sexta-feira, 10 de outubro de 2025

Luciano Huck e o Will Bank

 Luciano Huck avalia compra do Will Bank, do Banco Master

 

O apresentador de televisão da TV Globo Luciano Huck está avaliando a compra do Will Bank, instituição financeira digital controlada pelo Banco Master, em conjunto com um grupo de investidores, segundo pessoas familiarizadas com o assunto. A Folha reportou nesta quinta-feira (9) que quatro investidores, incluindo fundos de private equity e o estatal Banco de Brasília avaliavam a instituição, que tinha cerca de 9 milhões de clientes em abril. Huck é um desses interessados. O "Domingão com Huck", programa apresentado por Huck na Rede Globo, tem um de seus quadros patrocinados pelo Will Bank, as Willimpíadas. Com estreia prevista para o dia 12 de outubro, o quadro premiará o vencedor com R$ 1 milhão em barras de ouro. As provas, de acordo com material divulgado pelo Will Bank, envolvem testes inspirados em finanças pessoais, com 200 participantes. As conversas entre o Master e o grupo de Huck ainda são em estágio inicial, de acordo com uma das fontes. Procurado pela reportagem, Huck disse por meio de sua assessoria de imprensa que não comentaria o assunto por não ter "nada concreto" neste momento. Criada em 2017 e comprado pelo Master no ano passado, o Will Bank encerrou o primeiro semestre com R$ 14,4 bilhões de ativos, um prejuízo de R$ 244,7 milhões e um patrimônio líquido de cerca de R$ 300 milhões, segundo dados do Banco Central. A venda do Will Bank teria o potencial de reduzir o passivo do seu controlador, o Banco Master, de Daniel Vorcaro. Para honrar depósitos, o Master precisou recentemente recorrer a uma linha emergencial de R$ 4,5 bilhões do Fundo Garantidor de Créditos (FGC), instituição que cobre até R$ 250 mil em depósitos por investidor em caso de falência, liquidação ou intervenção de instituições financeiras. A linha teve vencimento no dia 1 de outubro, mas as tratativas em busca de reduzir o passivo do Banco Master continuam, centradas principalmente numa resolução para o Will Bank. Procurado, o Banco Master não comentou até a publicação desta reportagem,

Master e o BRB

 Banco Master e BRB: diretoria do BC foi unânime ao negar compra por 'falta de viabilidade econômica'

 

A compra do Banco Master pelo Banco de Brasília (BRB) foi negada pelo Banco Central por ausência de documentos que comprovassem a "viabilidade econômico-financeira", aponta documento obtido pelo g1 nesta quinta-feira (9). O BRB e o Master anunciaram a operação em março. Em setembro, mais de cinco meses depois, o processo foi barrado pela diretoria colegiada do Banco Central. O resultado foi anunciado naquele momento, mas os motivos e o detalhamento da decisão nunca foram divulgados. O registro obtido pelo g1 revela que a decisão foi tomada de forma unânime, sem divergências entre os membros do órgão máximo do Banco Central. 🏦A diretoria colegiada é a instância máxima do Banco Central. É composta pelo presidente Gabriel Galípolo e por mais oito diretores. Segundo a decisão, os dirigentes do BC negaram a operação por entenderem que o pedido não contemplava todos os requisitos necessários para a autorização. Mais especificamente: o BC avaliou que os documentos da compra deixaram dúvidas sobre a "viabilidade econômico-financeira do empreendimento". Cade, Câmara do DF e governo tinham dado aval A aprovação pelo BC seria o último passo para a conclusão do negócio, já que o Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) havia dado o aval à operação em junho. A Câmara Legislativa do Distrito Federal também havia aprovado uma lei autorizando a compra – proposta e sancionada em tempo recorde pelo governador do DF, Ibaneis Rocha, defensor da transação. Anunciado em março, o acordo entre os bancos previa que o BRB, uma sociedade de capital e controlada majoritariamente pelo governo do Distrito Federal, adquirisse: 49% das ações ordinárias 100% das preferenciais e 58% do capital total do Master. Nos últimos meses, a atuação do Banco Master preocupou o mercado por sua estratégia de captação arriscada. Decisão completa segue em sigilo Em resposta a um pedido de acesso à informação feito pelo g1, o Banco Central negou a entrega da íntegra dos pareceres que embasaram a decisão tomada pela diretoria colegiada. Segundo o órgão, os documentos analisados trazem dados de operações que são protegidos pelo sigilo bancário, além de informações pessoais e dados patrimoniais, contábeis e estratégicos protegidos pelo sigilo empresarial. "O Banco Central debruça-se exatamente sobre essas informações sigilosas, tendo em vista o dever de os interessados cumprirem as exigências, como a capacidade econômico-financeira dos controladores e a viabilidade econômico-financeira do empreendimento", justificou o órgão. Estratégia arriscada do Banco Master O Banco Master cresceu nos últimos anos, mas com uma estratégia de captação de recursos considerada arriscada por analistas do mercado. O banco oferecia CDBs (Certificado de Depósito Bancário) com taxas muito acima das praticadas por outras instituições, atraindo investidores com base na proteção do Fundo Garantidor de Créditos (FGC). 🔎 O FGC, que protege até R$ 250 mil por investidor, oferece garantia em caso de falência de um banco associado. O fundo é formado pelas próprias instituições financeiras — ou seja, trata-se de um fundo privado que assegura os recursos dos investidores. Portanto, o FGC torna o investimento mais seguro para quem aplica dinheiro em uma instituição associada, enquanto a própria instituição consegue atrair mais recursos graças a esse mecanismo. A prática, considerada de alto risco, levou o BC e o Conselho Monetário Nacional (CMN) a aprovar, no mês passado, novas regras sobre o FGC. Na ocasião, o Banco Central informou à TV Globo que o objetivo das novas regras é “reduzir risco moral ocasionado por instituições que adotam estratégias de captação excessivamente alavancadas e baseadas em captações asseguradas”. A norma entra em vigor em 1º de junho de 2026, com um período de adaptação. O modelo de negócio do Master, que inclui ainda investimentos em ativos de baixa liquidez, como precatórios e participações em empresas, gerou dúvidas no mercado sobre a saúde financeira do banco.

