sábado, 28 de junho de 2025

Riscos diversos

 


Diário de uma vida 2

 Diario de um economista de mercado 2


Falemos da minha experiência em Portugal. Teve prós e contras, como tudo na vida.
Cheguei à Évora num dia ameno de outubro, e o primeiro local que me aloquei foi num monastério da Igreja Católica, ao lado da Universidade de Évora, num quartinho minúsculo, mas dentro das minhas posses. Lá fiquei uns 40 dias me acostumando com a cidadela.

Évora está localizada no centro do Alentejo, meio caminho para Lisboa, a 129 km de distância e da fronteira com a Espanha, em Badajóz. Fica próximo também de Monsaráz, outra fortificação muito interessante. Aliás, a maioria das pequenas cidades naquela região, distritos, possuem um castelo num pequeno monte que seja.

Talvez Évora seja a cidadela mais interessante, cercada por muralhas, com uma das universidades mais antigas da Europa. Lá vivi uma boa temporada, alocado na Universidade de Évora, depois, indo para Lisboa, onde meu filho iria cursar a "poli" de lá, no Instituto Superior Técnico da Universidade de Lisboa, no curso mais concorrido, Engenharia Aeroespacial. Para ingressar neste curso, voce precisa de 19,3 pontos, de 20. E não é que o gajo conseguiu?

Interessante o sistema de ensino na terrinha. Por lá, existe o Exame Nacional, e vce ingressa num "ranqueamento". As escolas, públicas e privadas, concorrem entre si. Importante que se diga que o Bruninho ingressou numa escola pública, o Centro Educativo Gabriel Pereira (foto ao fim). Chegaram, o Bruno e a Lu, no dia 10 de dezembro, 40 dias depois da minha chegada. Bruno já havia perdido 3 meses e meio de aula (sistema de ensino por lá é de setembro a julho do ano seguinte, entre férias de verão, em julho a agosto. Meu filho chegou lá, os diretores da escola, como sempre, se mostraram céticos. Quando viram as notas do menino no Brasil, se engalfinharam pelo aluno. Na verdade, ele havia mandado as aplicações para duas escolas, a Gabriel Pereira e a Severim de Farias. A primeira é considerada padrão em Évora, um modelo, mas a segunda, forte em exatas.

Vejam as estruturas, a Gabriel Pereira, mais moderna, a Severim de Faria, mais antiga e tradicional (abaixo).

Bruninho ingressou no segundo ano do ensino médio (secundário), meio pela metade, e teve que correr atrás, para recuperar as notas. Chegou ao terceiro, em turma especial, já se preparando para o exame nacional.

Ao fim, acabou aprovado com 19,15 para engenharia mecânica, em seguida, obtendo vaga para Aeroespacial.

Interessante. Por este desempenho, a escola Gabriel Pereira elevou seu ranking. Por lá, quanto melhor ranqueada é a escola, mais eles recebem recursos do DGE (Departamento Geral de Educação). Tudo pelo mérito. Quanto melhor a escola, mais ela sobe no ranking, melhor é a sua estrutura. Isso explica o q é a Gabriel Pereira. ☺️






sexta-feira, 27 de junho de 2025

Fernando Cavalcanti 1

 POR QUE A ESQUERDA SE TORNOU TÃO INSUPORTÁVEL


No texto anterior comentei minha perplexidade por perder tantos amigos queridos de esquerda. Sempre por iniciativa DELES.


Neste explicarei o que deu o "bug" no computador mental desse pessoal.


Resumindo em uma frase, é que a esquerda "clássica" se transformou (talvez fosse mais adequado dizer que se DEGRADOU) em esquerda identitária.


Eles mudaram de foco, de paradigma.


Para Marx, a grande questão era a classe econômica: burguesia (isto é, os detentores dos meios de produção) "versus" proletariado (os que só contavam com a sua força de trabalho).


Atualmente, a dicotomia "patrão contra empregado" foi substituída por "maioria contra minoria";


"Minoria", para esquerda, bem entendido, não é um conceito numérico. Aplica-se a grupos sociais que supostamente são oprimidos por outros. E "maioria" os que os oprimem.


"Maioria" seriam os homens, os "brancos", os heterossexuais, e os ricos. "Minoria" seriam os negros e pardos, as mulheres, os homossexuais e os pobres.


