião, mas o mercado de trabalho aquecido, a inflação de serviços bem acima do teto da meta e as expectativas ainda desancoradas justificam a manutenção dos juros em 15%.

 

... Dificilmente, o comunicado deve aliviar a mensagem de cautela que o Banco Central vem adotando de maneira inequívoca.

 

... Para Sérgio Goldenstein, CEO e estrategista da consultoria Eytse Estratégia, a postura conservadora será preservada, sem qualquer indicação de corte de juros no curto prazo, confirmando a expectativa majoritária de que a Selic só começará a cair em janeiro.

 

... Na opinião dele, um movimento prematuro poderia comprometer o esforço de reconstrução da credibilidade e de reancoragem, ainda que parcial, das expectativas, que começam a se ajustar na atualização semanal da pesquisa Focus.

 

... Além disso, há preocupação com a inflação em 12 meses (5,13%), com os núcleos pressionados pela demanda estimulada pelo desemprego nas mínimas históricas (5,6%) e os programas de transferência de renda, que ainda sustentam a atividade.

 

... Como fator positivo, o enfraquecimento global do dólar com o início do desaperto nos Estados Unidos torna o cenário externo mais benigno, colaborando para a forte apreciação do câmbio, em um alívio para as projeções de inflação no curto prazo.

 

... Mas não se pode descartar o risco de uma piora da inflação americana, que obrigaria o Fed a colocar o pé no freio, mudando o cenário, nem o aumento das tensões com Washington, que ameaça o Brasil com “medidas adicionais”, já na próxima semana.

 

PEC DA BLINDAGEM – O plenário da Câmara aprovou em dois turnos, ontem à noite, a Proposta de Emenda à Constituição que amplia a proteção a parlamentares contra processos judiciais, em um acordo que envolveu o apoio do Centrão à anistia.

 

... A proposta determina que deputados e senadores só podem ser alvos de ação penal após autorização prévia do Congresso, com votação secreta. O texto também amplia o direito de foro privilegiado a presidentes de partidos políticos, mesmo sem mandatos.

 

... No início da sessão, havia dúvidas sobre o número de votos favoráveis à proposta, um problema resolvido quando Motta autorizou deputados ausentes a participarem de forma remota. O presidente da Câmara fez uma defesa enfática da PEC durante as discussões.

 

... Segundo ele, a PEC é necessária, “diante de abusos e atropelos” do Judiciário. “Essa não é uma pauta da direita ou da esquerda, é uma decisão que esta Casa terá que tomar, se quer retomar o texto constitucional, visando o fortalecimento do nosso mandato parlamentar.”

 

ANISTIA – Bolsonaristas começaram o dia ameaçando não votar a PEC da Blindagem e só se comprometeram depois que os partidos do Centrão fecharam apoio por um projeto de anistia. Motta foi ao X para firmar a promessa de pautar a urgência nesta quarta-feira.

 

... A anistia em discussão é uma versão enxuta, que prevê a redução de penas aos condenados do 8 de Janeiro. Motta não quer votar o texto do PL, que concede anistia ampla a todos os acusados, inclusive a Bolsonaro, mas diz que não tem como fugir à pauta.

 

... Sem votos para salvar Bolsonaro, bolsonaristas tentam salvar o mandato de Eduardo.

 

... Em manobra para usar precedente aberto na gestão de Eduardo Cunha, em 2015, que isenta líderes partidários do registro de presença, o PL alçou Eduardo a líder da minoria, o que garantiria a ele votar de forma remota e permanecer nos Estados Unidos.

 

... Motta disse que não foi consultado sobre esse movimento, mas prometeu analisar a situação.

 

... O filho do ex-presidente, nos Estados Unidos desde o início do ano, tenta encontrar saídas para não perder o mandato por faltas, já que sua licença terminou em 20 de julho e, desde então, suas ausências estão sendo computadas.

 

BOLSONARO – Passou a noite no hospital, após crise de soluços, vômito e pressão baixa.

 

MAIS AGENDA – Sem qualquer impacto relevante sobre o Copom, horas antes da decisão de política monetária, saem a prévia do IPC-Fipe (5h) e o IGP-10 de setembro (8h), que deve ser pressionado pelos preços dos alimentos. 

 

... Em pesquisa Broadcast, a mediana das estimativas do mercado financeiro indica que o dado deve acelerar de 0,16% em agosto para 0,33% em setembro. O intervalo das projeções, todas de alta, vai de 0,10% a 0,39%.

