terça-feira, 17 de junho de 2025

Brasil sem rumo

 🧨 Brasil sem rumo: Murillo de Aragão alerta sobre o vácuo de lideranças no país


No artigo “Cenário desalentador”, Murillo de Aragão analisa com contundência a atual paralisia política no Brasil. Para ele, o país vive um profundo vácuo de lideranças, o que inviabiliza qualquer tentativa séria de renovação institucional ou política. A ausência de nomes com credibilidade e visão estratégica cria um ambiente propício à estagnação e à descrença generalizada. Aragão aponta que, sem líderes capazes de mobilizar e inspirar, a democracia se enfraquece e o debate público perde qualidade. O ex-presidente é mencionado como símbolo de um passado que ainda contamina o presente. O autor destaca a falta de projetos consistentes e o predomínio de agendas personalistas. O cenário, segundo ele, é preocupante e exige reflexão. A análise foi publicada originalmente na coluna de Murillo de Aragão na Veja, em 13 de junho de 2025.

Paul Romer

 Nobel de Economia.


Paul Romer, professor do Boston College, Nobel de Economia, anuncia que está planejando deixar os EUA. 


Ele afirma que as pressões do governo Trump sobre as Universidades do país criam um ambiente em que acadêmicos começam a se censurar e a medir as palavras por receio de algum tipo de perseguição.


Para ele, não é concebível ter de pensar “ah, não posso dizer isso, porque posso me meter em encrenca. Simplesmente não vou viver assim”.


As universidades tem sido pressionadas a rever políticas de contratação, de acesso de alunos estrangeiros e de conteúdos de cursos.


PT mira Galipolo

 PT mira em Galípolo

Indicado por Lula como aposta para mudar os rumos da política monetária e disfarçar a gastança do governo, presidente do BC vira alvo do lulopetismo, prova de que o PT é incorrigível.

Por Notas & Informações - 17/06/2025 


Está declarado o fim da lua de mel entre o PT de Lula da Silva e o presidente do Banco Central (BC), Gabriel Galípolo. Indicado pelo presidente como uma aposta para dar um cavalo de pau nos rumos da política monetária, como se isso fosse viável e o melhor para o Brasil, Galípolo começa aos poucos a se converter em alvo do lulopetismo. Os sinais do rompimento podem ainda não ter aparecido sob a forma dos apopléticos documentos do partido, com os quais invariavelmente petistas põem o dedo em riste contra aqueles que consideram inimigos, mas são cada vez mais barulhentas as críticas que até aqui se restringiam a murmúrios internos.


O episódio do aumento do IOF escancarou uma divergência entre Galípolo e o outrora amigo próximo, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad. O redivivo ex-ministro José Dirceu escreveu um artigo no qual, ao atacar o rentismo, o mercado financeiro, a “Faria Lima” e os juros altos, ironiza um Galípolo que, “tão cioso de sua independência”, se reúne com empresários e o setor financeiro – é como se o presidente do BNDES fosse criticado, num evidente disparate, por se encontrar com representantes da indústria. Antes, em carta aberta à militância, o antigo amigo de Fidel Castro propôs à esquerda uma “revolução social” capaz de “pôr fim à apropriação e expropriação da renda nacional pelo capital financeiro e agrário, num circuito entre o Banco Central e a Faria Lima”.


Houve mais. Três dos quatro candidatos à presidência do PT não só fizeram críticas ao capitalismo, como foram explícitos no ataque ao Banco Central e sua preocupação com a inflação, a (má) percepção dos agentes econômicos e seus efeitos sobre a política monetária e a estabilidade da moeda. Um dos poucos governadores de Estado do partido, o cearense Elmano de Freitas, cobrou de Galípolo – “agora que indicamos o presidente do Banco Central” – a redução da taxa básica de juros (Selic), como se isso dependesse de uma canetada. A cisão se completa com o debate sobre a proposta que prevê autonomia financeira do BC.


O problema de fundo é o vício petista de enxergar o Banco Central como um instrumento do mercado para favorecer o rentismo, em detrimento do crescimento do País. É uma versão conveniente para uma verdade inconveniente: a incapacidade do lulopetismo de enfrentar a realidade da alta da inflação e o papel dos gastos do governo nessa escalada. A grita petista mostra que Galípolo pode estar fazendo o certo: como presidente do BC, cabe a ele ser o zelador prudente do poder de compra da moeda, e não o irresponsável sabujo de um presidente perdulário, como o PT desejaria. Mas, para os petistas, Galípolo apenas se rendeu à lógica do mercado.


