terça-feira, 26 de agosto de 2025

O silêncio dos universitários

 O silêncio dos universitários.

Pesquisa mostra que metade dos alunos evita discutir temas polêmicos nas universidades por temer perseguição e retaliação. O campus, que deveria ser o lugar das ideias, virou usina de dogmas. - ESP-25/08/2025 

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A verdade incômoda é que, dentro dos muros, os maiores carrascos da liberdade não são reacionários caricatos, e sim a esquerda iliberal hegemônica nas humanidades.

A degradação não foi imposta de fora para dentro. Foi construída por anos de covardia institucional e conformismo ideológico. Diretores coniventes com protestos truculentos; colegiados que chancelam cursos com uma versão única da História; professores que se calam para não perder prestígio ou verbas. A cultura do cancelamento floresce porque encontrou terreno fértil na militância disfarçada de docência e no silêncio cúmplice da administração.

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As universidades vieram à luz como templos da liberdade intelectual, carregando já no nome a promessa de brilhar como um “universo” de saberes, onde ideias rivais se enfrentam sem medo, dogmas são desafiados e consensos só existem enquanto resistem ao fogo do debate. Mas essa promessa foi traída. O câmpus, que deveria ser laboratório do pluralismo, tornou-se casamata da intolerância.


Professores e alunos admitem que se calam por medo das patrulhas ideológicas. Segundo uma pesquisa do Instituto Sivis, 47% dos estudantes brasileiros consultados relutam em discutir assuntos controversos. Os mais afetados são os estudantes que se consideram de centro: 57% deles se autocensuram, contra 43% dos alunos de esquerda e 39% dos de direita. Discussões políticas (39%) lideram o cardápio de temas que costumam ser evitados.


A mordaça não vem de decreto nem da polícia, mas do medo de ser linchado nas redes sociais, sabotado pelos pares, hostilizado em sala de aula. A autocensura se tornou forma mentis. O preço de pensar fora da cartilha é a difamação, o cancelamento e até o veto a pesquisas ou à docência.


Naturalmente, há fanatismos de direita rondando os portões da universidade, tentando minar a legitimidade da ciência e instrumentalizar a ignorância. Mas a verdade incômoda é que, dentro dos muros, os maiores carrascos da liberdade não são reacionários caricatos, e sim a esquerda iliberal hegemônica nas humanidades. Sob a máscara da “inclusão” e da “justiça social”, essa nova ortodoxia impôs um código de fé progressista, em que divergências são escorchadas como blasfêmia. A universidade, que deveria ser antídoto contra o pensamento único, abastardou-se em sua encarnação mais zelosa.


Uma academia sem dissenso não forma lideranças democráticas: fabrica inquisidores de toga acadêmica, adestrados para silenciar o adversário em vez de refutá-lo. A retórica do respeito a grupos marginalizados virou desculpa para marginalizar dissidentes. A depauperação do debate interno repercute na sociedade: onde a discordância vira ofensa, a política degenera em polarização tóxica. Ao abdicar da liberdade acadêmica, a universidade legitima o populismo que diz combater, abrindo espaço para que demagogos de direita se apresentem como paladinos da “verdade proibida”.


A degradação não foi imposta de fora para dentro. Foi construída por anos de covardia institucional e conformismo ideológico. Diretores coniventes com protestos truculentos; colegiados que chancelam cursos com uma versão única da História; professores que se calam para não perder prestígio ou verbas. A cultura do cancelamento floresce porque encontrou terreno fértil na militância disfarçada de docência e no silêncio cúmplice da administração.


Há antídotos. Universidades que adotam a neutralidade institucional – recusando-se a endossar causas políticas ou manifestos partidários – preservam maior diversidade intelectual. Experiências internacionais mostram que regras de convivência, centradas na defesa intransigente da liberdade de expressão, criam ambientes mais férteis para a ciência e mais resilientes a modismos ideológicos. No Brasil, manifestos de intelectuais que denunciam a asfixia do pluralismo são sinais tímidos, mas encorajadores, de resistência. Porém, só terão efeito se acompanhados de reformas institucionais: desde códigos de conduta que protejam vozes divergentes até currículos que ofereçam perspectivas contrastantes, em vez de catecismos disfarçados de disciplinas.


A liberdade de se expressar não é luxo nem bandeira partidária. É a quintessência da vida acadêmica. Sem ela, a universidade deixa de ser espaço de investigação crítica e se converte em megafone de dogmas; deixa de formar cidadãos esclarecidos e passa a moldar militantes biônicos – alienando todo o resto. Uma universidade que cancela palestras, silencia teses e criminaliza a divergência trai sua missão e se torna caricatura de si mesma. Ou as universidades resgatam sua vocação para o livre debate e experimentação de ideias, ou continuarão a se desmoralizar – e se desfigurar – como tribunais ideológicos. E quem perde não são só os acadêmicos – é a própria democracia brasileira.

Bankinter Portugal Matinal

 Análise Bankinter Portugal


SESSÃO: Nem boa, nem má. Natural. O desenvolvimento de ONTEM foi uma realização de lucros espontânea, razoável e modesta, após as fortes subidas de sexta-feira depois de Powell falar em Jackson Hole. Poderá ter sido um pouco melhor na Europa, mas esta limitou-se a deixar-se arrastar por Nova Iorque, sem vontade. As yields das obrigações ampliaram-se de forma testemunhal (preços inferiores) para acompanhar o movimento suave da retração do conjunto do mercado. Saiu um IFO Clima Empresarial na Alemanha um pouco bom (89,0 vs. 88,6 esperado e anterior), mas passou despercebido por um mercado que estava em “modo relaxamento e de deixar-se cair” após Jackson Hole e ainda em pleno agosto. 