Master e o Will Bank

 Em processo de venda de ativos, Banco Master tem quatro interessados em comprar o Will Bank

 

O Banco Master ganhou um fôlego extra em meio a novas conversas para a venda do Will Bank, controlado pela instituição do banqueiro Daniel Vorcaro, de acordo com fontes familiarizadas com o assunto. Pelo menos quatro investidores demonstraram interesse no banco digital, que tinha cerca de 9 milhões de clientes em abril e conta com forte presença no Nordeste, nas classes C e D. Criada em 2017, a empresa encerrou o primeiro semestre com R$ 14,4 bilhões de ativos, um prejuízo de R$ 244,7 milhões e um patrimônio líquido de cerca de R$ 300 milhões, segundo dados do Banco Central. Entre os interessados, dois fundos de private equity, um brasileiro e um estrangeiro, têm tido conversas preliminares com o Master para avaliar uma potencial compra, de acordo com pessoas a par das negociações ouvidas pela Folha. O banqueiro Daniel Vorcaro, controlador do Banco Master. - Rubens Cavallari - 22.abr.24/Folhapress Outro interessado é um grupo que tem entre os investidores um apresentador de televisão, de acordo com uma dessas pessoas. O BRB (Banco de Brasília), que teve a oferta de compra de R$ 23 bilhões em ativos do Master rejeitada pelo BC (Banco Central) em setembro, já formalizou o interesse em adquirir o Will Bank, mas existe uma dúvida se o BC aprovaria uma eventual nova transação com o banco estatal. O BRB também pode fazer uma parceria com grupos que têm interesse, mas não têm expertise de atuação no mercado bancário. As conversas com potenciais interessados no Will Bank acontecem mesmo depois do vencimento, no dia 1º de outubro, de uma linha emergencial de liquidez que chegou a cerca de R$ 4,5 bilhões, concedida pelo FGC (Fundo Garantidor de Créditos). O FGC tem interesse na venda do Will Bank porque o banco digital tem cerca de R$ 7 bilhões de CDBs (Certificados de Depósito Bancário). A venda diminuiria o passivo a ser honrado no caso de quebra do banco de Vorcaro —o fundo garantidor cobre até R$ 250 mil em depósitos por investidor em caso de falência, liquidação ou intervenção de instituições financeiras. Gestores do Master têm buscado tranquilizar interlocutores do mercado financeiro, sinalizando que o prazo do FGC se estendeu até novembro e que as conversas com reguladores caminham bem. O fundo, no entanto, não confirmou a informação à Folha, dizendo que não comenta sobre instituições financeiras associadas. O Master não atendeu o pedido de informações da reportagem encaminhado na última terça-feira (7) e novamente nesta quinta-feira (9). O processo de aceleração de venda de ativos por Vorcaro é visto como uma tentativa de comprar tempo antes de uma ação mais dura do BC, como a decretação da liquidação do Master. Vorcaro pode ser impedido pelo BC de comandar instituição financeira. O banco e seus gestores são alvo de investigação do Ministério Público Federal por vários indícios de crime contra o sistema financeiro. Como revelou a Folha, a Polícia Federal abriu um inquérito sobre o Master com base em documentação enviada pelo BC. O inquérito é sigiloso e as investigações avançaram nos últimos dias, de acordo com pessoas a par do tema que falaram na condição de anonimato. Folha Mercado Receba no seu email o que de mais importante acontece na economia; aberta para não assinantes. Carregando... No mercado financeiro, a colocação dos ativos à venda está sendo chamada de "saldão" do Vorcaro e tem movimentado os grandes escritórios de advocacia. O prestigioso escritório Machado Meyer já sinalizou nos bastidores que vai atuar para algumas empresas não financeiras interessadas em comprar ativos do Master, sobretudo o Will Bank. Procurado, o escritório não negou a informação e respondeu que "infelizmente não poderia apoiar sobre este tema". Outros escritórios foram acionados para a venda de precatórios (dívidas judiciais) e imóveis de Vorcaro. Entre eles, um apartamento em São Paulo. O controlador do Master também contratou Walfrido Warde, advogado especializado em litígios empresariais e sócio-fundador do Warde Advogados.