 

... Às 14h30, sai o fluxo cambial semanal.

 

HADDAD – Participa (9h) do Seminário de Riscos Fiscais do Conselho de Acompanhamento e Monitoramento de Riscos Fiscais Judiciais.

 

TARIFA SOCIAL DE ENERGIA – MP precisa ser votada hoje na Câmara e no Senado ou perderá a validade.

 

LÁ FORA – A agenda é fraca neste dia em que o Fed rouba a cena. Nos EUA, às 9h30, as construções de moradias iniciadas têm previsão de queda de 4,4% em agosto. Os estoques de petróleo do DoE (11h30) devem vir estáveis.

 

... Na zona do euro, a leitura final de agosto da inflação ao consumidor (CPI) será divulgada às 6h. O mercado monitora logo cedo o discurso de Lagarde (BCE) em conferência, às 4h30. O BC do Canadá decide juro às 10h45.

 

JAPÃO HOJE – As exportações recuaram em agosto pelo quarto mês seguido, embora tenham desacelerado o ritmo de queda para 0,1%, contra 2,6% em julho. O resultado veio bem melhor do que a aposta de contração de 1,9%.

 

... O acordo comercial fechado com os Estados Unidos em julho reduziu, em certa medida, as incertezas.

 

... Mas economistas esperam que as exportações permaneçam em terreno negativo por mais algum tempo, já que as empresas japonesas ainda enfrentam tarifas mais altas do que antes do tarifaço imposto por Trump.

 

TIKTOK – Os governos dos Estados Unidos e da China fecharam um acordo para que o aplicativo continue operando em território americano e para que seja prorrogado até dezembro o prazo para a venda da rede social.


SEGUE O FLUXO – Dólar a R$ 5,30 e Ibovespa aos 144 mil pontos dão a medida da perspectiva de ingresso de recursos que o Brasil deve atrair com a equação vantajosa do Fed dovish e do Copom conservador por mais tempo.


... O início do ciclo de cortes dos juros pelo Fed, combinado à continuidade da Selic de 15%, redobra o interesse pelo carry trade e reforça o apetite do capital estrangeiro pelos ativos brasileiros, na caça por rendimentos elevados.

 

... O desemprego nas mínimas históricas no País, em 5,6% no trimestre móvel encerrado em julho, e a renda em marca recorde, descontada a inflação, só renova a tendência de o BC adiar o corte da Selic provavelmente para 2026.

 

... Pressionados pelo consumo, os preços do setor de serviços devem seguir impedindo queda antecipada do juro.

 

... A promessa renovada de fluxo externo para cá levou o dólar a emplacar ontem a quinta baixa consecutiva, furando a linha dos R$ 5,30, para fechar na menor cotação em mais de um ano, desde junho/24, a R$ 5,2981 (-0,44%).

 

... No acumulado do ano, o dólar já registra um alívio próximo de 15%, com desvalorização superior a 2% este mês.

 

... No intervalo de uma semana, sob a contagem regressiva da virada do Fed, a moeda americana saiu de quase R$ 5,45 para menos de R$ 5,30, na rápida depreciação diretamente relacionada ao diferencial dos juros mais atrativo.

 

... O Fed não está ficando para trás só contra o Copom. Também o BCE resiste à flexibilização monetária, apesar das instabilidades políticas na França, que já está no quinto primeiro-ministro desde o segundo mandato de Macron.

 

... Com salto de 0,81% do euro ontem, para US$ 1,1864, o índice DXY do dólar registrou queda expressiva de 0,62%, abaixo dos 97 pontos (96,695). A libra esterlina ganhou 0,36%, a US$ 1,3655, e o iene avançou para 146,45 por dólar.

 

... Em queda acentuada e antecipada ao Fed, a taxa da Note-2 anos caiu para 3,512%, contra 3,537% na véspera, e a de 10 anos recuou a 4,033%, de 4,037%, diante das apostas de quase 70% de três cortes do juro até dezembro.  


... Sintonizada à baixa dos retornos dos Treasuries e ao dólar mais barato, a curva do DI assumiu fôlego baixista à tarde, especialmente na ponta longa, enquanto a devolução de prêmio no trecho curto foi limitada pela Pnad.

 

... No fechamento dos negócios, o contrato do DI para Jan/26 caiu a 14,885% (de 14,893% no ajuste anterior); Jan/27, a 13,950% (de 13,982%); Jan/29, a 13,070% (de 13,122%); Jan/31, 13,260% (13,361%); e Jan/33, 13,395% (13,496%).