Temos como referências práticas (i) mais ataques de Trump à Fed. (ii) Moção confiança sobre o governo francês (8 de setembro), que provavelmente perdera. E estamos à espera de Nvidia, na quarta-feira, no fecho de Nova Iorque (21:30 h), esperando um EPS 1,009 $ (+48%). Por isso, HOJE os Pedidos de Bens Duráveis (13:30 h) não influenciarão quase nada (-4,0% vs. -9,4%), nem a Confiança do Consumidor (15 h) (96,4 vs. 97,2) nos EUA, que são as referências macro do dia e que seriam relevantes em dias e circunstâncias normais. 


Trump continua a pressionar qualquer conselheiro da Fed que não lhe seja útil, tentando agora que Lisa Cook se despeça, acusando-a de irregularidades nas suas 2 hipotecas. É um dos 7 conselheiros permanentes (total de 12 membros rotativos de Fed regionais), mulher de origem afro-americana. Na realidade, provisoriamente, agora são 6 conselheiros até que se incorpore Stephen Miran, que substituirá Kugler, a primeira mulher hispânica na história da Fed e a quem Trump já conseguiu ameaçar vagamente. Os conselheiros da Fed são designados e propostos pelo Presidente, mas devem ser aprovados pelo Senado (e não pela Câmara de Representantes) e o Presidente apenas pode forçar a sua demissão sob “causa objetiva”, que não parece clara neste caso, e que Cook tem intenção de defender. Mas estas pressões políticas agressivas sobre a Fed debilitam as bolsas, obrigações e o USD.


Na França, Bayrou apresentará uma moção de confiança para reduzir o défice fiscal, mas é provável que perca, como Barnier fez há 1 ano, e sejam realizadas eleições novamente. Implica falta de estabilidade política na Europa, aproximando-se a yield da O10A francesa à italiana (ca. 3,65%). Mau para a bolsa europeia, obviamente.


CONCLUSÃO: Tom fraco típico de agosto, com pressões em baixa por Trump vs. Fed e França, além da cautela habitual prévia à publicação de Nvidia e as prováveis subidas nas inflações que serão publicadas na sexta-feira (ALE, FRA, ITA, ESP, PT, PCE nos EUA). Poderia ser um dia de bolsas -0,5%/-1%, obrigações europeias a elevaram as suas yields (i.e., preços fracos) e euro em suave retrocesso (por França).


S&P500 -0,4% Nq-100 -0,3% SOX +0,03% ES50 -0,8% IBEX -0,9% VIX 14,8% Bund 2,74% T-Note 4,30% Spread 2A-10A USA=+59pb B10A: ESP 3,32% PT 3,20% FRA 3,51% ITA 3,62% Euribor 12m 2,113% (fut.2,206%) USD 1,164 JPY 172,0 OUro 3.377$ Brent 68,5$ WTI 64,5$ Bitcoin +0,7% (110.371$) Ether +2% (4.444$). 


FIM

BDM Matinal Riscala

 *Rosa Riscala: Demissão no Fed e alívio com IPCA-15*


Aqui, saem ainda dados do setor externo e Lula faz a segunda reunião ministerial do ano


… O dólar, o rendimento do Tesouro de 2 anos e os futuros do S&P 500 passaram a cair ontem à noite após Trump demitir a diretora do Fed Lisa Cook, a quem vinha pressionando pela renúncia sob acusação de que teria cometido fraude hipotecária. A agenda de indicadores em Nova York é mais fraca, abrindo espaço para a repercussão de mais essa pressão sobre o Fed. Aqui, saem dados do setor externo e IPCA-15, após a pesquisa Focus mostrar nova queda das projeções para a inflação de 2025 e recuo das expectativas para 2026 e 2027, que animaram as apostas em redução antecipada da Selic. Em Brasília, Lula faz a segunda reunião ministerial do ano e anuncia linha de crédito para a indústria.


TRUMP DEMITE COOK – Em carta à diretora publicada em sua rede Truth Social, o presidente americano afirmou não ter “confiança na integridade de Cook”, citando o artigo 2 da Constituição dos Estados Unidos e o Ato do Federal Reserve de 1913.


… O ato permite a demissão justificável, diz Trump em documento. “Eu determinei que há causa suficiente para removê-la de sua posição.”


… O presidente citou a acusação de um aliado da Casa Branca, o presidente do conselho da Agência Federal de Financiamento Habitacional dos EUA, William Pulte, que relata declarações falsas de Cook em pedidos de hipoteca.


… Segundo Pulte, ela teria assinado documento atestando que uma propriedade em Michigan era sua residência principal para o próximo ano. Duas semanas depois, teria assinado outro documento apontando uma propriedade na Geórgia como sua residência principal.


… “O povo americano deve poder ter plena confiança na honestidade dos membros encarregados de supervisionar o Fed. Em vista de sua conduta enganosa e possivelmente criminosa em questões financeiras, eles não podem, e eu não tenho, tanta confiança em sua integridade.”