O que é ilógico, contudo, é que mais de 15 anos de poder foram insuficientes para que o PT entendesse a dinâmica do mercado. Lula e seu partido nunca esconderam o desconforto com o modelo estabelecido em lei para o Banco Central. Antes disso, nos seus dois primeiros mandatos, o demiurgo petista até deixou o então presidente do BC, Henrique Meirelles, trabalhar de forma autônoma. Era uma autonomia que lhe convinha. Precisando conquistar a confiança dos agentes econômicos, ele permitiu uma maior complementaridade entre as políticas fiscal e monetária – foi a maior disciplina fiscal no primeiro mandato, aliás, que permitiu o crescimento robusto no segundo mandato, ainda que, como se sabe, com alto custo futuro. Mas não sem uma no cravo e outra na ferradura: morubixabas petistas ou o próprio Lula esbravejavam publicamente contra os “juros altos” do BC, enquanto nos bastidores o presidente trocava mesuras com Meirelles.


Funcionou enquanto Lula e o PT tinham capital político para brigar contra o mercado e a realidade. Não é o caso de agora. Ocorre que a independência institucional garantida por lei ao BC e algum zelo demonstrado pela autoridade monetária para compensar a expansão fiscal do terceiro mandato são vistos pelo PT como forças malignas. A torpeza de sentido tem um vício de origem: a incapacidade do lulopetismo de lidar com a dinâmica do setor privado, e é assim que o mercado financeiro é o Tinhoso, empresário bom é só aquele que favorece a companheirada e a autonomia do Banco Central só é bem-vinda pela metade, isto é, que o BC seja autônomo em relação ao mercado, afugentando investidores, mas não ao governo e sua gastança.

BDM Matinal Riscala

 Bom Dia Mercado.


Terça Feira, 17 de Junho de 2.025.


Sessão de vetos no Congresso é nova ameaça


… Confirmando as expectativas, o BoJ manteve hoje o juro japonês em 0,5%, na primeira das sete decisões de política monetária previstas para esta semana. Ainda ontem à noite, o petróleo voltava a subir, após Trump alertar à população para deixar Teerã, antecipando sua volta do Canadá. Na agenda dos EUA, são importantes as vendas no varejo e a produção industrial, embora os dados não devam mudar as expectativas de juro estável no Fomc de amanhã. Aqui, o IBC-Br acima do esperado em abril estimulou apostas em nova alta da Selic no Copom, que fecharam o dia precificadas em 60%. Na Câmara, o governo não conseguiu evitar a aprovação da urgência do PDL que pede a derrubada do IOF, mas ganhou tempo para a análise do mérito. Hoje, a preocupação é com a sessão de vetos do Congresso.


… A aprovação do requerimento de urgência do Projeto de Decreto Legislativo (PDL) para derrubar o decreto que aumentou o IOF, ontem à noite, representou uma derrota fragorosa para o Planalto, marcando um placar de 346 votos contra 97.


… Havia a expectativa de a votação ocorrer de forma simbólica, mas a Câmara quis expor toda sua insatisfação com as medidas.


… A boa notícia é que os deputados não avançaram para o mérito, dando tempo ao Planalto para negociar com a liberação de emendas.


… Acordo costurado pelos ministros Rui Costa e Gleisi Hoffmann com os líderes da Câmara deu duas semanas ao governo, antes de levar o PDL à votação. O projeto só deve voltar a ser discutido após os festejos de São João e o Fórum Jurídico de Lisboa.


… No plenário, o presidente da Câmara disse que reforçou a Rui Costa e a Gleisi que o Congresso não vai aceitar alta de impostos, que não defende fazer o ajuste fiscal em cima dos mais pobres, mas também não quer punir “quem produz e gera emprego”.


… Motta também informou aos deputados que o governo se comprometeu a encaminhar um pacote de corte de gastos.


… Hoje, a apreensão é com a sessão do Congresso Nacional, a partir das 12h, que analisará vários vetos do presidente Lula.


… Reportagem do Valor citou as principais preocupações da equipe econômica, que incluem o BPC, reforma tributária, dívida dos Estados, eólicas offshore e até projetos sobre o vírus da Zika e Diabete Mellitus – todos representando alto custo para a União.