 

NA BOLHA DOS RECORDES – Quase todo dia, o Ibovespa tem cravado marcas inéditas, movido pelos cortes do Fed, que vão começar hoje e que prometem reforçar o mercado brasileiro como destino interessante do fluxo global.

 

... A bolsa quis, foi atrás e chamou para si a marca inédita dos 144 mil pontos. Com giro mais forte, de R$ 21 bilhões, fechou na máxima de todos os tempos (144.061,74 pontos), com pico histórico intraday de 144.584,10 pontos.

 

... As varejistas Renner (+4,19%) e C&A (+3,60%) dividiram o ranking das maiores altas com os frigoríficos, diante da esperança de que o México renove e habilite plantas de carne bovina no Brasil e reabra o mercado ao frango.

 

... Marfrig disparou 5,60% e BRF ganhou 5,28%. Os papéis ainda são turbinados pelo efeito da fusão.

 

... Descontado depois da ameaça de Rubio, BB ON testou reação (+0,55%), para R$ 21,94. Santander subiu 0,24% (R$ 28,87); Bradesco ON fechou estável, a R$ 14,60; Bradesco PN caiu 0,23% (R$ 16,99); e Itaú recuou 0,26% (R$ 37,90).

 

... Vale avançou 0,35%, para R$ 57,70, na esteira da alta de 0,82% do minério de ferro. Mesmo com a disparada do petróleo, as ações da Petrobras ficaram sem direção única: PN, +0,25%, a R$ 31,53; e ON, -0,18%, a R$ 34,18.

 

... A escalada das tensões geopolíticas deu um impulso de 1,52% ao contrato do Brent para novembro, a US$ 68,47.

 

... Após novos ataques com drones da Ucrânia, a Rússia pode ter que reduzir a produção da commodity, informou a Reuters, citando a Transneft, empresa russa que detém o monopólio dos oleodutos e que teria alertado produtores.

 

... No Oriente Médio, o governo de Israel promoveu um forte ataque terrestre à Gaza, que palestinos descreveram à imprensa mundial como o bombardeio mais intenso que enfrentaram em dois anos de guerra na região.

 

... Em Wall Street, as bolsas aproveitaram para corrigir, após vários recordes. O Dow Jones caiu 0,27%, aos 45.758,27 pontos; o S&P 500 recuou 0,13%, aos 6.606,79 pontos; e o Nasdaq ficou estável (-0,07%), a 22.333,96 pontos.

 

... O JPMorgan alerta que, se vier um “corte hawkish”, o Fed pode frustrar os mercados de ações em Nova York.


CIAS ABERTAS – A S&P Global elevou o rating da VALE de BBB- para BBB, com perspectiva estável...

 

... Agência apontou como avanço significativo na gestão de riscos da companhia a conclusão, em agosto, da retirada da última barragem classificada no nível 3 de risco emergencial.

 

GERDAU. Itaú BBA elevou o preço-alvo para a ação de R$ 21 para R$ 23, mantendo a recomendação de compra.

 

PETROBRAS pagou US$ 12,4 bi a governos (federal e estaduais) por atividades envolvendo exploração, extração, processamento e exportação de petróleo, gás natural ou a aquisição de licenças em 2024.

 

ELETROBRAS. Procurador-Geral da República não se opõe a acordo que amplia participação do governo na companhia; manifestação de Paulo Gonet abre caminho para homologação de texto pelo Supremo Tribunal Federal...

 

... Acordo, assinado em abril, após mais de um ano de processo de conciliação, será analisado por Nunes Marques.

 

SANTANDER. Diretoria do banco indicou o presidente da B3, Gilson Finkelsztain, como membro do Conselho de Administração; indicação será avaliada em assembleia de acionistas marcada para 16/10.

 

MINERVA. Conselho de Administração aprovou a homologação do aumento de capital de R$ 28 milhões decorrente do exercício dos bônus de subscrição...

 

... Aumento homologado foi de R$ 28.142.905,34, mediante a emissão de 5.443.502 de novas ações ordinárias, com preço de emissão de R$ 5,17.

 

ALLOS. Conselho aprovou o cancelamento de 38.745.962 de ações mantidas em tesouraria, sem a redução do capital social da companhia; esse volume corresponde a 7,1% do total de papéis de emissão da companhia.