Essa mudança de paradigma é que tornou a esquerda de hoje tão agressiva.


Por que aconteceu? Não se sabe ao certo. A explicação mais provável é que, como capitalismo REALMENTE é eficaz em promover a ascensão social, a esquerda ficou desconcertada com o número de proletários que viravam patrões ou (mais abundante ainda) não tinham mais a quem obedecer, como no caso dos profissionais liberais.


O Marxismo partia do pressuposto de que,se vc trabalhava para os outros, nunca, jamais sairia dessa condição. De que o sistema econômico, e seus derivativos da política e da religião, te "acorrentava". Vc, de família proletária, morreria pobre, e seus filhos, netos, bisnetos etc perpetuariam sua miséria eternamente. Sua única saída para não passar mais fome, portanto, era tomar armas e dominar o Estado pela violência.


Aí vc e seus companheiros de jejum forçado se apossariam do "excedente de produção" dos burgueses, e passariam a governar o país, fazendo com que toda a riqueza estivesse a serviço de todos, e não de uma minoria.


Resumindo bem resumido, era isso que aquele idiota do Marx pensava e pretendia. (Rotulo-o de imbecil porque, mesmo vivendo no final do século XIX, período em que a expansão da cultura e incremento salarial estavam promovendo vertiginosa ascensão social, permaneceu cego e aferrou-se à ideia de que o capitalismo era estamental, como uma nova versão do feudalismo.)


Acontece que a realidade foi contrárias às ideias de Marx. Onde o capitalismo chegava com efetividade os pobres ascendiam.


Foi assim que nos EUA, no Canadá, em todos os países da Europa Ocidental, no Japão, na Coréia do Sul etc acabaram-se os famintos. Vc podia ser pobre, claro, nesses países. Mas, se trabalhasse duro e não desperdiçasse seu dinheiro, sua ascensão social era garantida.


Aposto, inclusive, que a imensa maioria de vcs, que me lêem, não nasceu em "berço de ouro". Que têm um histórico de pais que "ralaram" muito para dar a vcs condições de serem o que são agora. E vcs, hoje, vivem dignamente. Essa é a magia do tão denegrido capitalismo.


Essa disseminação da prosperidade deixou os políticos e intelectuais da Esquerda, em países ricos, numa encruzilhada.


Tipo: "E agora? Não podemos mais ficar defendendo a tomada dos excedentes de produção, pois a maioria da população virou burguesa. A luta de classes perdeu o sentido. Precisamos descobrir algum conceito para substituir o de burguesia."


E assim, numa incrível sacada, substituíram o proletariado pela "minoria" no lugar de oprimido.


É essa a raiz do ambiente agressivo e tão desagradável em que vivemos hoje.


Os detalhes darei no próximo texto, pois vi que esse ficou grandjinho. E no mundo de hoje ninguém tem mais paciência para "textões".


Na verdade, não sei como vcs me aguentam. 😉😂

Fernando Cavalcanti 2

 POR QUE A ESQUERDA SE TORNOU TÃO INSUPORTÁVEL (Parte II: ÉRAMOS TÃO FELIZES)


Fiquei agradavelmente surpreso de ver o número de leituras e, mais significativo, de compartilhamentos do texto anterior. Provaram que o assunto é incômodo para muitos, não só para moi. E que explicações sobre ele geram interesse.


Parênteses: Na verdade, em redes sociais percebo que o número dos que nos lêem, se se trata de temas polêmicos, é sempre muito superior ao dos que curtem ou comentam. Às vezes vc publica um texto, pensa que passou despercebido, e uns dez anos depois alguém te diz "Ah, mas vc diz que tal coisa é assim e assado...". E vc descobre que ela, SIM, leu aquele seu texto aparentemente obscuro. Apenas não denunciou sua presença com comments ou emojis. Geralmente é porque teve reservas ao que eu disse. Mas gostou de outros pontos. Então ficou indecisa, naquele dilema: "E agora? Boto like ou dislike? Gostei do que Fernando comentou sobre tal ponto, mas  aquelas outras opiniões dele são chocantes. Se eu curtir o texto, vão achar que concordo 100% com ele. " E a pessoa termina não postando nada. E eu penso que ela nem tomou comhecimento. É engraçado, né? Rs!


Mas chega de digressões. Nosso papo é Esquerda, essa desgraça.