… Presidentes podem destituir governadores do Fed apenas por “justa causa”, uma situação que abrange três possibilidades: ineficiência; negligência no cumprimento do dever; e má conduta, ou seja, irregularidades no exercício do cargo.


… Não está claro se Cook pretende contestar a demissão judicialmente e buscar uma liminar para sua reintegração enquanto o litígio avança.


… Há poucos dias, Cook disse que não tinha intenção de ser intimidada a renunciar ao cargo e que estava reunindo informações para responder a quaisquer perguntas legítimas e fornecer os fatos. A demissão ocorre após o Depto de Justiça indicar que planeja investigá-la.


… Trump tem sido implacável em seus ataques ao Fed, mas as autoridades monetárias minimizaram a pressão, mantendo a taxa básica de juros estável até o momento, em meio a preocupações de que tarifas e outras políticas alimentem a inflação.


… Em Jackson Hole, porém, Powell sinalizou que a queda dos juros pode acontecer em setembro, diante dos riscos para o mercado de trabalho. A demissão de Cook abre espaço para mais uma indicação de Trump, após a nomeação de Stephen Miran ao lugar de Adriana Kugler.


… Como diretora do Fed, Cook possui direito a voto nas decisões de política monetária. Na reunião do fim de julho, ela defendeu a manutenção dos juros. Nomeada pelo presidente Joe Biden em 2022, seu mandato expiraria apenas em 2038.


TARIFAS À ÍNDIA – O governo dos Estados Unidos confirmou que começará a cobrar amanhã uma tarifa adicional de 25% sobre os produtos da Índia. A medida, que possui algumas isenções específicas, será publicada no Federal Register na data em que entrar em vigor.


… Entre os itens poupados estão artigos de ferro, aço, alumínio e produtos semielaborados ou derivados intensivos de cobre, considerados estratégicos, além de veículos de passageiros, caminhonetes leves e suas respectivas peças.


… Essas categorias já estão sujeitas a regras tarifárias próprias e continuam a ser tributadas por outras medidas em vigor.


… A sobretaxa já havia sido determinada por Trump em ordem executiva de 6 de agosto, sob argumento de que a Índia está importando direta ou indiretamente petróleo da Rússia e que a aplicação de tarifas adicionais “lidará de forma mais eficaz com a emergência nacional”.


… Washington, assim, vincula formalmente a medida à relação comercial entre Nova Délhi e o petróleo russo, enquanto os esforços para um acordo de paz entre Rússia e a Ucrânia parecem estar estagnados.


COREIA DO SUL – Nesta segunda-feira, Trump recebeu o presidente da Coreia do Sul, Lee Jae-myung, na Casa Branca, e apesar dos apelos, manteve a tarifa de 15% sobre os todos os produtos do país importados pelos americanos.


CANADÁ – Já as autoridades do Canadá terão um novo encontro nos Estados Unidos, após terem retirado algumas tarifas retaliatórias de 25%.


… Ao mesmo tempo, o ministro do Comércio Internacional do Canadá, Maninder Sidhu, e o ministro das Relações Exteriores do Brasil, Mauro Vieira, anunciaram ontem a retomada das negociações de um possível acordo de livre comércio entre o país e o Mercosul.


… Segundo o Valor, o Canadá é uma das apostas do Itamaraty para diversificar as exportações brasileiras, no contexto do tarifaço de Trump.


… Já está programada uma missão empresarial para Toronto nos dias 10 a 12 de setembro e prevista uma reunião presencial entre os principais negociadores dos dois países para discutir o acordo bilateral entre Canadá e Mercosul, que deve ser realizada no Brasil.


CHINA RETOMA NEGOCIAÇÕES – Um alto negociador chinês está indo para Washington esta semana, no que poderá ser a primeira rodada de negociações entre os dois países, que buscam estabelecer um diálogo durante a trégua tarifária estendida até novembro (Dow Jones).


… Nesta segunda-feira, Trump ameaçou impor uma tarifa de 200% “ou algo assim” à China caso Pequim recue no fornecimento de imãs.


… Em abril, logo após o anúncio das tarifas “recíprocas” e a escalada mútua de tarifas entre Estados Unidos e China, Pequim optou por restringir as importações de ímãs e terras raras, o que colocou em xeque as cadeias de suprimento americanas.


… Desde o acordo firmado em maio, as exportações de imãs e terras raras têm sido flexibilizadas.


INDÚSTRIA 4.0 – O lançamento do programa, que visa modernizar a indústria e estimular sua produtividade, foi feito em cerimônia fechada no Palácio do Planalto, na tarde desta segunda-feira, com o áudio dos discursos divulgado pela Secretaria de Comunicação Social.


… A nova linha de crédito para a indústria, apresentada pelo vice-presidente e ministro do MDIC, Geraldo Alckmin, terá financiamento do BNDES, que repassará R$ 10 bilhões, e mais R$ 2 bilhões do Fundo de Financiamento de Estudos de Projetos e Programas (Finep).


… Alckmin disse que as novas linhas de crédito para a indústria renovar seu parque fabril já estavam sendo planejadas antes do tarifaço de Trump, que a iniciativa não tem nada a ver com a disputa comercial entre o Brasil e os Estados Unidos.


… O novo programa foi denominado “Indústria 4.0”, com juros entre 7,5% e 8% mais o spread. No caso da linha ofertada pelo BNDES, o spread de crédito terá como base o percentual de 60% de Taxa Referencial (TR) mais 40% referente a juros de mercado.


