sexta-feira, 27 de junho de 2025

Investimentos na B3

 *ESPECIAL: INVESTIMENTO ESTRANGEIRO NA B3 NO 1º SEMESTRE É O MAIOR DESDE 2022 E DEVE CRESCER*


Por Caroline Aragaki e Maria Regina Silva


 São Paulo, 27/6/2025 - O primeiro semestre de 2025 caminha para ser o melhor em termos de ingresso de capital estrangeiro na Bolsa brasileira em três anos. A expectativa é de que o fluxo positivo continue nos próximos meses. A perspectiva de corte dos juros dos Estados Unidos (EUA) a partir de setembro colabora para esse cenário, assim como a percepção de que a política fiscal pode ficar mais restritiva em 2027 com um novo governo.


 Até a última quarta-feira (25), o fluxo estrangeiro à B3 de janeiro a junho somava R$ 25,2 bilhões. É o saldo mais positivo para o período desde 2022, quando houve ingresso de R$ 70,5 bilhões. De janeiro a junho do ano passado, o saldo foi negativo em R$ 40,1 bilhões, e em 2023 positivo em R$ 17,0 bilhões.


 Embora falte quase um ano e meio para as eleições, a possibilidade de mudança na rota fiscal em um eventual novo governo começa a ganhar espaço nos debates do mercado. Isso ocorre principalmente após o Congresso derrubar, na quarta-feira, o aumento do Imposto sobre Operações Financeiras (IOF) decretado pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva. "A derrota mostrou que o governo está perdendo força dentro do Congresso", diz Kevin Oliveira, sócio e advisor da Blue3.


 Para o JPMorgan, o mercado ignora as preocupações relacionadas à política fiscal - apesar da recente deterioração -, focando em temas ainda relativamente distantes, como o ciclo de corte na taxa Selic e as eleições presidenciais de 2026. O banco, porém, destaca que o mercado de ações do Brasil - que tem recomendação overweight - segue como uma das principais apostas, ao lado de Índia, Coreia do Sul, Filipinas, Grécia, Polônia e Emirados Árabes.


 O codiretor de gestão da Azimut Brasil Wealth Management, Eduardo Carlier, ressalta que, dada a queda na popularidade do governo Lula em pesquisas recentes, faz sentido os investidores enxergarem chances de troca de governo. Ele pondera, no entanto, que "está cedo para tentarmos fazer um call com muita segurança, porque daqui até as eleições precisaremos saber quais serão os candidatos, qual a relevância que cada um vai ter?.


 Para o head de análise da Levante, Enrico Cozzolino, fatores políticos terão cada vez mais influência na decisão do investidor de fazer aportes no Brasil. "É um tema difícil de precificar. Então a volatilidade deve continuar", estima.


Diversificação no exterior ajuda Brasil


 O processo global de diversificação de carteiras, principalmente em meio à queda do dólar mundialmente, segue colaborando para atrair recursos estrangeiros a mercados emergentes, inclusive para o Brasil.


 "A renda variável ainda está muito descontada, e isso é um incentivo, mesmo a taxa de juros aqui sendo um 'senão'", ressalta Silvio Campos Neto, economista sênior da Tendências Consultoria. Segundo ele, mesmo que o Brasil atraia uma parcela pequena da diversificação externa, qualquer ingresso faz diferença.


 "Se os fundamentos continuarem iguais aos dos últimos dois ou três meses - não houver uma gravidade no cenário geopolítico que afete a estrutura de petróleo, por exemplo -, o Brasil continua como um ganhador relativo", diz Carlier, da Azimut.


 A expectativa de cortes nos juros pelo Federal Reserve (Fed, o banco central dos EUA) em algum momento deste ano também tende a estimular a chegada de capital externo à B3, na opinião de Gabriel Mollo, analista de investimentos do Banco Daycoval. A despeito de o presidente do Fed, Jerome Powell, ter mantido cautela com relação a sinalizar queda das taxas básicas dos juros americanos, ao menos dois cortes estão no radar, pontua.


 "Acredito que o capital estrangeiro tende a voltar a partir de setembro [primeiro mês em que o afrouxamento é mais provável]. A partir do momento em que esse cenário se consolidar, vai estimular", estima Mollo.


Mercado monitora cenário para a Selic


 Apesar da sinalização do Banco Central (BC), de que a Selic permanecerá significativamente contracionista "por período bastante prolongado", a tendência é que o investidor estrangeiro continue atraído pelo Brasil. Isso porque, conforme o analista do Banco Daycoval, a maior clareza sobre a trajetória do juro básico pode melhorar o valuation de determinadas empresas na Bolsa.


 Kevin Oliveira, da Blue3, também aposta em bons resultados corporativos nos próximos trimestres para alavancar o ingresso de capital externo na B3. Em sua visão, se os balanços trouxerem números fortes, que agradem, o Ibovespa pode retomar a marca dos 140 mil pontos e talvez alcançar os 145 mil pontos no fim de 2025.


 Algumas variáveis podem limitar o avanço do Ibovespa, segundo Cozzolino, da Levante. Ele destaca a adoção de medidas que comprometam ainda mais a saúde fiscal do País por parte do governo para melhorar a popularidade do presidente Lula. "Boa parte da alta do índice foi no momento de maior silêncio do governo. Quando passou a falar mais, a Bolsa despencou, mas depois corrigiu um pouco", afirma.

Diário de uma vida 1

 

Sou "economista raiz", já uns 35 anos de mercado, dois Mestrados, um profissional (com dissertação), um acadêmico (créditos).

Comecei um Doutorado em Évora, Portugal, mas bati na parede do excesso de modelos matemáticos.

Para isso, era preciso o apoio, ou suporte da universidade, de modelos, q necessitam uma formação sólida prévia.

Estou atrás disso, mas confesso q a minha formação acadêmica é mais "histórico descritiva". Tem modelos, mas mais focados em macrométrica.

Vivi boa parte da minha carreira numa Consultoria de Mercado de Capitais ("research"), a Lopes Filho & Associados, q atuava de "fora para dentro" do mercado.

Não cheguei a trabalhar em instituições financeiras, mas conheci de perto muitas estruturas. Peguei as mudanças do mercado de capitais, com a "desmutualização", em q as corretoras se desvincularam do Ibovespa, q se tornou empresa aberta, a B3, negociada em bolsa de ações.

Foi um momento também que a LF teve que se readaptar. Seu universo de clientes, antes muitas corretoras, se ajustou, ingressando também fundos de pensão e algumas gestoras.

Foi um período também q o mercado financeiro muito se concentrou. Isso não foi bom. Tivemos um forte crescimento de gestoras e AAI, decorrente desta "concentração". Os profissionais tiveram que se adaptar à uma nova realidade.

Em realidade, esta profusão de novas gestoras e escritórios acabou passando por um processo "darwinista", de depuração, que ainda acontece.

Em 2017/18, observando este processo, tomei uma decisão importante na minha carreira. Com filho em plenitude, prestes a ingressar na universidade, e já de saco cheio destes governos populistas de sempre  (demagógicos e visando o próximo ciclo eleitoral), fui a Portugal conhecer a realidade de um país no apogeu do seu "marco civilizatório".

Fui e me apaixonei. Em out2018 vendi tudo q pude e me bandeei para lá. Primeiro em Évora, no coração do Alentejo, depois em Almada, a Niterói dos "alfacinhas" em Lisboa.

Foram 4 a 6 anos de intensidade.  







Fabio Alves

 FÁBIO ALVES: A ESTRATÉGIA É DEIXAR LULA SANGRAR ATÉ 2026?