Estava explicando no texto anterior que eles mudaram de foco, e por isso se tornaram tão insuportáveis.


Sinto isso na pele. Literalmente. Tenho saudades de tantas amizades queridas, que me abandonaram.


Enquanto a questão era ser patrão ou empregado, a gente convivia numa ótima. Discutíamos política sem ver uma discordância doutrinária como algo grave.


Mas a partir do momento em que a esquerda substituiu proletário por "minoria" no papel de oprimido, as brigas se maximizaram.


Explico: Se vc tem ou não tem dinheiro importa pouco num debate ideológico. Mas, se a questão "pula" para raça, sexo, origem ou preferências eróticas, o negócio vira potencialmente explosivo.


Dinheiro vc tem ou não, e pode adquirir.


Mas ninguém muda de sexo, cor, origem ou tesão.


E, se vc achar que o outro é um "opressor natural" por conta de tais fatos, desgraçou tudo.


Seu suposto opressor vai ter que viver te pedindo desculpas por existir. Se não o fizer, comprovará (na ótica distorcida, doente, da esquerda) que é, deveras, um malvadão.


Tipo: "Como é que é? Ele é branco, homem, hetero, nasceu em tal lugar/condição e mesmo assim quer negar que é um privilegiado? Que monstro!"


Vira um ponto de celeuma MORAL. Essas questões que vc não tem como mudar. E por isso, dia a dia, gerarão situações problemáticas.


Vou exemplificar.


Eu tinha uma amiga que paquerava, a M.... Sem grandes expectativas, por ela morar longe. (Se a lady valer muito a pena, OK, mas é sempre complicado.) Mas, enfim, eu a paquerava.


Chamava-a de minha linda mulata, minha marrom, minha sapoti etc. E ela adorava. Retribuía denominando-me seu vampirinho, seu desbotadinho, seu papel ofício etc. Rolava um delicioso clima de sedução mútua entre nós, potencializado pelo fator tom de pele.


Um dia, do nada, ela me ordenou que nunca mais a chamasse de mulata. Explicou que DESCOBRIRA que era um termo racista, que advinha de mula.


Retorqui que nunca tivera má intenção, pelo contrário. E que essa suposta origem denegridora do termo estava perdida nos séculos, e devia ser ignorada.


Debalde. Ela continou exigindo que eu suprimisse o termo. Recusei-me (aquariano, vcs sabem, nunca dê ordens, que o efeito será o oposto) e nunca mais nos falamos.


Pensem num rompimento ridículo!


E minha amiga K...?


Meu Deus, como nos deliciávamos avec nossa amizade! Era tão culta, bem-humorada e gatinha! Creio que só não namoramos por acaso. Ela anunciou que viria a Recife cerca de um mês antes de conhecer seu futuro marido.


Ao chegar aqui, já estava apaixonada. Levei-a para comermos ostras com vinho branco, ela até publicou no Face, e (soube depois) as migas "votaram" em mim . Rs! Mas ela pensava no seu atual marido. Na época, achei um tremendo azar. Hoje vejo que foi sorte.


Pois K..., que tinha uma ideia light da dominação masculina, virou uma fanática que enxergava machismo em tudo.


Para ela, por exemplo, Dilma só caiu por ser mulher. E nos estertores de seu governo, quando admitiu, em busca de votos, um ministro do trabalho idoso, casado com uma mulher jovem que exibia despudoradamente seus seios siliconados, ficava revoltada quando a gente dizia que a mulher era uma prostituta. "Sororidade", vcs sabem.


Quando lhe falei sobre esquerda identitária, surtou. Disse que não era degradação, era PROGRESSÃO da esquerda. E deixou de falar comigo. Alegou que tinha "descoberto" meu secreto machismo.


Esse negócio de "descobrir" que a outra pessoa, no fundo, é má, é típico da Nova Esquerda. Assim se acabaram tantas amizades.


Vejam meus amigos gays... Eu tinha um monte!


Dava-me fantasticamente bem com eles. Temos vários gostos em comum. Ficavam até brincando que eu era um gay que não tinha me descoberto. Eu explicava que já tinha "provado" mulher, sorry, e tinha apreciado muito. Too late. Não podia mais dispensar. Kkkkkkkkkk!


Todos ríamos e nos aceitávamos tão bem, poxa!