… O veto que trata do projeto que regulamenta a produção de energia eólica offshore está sendo monitorado de perto pelo seu impacto fiscal, que pode significar um gasto entre R$ 80 bilhões e R$ 120 bilhões para os cofres públicos nos próximos cinco anos.


… O PL foi vetado em três artigos que previam obrigatoriedade da contratação de usinas térmicas a gás natural com operação mínima de 70% do tempo, prolongamento de contratos de usinas a carvão mineral e aquisição de energia de pequenas centrais elétricas.


… Na lista de hoje, também consta um veto do presidente que exclui pessoas com deficiência leve como elegíveis para receber o BPC, que tem uma trajetória crescente, com 5,7 milhões de beneficiários, e custos que já ultrapassam até mesmo o Bolsa Família.


… Outro tema que causa preocupação são os vetos à pensão vitalícia às vítimas do vírus Zika, no valor de mais de R$ 7,7 mil mensais. Lula vetou ainda um projeto que inclui quem sofre de diabetes mellitus tipo 1 como pessoa com deficiência, portanto, elegível ao BPC.


… Para evitar mais perda de arrecadação, o governo monitora também os vetos do Propag para dispositivos que autorizavam os Estados a reduzirem parcelas de suas dívidas com a União utilizando gastos estratégicos, como obras que cabem ao governo federal.


… Sobre a reforma tributária, o presidente vetou 15 dos 544 artigos da lei que regulamenta o consumo, entre os quais, a isenção de fundos de investimento imobiliário, patrimoniais e do agronegócio de pagar os novos tributos CBS e IBS.


… Lula vetou ainda na reforma tributária, os trechos que incluíam na alíquota reduzida de 60% da CBS e do IBS os serviços de sistemas de segurança, seguro para dispositivos com dados pessoais furtados ou roubados e serviços de ressarcimento de transações bancárias.


CPMI – Na sessão do Congresso, o presidente David Alcolumbre poderá realizar hoje a leitura do requerimento de criação da Comissão Parlamentar Mista de Inquérito que investigará as fraudes no INSS – mais uma frente de desgaste ao governo Lula.


FRONT DE GUERRA – Apesar da escalada das tensões entre Israel e o Irã, o impacto nos mercados permaneceu limitado, nesta 2ªF.


… A expectativa de que o conflito venha a ser contido acomodou as reações. O humor do mercado melhorou após o Wall Street Journal informar que o Irã estaria buscando retomar negociações sobre o seu programa nuclear com a Casa Branca.


… A única condição dos aiatolás seria que os Estados Unidos não entrem na guerra.


… Mais tarde, o próprio Trump exaltou o Irã a se apressar nas negociações, “antes que seja tarde demais”, mas em um segundo alerta, ele pediu a todos para abandonarem Teerã, sinalizando que um novo ataque de Israel seria grave e iminente.


… Na sequência, a porta-voz da Casa Branca, Karoline Leavitt, confirmava no X que o presidente iria embora da Cúpula do G7, após jantar com chefes de Estado, “devido ao que está acontecendo no Oriente Médio”.


… Segundo informações da Fox News, Trump solicitou que sua equipe do Conselho de Segurança Nacional o aguardasse na Sala de Crise da Casa Branca, onde ele chegará depois de interromper sua participação na Cúpula do G7 devido à situação no Oriente Médio.


… Em entrevista à emissora, o secretário de defesa dos EUA, Pete Hegseth, afirmou que Trump ainda busca um acordo nuclear com o Irã. “A posição do presidente sobre o objetivo de paz e não envolvimento dos EUA segue inalterada, mas todas as opções estão na mesa.”


… A agência Axios informou que a Casa Branca discute com o Irã a possibilidade de um encontro, ainda nesta semana, entre o enviado americano Steve Witkoff e o ministro do Exterior iraniano, Abbas Araghchi.


… O objetivo seria debater uma iniciativa diplomática sobre o acordo nuclear e o fim do conflito com Israel.


… Para a consultoria Capital Economics, as coisas podem piorar com “alguma disrupção na infraestrutura de exportação de energia”.