 

MOTIVA. Citi rebaixou a recomendação para a ação de compra para neutra, mas elevou o preço-alvo, de R$

15,20 para R$ 15,60.

 

COPASA. Goldman Sachs realizou operações que resultaram em uma posição de derivativos com liquidação física equivalente a 19.146.747 de ações ordinárias da empresa, equivalente a 5,04% dos papéis emitidos pela companhia.

 

ENEL fará a 29ª emissão de debêntures simples, não conversíveis em ações, da espécie quirografária, com garantia fidejussória adicional, em série única, no valor total de R$ 500 milhões.

 

ZAMP, detentora das marcas Burger King, Popeyes, Starbucks e Subway no Brasil, comunicou que a MC Brazil F&B Participações e seu único acionista, o fundo MIC Capital Partners, elevaram participação para 84% do capital social.

 

JHSF acertou venda a investidores de R$ 4,6 bi em imóveis de luxo no Reserva Cidade Jardim, apartamentos no SP Surf Club; lotes do Complexo Boa Vista, em Porto Feliz (SP); e da Fazenda Santa Helena, em Bragança Paulista (SP).

 

CORREIOS. O governo escolheu o funcionário de carreira do Banco do Brasil Emmanoel Schmidt Rondon para comandar a estatal, segundo o Broadcast, dois meses e meio após Fabiano Silva ter pedido demissão da presidência.

Caso Master

 *Internautas questionam insistência de Ibaneis Rocha em adquirir ativos do Banco Master com a estatal BRB*


Para usuários nas redes, governador do DF coloca patrimônio do BRB em risco


12.set.2025 às 16h24


Na semana passada, o Banco Central vetou a aquisição do Banco Master pelo BRB, o Banco de Brasília. A instituição, controlada pelo governo do Distrito Federal, iria comprar R$ 23 bilhões de ativos do Master, com o aval do governador Ibaneis Rocha (MDB).


Em um evento realizado em Washington pela Lide, Ibaneis Rocha disse que não vai desistir da compra do banco neste momento. Ele ainda destacou que a trava do BC traz "um grande risco ao sistema financeiro".


Nas redes sociais, internautas especulam o que está por trás do interesse de um banco estatal e de grande valor como o BRB num banco privado e com dificuldades financeiras como o Master.


"Ô gente !! Porque será que o BRB, insiste tanto na compra do Banco Master?", pergunta @marcelobsb442 no X, antigo Twitter.


"Ibaneis reconhece que o Master é um banco falido, mas sonha em gastar dinheiro público pra comprá-lo. Até o BC já afirmou que é um banco pequeno e sem impacto no mercado. Ibaneis precisa entender que o BRB deveria servir ao DF e à nossa gente, não virar salvador de banco quebrado", comenta a deputada federal Erika Kokay (PT-DF).


Outros políticos à esquerda, como o deputado distrital Fábio Felix (PSOL-DF), também usaram as redes para falar do caso.


Em documento formal enviado ao BC em março deste ano, o BRB argumentou que seu objetivo com o banco de Daniel Vorcaro era em formar um conglomerado prudencial:


"O novo conglomerado prudencial que visa fortalecer a atuação conjunta no mercado, pela oferta completa de produtos e serviços bancários, de seguridade, meios de pagamento e investimentos a pessoas físicas e jurídicas, presença nacional e estrutura de governança, capital, liquidez, rentabilidade e conformidade regulatória compatível com o porte do novo conglomerado."


Enquanto o banco brasiliense tem forte presença no mercado de crédito imobiliário, setor público, meios de pagamento, seguros e investimentos, o Master se destaca no segmento de cartão de crédito consignado, câmbio, mercado de capitais e atacado.


No evento em Washington, Ibaneis chegou a defender a compra do banco privado por um estatal: "Não faz sentido o governo do Distrito Federal ter um banco nacional?", questionou. "O BRB, se tornando um banco nacional, superintensivo, a gente com isso aumenta a quantidade de negócios do banco, aumentando a lucratividade."


Internautas, entretanto, acusam o governador de colocar o patrimônio do BRB em risco.


*Entendendo a história*


O Banco Master ficou conhecido no mercado financeiro por emprestar recursos a empresas com dificuldade e atrair investidores através de títulos de renda fixa, principalmente os CDBs (Certificados de Depósito Bancário), com altas promessas de retorno. Nas redes, usuários ainda apontam esses ganhos:


"Que loucura. Quem tanka?", questiona @FelipeTadewald, investidor da Suno Research.