… Os recursos serão destinados para bens de capital, ou seja, máquinas e equipamentos, que vão fazer com que a indústria brasileira ganhe competitividade, reduza custos e modernize o parque industrial, cuja depreciação está acontecendo de forma mais acelerada.


… O presidente do BNDES, Aloizio Mercadante, também presente à cerimônia, disse que mesmo as empresas tarifadas em menos de 50% pelos Estados Unidos, que tenham 5%, 10% ou 20% de sobretaxa, poderão ter acesso à linha de crédito da Indústria 4.0.


… Mercadante estima que os créditos começarão a ser aprovados a partir do dia 15 de setembro. “A gente vai repassar recursos e o que não for possível a gente faz diretamente. Essa medida, é fundamental, porque não tem crescimento de emprego sem investimento.”


… Também o ministro Fernando Haddad falou, dizendo que o Congresso tem projetos a votar que dariam “ainda mais impulso, mais transparência e mais garantias” para o barateamento do crédito no Brasil. “Se tudo der certo, a gente consegue aprovar este ano.”


… Haddad citou o projeto de inteligência artificial (IA), que já foi votado pelo Senado e deve ser aperfeiçoado na Câmara, e o Regime Especial para Data Centers (ReData), que já está na mesa do presidente Lula, “gerando grande expectativa de investimento no Brasil”.


… Segundo ele, esse novo regime “vai permitir que nós possamos processar os dados brasileiros no Brasil, garantindo soberania digital”.


… Hoje, o presidente Lula faz a segunda reunião ministerial do ano para alinhar as ações do governo na reta final de 2025 (às 9h).


… No site Metrópoles, Lula deve orientar os seus auxiliares na resposta ao tarifaço dos Estados Unidos e pretende ainda divulgar um novo slogan do governo, com mote que explora a defesa da soberania do País.


BOMBA FISCAL – Oposição e Centrão planejam derrubar as medidas compensatórias que cobririam o custo com a isenção do Imposto de Renda para quem ganha até R$ 5 mil por mês, informou a colunista Malu Gaspar, no Globo.


… Líderes da oposição e mesmo de partidos do centro resistem a incluir no pacote a tributação de grandes fortunas, a taxação em 10% sobre dividendos enviados ao exterior e a cobrança para quem ganha acima de R$ 50 mil mensais.


… Além disso, querem desidratar o bônus eleitoral de Lula com a medida, mas vão acabar criando um novo problema fiscal para o governo, já que a renúncia com o projeto é estimada em R$ 100 bilhões.


RECEITAS – O governo agendou para 4 de dezembro o leilão de petróleo do pré-sal, proposto pelo MME a Lula como alternativa para elevar a arrecadação, em meio à resistência do Congresso em aprovar a elevação do IOF.


… Na disputa, que pode render R$ 15 bilhões aos cofres públicos, será oferecida ao mercado a parcela na produção de três campos: Mero, Atapu, e Tupi. O objetivo é antecipar as receitas para fechas as contas de 2026.


A FRAUDES NO INSS – O ministro André Mendonça foi sorteado no Supremo Tribunal Federal relator da investigação sobre o esquema de fraude em descontos associativos de aposentados e pensionistas do INSS, após a PGR questionar a relatoria de Dias Toffoli.


AGENDA – OIPCA-15 (9h) deve recuar 0,21% em agosto, na mediana do Broadcast, após subir 0,33% em julho. As projeções vão de deflação de 0,28% a alta de 0,29%. Para a inflação em 12 meses, a mediana indica desaceleração do ritmo de alta de 5,30% em julho para 4,89% agora.


… A entrada do bônus de Itaipu nas contas de energia elétrica deverá puxar a primeira queda mensal do IPCA-15 desde julho de 2023.


… O número, porém, deverá refletir vetores pontuais, com destaque para a entrada do bônus de Itaipu nas contas de energia. De qualquer modo, será a primeira queda mensal do IPCA-15 desde julho de 2023 e a primeira vez desde fevereiro que o acumulado cai abaixo de 5%.


… Na Focus, as projeções para a inflação de 2025 tiveram a décima terceira queda consecutiva, recuando de 4,95% para 4,86%. Já para 2026, a expectativa passou de 4,40% para 4,33% e para 2027, de 4,00% para 3,97%, após 26 semanas de estagnação.


… Mais cedo (8h30), o mercado prevê déficit de US$ 5,7 bilhões nas transações correntes em julho, após saldo negativo de US$ 5,13 bilhões em junho. As estimativas, todas de déficit, variam de US$ 6,8 bilhões a US$ 4,3 bilhões.


… O superávit comercial da balança de bens deve ser novamente mais do que compensado pelos déficits da balança de serviços e da conta de renda primária em julho, como um reflexo da atividade econômica e da sazonalidade do período, dizem economistas à AE.


… Para o Investimento Direto no País (IDP), a mediana da pesquisa indica entrada líquida de US$ 5,250 bilhões em julho, ante saldo positivo de US$ 2,810 bilhões em junho. As expectativas vão de US$ 3 bilhões a US$ 7,9 bilhões.


… Está ainda na agenda a terceira quadrissemana de agosto do IPC-Fipe, que sai à primeira hora do dia (5h).