… Durante o pregão, quando tudo parecia melhor, impulsionado pelos ganhos em NY, o Ibov reaproximou-se dos 140 mil pontos, o dólar furou os R$ 5,50 e os juros futuros de longo prazo queimaram prêmios, com a menor aversão ao risco no exterior (leia abaixo).


EUA & REINO UNIDO –Ainda em Alberta (Canadá), em entrevista às margens da Cúpula do G7, o presidente Trump e o primeiro-ministro Keir Starmer anunciaram a conclusão do acordo que reduzirá as tarifas sobre produtos dos dois países.


… O compromisso preliminar, fechado em maio, cortou os impostos de importação dos EUA sobre carros, aço e alumínio do Reino Unido em troca de maior acesso ao mercado britânico para produtos americanos, incluindo carne bovina e etanol.


EUA & CANADÁ – Trump e o primeiro-ministro, Mark Carney, concordaram em trabalhar para buscar o fechamento de um acordo comercial entre os dois países em até 30 dias, segundo comunicado do governo canadense.


EUA & UE – Na Reuters, a União Europeia negou rumores de que estaria disposta a aceitar tarifa de 10%.


… Mais cedo, o jornal alemão Handelsblatt afirmou que negociadores de Bruxelas estariam preparados para aceitar essa tarifa fixa para evitar taxação ainda mais elevada sobre carros, medicamentos e eletrônicos europeus.


MAIS AGENDA – O IPC-Fipe semanal abre o dia (5h) e é o único indicador do calendário econômico no Brasil.


… O destaque é o leilão de bloco de petróleo da ANP, entre os quais o da Foz do Amazonas, no 5º Ciclo da Oferta Permanente (10h).


… O presidente Lula participa de reunião do G7, no Canadá, após Trump ter antecipado a viagem de volta aos Estados Unidos. Lula terá reuniões bilaterais com o presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelenski, às 18h30.


LÁ FORA – Na Zona do Euro, o índice ZEW de sentimento econômico deve melhorar em junho (consenso de 35 no Trading Economics).


… Nos Estados Unidos, as vendas no varejo (9h30) devem recuar 0,7% em maio (após +0,1% em abril) e a produção industrial (10h15), que ficou estável em abril, tem previsão de leve expansão (+0,1%).


… Ainda nos EUA, saem estoques das empresas de abril (11h), com previsão de estabilidade (0,00%), após +0,1% em março.


PETRÓLEO – À primeira hora, a Agência Internacional de Energia (AIE) divulga o seu relatório mensal.


… Nesta 2ªF, relatório da Opep reafirmou sua previsão para o crescimento da demanda global pela commodity este ano em 1,3 milhão de barris por dia (bpd), com previsão de alta de 2,9% do PIB mundial (1,7% nos EUA, 4,6% na China e 1% na Zona do Euro).


… A Opep ainda ampliou sua projeção para a oferta de combustíveis líquidos do Brasil em 2025, esperando a alta de 200 mil barris por dia (bpd), para uma média de 4,4 milhões de bpd. No último relatório, a expectativa era de alta de 165 mil bpd.


TÁTICAS DE GUERRA – O mercado reverteu ontem o estresse com relatos de que o Irã queria retomar a negociação do acordo nuclear, desde que os EUA seguissem de fora do conflito e Israel concordasse com cessar-fogo imediato.


… O recuo estratégico intensificou o ritmo de queda do petróleo, que desde cedo já testava uma correção do salto de mais de 7% no pregão da última 6ªF. Devolvendo uma parte do rali, o Brent/agosto caiu 1,35%, a US$ 73,23.


… Embora a retórica agressiva de parte a parte continue em cena, a percepção ontem do investidor era de que o conflito não extrapolaria para a influência direta dos americanos, esvaziando o risco de escalar a nível crítico.


… Além disso, pelo menos até ontem, as instalações mais importantes do setor de energia estavam poupadas dos ataques e o fluxo de transporte de petróleo seguia normal no Estreito de Ormuz, aliviando a gravidade do ambiente.


… A permanecer um cenário de menores hostilidades e retaliações, não devem prosperar as especulações que correram semana passada nas mesas de negócios de que o barril do petróleo possa investir até a marca dos US$ 80.


… Mas o quadro é imprevisível e a volatilidade impera, haja vista a virada de humor na noite de ontem.


… Seja como for, com o petróleo precipitando alguma realização nesta 2ªF, também Petrobras parou de subir. Mas o ajuste em baixa foi considerado limitado, comparado à força exibida pelos papéis da estatal nos últimos dias.  