"Quem "tanka" é quem entende que Banco Master é sinônimo de confiança e retorno", responde @felix6_duda.


A dificuldade de arcar com investidores, contudo, levou Daniel Vorcaro a anunciar a venda de seu banco. O primeiro a dar a largada foi o BTG Pactual, que adquiriu R$ 1,5 bilhão em ativos. Vorcaro ainda segue em busca de potenciais compradores, uma vez que precisa remunerar cerca de R$ 15 bilhões de CDBs que vencerão este ano.


O presidente já pegou emprestado com o BC R$ 4 bilhões e ainda fez pedido de mais R$ 15 para honrar com seus compromissos. Internautas que investem na instituição, porém, duvidam da sua falência.


Outros usuários temem um possível prejuízo que o banco pode dar ao FGC (Fundo Garantidor de Crédito), reserva de diversos bancos tradicionais que funciona como uma proteção aos investidores em caso de quebras de instituições financeiras.


Os motivos para o veto do BC foi o risco de sucessão que o banco do governo do Distrito Federal teria de assumir das transações não reconhecidas do Master, uma vez que o BRB não possui patrimônio suficiente para assumir com os pagamentos de CDBs, por exemplo.


https://www1.folha.uol.com.br/blogs/hashtag/2025/09/internautas-questionam-insistencia-de-ibaneis-rocha-em-adquirir-ativos-do-banco-master-com-a-estatal-brb.shtml

terça-feira, 16 de setembro de 2025

Anistia...

 O plano de Hugo Motta para frear aprovação da anistia na Câmara


Por 


Malu Gaspar


16/09/2025 06h00  Atualizado agora


Depois de um final de semana em conversas com integrantes do governo e com ministros do Supremo Tribunal Federal (STF), o presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta (Republicanos-PB), chegou a uma proposta para tentar um acordo com o Centrão e barrar a anistia aos presos do 8 de janeiro e ao ex-presidente Jair Bolsonaro, condenado na semana passada pelo STF a 27 anos e 3 meses de prisão.


De acordo com fontes a par das discussões, Motta vai tentar colocar em votação antes da anistia o projeto das prerrogativas parlamentares, com a previsão de que o Congresso terá que autorizar o início de todos os processos contra eles. Segundo os termos que vêm sendo apresentados por Hugo Motta a ministros, deputados e a integrantes do governo, a nova regra estabeleceria um prazo de 45 ou 60 dias para que a votação seja feita. Se isso não ocorrer, o processo contra parlamentares estará automaticamente autorizado.


Hoje, em Brasília, integrantes do governo afirmam que Motta não quer pautar a anistia. Já os da oposição afirmam que o presidente da Câmara sinalizou que botará o regime de urgência para votar já nesta semana.


O raciocínio que levou Motta a tentar chegar a uma proposta concreta para a questão da prerrogativa de foro parte do princípio de que o projeto da anistia tem forte apoio na Câmara, e nesse contexto a pressão do Palácio do Planalto sobre os deputados, com ameaças de retirar cargos e verbas, não será suficiente.


“Será preciso entregar algo aos deputados. Se Hugo e o governo se juntarem para derrubar, eles podem conseguir. Mas estarão contratando um problema lá para frente”, explica um aliado do presidente da Câmara.


Junto com a anistia, a mudança na regra das prerrogativas era uma das condições para que deputados da oposição interrompessem a invasão do plenário logo após a decretação da prisão domiciliar de Bolsonaro, no início de agosto.


Os bolsonaristas diziam que, enquanto ainda estivessem pendurados em inquéritos e processos no Supremo, os deputados não se sentiriam confortáveis para votar a anistia. O líder do PL na Câmara, Sóstenes Cavalcante (RJ), chegou a defender a proposta como uma forma de “livrar os deputados da chantagem de ministros do Supremo”, sem detalhar nem quem chantageia e nem como a chantagem acontece.


Consultados sobre a proposta que Motta começou a articular no final de semana, lideranças da oposição disseram que a aprovação da prerrogativa de foro não bastaria para segurar a anistia. Só que, como prometeram ao presidente da Câmara dar uma trégua nas declarações sobre o projeto, nenhum deles fala sobre o assunto publicamente. Estão aguardando para ouvir do próprio Motta a alternativa que ele se esforçou para construir nos últimos dias.

Fabio Alves