IFI e o esgotamento da dívida

 IFI alerta sobre esgotamento das duas principais fontes de financiamento da máquina pública- Valor*


A Instituição Fiscal Independente (IFI), vinculada ao Senado Federal, publicou uma nota técnica alertando para o esgotamento das duas principais fontes de financiamento da máquina pública: tributação e endividamento. A análise aponta para a urgência de repensar a estrutura fiscal brasileira e seus gastos.


*Principais alertas da IFI*


Carga tributária elevada: Subiu de 23,55% do PIB em 1991 para 34,24% em 2024 — considerada alta para países emergentes.


Endividamento crescente: A Dívida Bruta do Governo Geral (DBGG) deve atingir 77,6% do PIB em 2025 e 82,4% em 2026, com tendência de alta até 2035.


Ajuste fiscal necessário: A IFI defende que o ajuste não deve se basear em aumento de impostos, mas sim em redistribuição da carga tributária com foco em equidade.


Desafio federativo: Estados e municípios têm situação fiscal mais favorável que a União e respondem por quase 60% do investimento público total.


Socorro federal aos entes subnacionais: A tradição de a União socorrer Estados e municípios precisa ser revista, pois gera alívio orçamentário imediato, mas aumenta o endividamento futuro.


https://tinyurl.com/25lxc2fw

Bankinter Portugal Matinal

 Análise Bankinter Portugal 


SESSÃO: Poderíamos denominá-lo elegantemente como “estabilização em baixa”, mas, no fundo, é simples fadiga perante os níveis alcançados. Por isso, ontem, as bolsas estiveram francamente fracas, embora não tenham retrocedido de forma chamativa, as obrigações cederem yield, o ouro regressou abaixo de 4.000 $/onça e o USD recuperou bastante (1,158/€) ao atuar como refúgio. 


EMPRESAS. Mais PepsiCola e menos Ferraris. Porque Pepsi bateu expetativas (EPS 3T 2,29 $ -0,8% vs. 2,27 $ -2%) e melhorou guidance (embora pobre: EPS’25 -0,5% desde -1,5%), mas Ferrari dececionou com o seu guidance 2026/2030 e, por isso, caiu -15% sem piedade, portanto baixamos recomendação desde Comprar até Neutral, até que o mercado termine de digerir estes novos objetivos da empresa que também estão abaixo das nossas estimativas. Delta bateu por muito (EPS 2,17 $ vs. 1,55 $ esperado) após o fecho de Nova Iorque. 


GEOPOLÍTICA. China endurece mais as suas restrições para a exportação de terras raras (necessárias para tech, defesa, etc.) mesmo depois do Congresso EUA publicar um relatório a defender mais restrições à exportação de tecnologia para a China. Este jogo de ping-pong deve ser entendido no contexto do encontro direto Trump + Xi Jing Pin de finais de outubro: as ameaças recíprocas servem para se pressionarem mutuamente antes de falarem. No Japão, a Primeira-Ministra in pectore (Takaichi) afirma que o BoJ é responsável pela política monetária, mas que as suas decisões devem alinhar-se com os objetivos do governo. Portanto, temos outra combinação política de um banco central, que neste caso devemos interpretar como pouco provável qualquer subida adicional de taxas de juros (agora 0,50%). Continuamos pendentes de França, mas parece que Macron não consegue ninguém disposto a sacrificar-se como PM. E a entrega dos prémios Nobel: em relação ao Nobel da Paz, as apostas são 70% Corina Machado (Venezuela) vs. 3% Trump, portanto pode ser interessante observar a reação deste último.