A leitura dos investidores, ontem, da derrubada do decreto do aumento do Imposto sobre Operações Financeiras (IOF) pelo Congresso foi a de que o presidente Lula está fraco politicamente e de que aumentou a probabilidade de uma troca de governo a partir de 2027. Com isso, sem minimizar o impulso de ventos favoráveis do cenário externo ontem, o Ibovespa subiu 1% e o dólar recuou para abaixo de R$ 5,50. Mas qual a leitura política da derrota esmagadora e surpreendente do governo Lula na votação do projeto de decreto legislativo (PDL)? Pode-se colocar na conta já do ciclo eleitoral do pleito presidencial de 2026 a maneira abrupta e um tanto traiçoeira que se deu essa derrota? Qual a estratégia do Centrão, esse bloco heterogêneo de partidos de centro e de direita, em relação ao presidente Lula e ao seu governo daqui em diante? “O Centrão já está mirando 2026 e está deixando Lula sangrando”, diz o jornalista Marcelo de Moraes, titular da coluna “Jogo Político”, do Broadcast Político. Para ele, além de um claro aborrecimento por parte dos partidos do Centrão com a questão do atraso no pagamento de emendas parlamentares (até agora um valor muito pequeno de um total de R$ 50 bilhões previstos em 2025), há também a percepção dos líderes desse bloco do desgaste político do presidente Lula, com a queda nos índices de popularidade e de aprovação do seu governo. “É bom lembrar que o Centrão não aposta em cavalo perdedor e está sempre mirando o futuro”, diz Moraes. “Como o Centrão tem muitas alternativas sem ser apenas o Bolsonaro, há um meio que um desembarque dessa turma do bolsonarismo.” Ou seja, os líderes desse bloco querem manter o voto dos apoiadores do bolsonarismo, mas calculam que podem transformar, por exemplo, o governador paulista Tarcísio de Freitas para ter a “cara” do Centrão e limpar a “cara” pesada do bolsonarismo, que tem desgaste no eleitorado. “Assim, o Centrão está vendo, neste momento, uma janela de oportunidade e está aproveitando para fazer sangrar o governo Lula”, explica o jornalista. Tanto que, de forma praticamente inédita, o Centrão abriu mão de ocupar um Ministério, quando o deputado federal Pedro Lucas (União-MA) recusou o convite de Lula para substituir Juscelino Filho à frente da pasta das Comunicações. Moraes argumenta ainda que outra diferença no cenário atual em que Lula está bastante enfraquecido é que o Centrão não vê mais a necessidade de pressionar por um impeachment do presidente, por exemplo. “Eles preferem deixar Lula desgastado, chegar mais fraco na eleição e ser um candidato menos competitivo”, diz. Aliás, ao avaliar a derrubada do decreto do aumento do IOF pelo congresso na edição de ontem do seu “podcast”, Ricardo Ribeiro, analista político da LCA 4intelligence, diz que a maneira como o assunto foi pautado, de supetão, inesperadamente, sem dar chance de reação para o governo, “o jogo oposicionista combinado entre os presidentes da Câmara e do Senado rementem a momentos de ruptura da relação política entre o governo e o Congresso”. “Momentos semelhantes aos vividos nos períodos pré-impeachment de Fernando Collor e de Dilma Rousseff”, diz Ribeiro, acrescentando que não vê Lula sofrendo impeachment. Para Marcelo de Moraes, da coluna “Jogo Político”, a impressão que se tem é que Lula e o PT parecem estar sem rumo. “Mesmo com a entrada de Sidônio Palmeira [ministro-chefe da Secretaria de Comunicação Social] para turbinar a reeleição, o desgaste de Lula continua”, diz o jornalista. “Colocaram Gleisi Hoffmann no Ministério das Relações Institucionais, mas a articulação política não melhorou, com o governo sofrendo sucessivas derrotas.” Falta ainda mais de um ano para a eleição presidencial de 2026, o que na política equivale praticamente a um século. “Tudo pode ocorrer até lá, mas o relógio está correndo e parece que ainda não há nenhum sinal de que haverá uma luz ao fim do túnel para Lula”, diz Moraes. Nesse sentido, a estratégia de deixar o governo Lula sangrar até a eleição de 2026 pode ganhar contornos mais dramáticos. A ver. (fabio.alves@estadao.com) Fábio Alves é jornalista do Broadcast

BDM Matinal Riscala

 Bom Dia Mercado.


Sexta Feira, 27 de Junho de 2.025.


*Mudança da meta entra no debate*


… Dia de PCE nos EUA, o índice de inflação predileto do Fed, que pode dar a Trump mais uma chance de criticar Powell por não reduzir os juros, se vier no consenso, de estabilidade em níveis baixos. Ainda na agenda em NY, é importante o sentimento do consumidor de Michigan e a repercussão da notícia de que Washington já fechou um acordo comercial com a China. Aqui, o IGP-M deve ter forte queda em junho, confirmando a evolução benigna dos preços, após o IPCA-15 surpreender abaixo do esperado. Mas a Pnad Contínua deve mostrar um novo recuo do desemprego, reforçando as pressões do mercado de trabalho. Em SP, Haddad dá entrevista à GloboNews, em meio à derrota do governo com a derrubada do decreto do IOF, que esquenta no mercado o debate da mudança da meta fiscal.


… Reportagem do Valor apurou como opinião consensual de vários economistas que, sem aumento de impostos, é maior a chance de o governo alterar a meta de 2026, fixada em superávit de 0,25% do PIB (R$ 34,3 bilhões), podendo ficar com déficit zero.


… As projeções para o déficit do ano que vem estão em torno de R$ 70 bilhões a R$ 90 bilhões. Apesar de reconhecerem o risco de mudança da meta, não se acredita que o ministro Fernando Haddad deva mexer nisso por ora.


… Já para este ano, há uma convicção de que a equipe econômica conseguirá entregar a meta de déficit zero, mesmo sem o IOF.


… Uma das saídas em estudo é a venda de petróleo do pré-sal em áreas que são contíguas às do regime de partilha na Bacia de Santos e que pode render R$ 15 bilhões este ano. A Câmara aprovou a MP que autoriza o leilão no mesmo dia que derrubou o IOF.


… Na avaliação geral, o foco volta-se agora para a Medida Provisória 1.303, que já foi enviada como parte da reação a um primeiro recuo do governo em mudanças do IOF e que inclui, entre outras coisas, o fim da isenção a títulos isentos, como o LCA e LCI.


… “Se a gente pensar que a derrota no IOF prenuncia a derrota da MP e, se considerarmos que o Congresso está prejudicando o governo com vistas à eleição, aumentam as chances de ganhar força no PT a ideia de mudar a meta”, disse Luis Otavio Leal (G5 Partners).


… Carlos Kawall (Oriz) concorda: “Para este ano, o governo deve cumprir a meta com receitas extraordinárias e algum contingenciamento, mas dadas as dúvidas sobre a MP e a eleição em 2026, acho que aumenta muito a chance de o governo abrir mão da meta.”


… Luciano Sobral (Neo) também vê “grande probabilidade” de a meta de 2026 ser revista, mas disse que o mercado já não está prestando muita atenção nela (e mais na dívida), “desde que o governo começou a excluir coisas do primário para o cálculo da meta”.


… Nos cálculos de Felipe Salto (Warren), mesmo com as receitas adicionais do IOF, a revisão de gastos tributários (ainda não enviada pelo Executivo) e a MP 1303, seria preciso contingenciar de R$ 25 bilhões a R$ 30 bilhões no ano que vem.


… “Sem as receitas novas do IOF e com todas as incertezas em torno das demais medidas, o contingenciamento requerido para cumprir o piso da meta de 2026 (em pleno ano eleitoral) torna-se ainda maior e a probabilidade de mudança da meta é grande.”


… O governo ainda não se manifestou sobre o que pretende fazer após o Congresso romper os acordos, mas, nos bastidores, acirrar essa briga é visto como algo muito perigoso. Alguns ministros pressionam pela judicialização. Lula é quem vai dar a palavra final.