… Entre os eventos, destaque para a participação de Alckmin e Haddad no Congresso Aço Brasil 2025 (9h) e para a presença do ministro da Fazenda no final da tarde (17h) na Fiesp, em São Paulo, onde será debatida a relação entre Brasil e Estados Unidos.


NOS ESTADOS UNIDOS – Saem pedidos de bens duráveis em julho (9h30), índice Redbook (9h55), preços de imóveis em junho (10h) e a confiança do consumidor do Conference Board em agosto (11h). Às 9h30, o Fed boy Tom Barkin tem fala prevista.


A ÂNCORA – Coincidindo com as pressões no mercado para um corte antecipado da Selic, a onda de boas notícias da Focus e especulações de que o IPCA-15 pode vir hoje com deflação maior do que a esperada aliviaram a curva do DI.


… Semana após semana, a melhora nas expectativas de inflação, que agora já rodam abaixo do teto da meta, vai esvaziando os riscos de desancoragem e consolida um ambiente de menor percepção de risco nos negócios.


… As chances de o Copom iniciar o ciclo de corte do juro já em dezembro são expressivas (40%-45%), embora o dobro das apostas (quase 90%) se concentre em janeiro, calcula o economista Flávio Serrano (BMG) ao Broadcast.


… Traders vão puxando o call de queda da Selic do segundo trimestre do ano que vem para cada vez mais cedo.


… Em evento promovido pela Esfera em São Paulo, Campos Neto (agora no Nubank) comentou ontem que as condições de curto prazo devem propiciar uma queda de juros para 12% ou 13%. “Ir para 11% já seria otimista.”


… Mas alertou que, para o Brasil ter um juro estruturalmente mais baixo, seria preciso uma mudança na percepção, de tal forma que as pessoas entendam que haverá um novo regime das contas públicas, com maior credibilidade.


… De olho nas novidades positivas do boletim Focus, os juros futuros ampliaram a devolução dos prêmios de risco.


… No fechamento, o DI para Jan/2026 marcava 14,885% (contra 14,897% no ajuste anterior); Jan/27 caía a 13,900% (de 13,956%); Jan/29 recuava a 13,190% (de 13,268%); Jan/31, 13,550% (de 13,625%); e Jan/33, 13,740% (13,806%).


… Paralelamente à sensação de IPCA mais sob controle, o Focus trouxe queda na projeção do dólar deste ano (R$ 5,60 para R$ 5,59), de 2026 (R$ 5,70 para R$ 5,64), 2027 (R$ 5,70 para R$ 5,63) e 2028 (R$ 5,70 para R$ 5,60).


… Sob o clima positivo do Focus, a moeda americana descolou ontem do exterior e fechou em leve queda de 0,19%, cotada a R$ 5,4153. Após o fechamento, o BC informou que iniciará a rolagem de swap para outubro no dia 2/9. 


… Não foi informado o montante a vencer na data. Segundo o BC, as informações serão divulgadas oportunamente.


… Lá fora, em ajuste técnico depois da festa com Powell em Jackson Hole, o índice DXY fechou em alta de 0,73%, a 98,430 pontos, à espera do PCE esta semana. Mas a força do dólar ontem também respondeu ao euro enfraquecido.


… A moeda afundou quase 1%, para US$ 1,1633, depois da manobra política arriscada do primeiro-ministro da França, François Bayrou, que pediu uma votação de confiança no Parlamento no dia 8 para aprovar o orçamento.


… Se ganhar, terá apoio para cortar 44 bilhões de euros em gastos públicos; se perder, perderá junto o cargo.


… A libra esterlina registrou desvalorização de 0,52%, para US$ 1,3452, e o iene recuou para 147,83 por dólar.


A VOLTA – Com o pouco que subiu ontem, só 0,04%, o Ibovespa conseguiu recuperar a faixa dos 138 mil pontos, a 138.025 pontos, e voltou ao melhor nível de fechamento desde o anúncio do tarifaço, segundo o Broadcast.


… Apesar do cenário de incertezas, a bolsa tenta retomar a normalidade. O giro fraco de R$ 15 bilhões continuou, porém, deflagrando ontem a cautela do investidor, que afastou o Ibovespa da máxima do dia, aos 138.890 pontos.


… A tentativa do índice à vista de resgatar os 139 mil pontos foi frustrada pela queda expressiva de 2,20% das ações do BB, que fecharam na mínima de R$ 20,05, em meio aos ataques bolsonaristas contra o banco nas redes sociais.


… Ainda no setor financeiro, Itaú PN caiu 0,51%, a R$ 37,20, e BTG Pactual recuou 0,12%. Já Bradesco ON subiu 0,36%, para R$ 14,01; Bradesco PN registrou valorização de 0,25%, a R$ 16,35; Santander avançou 0,70%, a R$ 27,31.


… Entre as blue chips das commodities, Vale falhou em acompanhar o avanço firme de 2,27% do minério e limitou a alta a 0,24%, negociada a R$ 54,92. Também a intensidade dos ganhos da Petrobras foi menor do que a do petróleo.


… O papel PN subiu 0,59%, a R$ 30,65, e o ON ganhou 0,12%, a R$ 33,06, enquanto o barril do Brent para outubro avançou 1,57%, a US$ 68,80, embalado pelo horizonte de corte de juros do Fed e o impasse Ucrânia/Rússia.


… O destaque positivo na bolsa foi GPA, que disparou 8,98%, para R$ 3,52, diante da ofensiva da família Coelho Diniz pelo controle do conselho de administração, com pedido de convocação de AGE para destituir o colegiado atual.