… O papel PN caiu 0,98% e fechou cotado a R$ 32,21, enquanto a ação ON perdeu 0,17% (R$ 34,92).


… O sinal negativo da Petrobras não comprometeu o otimismo do Ibov com o maior apetite global ao risco. Na máxima intraday, o índice à vista encostou nos 140 mil pontos (139.998). Fechou em +1,49%, a 139.255,91 pontos.


… Os papéis da Vale (ON, +3,26%, a R$ 53,83) foram embalados pelo rápido avanço das vendas no varejo na China em maio (+6,4%) e pela obtenção de licença prévia pela mineradora para o projeto de cobre Bacaba, no Pará.


… Ganhos firmes foram exibidos pelos bancos. Itaú registrou valorização de 1,82%, a R$ 36,83; Bradesco PN subiu 2,15%, a R$ 16,64; Bradesco ON emplacou alta de 1,84%, a R$ 14,37; e Santander unit avançou 0,97%, a R$ 30,09.


… Na esperança de retomada da rodada de negociações sobre o programa nuclear, o Dow Jones subiu 0,75%, aos 42.515,09 pontos; o S&P 500 ganhou 0,94%, a 6.033,11 pontos; e o Nasdaq avançou 1,52%, a 19.701,21 pontos.


… Sob menor apelo defensivo dos Treasuries, o juro da Note de 2 anos foi a 3,972%, contra 3,952% no fechamento do pregão na última 6ªF. O rendimento da Note de 10 anos registrou alta para 4,456%, de 4,409% na sessão anterior.


COPOM INCLINADO – Entre os traders, o placar das apostas ainda continua bem equilibrado, embora com precificação maior (60%) para um aperto adicional de 0,25pp no ciclo da Selic, contra 40% projetando uma pausa.  


… Ontem, o IBC-Br de abril (+0,20%) veio no dobro do esperado e estimulou posições mais hawkish para a política monetária. Depois do “PIB do BC”, a estimativa do mercado para o crescimento do Brasil este ano subiu levemente.


… A mediana para o PIB de 2025 em pesquisa Broadcast melhorou de 2,2% para 2,3%. Para o 2Tri, seguiu em 0,5%.


… A turbulência geopolítica no Oriente Médio é um fator que não estava no script e pode entrar para o debate do Copom, embora ainda seja muito prematuro avaliar o impacto do conflito em potenciais pressões inflacionárias.


… No boletim Focus, divulgado ontem, a novidade foi a desaceleração expressiva nas projeções de inflação para este ano (de 5,44% para 5,25%), embora as estimativas ainda continuem estourando o teto da meta do BC (4,5%).


… De olho na chance de que o Copom suba a Selic para 15% amanhã, a ponta curta do DI começou a semana exibindo viés de alta, enquanto os vencimentos longos acompanharam o alívio global do risco geopolítico.


… O DI para Jan/26 fechou na máxima do dia (14,880%), contra 14,837% no ajuste da sessão anterior; Jan/27 foi a 14,165% (de 14,161%); Jan/29 caiu a 13,465% (13,520%); Jan/31, 13,610% (13,666%); e Jan/33, 13,670% (13,743%).


… Ainda que o Copom faça a opção por deixar a Selic onde está, sem prosseguir com ciclo de aperto monetário para ancorar a inflação e enfrentar a dinâmica fiscal, o que se comenta é que o carry trade continuará bastante atraente.


… Ou seja, não é daí que promete vir qualquer risco maior para o mercado de câmbio. O dólar continuará sofrendo as influências mais diretas do exterior e dos desdobramentos políticos em torno da situação das contas públicas.  


… Pela primeira vez desde outubro, a moeda americana furou ontem os R$ 5,50. Fechou cotada a R$ 5,4855, em queda consistente de 1,03%, diante da suposta intenção do Irã de sentar à mesa para dialogar com os EUA.


… O fôlego de baixa do dólar aqui foi bem maior do que lá fora, onde o índice DXY caiu 0,19%, a 97,998 pontos. O euro (+0,09%, para US$ 1,1561), e a libra (+0,06%, a US$ 1,3582) fecharam estáveis e o iene caiu para 144,80/US$.