Então veio a eleição retrasada, e votar no Bolsonaro passou a ser encarado por eles como uma ofensa inadmissível.


"VOCÊ, Fernando, um homem tão culto, não pode votar num político que é tão homofóbico! Vc entende a gravidade do discurso dele! Se vota, é porque, no fundo, é como ele!!!"


(Que ódio tenho desse papo de "NO FUNDO"! Elimina qualquer debate. Feito aquele conceito de "lugar de fala".)


Por mais que eu lhes falasse em figuras de linguagem e em voto por conjunto de ideias, não pontos específicos do discurso, eles não se conformavam. E os perdi quase todos.


A esquerda identitária é assim. Ou tudo ou nada.


Se vc não rezar pela cartilha dela é racista, machista, homofóbico, eurocentrista ou coisa que o valha.


A esquerda clássica via a burguesia como um espaço a ser conscientizado. Vc podia "ADERIR" ao movimento, entendem? Feito Bakunin, nobre e rico, que virou um dos mais entusiasmados e reverenciados revolucionários comunistas.


Mas, pela Nova Esquerda, Identitária, o negócio é imutável.


Vc, meu caro homem, meu caro branco, meu caro hetero, meu caro nascido em país rico (ou pior ainda, vivendo em país pobre não sendo pobre), nunca terá como mudar sua condição. Precisará passar o resto de sua vida baixando a cabeça por isso, VISSE?


Ora, que vão para o diabo, que os carregue!


Uma das frases que mais me deram ódio de ouvir, ultimamente, foi "Se vc vc não tem sangue negro nas veias, tem esse sangue nas mãos."


Imbecis da esquerda, para começar, no Brasil praticamente todo o mundo tem algum sangue negro nas veias!!!


Em segundo lugar, em geral quem não tem nenhum sangue negro ou índio nas veias é a galera "colona", gente cujos antepassados chegaram neste lixo de país por desespero, só porque iam morrer de fome na terra natal.


Esses desgraçados proletários ralaram horrores para seus descendentes hoje terem sua condição digna atual.


E vocês os recriminam por sua tez pálida??? Esses netos de infelizes??


Isso é louco, é mórbido, é doentio.


Mas a Esquerda identitária é assim, insana.


Por isso está tão desagradável viver.


Morro de saudades da época em que eu adorava meus amigos de esquerda, e eles me adoravam.


Mas a punição desses novos fanáticos chegará.


A Direita cresce em todo o mundo. Terceira Lei de Newton. Onde é contida é na marra, como no Brasil.


Tenho fé em Deus que essa Esquerda que dissemina o ódio a pretexto de combatê-lo terminará sendo expurgada.


E voltaremos a conviver em paz.


Direita e Esquerda, como adversários, não inimigos figadais.


Não é impossível. Já presenciei isso.


Éramos tao felizes!

Captações externas

 *COLUNA DO BROADCAST: EMPRESAS BRASILEIRAS CAPTAM AO MENOR CUSTO HISTÓRICO NO EXTERIOR*


Por Cynthia Decloedt


 São Paulo, 27/06/2025 - As companhias brasileiras que buscam recursos no mercado de dívida externo estão sendo privilegiadas no movimento de rotação que os investidores estrangeiros estão fazendo em suas carteiras, diminuindo a exposição a ativos norte-americanos e alocando em outros países. O pano de fundo é a queda na frequência de muitas delas nesse mercado, dado que o mercado de dívida local ganhou musculatura e passou a concorrer em prazo e capacidade de absorção de ofertas de montantes elevados de papéis.


*QUEM FOI*. Gerdau foi a primeira a cravar no início de junho um custo recorde de baixa em captação feita no exterior por uma empresa brasileira, quando levantou US$ 650 milhões. O feito foi renovado essa semana pela JBS USA, que emitiu US$ 3,5 bilhões em títulos garantidos pela matriz brasileira. Ambas são consideradas companhias de primeira linha e baixo risco. Mesmo o Tesouro Nacional captou US$ 2,750 bilhões, também no início de junho, com prêmio próximo as mínimas históricas e a maior demanda por seus papéis registrada em sete anos.


*VALE A PENA*. De acordo com um banqueiro que preferiu não se identificar, o prêmio médio exigido pelos investidores para comprar bonds de empresas brasileiras de primeira linha está em território negativo dado o apetite dos estrangeiros em alocar no País. "Diria que mais empresas poderão captar com prêmios recorde de baixa", afirma.