… As ações da Eneva também chamaram a atenção ontem, com salto de 4,61%, para R$ 14,97, beneficiadas pela perspectiva de um novo leilão de reserva de capacidade, previsto pela União para março do ano que vem.


… Em Nova York, as bolsas passaram por correção depois do rali com Powell e tiveram como gatilho para o ajuste negativo o comentário de Trump de que pretende colocar tarifas sobre os medicamentos “bem rapidamente”.


… Merck cedeu 2,3%, Amgem perdeu 1,8%, Pfizer caiu 2,9%, Moderna recuou 6,5% e Eli Lilly teve queda de 2,3%.


… O Dow Jones fechou em queda de 0,77%, aos 45.282,47 pontos; o S&P 500 perdeu 0,43%, a 6.439,32 pontos, e o Nasdaq caiu 0,22%, a 21.449,29 pontos. Intel recuou 1% após o governo Trump confirmar fatia de 10% na empresa.


… À espera do balanço trimestral desta semana, as ações da Nvidia encerraram o pregão em alta de 1,03%.


… Como as bolsas, também os juros dos Treasuries testaram realização após Jackson Hole e subiram, com a taxa da Note de dois anos a 3,728%, contra 3,692% na última sexta-feira, e a de dez anos a 4,281%, contra 4,257%.


CIAS ABERTAS – Participação da PETROBRAS nos contratos de longo prazo com distribuidoras de gás caiu de 100% para 69% entre 2021 e 2024, segundo dados do Observatório do Gás Natural.


GRUPO PÃO DE AÇÚCAR. Nuveen LLS reduziu participação de 8,24% para 3,81% do total das ações ordinárias.


TELEFÔNICA alterou valor de JCP a ser pago por ação, anunciado em 14 de abril, devido à recompra de papéis, de R$ 0,0777 para R$ 0,0779; valor líquido subiu de R$ 0,0660 para R$ 0,0662…


… Pagamento será feito até 30 de abril de 2026, ex a partir de hoje.


ONCOCLÍNICAS confirmou venda do Hospital Marcos Moraes, no Rio de Janeiro, para a Hapvida, por R$ 5,3 milhões.


HYPERA. BB Investimentos elevou preço-alvo de R$ 25,40 para R$ 25,80, mantendo recomendação neutra; atualização incorporou resultados no primeiro semestre e tendências do cenário macroeconômico atual.


ITAÚSA. O conselho de administração aprovou a sua oitava emissão de debêntures simples, não conversíveis em ações, em série única, da espécie quirografária, no valor de R$ 1 bilhão.


ALLOS. Gestora Fourth Sail Capital atingiu participação acionária de 5,01% na companhia, passando a deter 27.216.600 de papéis.


AMERICANAS. Conselho de Administração elegeu Fernando Dias Soares para o cargo de diretor-presidente da companhia, com mandato iniciando-se em 1º de outubro…


… Assim, Leonardo Coelho, que assumiu o posto em fevereiro de 2023, passará a integrar o comitê financeiro.

segunda-feira, 25 de agosto de 2025

BRB recuando

 O Banco de Brasília (BRB) anunciou uma redução significativa na fatia que planeja adquirir do Banco Master, diminuindo de R$ 48 bilhões para R$ 23,9 bilhões, impactada por uma auditoria que excluiu ativos considerados inadequados, como Certificados de Recebíveis Imobiliários e Fundos de Investimento em Direitos Creditórios, resultando em uma redução de R$ 13,5 bilhões no valor da transação. Essa diminuição gerou um novo comunicado ao mercado, refletindo as dificuldades enfrentadas nas discussões com o Banco Central, que ainda está avaliando a operação. O presidente do BRB, Paulo Henrique Costa, ressaltou que a análise levou mais tempo do que o esperado, mas ainda acredita que a aprovação ocorrerá em breve. Além disso, mudaram regras de governança, excluindo o banqueiro Daniel Vorcaro do grupo de controle.


Esse desdobramento é importante pois altera o valor da aquisição e o perfil dos ativos e passivos envolvidos, refletindo uma reavaliação do negócio perante o contexto regulatório e a situação atual do Banco Master, que não está captando novos recursos desde março. Os principais impactos dessa mudança incluem um ajuste no preço da compra, que deve ficar em torno de R$ 1,8 bilhão, e considerações sobre a saúde financeira do Banco Master, afetando potencialmente a confiança do mercado e a percepção de risco associado à operação e à futura governança do novo banco. A questão do tempo também é crítica, pois a demora na aprovação pode impactar a continuidade das operações do Banco Master.

Reforma e ações trabalhistas

 Ações trabalhistas caminham para novo recorde após a reforma, puxado pela alta no setor de serviços

Especialistas dizem que decisão do STF que derrubou regra da reforma trabalhista motivou aumento de processos; Tribunal relaciona resultado ao fim da pandemia


Por Daniel Weterman

25/08/2025 | 03h00

Atualização: 25/08/2025 | 07h18



BRASÍLIA - O número de ações na Justiça do Trabalho vem registrando um crescimento contínuo e deve bater este ano um novo recorde desde a aprovação da reforma trabalhista, em 2017. Esse movimento vem sendo puxado principalmente pelo setor de serviços. No ano passado, esse setor respondeu por 26,6% dos processos protocolados e atingiu um recorde histórico, com 556.143 casos novos. Até 2021, era sempre a indústria que liderava esse movimento nos tribunais trabalhistas.