  

NY -0,3% US tech -0,2% US semis -0,3% UEM -0,4% España -0,6% VIX 16,4% Bund 2,70% T-Note 4,13% Spread 2A-10A USA=+54pb B10A: ESP 3,24% PT 3,10% FRA 3,51% ITA 3,54% Euribor 12m 2,209% (fut.2,258%) USD 1,158 JPY 176,8 Ouro 3.975$ Brent 64,9$ WTI 61,3$ Bitcoin -0,5% (121.519$) Ether -2% (4.361$)


CONCLUSÃO: Mercado fraco, parecido a ontem, como orientação. Sensação de fadiga, finalmente… a qual pode ser bastante sã. A sessão poderá ser +/-0,2%, por exemplo. Como o governo americano continua parcialmente encerrado, não sairá macro americana federal... mas teremos a Confiança da Universidade de Michigan (54,2 desde 55,1, às 15 h), sendo o mais importante as suas expetativas de inflação a 1 e 5 anos (agora em +4,7% e +3,7%, respetivamente). A semana será dada como terminada de seguida, sem fazer mais esforços por nada, movendo-se a atenção para o fluxo de resultados 3T americanos da próxima semana; principalmente todos os bancos, cujos resultados parece que voltarão a ser bons: na terça-feira, JP Morgan (4,81 $; +9,8%) e Goldman (10,81 $; +28,7%); na quarta-feira, BofA (0,94 $; +15,9%) e M.Stanley (2,06 $; +9,6%)…etc. Isso reanimaria um mercado ao qual convém mais descansar e assentar do que reanimar para continuar a subir.


FIM

BDM Matinal Riscala

 *Rosa Riscala: Governo compra briga após derrota no Congresso*


… Trump obteve uma grande conquista com o acordo de paz entre Israel e o Hamas, que derrubou os preços do ouro e do petróleo, mas ainda não conseguiu dobrar os senadores democratas para acabar com o shutdown. Hoje, a Universidade de Michigan divulga importante indicador, a preliminar de outubro do índice de sentimento do consumidor. O dia lá fora prevê, ainda, a fala de mais dois Fed boys, que tentam sem sucesso imprimir cautela nas apostas dos juros. Aqui, sem dados na agenda, Lula lança o novo modelo de crédito imobiliário, em cerimônia esta manhã, em São Paulo, enquanto o governo compra a briga com a Oposição, após a derrota com a MP alternativa ao IOF.


DAY AFTER – Na primeira reação, a bancada do PT na Câmara apresentou no final desta quinta-feira um projeto de lei para aumentar a taxação das bets de 12% para 24%. A MP 1.303 previa elevação para 18%, mas a proposta foi retirada nas negociações com o Centrão.


… A concessão do relator, deputado Carlos Zarattini (PT), no entanto, não garantiu os votos desses partidos para aprovar a medida.


… O PT pretende mobilizar a opinião pública – já que esta era uma das medidas com maior apelo popular – para pressionar o presidente da Câmara, Hugo Motta, a colocar a matéria em votação. Com a alíquota de 18%, o governo pretendia arrecadar R$ 1,7 bilhão/ano.


… Enquanto busca alternativas, a equipe econômica descarta mudar o Projeto de Lei Orçamentária Anual de 2026, que prevê R$ 40,87 bilhões em receitas administradas extraordinárias, incluindo R$ 20,87 bilhões com a MP do IOF.


… Para este ano, a MP também previa receita extra de R$ 10,6 bilhões e medidas que resultariam em uma redução de despesas de R$ 4,3 bilhões. Técnicos da Fazenda ainda avaliam se serão necessários novos bloqueios e contingenciamentos no Orçamento de 2025.


… O governo tem tempo, até o dia 22 de novembro, quando será divulgado o próximo Relatório Bimestral de Receitas e Despesas.


… Persiste no governo a avaliação de que os líderes partidários quebraram um acordo fechado: aprovar o texto da MP tal qual havia sido votado na comissão mista. Logo cedo, manifestações do presidente Lula e de Haddad estavam repletas de críticas.


… O ministro foi ao X para dizer que “o lobby dos privilegiados prevaleceu no Congresso e derrubou a MP do IOF”.


… Na porta da Fazenda, Haddad acusou o governador Tarcísio de agir para “proteger a Faria Lima”, afirmando que “as mesmas forças que abriram os cofres para tentar a reeleição de Bolsonaro são as que estão agora desorganizando o orçamento”.


… Tarcísio respondeu com um vídeo nas redes sociais, afirmando que a acusação de que ele teria trabalhado pela derrubada da MP “beira o absurdo”. “Tenha vergonha, Haddad”, disse o governador, acusando o PT de “espalhar o ódio em cima de quem pensa diferente”.


… Já o presidente Lula repetiu a uma rádio da Bahia que a decisão da Câmara foi uma derrota para o povo brasileiro, e não para o governo. “Eu liguei para o Haddad e disse: Vamos relaxar e na volta de Roma vou reunir o governo para discutir o que a gente vai propor.”


… Mas Lula citou uma preocupação em específico. “Vamos ver como os bancos, sobretudo as fintechs, vão pagar imposto.”