… Em entrevista para comentar a arrecadação, nesta 5ªF, o secretário do Tesouro, Rogério Ceron, disse que a equipe econômica tem até 22 de julho, quando sai o próximo Relatório Bimestral de Receitas e Despesas, para encontrar uma compensação do IOF.


… Segundo ele, se o governo não conseguir encontrar outras fontes de receita, “naturalmente vai ter contenção ainda maior”. O impacto da decisão do Congresso de derrubar o IOF é estimado em R$ 12 bilhões por técnicos da Fazenda.


… No mercado, não houve reação negativa ao revés sofrido pelo governo, que aumenta os riscos fiscais. Pelo contrário, a bolsa subiu e o dólar furou R$ 5,50, aproveitando o embalo externo e a expectativa de Selic alta, enquanto os juros mais longos caíram (abaixo).


FOI ELE – No Estadão, Davi Alcolumbre é quem esteve por trás do movimento de Hugo Motta de pautar a votação do Projeto de Decreto Legislativo em plena semana das festas juninas, que pegou todo mundo de surpresa.


… O presidente do Senado quis dar um xeque-mate no ministro das Minas e Energia, Alexandre Silveira, antigo aliado que virou desafeto. Segundo a jornalista Vera Rosa, não é de hoje que Alcolumbre cobra de Lula a demissão de Silveira, indicado por ele mesmo.


… Os dois romperam após Alcolumbre se sentir traído por Silveira no MME, e o episódio mais recente foi a votação dos vetos de Lula na área de energia, que resultaram em um aumento de 3,5% nas contas de luz e provocaram uma MP de compensação.


… Havia um acordo do Senado com o governo para derrubar os vetos, mas Silveira trabalhou contra e provocou a ira de Alcolumbre, que para atender os lobbies empresariais (e os jabutis) acabou ficando com o ônus da decisão junto à opinião pública.


… Motta atendeu Alcolumbre e, em troca, Alcolumbre votou o aumento do número de deputados, de 513 para 531. É assim que funciona.


MAIS AGENDA – O IGP-M de junho (8h) deve ampliar a queda para 1,04% em junho (Broadcast), após cair 0,49% em maio. As projeções variam de -1,20% a -0,80%. No acumulado em 12 meses, a estimativa indica desaceleração de 7,02% para 5,06%.


… As quedas mais intensas dos preços agropecuários e industriais ao produtor devem contribuir para a forte deflação.


… Às 8h30, o BC divulga a nota de crédito de maio e, às 9h, sai a Pnad Contínua, com a taxa desemprego no trimestre encerrado em maio, que deve recuar de 6,6% (até abril) para 6,3%. Impulsionada pela atividade ainda forte, será a segunda queda no ano.


… O Tesouro divulgará (14h30) o estoque da Dívida Pública Federal em maio, com coletiva às 15h.


… Ainda na agenda, a Aneel define a bandeira da energia elétrica para julho. A ocorrência de chuva em volumes maiores do que os inicialmente previstos ao longo de junho, principalmente na região Sul, altera as perspectivas.


… A maior parte dos especialistas consultados pelo Estadão aponta tendência de acionamento da bandeira amarela, embora alguns ainda trabalhem com o cenário de manutenção da bandeira vermelha patamar 1.


GALÍPOLO – Viaja para Basileia, na Suíça, onde participa da 24ª Annual Conference do Banco de Compensações Internacionais (BIS).


DIOGO GUILLEN – Diretor de Política Econômica do BC participa do Barclays Day in Brazil (11h10).


HADDAD – Ministro tem dois compromissos em São Paulo: às 11, participa de evento aberto na Faculdade de Direito da USP e, às 14h30, concede entrevista ao vivo para a jornalista Andréia Sadi, na GloboNews.


… Em entrevista à Folha, ontem, Haddad citou três cenários em estudo para compensar o IOF: outras fontes de receitas, cortes “para todo mundo” no Orçamento ou ainda recorrer ao Supremo Tribunal Federal (STF) para garantir a validade do decreto de Lula.


NOS EUA – O índice de preços de gastos com consumo (PCE) de maio é o indicador mais importante da agenda lá fora e será divulgado às 9h30. O consenso para o núcleo é de +0,1% (de +0,1% em abril) e +2,6% na base anual (de +2,5% em abril).


… Às 11h, a Universidade de Michigan informa a leitura final do Índice de Sentimento do Consumidor de junho, que é acompanhado pelas expectativas de inflação em um ano e cinco anos, e, às 14h, a Baker Hughes divulga poços e plataformas de petróleo em operação.


… Mais três dirigentes do Fed falam: John Williams, em conferência do BIS (8h30), e Beth Hammack e Lisa Cook, no Fed/Cleveland (10h15).


SAIU O ACORDO – Como quem não quer nada, Trump disse, nesta 5ªF, que os Estados Unidos assinaram o acordo comercial com a China, na véspera (4ªF). Não deu detalhes, mas fez os comentários durante evento na Casa Branca. “Assinamos com a China ontem.”


… Também o secretário de Comércio americano, Howard Lutnick, confirmou em entrevista à Bloomberg TV que o acordo com a China foi finalizado na 3ªF e assinado pelo presidente Trump. Segundo ele, inclui as discussões sobre terras raras.


… O secretário comentou que 9 de julho continua sendo o prazo final para acordos sobre tarifas recíprocas e que os EUA estão muito perto de um acordo com a Índia. Trump também disse que, “talvez”, fechará um acordo com a Índia “em breve”.


CHINA HOJE – O lucro industrial recuou 9,1% em maio, na comparação anual. O resultado representa um tombo em relação a abril, quando teve alta anual de 3%. No acumulado do ano, a queda é de 1,1% contra igual período/2024.


ASSISTINDO DE CAMAROTE – Ao que tudo indica, como a meta fiscal deste ano não corre risco (só a de 2026), o mercado aproveita para curtir agora o momento de decadência do governo Lula na relação com o Congresso.


… “Parte do mercado leu a derrota do IOF como sinal de que o Congresso começa a abandonar o governo e que Lula, já com a popularidade baixa, não conseguirá a reeleição”, disse ao Broadcast o economista Daniel Miraglia (Integral).


… Neste contexto, o investidor pôde desfrutar ontem da melhora no apetite por risco permitida aqui pela surpresa com o IPCA-15 abaixo do esperado e, lá fora, pela chance de escolha antecipada do sucessor de Powell por Trump.


… O dólar furou R$ 5,50, a curva do DI devolveu prêmio de ponta a ponta, ainda que com maior ênfase nos trechos mais longos, e o Ibov recuperou praticamente tudo o que havia caído na véspera com a manobra de Motta no IOF.


… Confirmando os sinais de que a inflação vai se acomodando, ainda que continue estourando o teto da meta, o IPCA-15 de junho (+0,26%) veio menor do que a mediana das apostas e apresentou uma composição benigna.


… A média dos cinco núcleos desacelerou de 0,40% em maio para 0,31%, resultado inferior à estimativa do mercado, de 0,30%. O índice de difusão também perdeu impulso de um mês para o outro, passando de 66,49% para 57,77%.


… Outra boa notícia foi que o IPCA-15 reduziu o ritmo no acumulado em 12 meses, passando de 5,40% para 5,27%, o que contrata ajustes em baixa nas expectativas do mercado para o boletim Focus, que será divulgado na 2ªF.


… Só não dá para ficar tão otimista, porque a inflação roda ainda 0,77pp acima do limite de tolerância (4,5%). “Paramos de cavar, mas ainda estamos dentro do buraco”, resumiu Luis Otávio Leal (do G5 Partners) ao Valor.


… Na prática, o alívio do IPCA-15 não muda a perspectiva de Selic em 15% por “bastaste tempo”. Mas se também os próximos indicadores de preços continuarem sob controle, vão agitar as apostas sobre o timing de um corte do juro.


… Galípolo não quis dizer ontem, em coletiva sobre o Relatório de Política Monetária (RPM), quanto seria “bastante tempo” para o Copom. Preferiu manter o protocolo, insistindo que o target é ancorar a inflação no centro da meta.