*CONCORRÊNCIA*. Muitos desses grandes emissores que eram frequentes têm feito parte de suas captações no mercado de dívida local, como Vale e Petrobras, entre várias outras. "O investidor estrangeiro vê a operação e faz ordens grandes, porque não sabe mais quando a companhia vai voltar", afirma outro banqueiro.


*VOLUME*. De janeiro até agora, as empresas captaram US$ 20,250 bilhões no mercado de dívida externa e há possibilidade de outras companhias aproveitarem o apetite externo antes das férias do Hemisfério Norte, em agosto. O volume emitido de janeiro a julho de 2024 foi de US$ 11,8 bilhões. Além da JBS USA, emitiram Raízen (US$ 750 milhões) e Latam (US$ 800 milhões) esta semana.

Investimentos na B3

 *ESPECIAL: INVESTIMENTO ESTRANGEIRO NA B3 NO 1º SEMESTRE É O MAIOR DESDE 2022 E DEVE CRESCER*


Por Caroline Aragaki e Maria Regina Silva


 São Paulo, 27/6/2025 - O primeiro semestre de 2025 caminha para ser o melhor em termos de ingresso de capital estrangeiro na Bolsa brasileira em três anos. A expectativa é de que o fluxo positivo continue nos próximos meses. A perspectiva de corte dos juros dos Estados Unidos (EUA) a partir de setembro colabora para esse cenário, assim como a percepção de que a política fiscal pode ficar mais restritiva em 2027 com um novo governo.


 Até a última quarta-feira (25), o fluxo estrangeiro à B3 de janeiro a junho somava R$ 25,2 bilhões. É o saldo mais positivo para o período desde 2022, quando houve ingresso de R$ 70,5 bilhões. De janeiro a junho do ano passado, o saldo foi negativo em R$ 40,1 bilhões, e em 2023 positivo em R$ 17,0 bilhões.


 Embora falte quase um ano e meio para as eleições, a possibilidade de mudança na rota fiscal em um eventual novo governo começa a ganhar espaço nos debates do mercado. Isso ocorre principalmente após o Congresso derrubar, na quarta-feira, o aumento do Imposto sobre Operações Financeiras (IOF) decretado pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva. "A derrota mostrou que o governo está perdendo força dentro do Congresso", diz Kevin Oliveira, sócio e advisor da Blue3.


 Para o JPMorgan, o mercado ignora as preocupações relacionadas à política fiscal - apesar da recente deterioração -, focando em temas ainda relativamente distantes, como o ciclo de corte na taxa Selic e as eleições presidenciais de 2026. O banco, porém, destaca que o mercado de ações do Brasil - que tem recomendação overweight - segue como uma das principais apostas, ao lado de Índia, Coreia do Sul, Filipinas, Grécia, Polônia e Emirados Árabes.


 O codiretor de gestão da Azimut Brasil Wealth Management, Eduardo Carlier, ressalta que, dada a queda na popularidade do governo Lula em pesquisas recentes, faz sentido os investidores enxergarem chances de troca de governo. Ele pondera, no entanto, que "está cedo para tentarmos fazer um call com muita segurança, porque daqui até as eleições precisaremos saber quais serão os candidatos, qual a relevância que cada um vai ter?.


 Para o head de análise da Levante, Enrico Cozzolino, fatores políticos terão cada vez mais influência na decisão do investidor de fazer aportes no Brasil. "É um tema difícil de precificar. Então a volatilidade deve continuar", estima.


Diversificação no exterior ajuda Brasil


 O processo global de diversificação de carteiras, principalmente em meio à queda do dólar mundialmente, segue colaborando para atrair recursos estrangeiros a mercados emergentes, inclusive para o Brasil.


 "A renda variável ainda está muito descontada, e isso é um incentivo, mesmo a taxa de juros aqui sendo um 'senão'", ressalta Silvio Campos Neto, economista sênior da Tendências Consultoria. Segundo ele, mesmo que o Brasil atraia uma parcela pequena da diversificação externa, qualquer ingresso faz diferença.