… O líder do governo no Congresso, senador Randolfo Rodrigues (PT), confirmou que, além das bets, também as fintechs estão na mira.


… No Valor, o governo quer também reeditar a norma que limita as possibilidades de uso de crédito de compensações tributárias e pode render uma arrecadação extra de R$ 10 bilhões em 2026. A proposta já foi negociada com as grandes empresas e não deve sofrer resistências.


… Após o revés na MP do IOF, Haddad desistiu de viajar para reunião do FMI, em Washington, permanecendo em Brasília na próxima semana. Na segunda, a ministra Gleisi Hoffmann, reúne-se com os líderes do governo para decidir como serão encaminhados esses pontos.


A RAZÃO DE FUNDO – Em mais uma pesquisa Genial/Quaest, divulgada nesta quinta, Lula vence em todos os cenários eleitorais no primeiro e segundo turnos. No primeiro turno, tem entre 35% e 43% das intenções de voto e, no segundo turno, entre 41% e 47%.


… Ontem, em visita a Bolsonaro, Ciro Nogueira (PP) voltou a dizer que Tarcísio e Ratinho Júnior são os melhores nomes da direita para 2026.


CRÉDITO IMOBILIÁRIO – O presidente Lula anunciará hoje (10h) o novo modelo de financiamento imobiliário, para corrigir o esgotamento da poupança como fonte dos recursos e criar uma transição para um modelo mais flexível e sustentável.


… A ideia é que, a cada real emprestado no crédito habitacional, os bancos possam usar o mesmo valor em recursos da poupança livremente por até cinco anos, um prazo que seria prorrogável, mediante a concessão de novos financiamentos.


… Hoje, 65% dos recursos do Sistema Brasileiro de Poupança e Empréstimos (SBPE) precisam ser direcionados ao crédito imobiliário, enquanto 20% são recolhidos como compulsório pelo BC e 15% são de uso livre.


… Inicialmente, o BC deve liberar cinco pontos porcentuais do compulsório para o uso das instituições que aderirem ao modelo, com impacto estimado entre R$ 20 bilhões e R$ 25 bilhões no crédito imobiliário.


… Nos recursos liberados, 80% serão aplicados no Sistema de Financiamento Habitacional (SFH), com taxa de juros máxima de 12% ao ano, e os 20% restantes no Sistema Financeiro Imobiliário (SFI), que opera a taxas de mercado.


… O novo modelo será implementado gradualmente até o fim de 2026 e deve entrar em pleno funcionamento em 2027. O período de transição foi um pedido do setor da construção civil, que alertou para o risco de rupturas bruscas no sistema de crédito.


ALTO PADRÃO – No Broadcast, empresários da construção esperam a elevação de R$ 1,5 milhão para R$ 2,25 milhões do valor máximo dos imóveis elegíveis para financiamento dentro do SFH, como novidade a ser incluída na nova política de crédito imobiliário.


… A medida permitiria o financiamento de moradias de maior valor por meio de recursos originados nas cadernetas de poupança, em que as taxas de juros são fixadas em até 12% ao ano, portanto, menores do que as praticadas no livre mercado, acima dos 13% ao ano.


E PUXADINHO – O novo programa também concederá empréstimos de R$ 5 mil a R$ 30 mil para a reforma da casa própria, como uma das apostas do governo Lula para fazer um aceno à classe média nas proximidades do ano eleitoral.


BARROSO – A imprensa já antecipa nomes de prováveis substitutos para o ministro Luiz Roberto Barroso, do Supremo Tribunal Federal, que anunciou sua aposentadoria antecipada na sessão do plenário desta quinta-feira.


… O nome do AGU, Jorge Messias, que tem o apoio do PT, aparece como favorito para a vaga de Barroso. Outros magistrados que seriam cotados: o ex-presidente do Senado Rodrigo Pacheco, o ministro do TCU Bruno Dantas e o ministro da CGU, Vinícius Carvalho.


… Nas vagas anteriores desse mandato, Lula demorou meses para divulgar as escolhas dos ministros Zanin e Flávio Dino.


… O presidente deverá ser pressionado para escolher uma mulher, e um nome à mesa é o de Carol Proner, defendida pelo grupo Prerrogativas. Outro nome feminino que corre fora é o de Edilene Lobo, indicada por Lula para o cargo de ministra substituta no TSE.


… Embora tenha dito que “os sacrifícios e os ônus da nossa profissão acabam se transferindo aos familiares e às pessoas queridas”, Barroso destacou que sua decisão não está relacionada com a “conjuntura atual”, em referência implícita à punição aos ministros do STF.


… Barroso e família tiveram os vistos cassados pelo governo Trump, o que prejudicou, em especial, seu filho, que trabalhava nos Estados Unidos.