EM TEMPO… PETROBRAS assinou três primeiros contratos, no valor de R$ 4,9 bilhões, com a Consag Engenharia para conclusão da construção do Trem 2 da Rnest, em Pernambuco.


BRF optou por fazer abate preventivo de 74 mil aves em Goiás, no intuito de evitar a contaminação pelo vírus H5N1 da gripe aviária, após a confirmação de um caso da doença em Santo Antônio da Barra (GO) na semana passada…


… Empresa informou que os animais abatidos eram saudáveis e estavam em uma granja no município.


ITAÚSA aprovou a distribuição de R$ 650 milhões em JCP, o equivalente a R$ 0,0591 por ação, com pagamento até 29/8.


ALPARGATAS. BlackRock atingiu participação de 4,84% na companhia, passando a deter 16.623.117 de ações PN; conforme dados mais recentes, gestora não detinha participação relevante na empresa.


DIRECIONAL. O conselho de administração aprovou a proposta de distribuição de dividendos intermediários de R$ 346,6 milhões, ao preço de R$ 2 por ação. As ações passam a ser negociadas ex a partir do próximo dia 30.


MOVIDA. A Moody´s atribuiu, pela primeira vez, o rating AA+.br à proposta da 22ª emissão de debêntures a ser emitida pela Movida Participações. A perspectiva é estável. “O rating reflete a nossa visão da qualidade de crédito.”


HAPVIDA. BlackRock reduziu participação na companhia de 5,14% para 4,929%, passando a deter 24.776.232 de ações ON.


TOTVS aprovou a distribuição de R$ 88 milhões em JCP, o equivalente a R$ 0,15 por ação, com pagamento em 7/7; ex em 24/6.


RAÍZEN. Fitch revisou perspectiva para nota de emissor da companhia de estável para negativa, diante do aumento da dívida da empresa e da redução de seu fluxo de caixa…


… Perspectiva para rating nacional foi mantida estável…


… IDR da Raízen e de suas dívidas de longo prazo e em moeda estrangeira e local foi mantido em BB, assim como o rating para as sênior notes com vencimento em 2027, 2034, 2035, 2037 e 2054…


… Agência também manteve o rating de longo prazo da empresa, das debêntures de 2ª e 3ª emissão e das debêntures sem garantia de 4ª e 5ª emissão da Raízen Energia em AAA(bra).

XP Bom dia

 Os próximos passos do decreto do IOF

XP Política



Mesmo com a aprovação agora há pouco da urgência para o PDL que susta o decreto do governo sobre o IOF, o Planalto deve ter pela frente duas semanas para tentar reorganizar sua articulação, já que as atividades do Congresso nos próximos quinze dias devem ser reduzidas por causa das festas de São João e do Fórum Jurídico de Lisboa. Assim, a tendência é que a análise do mérito do texto fique parada no período — o que abre espaço para tentativas de apaziguamento sem a pressão imediata do plenário.


Enquanto isso, a oposição deve tentar usar o momento criado pela aprovação da urgência para ampliar a pressão sobre o governo e abrir uma janela para a votação do mérito no retorno das atividades, caso a rearticulação do governo não surta efeito. Esse esforço deve se iniciar já amanhã pela manhã em reunião com Hugo Motta, mas o presidente da Câmara diz que não tem data definida para pautar o mérito da matéria. 


Nesse esforço de distensionamento do Planalto, o dia foi marcado por uma rodada de conversas entre governo e Câmara. 


A insatisfação da base se concentra no impasse das negociações sobre emendas, tanto pelo atraso no pagamento de recursos impositivos quanto pelo despacho recente do ministro do STF Flávio Dino, que cobrou explicações sobre verbas supostamente camufladas em dotações discricionárias.


No encontro, os ministros escutaram as reclamações dos parlamentares, mas não fixaram uma data para a liberação dos recursos. De acordo com relatos, foi apenas sinalizado que o governo pretende atender parte das demandas nas próximas semanas.

segunda-feira, 16 de junho de 2025

Bankinter Portugal Matinal

 Análise Bankinter Portugal 


SESSÃO: O (esquecido) prémio de risco geoestratégico aumenta e passa para primeiro plano. Não preocupa tanto a guerra aberta entre Israel e Irão, mas as consequências da sua provável ampliação geográfica (Síria, Líbano, etc.) e os apoios externos de cada parte (Rússia, China, EUA, etc.). Se o Irão fechar o Estreito de Ormuz, forçaria os EUA a envolverem-se diretamente. Petróleo mais caro significa risco de inflação em alta, agora também na Europa.