Em todo o ano passado, como já mostrou o Estadão, foram 2,1 milhões de ações, o maior patamar desde a reforma. O pico havia sido atingido em 2016, com 2,7 milhões de processos, número que caiu para 1,7 milhão em 2018.


E a tendência de crescimento se mantém este ano. De janeiro a junho, foram ajuizadas 1,150 milhão de ações, ante 1,044 milhão no mesmo período de 2024, incluindo todos os setores da economia. As previsões são de que os novos processos cheguem a 2,3 milhões até dezembro.


De acordo com especialistas ouvidos pelo Estadão, o aumento da participação do setor de serviços nesse movimento se explica pela própria dinâmica da economia. São atividades em alta no País, que ganharam ainda mais impulso após a pandemia de covid-19. Isso movimenta as contratações e demissões e, consequentemente, as ações na Justiça.


Porém, o que mais explica o aumento geral da judicialização, segundo os analistas, foi uma mudança que o Supremo Tribunal Federal (STF) promoveu na reforma trabalhista em 2021.


A reforma determinou que, se um empregado entrar com ação contra uma empresa e perder o processo, tem de pagar as custas de honorários da outra parte e perícias, mesmo sendo beneficiário da Justiça gratuita - ou seja, de baixa renda. O STF derrubou essa parte relativa à baixa renda em 2021, alegando que a norma dificultava o acesso aos direitos e à Justiça.


Para o advogado Paulo Peressin, sócio do escritório Lefosse, que atende empresas na área trabalhista, a decisão do STF é o principal motivo para a alta das ações, incluindo o setor de serviços. Segundo ele, a isenção do pagamento para beneficiários da Justiça gratuita em caso de derrota tira qualquer risco de um trabalhador entrar com uma ação no Judiciário - e não é tão difícil assim se beneficiar dessa Justiça gratuita.


“Hoje, um ex-empregado pode ingressar com uma ação declarando meramente que ele não tem condições de arcar com a despesa do processo e, se a empresa não conseguir demonstrar, provar por A mais B, que ele tem patrimônio, recursos e pode pagar por tudo isso, ele acaba tendo risco zero”, diz o especialista.


Rogério Neiva, juiz do Trabalho, ex-auxiliar da Vice-Presidência do Tribunal Superior do Trabalho (TST) e especialista em métodos de conciliação, também entende que a principal causa para o aumento das ações é a decisão do STF que facilitou o acesso gratuito à Justiça.


“A lógica é: eu não vou pagar para entrar com a ação; se eu perder, eu também não pago, e eu não vou pagar o advogado para entrar com a ação, pois vou dar um pedaço do resultado para ele se eu ganhar. É um sistema de incentivo à judicialização”, diz. “Projetando o resultado do ano com base em 2024, a tendência seria de fechar 2025 com cerca de 2,3 milhões de ações ajuizadas.”



Tribunal relaciona aumento de processos ao fim da pandemia

Para o Tribunal Superior do Trabalho, porém, o aumento do número de ações tem ocorrido porque houve uma queda de processos no período mais crítico da pandemia de covid-19. “Após esse biênio (em 2020 e 2021), o número retomou o patamar pré-pandemia”, disse o tribunal ao Estadão, evitando relacionar o aumento com a decisão do STF sobre a Justiça gratuita.


“A Justiça do Trabalho observa os impactos das decisões judiciais que afetam o acesso ao Judiciário. No entanto, não é possível afirmar categoricamente que a decisão do Supremo Tribunal Federal na (ADI) 5766, em 2021, teve impacto direto no volume de ações na Justiça do Trabalho”, disse o tribunal.


Ainda para o TST, a judicialização do setor de serviços está relacionada com a participação desse segmento no mercado de trabalho. “Em 2024, por exemplo, o setor teve o maior saldo de empregos (915.800, segundo o Caged) e isso se repete neste ano.”


*STF analisa autodeclaração para Justiça gratuita*


Pelas normas do TST em vigor, o trabalhador pode acessar a Justiça gratuita apenas com uma autodeclaração, sem comprovação completa sobre seu patrimônio e renda. Como o Estadão já mostrou, essa situação provoca distorções em processos trabalhistas.


Um estudo coordenado pelo sociólogo José Pastore, professor da Universidade de São Paulo (USP) e presidente do Conselho de Emprego e Relações do Trabalho da FecomercioSP, baseado em casos reais, mostrou, por exemplo, que um empregado ganhou o benefício mesmo possuindo dois veículos BMW avaliados em R$ 800 mil cada e uma motocicleta Harley-Davidson que custa aproximadamente R$ 240 mil. Em outro processo, uma pessoa com salário de R$ 30 mil mensais ganhou a Justiça gratuita ao assinar uma simples declaração dizendo que não possuía condições de pagar os custos.


O Supremo Tribunal Federal julga uma ação sobre a validade da autodeclaração, mas o julgamento está suspenso após um pedido de vista do ministro Gilmar Mendes. Segundo Rogério Neiva, o resultado pode corrigir a distorção, porém, não altera o quadro de aumento de ações na Justiça do Trabalho, pois não mexeria na isenção de pagamentos para beneficiários da Justiça gratuita que perdem os processos.