SHUTDOWN – Em novas tentativas de votação no Senado americano, os projetos dos democratas e dos republicanos para encerrar a paralisação do governo foram rejeitados, nesta quinta-feira, pela sétima vez. Hoje o shutdown já completa dez dias.


… Trump voltou a ameaçar corte permanente de “programas populares entre os democratas”, dizendo que eles vão “provar do próprio veneno”.


… Na Bloomberg, o Escritório de Estatísticas de Trabalho (BLS) convocou funcionários de volta ao trabalho para concluir o relatório do índice de preços ao consumidor (CPI) de setembro, para publicação até o fim do mês. A data prevista era 15 de outubro.


… Os dados são fundamentais para o cálculo do reajuste dos benefícios da Previdência Social no próximo ano.


PAZ EM GAZA – O gabinete do primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, aprovou o esboço de acordo que já tinha sido validado pelo Hamas para a libertação dos reféns, e anunciou que o cessar-fogo começará nesta sexta-feira.


… O presidente Donald Trump deve viajar ao Oriente Médio no fim de semana para assinatura do acordo de paz, a convite do Egito. Ele também quer estar presente no momento da libertação dos reféns, que está prevista para segunda ou terça-feira.


… Com a entrada em vigor do cessar-fogo, Israel terá um prazo de 24 horas para que suas forças recuem e mantenham o controle limitado a 53% da Faixa de Gaza. A partir desse prazo, o Hamas terá 72 horas para libertar todos os reféns israelenses restantes no enclave.


… O chefe do Hamas, Khalil Al-Hayya, disse ter recebido garantias dos Estados Unidos de que a guerra acabou definitivamente.


… No Brasil, o governo saudou o cessar-fogo em Gaza e reconheceu o “importante papel” dos Estados Unidos no acordo de paz.


TARIFAÇO – Itamaraty confirmou a viagem do ministro das Relações Exteriores, Mauro Vieira, aos Estados Unidos nos próximos dias, depois de receber um telefonema do secretário de Estado americano, Marco Rubio – indicado por Trump para negociar com o Brasil.


… Em nota, o governo informou que o encontro será presencial, em Washington, em data a ser definida. A ideia é “dar seguimento ao tratamento das questões econômico-comerciais entre os dois países, conforme definido pelos presidentes”.


… Na inauguração da fábrica da chinesa BYD, na Bahia, Lula disse acreditar que o impasse com os Estados Unidos será resolvido, mas defendeu as relações com a China. “Não temos preferência por países, o que queremos é estabelecer uma relação civilizada com o mundo.”


… Em outra declaração, o presidente gabou-se de “não ter rastejado quando Trump resolveu gritar com o Brasil”, como queriam os “vira-latas”.


MAIS AGENDA – O anúncio do novo modelo de crédito imobiliário, em SP, às 10h, contará, além de Lula, com a presença de Haddad, furioso com a Câmara, e de Galípolo, que não se dobra à pressão por corte antecipado do juro.


… Economistas têm reuniões trimestrais no Rio, a partir das 9h30, com diretores do BC. Ontem, o IPCA de setembro veio menor do que o esperado (abaixo), mas não alimentou qualquer esperança de a Selic cair em dezembro.


… Do lado da atividade econômica, o IBGE divulga às 9h os dados de agosto da produção industrial regional.


NOS EUA – Entre os raros dados que escaparam ao shutdown, às 11h, sai a leitura de outubro do sentimento do consumidor medido pela Universidade de Michigan, com as expectativas de inflação de 1 anos e 5 anos embutidas.


… Mais dois Fed boys com direito a voto falam hoje: Austan Goolsbee (10h45) e Alberto Musalem (13h30). Mas o mercado tem fingido não ouvir as abordagens cautelosas e segue precificando amplamente um corte de juro este mês e outro em dezembro.


… Às 14h, o petróleo confere os dados da Baker Hughes sobre os poços e plataformas em operação.


OS VILÕES DO DIA – O petróleo enfraquecido pelo acordo de cessar-fogo entre Israel e o Hamas prejudicou por aqui o real, pelo fato de o Brasil ser produtor da commodity, e também a bolsa, já que bateu nas ações da Petrobras.


… Mas tanto no caso do câmbio quanto no do Ibovespa, o investidor também caiu na real de que a derrota da MP alternativa ao IOF, embora possa ser positiva para o trade eleitoral, acentua a percepção de risco fiscal doméstico.


… Este gatilho de cautela ajudou a explicar por que o real fechou ontem com a pior performance entre as moedas latinas, levando o dólar a investir à maior cotação em quase um mês. Fechou em alta de 0,58%, valendo R$ 5,3750.


… Também a pressão externa do dólar influenciou. Mas o exterior teve peso secundário e o receio é de que, em meio aos ruídos nas contas públicas, os efeitos favoráveis do carry trade sobre o câmbio exibam sinais de esgotamento.