… Pelos cálculos do BC, o IPCA em 12 meses deve seguir acima do alvo central (3%) até pelo menos o 4Tri de 2027.


… É lógico que a Selic não vai demorar todo esse tempo para cair. Mas, no momento, o grande desafio do BC é evitar a todo o custo que o mercado especule sobre cortes prematuros do juro, para vencer a guerra das expectativas.


… No fechamento, o DI para Jan/26 marcava 14,930% (de 14,945% no ajuste anterior); Jan/27, 14,185% (contra 14,233% na véspera); Jan/29, 13,300% (de 13,406%); Jan/31, 13,460% (de 13,559%); e Jan/33, 13,580% (13,665%).


… O dólar à vista encerrou o pregão em queda de 1,02%, a R$ 5,4986, de olho no carry trade da Selic nas alturas.


PEGOU O EMBALO – Sem sustos, a inflação domesticada pela potência da política monetária foi festejada na bolsa pelas ações mais sensíveis ao ciclo econômico, como consumo e construção, que dominaram os ganhos do Ibovespa.


… A liderança do ranking de altas do índice à vista ficou com Azzas 2154 (+5,97%, a R$ 40,82), seguida por Grupo Natura (+4,97%, a R$ 10,99), Vivara (+4,26%, a R$ 25,92), TIM (+4,03%, a R$ 21,67) e MRV (+3,63%, a R$ 6,00).  


… O Ibovespa terminou a sessão com ganho de 0,99%, aos 137.113,89 pontos, e giro de R$ 21,9 bilhões. A bolsa teve como motor adicional o rali da Vale (+3,01%; R$ 52,00), que exibiu força superior ao minério de ferro (+0,64%).


… Ainda entre as blue chips das commodities, Petrobras PN avançou 0,80% (R$ 31,46) e ON subiu 0,74% (R$ 34,22), em linha com a valorização do petróleo, que bem devagar vai deixando para trás o tombo recente de dois dígitos.


… O Brent para setembro completou ontem dois pregões seguidos em alta moderada e foi a US$ 66,69 (+0,39%), tendo como drivers o dólar enfraquecido e a queda informada pelo DoE nos estoques semanais da commodity.


… Quanto ao Oriente Médio, a embaixada do Irã em Brasília informou à noite que o país paralisou temporariamente a colaboração com a Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA) e bloqueou inspeção em instalações nucleares.


… Está proibida a entrada do órgão nas principais unidades de enriquecimento de urânio: Fordow, Natanz e Isfahan.


… No NYT, a ONU disse que as centrífugas de Fordow “não estão mais operacionais”, mas que é exagero afirmar que o programa nuclear iraniano tenha sido “aniquilado” após os bombardeios dos EUA e Israel no final de semana.


… De volta ao Ibov, os bancos também contribuíram para a alta da bolsa: Bradesco PN (+0,91%; R$ 16,55); Bradesco ON (+0,84%; R$ 14,31); BB ON (+1,60%; R$ 21,60); e Santander (+0,20%; R$ 29,30). Só Itaú (-0,74%; R$ 36,31) caiu.


O INFLUENCER – As especulações de que Trump pode antecipar a nomeação do sucessor para Powell para setembro ou outubro animaram as bolsas em NY e derrubaram o índice DXY do dólar ao menor nível em três anos em meio.


… Powell não vai sair antes de maio, mas a avaliação que se faz é de que uma escolha precoce do novo nome pode levar o futuro presidente do Fed a se tornar mais influente desde já sobre as próximas deliberações dos juros.


… A Casa Branca respondeu que a decisão sobre quem virá não é iminente, mas que o Trump “tem o direito de mudar de ideia”, enquanto o republicano mantinha a pressão dovish e a sua rotina de ataques contra Powell.


… “Temos que combater esse cara, ele não está fazendo o trabalho”, disse, argumentando que os EUA economizariam US$ 600 bi se o Fed cortasse a taxa em 2pp. Mas as chances de um corte em julho seguem remotas.


… Para Susan Collins, julho é muito cedo, porque o Fed teria só mais um mês para avaliar os indicadores. “Não vejo urgência.” Mary Daly disse nesta 5ªF que “o outono (setembro) parece promissor” para a flexibilização monetária.


… A revisão em baixa do PIB/1Tri dos EUA, de queda de 0,2% para uma retração de 0,5%, reforçou a sensação de que, em algum momento, o Fed mudará seu foco do mercado de trabalho e inflação do tarifaço para o crescimento.


… Confiante de que, nos próximos meses, o BC americano vai começar a se desapegar da abordagem cautelosa e derrubar os juros pelo menos duas vezes este ano, o índice DXY fechou em queda de 0,54%, a 97,147 pontos.


… Com os relatos do desejo de Trump de acelerar o anúncio da sucessão no Fed, o euro subiu 0,39%, para US$ 1,1713, e a libra avançou 0,51%, a US$ 1,3734, ignorando a sinalização do BC inglês de novos cortes de juro.


… O presidente do BoE, Andrew Bailey, disse que a aceleração da inflação criou mais incerteza sobre o cenário de médio prazo, que os juros não estão em um caminho predefinido, mas provavelmente cairão gradualmente.


… Investidores estão apostando em mais dois cortes do juro pelo BoE este ano, de 25pb cada, para 3,75%.


… Nos EUA, a cobrança dovish que Trump não para de fazer, reforçada agora sob a possível nomeação antecipada para o Fed, desencadeou queda na taxa da Note de 2 anos (3,711%, de 3,776%) e de 10 anos (4,240%, de 4,284%).


… Encostados nos recordes históricos, o S&P 500 avançou 0,80%, aos 6.141,02 pontos, a um triz da máxima de todos os tempos (6.144,15 pontos), enquanto o Nasdaq subiu 0,97% (20.167,91 pontos), perto do pico de dezembro.


… Também o Dow Jones registrou valorização firme de 0,94%, a 43.386,84 pontos, animado pelo “próximo Powell”. As bolsas em NY, que mergulharam desde o Dia da Libertação, vão voltando com tudo às suas melhores marcas.


EM TEMPO… Conselho da VALE aprovou, por unanimidade e com parecer favorável do comitê de indicação e governança (CIG), a alteração do Regulamento do Novo Mercado, conforme os 25 itens apresentados pela B3…


… Colegiado de administração da TIM aprovou 19 dos 25 itens da proposta; LOCALIZA aprovou 11; RUMO aprovou seis; e a AZZAS rejeitou todos os itens.


DIRECIONAL aprovou a distribuição de R$ 346,67 milhões em dividendos, o equivalente a R$ 2,00 por ação, com pagamento em 4/7.


COGNA levantou US$ 100 mi com International Finance Corporation (IFC), braço do Banco Mundial para empresas privadas; recursos serão usados para ampliar e modernizar plataforma de educação digital nos próximos três anos…


… Financiamento tem taxa de mercado de CDI + 1,45% e prazo de amortização de seis anos, com pagamento semestral a partir do segundo ano.


YDUQS. Bernardo Augusto Lobão dos Santos renunciou aos cargos de membro do conselho de administração e do comitê de auditoria e finanças para assumir cargo executivo na companhia, com eficácia a partir de 7/7…


… Adicionalmente, como Marina da Fontoura Azambuja, atual diretora de ensino da Yduqs, deixará a companhia, colegiado aprovou a eleição de José Aroldo Alves Junior para assumir cargo de diretor de ensino…


… Silvio Pessanha Neto foi escolhido para assumir cargo de diretor sem designação específica.