“É possível que os impactos dessa decisão recaiam para a pessoa de classe média ou classe média alta que hoje ganha R$ 10 mil, R$ 15 mil por mês, diz que é pobre e a empresa tem de se desdobrar para provar que ela não é“, diz. ”Mas, estruturalmente, você não cria a lógica que era a intenção do legislador com a reforma trabalhista, segundo a qual quem litiga sem razão paga o preço.”

Tarcísio de Freitas

 *🗣 Highlights das falas de Tarcísio de Freitas*

Outro patamar. Gente instruída, lúcida, é outro papo.

▪ "Temos de internalizar questão fiscal, precisamos internalizar isso"

▪ "Queremos prosperidade ou dívida para o Brasil?"

▪ "Importante discutir gasto, déficit, trajetória da dívida e segurança pública"

▪ "Presidência da República precisa diminuir o número de ministérios"

▪ "Temos de encarar agenda fiscal, há excelentes nomes para o Ministério da Fazenda"

▪ "Temos que diminuir rigidez orçamentária"

▪ "Devemos discutir desindexação da economia e benefícios tributários"

▪ "Redução da máquina é importante e Congresso daria essas respostas"

▪ "É preciso defender as reformas trabalhista, previdenciária e tributária"

▪ "É importante recuperar harmonia entre os poderes; Congresso é protagonista"

▪ "Queremos ser sempre país do futuro? É preciso que haja liderança"

▪ "Precisamos ver o que a China e Coreia do Sul fizeram nos últimos anos"

▪ "Cenário mundial é de geopolítica substituindo economia"

▪ "Tecnologia e conhecimento vão impulsionar o capitalismo"

▪ "Utiliza Juscelino Kubitschek como exemplo de bom presidente"

▪ "Diplomacia brasileira sempre foi reconhecida, e decidimos deixar isso de lado"

▪ "A questão não é tarifa, é investimento; nos afastamos de discussão sobre OCDE"


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BCB no limite

 ANÁLISE: BC obtém primeira vitória para domar as expectativas longas

Alex Ribeiro De São Paulo

As expectativas de inflação vêm caindo há algum tempo, mas os dados do boletim Focus desta semana registram a primeira vitória do Banco Central para domar as expectativas de inflação de longo prazo. Isso é muito importante porque sinaliza uma maior credibilidade da política monetária.


A projeção mediana de inflação dos analistas do setor privado para o ano de 2027 caiu de 4% para 3,97% na última sexta-feira, depois de ficar estável durante 26 semanas. Há quase um ano não ocorria queda da inflação esperada para um horizonte tão longo. A inflação esperada para 2026 também recuou, pela sexta semana seguida, de 4,40% para 4,33%. E as expectativas para este ano baixaram de 4,95% para 4,86%, na 13a semana consecutiva de queda. A queda das projeções para a inflação deste ano e do próximo, porém, parece estar mais ligada a fatores transitórios, como a desvalorização do dólar ante o real, que deu um alívio nos preços de bens industriais e alimentos. Portanto, reflete menos o aperto monetário, embora — deve-se reconhecer — a Selic nos atuais 15% ao ano seja um dos fatores de sustentação do real. lá a queda nas projeções de inflação para 2027 representa, possivelmente, outra história. Até lá, os ganhos da valorização cambial tendem a ter se dissipado, assim como outros fatores cíclicos que possam estar ajudando a inflação a ficar mais baixa. Uma possibilidade é que os analistas econômicos estejam apenas projetando uma inércia inflacionária mais fraca. Como a inflação de 2026 tende a ser menor que o esperado, os contratos que em 2027 seriam reajustados com base no índice de preços de um ano antes devem ter uma alta mais moderada. Mas há outros sinais de que as expectativas de inflação de longo prazo estão cedendo de forma mais consistente. Embora a inflação esperada para 2028 siga imóvel em 3,8%, quando se considera a mediana (valor mais ao centro das projeções), já há uma queda para 3,76% na média (soma dos percentuais estimados, dividida pelo número de estimativas). Olhando um pouco adiante, para o ano de 2029, a expectativa de inflação também vem apresentando recuo já há algum tempo. Em maio, atingiu um pico de 3,78% e, nesta semana, já está em 3,5%. As projeções de longo prazo são um bom termômetro da batalha para ancorar as expectativas porque, anos à frente, todos os choques que os analistas econômicos antecipam terão se dissipado. Num horizonte tão longo, o que conta basicamente é a credibilidade do Banco Central para controlar a inflação, além de aspectos mais gerais da política econômica, como a política fiscal. Apesar do recuo nas expectativas, o trabalho do Banco Central não está concluído. Todas as expectativas, em todos os horizontes, são maiores do que as projeções do Comitê de Política Monetária (Copom) do BC e superam a meta oficial de inflação, de 3%. Em pronunciamentos recentes, o diretor de política econômica do BC, Diogo Guillen, atribuiu isso ao fato de o mercado não acreditar que a economia vai crescer abaixo de seu potencial, gerando uma capacidade ociosa que permita baixar os preços até a meta. Os dados de atividade nos próximos meses - e a manutenção dos juros altos por muito tempo - podem levar a um estreitamento dessas diferentes visões e, com isso, intensificar o processo de convergência da inflação para a meta.

Produtividade é a saída

  O mundo está girando (e rápido): o Brasil vai acompanhar ou ficar para trás? 🌎🇧🇷 Acabei de ler uma análise excelente de Marcello Estevã...