… Após o fechamento, o BC anunciou que fará dois leilões de linha na próxima segunda, de até US$ 1 bilhão no total.


… Desafiando o dólar mais caro, os juros futuros aliviaram com a surpresa do IPCA de setembro, que subiu 0,48%, abaixo das expectativas (+0,52%), embora o mercado não se iluda que o BC possa amolecer seu coração de pedra.


… Um corte da Selic em dezembro está fora de cogitação. Na melhor hipótese, o Copom poderá antecipar de março para janeiro o início do ciclo de flexibilização. Enquanto isso, o BC continua pegando pesado em sua comunicação.


… Durante evento ontem, o diretor Nilton David disse que as expectativas de inflação desancoradas são um grande desconforto e que o atual nível de juro é suficiente para trazer a inflação à convergência no horizonte relevante.


… Ou seja, não dá para sonhar tão cedo com Selic abaixo de 15%, enquanto o IPCA ainda estiver estourando a meta.


… De qualquer maneira, o qualitativo do IPCA veio melhor em setembro. A inflação no setor de serviços, que vem sendo alvo de preocupação do BC, desacelerou de 0,39% para 0,13% na passagem contra o mês de agosto.


… Houve também perda de fôlego importante do núcleo de serviços subjacentes, de 0,34% para 0,03%.


… O UBS BB reduziu a estimativa para o IPCA no acumulado do ano de 4,8% para 4,6%, mas considera que as expectativas inflacionárias seguem rodando altas e só prevê a primeira redução na taxa Selic em abril.


… No fechamento, o DI para Jan/26 (14,897%) ficou perto do ajuste de 14,898%; Jan/27 caiu a 14,030% (de 14,098% na véspera); Jan/29, a 13,350% (de 13,440%); Jan/31, a 13,595% (de 13,667%); e Jan/33, a 13,720% (de 13,745%).


O SONHO ACABOU – Já não deu mais ontem para dourar a pílula da derrubada da MP do IOF e a bolsa resgatou o temor fiscal. Além disso, na dobradinha negativa para os negócios teve ainda o petróleo para derrubar o Ibovespa.


… O índice à vista, porém, caiu de forma moderada: 0,31%, a 141.708,19 pontos, com giro de nem R$ 18 bilhões.


… O recuo do Ibovespa foi limitado pelos bancos: Santander +1,32% (R$ 28,31); Bradesco PN, +0,53% (R$ 17,08); Bradesco ON, +0,34% (R$ 14,59); e BB +0,33% (R$ 21,19). Só Itaú registrou leve perda de 0,16%, para R$ 37,18.


… Com o buraco fiscal e o petróleo dando trabalho, a bolsa não conseguiu faturar o IPCA de setembro menor do que o esperado. Destaque de baixa, Petrobras PN perdeu 1,44%, a R$ 30,21, e ON registrou queda de 1,35%, a R$ 32,15.


… Os preparativos para o acordo de paz em Gaza e a troca de reféns derrubaram o Brent em 1,55%, a US$ 65,22.


… Na volta do feriado da China, Vale contrariou a alta de quase 1% do minério e caiu 0,15% (mínima de R$ 59,11).


… Em Nova York, Powell manteve o silêncio sobre a política monetária e o diretor do Fed Michael Barr destacou que as incertezas sobre a inflação e o emprego justificam uma abordagem cautelosa sobre um novo corte dos juros.


… A taxa da Note-2 anos subiu a 3,597%, de 3,586% na véspera, e o retorno de 10 anos foi a 4,145%, contra 4,129%. O alerta de Barr, porém, não abalou a aposta do mercado de que o Fed virá dovish este mês e em dezembro.


… Em leve realização, o S&P 500 caiu 0,28%, a 6.735,11 pontos, e o Nasdaq ficou estável (-0,08%; 23.024,63 pontos), um dia depois dos recordes. O Dow Jones, que tem ficado de fora das máximas, recuou 0,52%, a 46.358,42 pontos.


VIRADO NO JIRAYA – Em queda ininterrupta desde que Sanae Takaichi foi eleita líder governista e se tornou favorita como próxima primeira-ministra japonesa, o iene (153,08/US$) caminha para a maior baixa semanal em um ano.


… Um conselheiro econômico próximo a Takaichi defende que o BC japonês tenha cautela com novos aumentos de juros, apesar de um maior expansionismo fiscal ser uma das marcas registradas da política defendida por ela.


… Outra moeda que continua na onda de baixa é o euro, afetado pela crise política francesa. A nomeação do novo primeiro-ministro deve acontecer hoje, segundo Macron. As apostas estão no socialista Pierre Moscovici.