ENGIE informou algumas mudanças na diretoria executiva: o atual diretor financeiro e de RI da companhia, Eduardo Takamori Guiyotoku, renunciou ao cargo para assumir a mesma função na subsidiária do grupo Engie no Peru…


… Pierre Auguste Gratien Leblanc foi nomeado para a posição no Brasil…


… Gustavo Henrique Labanca Novo, conselheiro suplente e executivo de carreira, assumirá diretoria de transmissão de energia…


… Guilherme Ferrari, atual diretor de novos negócios, foi indicado para a diretoria de energias renováveis e armazenamento…


… Sophie Quarré de Verneuil, atual diretora de pessoas e cultura, passará a ocupar o cargo de diretora de recursos humanos; Gabriel Mann dos Santos foi nomeado diretor de regulação, estratégia e comunicação…


… Luciana Moura Nabarrete renunciou ao cargo de diretora de pessoas, processos e sustentabilidade para assumir a posição de diretora-presidente da Engie Soluções de Operação e Manutenção (ESOM).

Recomendo

 O portuga mandou muito bem nesse artigo.

No português de Portugal palestiniano = palestino. 

Por: João Antas de Barros 

Gestor e produtor de vinhos. Cabeça de lista pela Iniciativa Liberal no distrito de Viseu.


“Os Filisteus”

O problema de Israel, para as esquerdas atuais, não é o que faz de mal, é o que faz de bem. É o seu sucesso que incomoda. É o seu direito a existir que desafia décadas de dogmas ideológicos.

25 jun. 2025


Há expressões que se tornam ironicamente proféticas. “Filisteus”, termo originalmente usado para descrever um povo do mar que, no início do primeiro milénio a.C., se instalou na faixa costeira sudoeste de Canaã, tornou-se sinónimo, séculos depois, de ignorância cultural e boçalidade ideológica. 


A coincidência, neste caso, não é apenas semântica. É histórica. E profundamente política.


Hoje, “os Filisteus”, ressurgem, não como povo, mas como farsa ideológica. A causa “palestiniana” tornou-se o fetiche favorito das esquerdas globalizadas, um constructo tão frágil quanto conveniente, sustentado por mitos históricos, negação factual e uma retórica visceralmente anti-israelita. Não se trata de apoiar um povo. Trata-se de odiar um Estado. Não é solidariedade, é ressentimento.


A Palestina, enquanto entidade nacional, nunca existiu. É isso mesmo, nunca. A designação “Palestina” foi cunhada pelos romanos no século II d.C., após a destruição do Segundo Templo de Jerusalém em 70 d.C. e a repressão da revolta de Bar Kokhba em 135 d.C. Roma, no seu zelo imperialista, decidiu apagar a presença judaica rebatizando a Judeia como “Syria Palaestina”, numa tentativa de erradicar até o nome do povo que teimava em sobreviver. A escolha do nome, alusiva aos antigos filisteus, entretanto já extintos, foi uma provocação calculada.


Durante séculos, “Palestina” foi apenas uma designação geográfica e administrativa, sob os bizantinos, sob os califados islâmicos, sob o Império Otomano e sob o Mandato Britânico. Jamais existiu como nação, Estado ou sequer projeto político autóctone. Não há reis da Palestina. Não há moeda da Palestina. Não há tratados da Palestina. Não há sequer uma revolta “palestiniana” anterior à criação de Israel. 


Até meados do século XX, os “palestinianos” eram, aliás, tanto judeus como árabes da região.


A nacionalização do termo “palestiniano” é uma invenção moderna, e politicamente oportunista, nascida em resposta à criação de Israel em 1948 e instrumentalizada ao longo das décadas seguintes para servir uma agenda pan-árabe e, mais tarde, pan-islamista.


Seria possível respeitar o sofrimento de populações árabes deslocadas ou o drama de Gaza sem cair na armadilha da falsificação histórica? 


Em teoria, sim. Na prática, a causa “palestiniana” tornou-se o cavalo de Troia perfeito para os rancores ideológicos do Ocidente progressista.

A esquerda, essa mesma que outrora combatia teocracias, defendia sociedades abertas e se orgulhava de ser antitotalitária, rende-se hoje a slogans de rua onde “do rio ao mar” se torna apelo codificado à destruição total de Israel. Há muito que a solidariedade se transfigurou em militância cega. Não contra a opressão, mas contra o “império sionista”. Não em nome da paz, mas em nome da purga.


Os mesmos que se calam perante o massacre de uigures na China, dos mortos no Sudão ou a repressão de mulheres no Irão, são os primeiros a empunhar bandeiras “palestinianas” em Paris, Lisboa ou Londres. Não por amor à Palestina, mas por desprezo a Israel. Porque Israel, laico, democrático, moderno e ocidental, representa tudo aquilo que detestam, sucesso capitalista, identidade judaica resiliente e uma sociedade livre no meio do caos autoritário que rodeia o Médio Oriente.


Há um dado perturbador, o antissemitismo já não se esconde sob cruzes swastikas, mas sob kefiyas e hashtags. Quando académicos universitários se apressam a “descolonizar” o currículo, mas não reconhecem o direito de um povo com 3 mil anos de história à sua autodeterminação nacional, estamos perante um fenómeno claro, o “anti-israelismo” como forma reciclada de ódio ao judeu.


Não é coincidência. É reincidência. O mesmo ódio milenar que acusava os judeus de deicídio ou avareza é hoje traduzido em cartazes que falam de “genocídio sionista” e “apartheid israelita”, distorções grotescas que servem um único fim, demonizar, deslegitimar e, se possível, destruir.


Israel é, para muitos, um incómodo. Um Estado que sobreviveu a guerras múltiplas, boicotes, terrorismo, isolamento diplomático e campanhas mediáticas constantes. Um Estado que, ao contrário dos seus vizinhos, não massacra minorias religiosas, não impõe a sharia, não censura a imprensa, não encarcera opositores políticos. Um Estado que tem árabes no parlamento, mulheres no exército, direitos LGBTQ protegidos por lei e prémios Nobel na prateleira.


O problema de Israel, para as esquerdas atuais, não é o que faz de mal, é o que faz de bem. É o seu sucesso que incomoda. É o seu direito a existir que desafia décadas de dogmas ideológicos. Israel é a única democracia funcional da região e, para muitos, isso é imperdoável.


A retórica “palestiniana”, nas mãos da esquerda contemporânea, é uma arma de arremesso, não contra a ocupação, mas contra a existência.

 Os novos Filisteus não vêm do mar, mas da ignorância militante. Têm cara de ativista de ONG, de colunista de jornal progressista ou de eurodeputado com uma bandeira preta, branca, verde e vermelha. Mas o seu objetivo é o mesmo de outrora, apagar Israel do mapa.


É tempo de desmascarar a fraude. A causa “palestiniana”, tal como propagada hoje, é menos sobre justiça e mais sobre destruição. Menos sobre autodeterminação e mais sobre negação. E os que a promovem, em nome da moral, fazem-no com a cegueira fanática dos verdadeiros Filisteus, os originais, sim, mas revistos e atualizados pela ideologia do ódio disfarçado de compaixão.


“Veritas filia temporis” – A verdade é filha do tempo. E o tempo, implacável juiz da história, vindica aqueles que se mantêm fiéis aos factos contra as fantasias ideológicas.

quinta-feira, 26 de junho de 2025

Contra o Estado

 Contra o Estado, G.K. Chesterton 


O livro traz transcritos dois grandes debates públicos do grande escritor e pensador inglês do século XX em face de dois titulares de Prêmio Nobel de literatura. Daí a ênfase na genialidade de Chesterton (1874-1936) diante de Bertrand Russel (1872-1979), filósofo já celebrado desde o início do século, e Bernard Shaw (1856-1950), dramaturgo de renome internacional, premiados com o Nobel em 1950 e 1925 respectivamente. 

Na época em que o debate público não se cingia apenas aos círculos acadêmicos e políticos de universidades e Parlamento, mas era abrangente e frequente através da intermediação de uma imprensa e rádio como veículos de alta cultura e não apenas de narrativas de grupos de interesses e entretenimento vulgar. Uma imprensa com ideais para além de opiniões a vender.