 "Se os fundamentos continuarem iguais aos dos últimos dois ou três meses - não houver uma gravidade no cenário geopolítico que afete a estrutura de petróleo, por exemplo -, o Brasil continua como um ganhador relativo", diz Carlier, da Azimut.


 A expectativa de cortes nos juros pelo Federal Reserve (Fed, o banco central dos EUA) em algum momento deste ano também tende a estimular a chegada de capital externo à B3, na opinião de Gabriel Mollo, analista de investimentos do Banco Daycoval. A despeito de o presidente do Fed, Jerome Powell, ter mantido cautela com relação a sinalizar queda das taxas básicas dos juros americanos, ao menos dois cortes estão no radar, pontua.


 "Acredito que o capital estrangeiro tende a voltar a partir de setembro [primeiro mês em que o afrouxamento é mais provável]. A partir do momento em que esse cenário se consolidar, vai estimular", estima Mollo.


Mercado monitora cenário para a Selic


 Apesar da sinalização do Banco Central (BC), de que a Selic permanecerá significativamente contracionista "por período bastante prolongado", a tendência é que o investidor estrangeiro continue atraído pelo Brasil. Isso porque, conforme o analista do Banco Daycoval, a maior clareza sobre a trajetória do juro básico pode melhorar o valuation de determinadas empresas na Bolsa.


 Kevin Oliveira, da Blue3, também aposta em bons resultados corporativos nos próximos trimestres para alavancar o ingresso de capital externo na B3. Em sua visão, se os balanços trouxerem números fortes, que agradem, o Ibovespa pode retomar a marca dos 140 mil pontos e talvez alcançar os 145 mil pontos no fim de 2025.


 Algumas variáveis podem limitar o avanço do Ibovespa, segundo Cozzolino, da Levante. Ele destaca a adoção de medidas que comprometam ainda mais a saúde fiscal do País por parte do governo para melhorar a popularidade do presidente Lula. "Boa parte da alta do índice foi no momento de maior silêncio do governo. Quando passou a falar mais, a Bolsa despencou, mas depois corrigiu um pouco", afirma.

Diário de uma vida 1

 

Sou "economista raiz", já uns 35 anos de mercado, dois Mestrados, um profissional (com dissertação), um acadêmico (créditos).

Comecei um Doutorado em Évora, Portugal, mas bati na parede do excesso de modelos matemáticos.

Para isso, era preciso o apoio, ou suporte da universidade, de modelos, q necessitam uma formação sólida prévia.

Estou atrás disso, mas confesso q a minha formação acadêmica é mais "histórico descritiva". Tem modelos, mas mais focados em macrométrica.

Vivi boa parte da minha carreira numa Consultoria de Mercado de Capitais ("research"), a Lopes Filho & Associados, q atuava de "fora para dentro" do mercado.

Não cheguei a trabalhar em instituições financeiras, mas conheci de perto muitas estruturas. Peguei as mudanças do mercado de capitais, com a "desmutualização", em q as corretoras se desvincularam do Ibovespa, q se tornou empresa aberta, a B3, negociada em bolsa de ações.

Foi um momento também que a LF teve que se readaptar. Seu universo de clientes, antes muitas corretoras, se ajustou, ingressando também fundos de pensão e algumas gestoras.

Foi um período também q o mercado financeiro muito se concentrou. Isso não foi bom. Tivemos um forte crescimento de gestoras e AAI, decorrente desta "concentração". Os profissionais tiveram que se adaptar à uma nova realidade.

Em realidade, esta profusão de novas gestoras e escritórios acabou passando por um processo "darwinista", de depuração, que ainda acontece.

Em 2017/18, observando este processo, tomei uma decisão importante na minha carreira. Com filho em plenitude, prestes a ingressar na universidade, e já de saco cheio destes governos populistas de sempre  (demagógicos e visando o próximo ciclo eleitoral), fui a Portugal conhecer a realidade de um país no apogeu do seu "marco civilizatório".

Fui e me apaixonei. Em out2018 vendi tudo q pude e me bandeei para lá. Primeiro em Évora, no coração do Alentejo, depois em Almada, a Niterói dos "alfacinhas" em Lisboa.

Foram 4 a 6 anos de intensidade.  







Produtividade é a saída

  O mundo está girando (e rápido): o Brasil vai acompanhar ou ficar para trás? 🌎🇧🇷 Acabei de ler uma análise excelente de Marcello Estevã...