… Segundo o Macquarie Group, caso um político de esquerda seja confirmado para o cargo, a proposta para solucionar o déficit será a taxação da riqueza, “o que não traria força ao euro”, que ontem caiu 0,54%, a US$ 1,1563.


… A libra esterlina perdeu 0,73%, cotada a US$ 1,3297. A fraqueza combinada de todas estas divisas importantes levou o índice DXY a ampliar os ganhos em 0,62% e romper a linha dos 99,000 pontos, aos 99,538 pontos.


… Mas pouca gente bota fé no dólar. Para o Brown Brothers Harriman, o impulso da moeda americana é reflexo da crise política francesa e da escolha de Takaichi no Japão e não de um cenário mais favorável nos Estados Unidos.


COMPANHIAS ABERTAS – PETROBRAS vai conseguir entregar 35% de toda a demanda por fertilizantes do Brasil quando retomar a produção da UFN III, fábrica do Mato Grosso do Sul, somada às unidades da Bahia e do Sergipe…


… A declaração foi dada pela presidente da estatal, Magda Chambriard.


ELETROBRAS concluiu venda do último ativo termoelétrico de gás natural localizado no Amazonas para a J&F, sucessora da Âmbar Energia no acordo; companhia recebeu R$ 703,5 milhões no fechamento da operação…


… Montante totalizou R$ 3,6 bilhões quando somado aos valores das vendas das demais termoelétricas; empresa ainda tem direito de receber “earnout” (pagamento adicional atrelado a determinadas condições) de R$ 1,2 bilhão.


ENEL SP. A Justiça Federal de São Paulo suspendeu o processo de renovação antecipada do contrato de concessão até a decisão definitiva sobre outro processo analisado pela Aneel a respeito dos apagões em 2023 e no ano passado.


EDP SÃO PAULO fará a sua 20ª oferta pública de debêntures simples, não conversíveis em ações, da espécie quirografária, em série única, no valor de R$ 400 milhões.


HAPVIDA. Norges Bank passou a deter 5,001% das ações ordinárias, o equivalente a 25.159.466 de papéis; dados públicos mais recentes, de 6 de outubro, mostram que o banco não detinha participação relevante na empresa.


CAMIL encerrou o segundo trimestre fiscal de 2025 (junho a agosto) com lucro líquido de R$ 79 milhões, uma queda anual de 33%; Ebitda somou R$ 251 milhões, recuo de 12,9% em relação ao mesmo período de 2024.


CYRELA fez 18 lançamentos imobiliários no terceiro trimestre, que somaram um valor geral de venda (VGV) potencial de R$ 3,41 bilhões, crescimento anual de 38%, segundo prévia operacional.


DIRECIONAL informou que lançamentos somaram R$ 2 bilhões no 3Tri, alta de 54% em relação a um ano antes.

BCB fiscalização

 *Coluna do Broadcast: BC indefere pedido de mudança de controle do BlueBank para Quadrado*


Por Cynthia Decloedt


São Paulo, 09/10/2025 - O Banco Central indeferiu o pedido de transferência do controle do Letsbank, renomeado Bluebank, de Daniel Vorcaro, sócio do Banco Master, para Maurício Quadrado. O executivo, que era sócio de Vorcaro no Master, levou o Letsbank quando desmontaram a sociedade no ano passado. Embora ainda não houvesse aprovado a mudança de controlador, o BC já havia autorizado a alteração da marca.


À VENDA. A perspectiva de não aprovação da transferência do controle aumentou desde abril deste ano, quando o Banco Master entrou nos holofotes da autoridade monetária. O ativo já está, inclusive, entre aqueles que Vorcaro deve colocar à venda em sua tentativa de sobrevida, após o BC rejeitar a aquisição de parte do Master pelo Banco de Brasília (BRB), em setembro.


RECURSO. A decisão do Banco Central de negar a troca de controlador ocorreu antes da rejeição do negócio entre BRB e Master pela autoridade monetária. O Bluebank entrou com recurso e perdeu. A negativa final se deu na mesma data em que o BC vetou a venda de fatia do banco de Daniel Vorcaro. Procurado, o Bluebank não retornou até a publicação. O Banco Central não comentou.


TRUSTEE. Localizado no suntuoso edifício B32 na Avenida Faria Lima, conhecido como prédio da baleia, o Bluebank, tem entre suas controladas a Trustee DTVM, que junto à Banvox, de Quadrado, detinha fundos citados no âmbito da Operação Carbono Oculto, que investigou a movimentação de recursos do crime organizado. Em seguida, a Trustee renunciou à administração dos fundos. Na época, a empresa afirmou não ter nenhuma relação com os investigados na operação.

Produtividade é a saída

  O mundo está girando (e rápido): o Brasil vai acompanhar ou ficar para trás? 🌎🇧🇷 Acabei de ler uma análise excelente de Marcello Estevã...