Ambos os debates, transcritos em livro, ocorreram com transmissão ao vivo pela BBC, em 1927, com Bernard Shaw sobre a propriedade privada e coletiva e o papel do Estado, e com Bertrand Russel, em 1935, sobre a educação pública e privada, ou “Quem deve criar os nossos filhos?”, este já um ano antes do prematuro falecimento de Chesterton.

Aqui vale a pena ter em perspectiva que o grande debate público da época não se restringia apenas as concepções socialistas e capitalistas que caracterizaram a política mundial com a ascensão do sistema comunista soviético a partir de 1905 e 1917, e a consolidação do livre mercado norte-americano com a proteção da competição instituída pelo Sherman Act de 1890. Na verdade, duas concepções bem diversas do princípio da liberdade de iniciativa e do papel do Estado na economia resultaram na terceira via do distributismo como um forte divisor de águas, muito antes das propostas da social-democracia ou da democracia cristã do continente europeu. Todavia se exauriu no transcurso do século com a polarização crescente entre as figuras retóricas do capital x trabalho. 

A doutrina distributivista até a escalada da segunda grande guerra ainda era polo de uma fértil crítica, tanto da centralização da economia planejada pela burocracia do Estado, quanto da concentração ilimitada da renda capitalista. Como vemos, uma questão essencial do conceito de liberdade da ação humana versus as garantias de justiça e equidade como objetos da filosofia política desde a Antiguidade clássica. Tenhamos em tela a recém-editada encíclica Rerum Novarum pelo papa Leão XIII, de 1891, que se consolidou como “doutrina social da Igreja” em 1931, com a encíclica Quadragesimo Anno, do papa Pio XI. Estas, por sua vez, inspiradoras da tese distributivista do economista, crítico, historiador e poeta franco-inglês Hilaire Belloc (1870-1953), lançada pela sua obra O Estado servil, de 1912, e razão da grande admiração e amizade do próprio Chesterton.

Se o primeiro debate com Russell a questão da extrapolada competência do Estado na própria educação das crianças é desmontada pela denúncia de uma simples falácia de espantalho por Chesterton, uma vez que a garantia da sobrevivência física dos futuros cidadãos não abrange a formação do caráter como expressão de virtudes que só aos pais naturais compete prover a seus filhos, no debate com Shaw a questão se amplia incomparavelmente, uma vez a centralidade da propriedade dos meios de produção, das terras de plantio, dos mares dos pesqueiros, da caça das florestas e das minas de minérios nobres, até instrumentos, equipamentos e cabedais dos mestres de artes, profissionais liberais e prestadores de serviços. 

O resumo final de Chesterton é de uma clareza e simplicidade luminares quando, se referindo a Bernard Shaw, conclui que, se a proposta de distribuição do grande autor fabiano inglês é relativa à riqueza, a sua proposta como conservador e cristão, ao contrário, é a de distribuição do poder. 

Trata-se, enfim, de mensagem bastante oportuna para países que, pela omissão de elites ignorantes ou interessadas apenas em acumulação de riqueza, acabam por aumentar o déficit de cidadania do povo para fazer frente aos sanguessugas do estamento burocrático incrustrados nas tetas do estado. 


Rio de Janeiro, Flamengo, 23 de junho de 2025

BDM Matinal Riscala

 *Rosa Riscala: Sem emendas, Congresso rompe acordo*


… A leitura final do PIB/1Tri é destaque entre os indicadores nos EUA, onde a agenda inclui ainda a fala de quatro dirigentes do Fed e uma entrevista “interessante e irrefutável” do secretário de Defesa, Pete Hegseth, como anunciou Trump, no esforço para dissipar dúvidas sobre os danos […]


… A leitura final do PIB/1Tri é destaque entre os indicadores nos EUA, onde a agenda inclui ainda a fala de quatro dirigentes do Fed e uma entrevista “interessante e irrefutável” do secretário de Defesa, Pete Hegseth, como anunciou Trump, no esforço para dissipar dúvidas sobre os danos causados pelos ataques americanos às instalações nucleares do Irã. Aqui, o dia é cheio: IPCA-15, arrecadação da Receita, o resultado primário do Governo Central, o Relatório de Política Monetária do BC, com entrevista de Galípolo (11h), e a repercussão da derrota expressiva do governo Lula com a derrubada das medidas que elevaram o IOF. O PDL passou na Câmara, com placar de 383 votos contra apenas 98, e no Senado. Essa foi a primeira vez que um Projeto de Decreto Legislativo foi aprovado desde o governo Collor.


… Incluída na pauta da Câmara no final da noite de 3ªF, e comunicada por um tuíte de Hugo Motta no X, a proposta foi aprovada em meio a um crescente descontentamento com decisões da equipe econômica e, principalmente, à demora na execução de emendas.


… Deputados e lideranças governistas, e o próprio Planalto, foram pegos de surpresa e acusaram Motta de não ter avisado a mudança na agenda de votações e a escolha de um representante da oposição para a relatoria, o deputado Coronel Chrisóstomo (PL).


… “Fizemos uma reunião de seis horas e todos saíram satisfeitos. Isso [a votação do projeto] foi decidido às 23h30, meia-noite, quando o presidente da Câmara colocou que pautaria hoje. É uma sessão virtual”, disse o líder do governo no Senado, Jacques Wagner (PT).


… Wagner disse que “ainda não sabemos se vamos judicializar a derrubada do decreto do IOF; vamos nos reunir com Lula (hoje)”.


… O Congresso descumpriu acordos firmados naquele domingo, quando Haddad concordou em recalibrar o decreto do IOF aos líderes e presidentes da Câmara e do Senado, e antecipou propostas alternativas que seriam apresentadas por Medida Provisória.


… Para líderes partidários, a derrubada do decreto do IOF confirma que o governo terá dificuldade também para aprovar a MP, que inclui aumento da tributação sobre bets e a cobrança de Imposto de Renda sobre investimentos atualmente isentos.


… Depois, Motta descumpriu o prazo de duas semanas para a votação do PDL, após a Câmara aprovar a urgência. O governo contava com as festas juninas para acomodar as resistências, mas a votação aconteceu mesmo com o Congresso esvaziado.


… Nos bastidores do Congresso, a mudança de tom de Hugo Motta foi influenciada por reveses relacionados a emendas, como os atrasos na liberação dos recursos e novas investidas do ministro Flávio Dino, relator no Supremo Tribunal Federal.


… Em meio à crise do IOF, o governo começou a liberar emendas parlamentares, mas não conseguiu evitar a derrubada do decreto.


… No Estadão, até a 3ªF, 24, foi empenhado R$ 1,7 bilhão em emendas individuais (indicadas por deputados e senadores), a maior parte para a Saúde. Mas as emendas de comissão, que mais interessam a Motta e Alcolumbre, não foram liberadas.


… São os presidentes das duas Casas que organizam a distribuição e definem quais parlamentares serão contemplados, sem atender os critérios de transparência determinados pelo STF. As comissões da Câmara e do Senado assumem a autoria das indicações.


… As emendas de comissão correspondem a R$ 11,5 bilhões e, até agora, nenhum centavo ainda foi empenhado.


… O governo diz que a liberação de emendas foi afetada pelo atraso na votação do Orçamento/2025, só aprovado em março, e pela lei complementar que mudou as regras após as primeiras decisões do STF e entrou em vigor em novembro do ano passado.


… Na 6ªF, Motta e Alcolumbre devem comparecer a uma audiência convocada por Flávio Dino para discutir as emendas parlamentares.


… Congressistas dizem, ainda, que o pagamento de recursos do ano passado feito até o momento não é suficiente e cobram a aceleração das emendas aprovadas em 2025, que somam R$ 50 bilhões, consideradas como “dinheiro novo” para os municípios.


… Responsável pela articulação política do governo, a ministra Gleisi Hoffmann disse que a derrubada da medida do IOF vai exigir novos bloqueios e contingenciamentos, que atingirão R$ 2,7 bilhões a mais em emendas parlamentares, para R$ 9,8 bilhões.


… Além de cobrar a liberação de emendas, líderes do Congresso pedem que o governo corte gastos em vez de aumentar impostos para elevar a arrecadação. Esse é um argumento que cai bem, mas parece claro que não é o fator decisivo.


… O clima eleitoral e as movimentações para 2026 também já atrapalham a agenda do governo. Parlamentares da base governista falam que há uma “insatisfação geral” com o governo no Congresso, independentemente do conteúdo das medidas.


… Horas antes da votação, Motta esteve no lançamento da federação Solidariedade/PRD, composta por parlamentares que apoiaram Lula em 2022 e se distanciaram, e foi ali que disse: “Nós precisamos discutir o que queremos, já vislumbrando as eleições do ano que vem”.


… Já Alcolumbre, ao encerrar a sessão no Senado, disse que parlamentares não aceitarão ofensas por terem votado o PDL que derrubou o decreto do IOF. “Temos 500 PDLs tramitando na Câmara e mais de 80 no Senado. A Câmara e o Senado decidiram votar um.”


… Aprovado pela Câmara e pelo Senado, o projeto não precisa de sanção presidencial e será promulgado.


IR – A Câmara aprovou PL que amplia isenção do imposto de renda para quem ganha até 2 salários mínimos.


… O texto é diferente da proposta do governo que traz alterações mais robustas no IRPF e amplia a faixa de isenção para quem ganha até R$ 5 mil, também relatado por Arthur Lira, e que prevê possíveis compensações.


… O governo sugere, como medida compensatória, a criação de imposto de até 10% para quem ganha mais de R$ 50 mil/mês. É o principal ponto de polêmica na comissão especial criada para deliberar sobre o tema.


… Segundo o plano de trabalho apresentado, a expectativa era de que Lira apresentasse seu parecer amanhã, mas o calendário será adiado, devido ao clima beligerante entre o Congresso e o governo Lula, apurou a Folha.


… Lira disse a interlocutores que, por enquanto, não há clima político para divulgar a proposta.


MAIS CÂMARA – Os deputados ainda aprovaram a MP do crédito consignado para trabalhadores do setor privado, que segue agora para análise dos senadores para continuar valer após o vencimento, em 9 de julho.


… Também vai ao Senado a MP do Fundo Social, que passou na Câmara em votação simbólica. O texto permite que o governo leiloe petróleo e gás excedentes do pré-sal, com um potencial de arrecadação de até R$ 20 bi.


LULA – Saiu em defesa do ministro Haddad e disse que ele trata a economia “com seriedade”. “Nós estamos há quase três anos tentando consertar a economia”, em solenidade que elevou os níveis de mistura dos biocombustíveis aos combustíveis fósseis.


… A uma plateia com diversos empresários, a quem chamou de “companheiros”, o presidente questionou onde estava o “espírito cristão desses empresários, desses dirigentes, desses políticos”? “Onde está a nossa compreensão de fraternidade?”


… Lula disse estar “cansado” de ver empresários reclamando de impostos, mesmo com a carga tributária sendo a menor desde 2021. “Só não falam dos R$ 800 bilhões de dívidas fiscais de desoneração, mas ficam olhando no dinheiro da educação para a gente cortar.”


MAIS GASTOS – Senado também aprovou, ontem à noite, o projeto que aumenta número de deputados na Câmara de 513 para 531.


MAIS AGENDA – O Relatório de Política Monetária do BC (8h) abre o dia, mas o mercado vai esperar pela entrevista coletiva (às 11h) de Gabriel Galípolo e do diretor de Política Econômica, Diogo Guillen, para os comentários.


… Às 9h, o IPCA-15 de junho deve desacelerar a 0,31% (mediana do Broadcast), após alta de 0,36% em maio. As projeções vão de 0,20% a 0,37%. Para a inflação em 12 meses, a mediana indica desaceleração de 5,40% para 5,32%.


… Segundo economistas, a deflação dos alimentos in natura deve moderar os impactos da alta de energia elétrica.


… Já as 10h30, a Receita divulgará a arrecadação de maio (coletiva às 11h) e, às 14h30, o Tesouro divulgará as contas do Governo Central em maio, com coletiva às 15h. A estimativa é de déficit de R$ 42,13 bilhões (mediana), após saldo de R$ 17,78 bilhões em abril.


… A perda de arrecadação, aliada ao aumento das despesas previdenciárias, deve contribuir para o déficit esperado.


PLANO SAFRA – O presidente Lula reúne-se (9h30) com os ministros Haddad, Carlos Fávaro (Agricultura), Paulo Teixeira (Desenvolvimento Agrário) e Rui Costa (Casa Civil) para discutir o lançamento do Plano Safra 2025/2026 e o Plano Safra da Agricultura Familiar.


… O lançamento está previsto para 2ªF, 30, para o Plano Safra da agricultura familiar e para 3ªF, 1º, para a agricultura empresarial.


… Após a reunião, Lula viaja para São Paulo, onde fará a assinatura de atos relativos à solução habitacional na Favela do Moinho às 15h20, que está sendo desocupada pelo governo do Estado. O presidente tem retorno para Brasília previsto para as 17h50.


LÁ FORA – Presidente do BoE, Andrew Bailey, discursa em conferência global anual das Câmaras de Comércio Britânicas (8h). No meio da tarde (15h30), a presidente do BCE, Christine Lagarde, abre evento na Opera de Munique.


… Nos EUA, saem às 9h30: encomendas de bens duráveis, o índice de atividade do Fed/Chicago, pedidos de auxílio-desemprego e a leitura final do PIB/1Tri, que registrou expansão de 2,1% na preliminar. Às 11h, vendas pendentes de imóveis em maio.


… Quatro dirigentes do Fed têm falas previstas para hoje: Tom Barkin (9h), Beth Zamak (10h), Michael Barr (14h15) e Neel Kashkari (20h).


… A entrevista de Pete Hegseth, o secretário de Defesa dos EUA, está marcada para as 9h, após reportagem da CNN divulgar um relatório da Agência de Inteligência revelando que a operação apenas atrasou o programa nuclear do Irã por alguns meses.


MÉXICO – Banxico divulga às 16h, a sua decisão de política monetária.


TRUMP FRITA POWELL EM FOGO ALTO – O dólar ampliava a queda no fim da noite, repercutindo reportagem do WSJ de que o presidente americano estuda antecipar a escolha do novo presidente do Fed para setembro/outubro.


… Powell tem seu lugar garantido no BC americano até maio, mas a estratégia do governo Trump de um anúncio antecipado de seu sucessor pretende desgastá-lo e permitir que o futuro presidente influencie as expectativas.


… O nome escolhido tentaria orientar uma política monetária mais dovish mesmo antes do fim do mandato de Powell, como um “motorista no banco de trás”, na manobra que pode colocar em xeque a credibilidade do Fed.


… Procurada pelo jornal, a Casa Branca defendeu que o Fed deveria buscar uma abordagem voltada ao crescimento.


… Entre as opções de Trump estariam o ex-Fed Kevin Warsh; o diretor do Conselho Econômico Nacional, Kevin Hassett; o secretário Scott Bessent (Tesouro); David Malpass (ex-Banco Mundial), além de Christopher Waller.


… Semana passada, Waller foi o primeiro dirigente do Fed a recomendar que o juro já cai no mês que vem e entra para a lista dos queridinhos de Trump, que continua furioso com a postura de aguardar para ver de Powell.


… “Estamos pagando US$ 900 bilhões a mais por ano por causa desse cara. Acho ele estúpido. Ele é uma pessoa mentalmente muito mediana”, disparou o republicano, voltando a botar pressão por um corte rápido do juro.


FACADA NAS COSTAS – Quebrando a promessa de retomar o tema do IOF apenas no início de julho, a ofensiva do Congresso para derrubar o imposto a toque de caixa, em sessão esvaziada pelas festas juninas, assustou o mercado.


… A votação-surpresa e a jato deu a medida do clima de animosidade presente entre o governo e os parlamentares, resgatou o risco fiscal de volta às mesas de operações, puxou o dólar e a curva do DI e impôs queda ao Ibovespa.


… A tensão política pegou o câmbio em um momento inoportuno, em plena virada de semestre, que levou inclusive o BC à intervenção com o chamado leilão “casadão” para amortecer o efeito da saída sazonal de recurso estrangeiro.


… Só na semana passada, foi registrada uma fuga líquida de US$ 2,623 bilhões pelo canal financeiro, o que levou o fluxo cambial semanal a fechar negativo em US$ 1,787 bilhão, segundo dados divulgados na tarde de ontem pelo BC.


… A atuação do BC com o leilão duplo (spot e swap reverso) não conseguiu evitar a pressão exercida pela turbulência em Brasília, que falou mais alto e levou o dólar à vista a se afastar da faixa de R$ 5,50 e subir um degrau (R$ 5,55).


… No fechamento dos negócios, a moeda americana subia 0,66%, a R$ 5,5551, descolada da queda no exterior.


… Apesar de o Barclays ter alertado sobre a âncora fiscal fraca e pouca expectativa de ajuste relevante pelo governo, o banco mantém visão construtiva para o real e cortou a projeção do dólar de R$ 6,10 para R$ 5,60 no fim do ano.


… O cenário nunca está livre de desafios, mas o mercado está convencido de que o grande trunfo do câmbio ainda é o carry trade da Selic, que o Copom promete manter em 15% por “bastante tempo”, enquanto o Fed quer cortar.  


… Em audiência ontem no Senado americano, Powell reforçou que pretende aguardar os próximos indicadores de inflação para conferir os primeiros impactos do tarifaço, mas disse que os preços estão hoje “em um bom lugar”.


… Deu a deixa para alguns players se arriscarem na aposta de que o juro já possa cair em julho (esta chance cresceu de 18,6% para 24,8% na ferramenta do CME), embora o cenário amplo e majoritário (81,4%) seja de manutenção.


… Diante do espaço aparentemente cada vez mais aberto para o Fed flexibilizar a política monetária, o índice DXY do dólar fechou em queda de 0,18%, a 97,679 pontos, e as moedas europeias aproveitaram para pisar no acelerador.


… O euro (+0,42%) subiu ao pico desde outubro de 2021, cotado a US$ 1,1658, e a libra esterlina ganhou 0,42%, a US$ 1,3666, em máximas que não eram vistas há mais de três anos, desde 2022. O iene recuou para 145,18/US$.


FALTOU COMBINAR – A “traição” de Motta ao governo com o ruído do IOF embutiu no miolo e na ponta longa do DI os riscos de deterioração fiscal, enquanto o trecho curto operou engessado pela Selic que não deve cair tão cedo.


… No fechamento, o DI para Jan/26 marcava 14,940%, na mínima do dia (de 14,944% no ajuste anterior); Jan/27,  14,230% (de 14,201%); Jan/29, 13,410% (de 13,330%); Jan/31, 13,580% (de 13,506%); e Jan/33, 13,680% (13,611%).


… Antecipando a derrota, de lavada, que o governo levaria no placar da votação da Câmara sobre o IOF, também o Ibovespa expressou a situação delicada da equipe econômica, cada vez mais encurralada pela falta de alternativas.


… O índice à vista da bolsa doméstica terminou em -1,02%, a 135.767,29 pontos, com giro de R$ 18,8 bi. Quase 90% das ações fecharam no vermelho, com só 11 papéis em alta. As blue chips do setor financeiro caíram em bloco.


… Itaú (-1,80%, a R$ 36,58); Santander (-1,38%, a R$ 29,24); BB ON (-0,84%, a R$ 21,26); Bradesco ON (-0,49%, a R$ 14,19); e Bradesco PN, -0,84%, a R$ 16,40). Vale recuou 0,12% (R$ 50,48), seguindo o minério de ferro (-0,43%).


… Com fôlego curto, Petrobras testou alta pela manhã, junto com a recuperação do petróleo, mas não conseguiu bancar os ganhos até o fechamento: ON em queda de 0,59%, a R$ 33,97, e PN, – 0,51%, na mínima do dia (R$ 31,21).


… Sem grande impulso depois do tombo acumulado de 13% nos dois pregões anteriores, tudo o que o petróleo Brent conseguiu subir foi 0,80% e continuou operando abaixo da linha psicológica de US$ 70, cotado a US$ 67,68.


… Segundo a Bloomberg, a Rússia está aberta a outro avanço de produção na próxima reunião da Opep+.


… O barril subiu pouco, apesar do clima de incerteza sobre o programa nuclear iraniano.


… A Casa Branca classificou de fake news o relatório confidencial que vazou do Pentágono, indicando que os ataques dos EUA não destruíram completamente as instalações nucleares e apenas atrasaram o programa nuclear.


… Segundo a CIA, informações confiáveis indicam que programa nuclear do Irã foi severamente danificado. Autoridades iranianas confirmaram danos graves nas centrais nucleares atingidas, mas negaram o fim do programa.


… Trump afirmou que manterá negociações com o Irã na próxima semana para pôr um fim às ambições nucleares.


… Também circulam as dúvidas sobre se a “guerra de 12 dias” acabou. Trump disse que “por enquanto sim”, mas admitiu que os ataques podem recomeçar “muito em breve”, com relatos de violação do cessar-fogo pelo Irã e Israel.


FAÍSCAS – Em meio à fragilidade do acordo e ao perigo de que, logo mais, o conflito no Oriente Médio possa voltar com tudo, as bolsas em NY preferiram não arriscar grandes passos, colocando uma dose de cautela no radar.


… O Dow Jones caiu 0,25%, a 42.982,43 pontos; o S&P 500 ficou estável, aos 6.092,16 pontos; e o Nasdaq subiu pouco, só 0,31% (19.973,55 pontos), apesar de pelo menos dois cortes de juro pelo Fed estarem garantidos este ano.


… Sem saber direito o rumo da guerra e do programa de enriquecimento de urânio do governo de Teerã, houve algum apelo pela proteção dos Treasuries, com respectiva queda das taxas, que também responderam ao Fed.


… O juro da Note-2 anos caiu a 3,776%, contra 3,816% na véspera, e o de 10 anos recuou para 4,284%, de 4,297%.


EM TEMPO… O vice-presidente de Riscos do BRADESCO, Moacir Nachbar, renunciou ao cargo para antecipar a sua aposentadoria, depois de mais de 45 anos atuando na instituição financeira…


… O sucessor ainda não foi definido. O banco também não informou se a área de Riscos seguirá como vice-presidência ou se será uma diretoria do conglomerado.


QUALICORP aprovou a distribuição de R$ 1,56 milhão em dividendos, o equivalente a R$ 0,0055 por ação, com pagamento em 17/12; ex em 30/6.


B3. Conselhos de Administração de CVC, Vibra Energia, Ultrapar, Hidrovias do Brasil e Technos rejeitam todas as 25 cláusulas da proposta para revisão do Regulamento do Mercado Novo; Cosan rejeitou 20 dos 25 itens propostos…


… Empresas têm até 30 de junho para votar sobre as medidas.


JBS. Na Nyse, ação da companhia subiu 0,43%, horas depois de Zé Mineiro, patriarca dos Batista, tocar o sino em Wall St para celebrar o processo de dupla listagem. Na bolsa brasileira, os BDRs da empresa subiram 1,23%.

Produtividade é a saída

  O mundo está girando (e rápido): o Brasil vai acompanhar ou ficar para trás? 🌎🇧🇷 Acabei de ler uma análise excelente de Marcello Estevã...