Esta semana será densa na frente macro, inclusive com reuniões de 8 bancos centrais, mas o decisivo será a incerteza geoestratégica. O imprevisível ganha peso e, como consequência, o prémio de risco implícito do mercado deverá continuar a ser elevado e a arrastar as avaliações das bolsas. Ou, pelo menos, questioná-la atualmente, dificultando o seu avanço. O primeiro elemento a considerar, portanto, é este: o aumento do prémio de risco por geoestratégia. Subestimá-lo, como aconteceu recentemente, seria um erro.


O segundo elemento, uma macro semanal densa, destacando a coincidência de nada menos que 8 reuniões de bancos centrais… que, no entanto, acreditamos que influenciarão pouco. BoJ, Fed e BoE como mais relevantes, mas os três a repetirem taxas diretoras. Deles, o mais importante será a atualização das estimativas macro por parte da Fed. Talvez um pouco em baixa, mas não tanto para impactar. Suécia e Suíça baixarão taxas de juros ao terem inflações quase inexistentes. Enquanto Noruega, Brasil e China manterão as suas taxas diretoras atuais. Por isso, o conjunto influenciará pouco. 


Finalmente, o terceiro e último elemento é a elevada liquidez derivada, principalmente, do sobredimensionamento dos bancos centrais, cuja origem foi a necessidade de apoiar o mercado das obrigações (isto é, sujeitar os preços, principalmente das obrigações soberanas) durante a Crise Financeira e a Pandemia. Por isso, embora seja impossível afirmá-lo de forma inequívoca, parece razoável pensar que os preços dos ativos (obrigações e bolsas) estão artificialmente favorecidos por uma liquidez excessiva. Voltarão a dar apoio nesta situação, mas será suficiente?


CONCLUSÃO: A semana dependerá do desenvolvimento da guerra já aberta entre Israel e Irão, a qual tem a virtude de nos recordar o importante que é avaliar corretamente os riscos assumidos, além do curto prazo. Enquanto o Irão não fechar o Estreito de Ormuz, a situação poderá ser gerível. O resto da OPEP estará encantada de produzir mais para contrastar os 3,3M b/d do Irão (ca. 3,3% total mundial). Mas, em todo o caso, será uma dor de cabeça para o mercado e para o G7 que começa hoje, o qual, claro, oferece um alto risco de enfrentamento verbal entre Tump e qualquer outra pessoa. Impõe-se um “esperar e ver” hoje na abertura, embora com tendência a retroceder um pouco, que é bastante menos do que deveria, considerando a elevação de riscos.


S&P500 -1,1% Nq-100 -1,3% SOX -2,6% ES50 -1,3% IBEX -1,3% VIX 20,8% Bund 2,54% T-Note 4,44 Spread 2A-10A USA=+46pb B10A: ESP 3,16% PT 3,04% FRA 3,26% ITA 3,49% Euribor 12m 2,084% (fut.2,076%) USD 1,156 JPY 166,5 Ouro 3.419$ Brent 74,6$ WTI 73,5$ Bitcoin +2,4% (106.571$) Ether +4,2% (2.606$). 


FIM

BDM Matinal Riscala

 Segunda-feira,

16 de Junho de 2025


SEMANA TEM GUERRA, G7,

SUPERQUARTA, PDL E FERIADO

Por ROSA

RISCALA e MARIANA CISCATO*


... A produção industrial e as

vendas no varejo da China, ontem à noite, são apenas os

primeiros indicadores de uma semana cheia, apesar dos feriados de Corpus

Christi e Juneteenth, que fecham os mercados aqui e em NY, na 5ªF.

No cenário internacional, permanecem os riscos da política

tarifária de Trump, adicionados agora à guerra entre Irã

e Israel, que afeta diretamente o petróleo e pode impor pressões

inflacionárias às vésperas da Superquarta, quando

Fed e Copom decidem sobre juros. Outros BCs têm reuniões

de política monetária nos próximos dias, incluindo

BoJ, BoE, PBoC e BC turco. A expectativa é de manutenção

da taxa por todos eles, à exceção do nosso BC,

que ainda pode subir a Selic. Em paralelo, a crise do IOF permanece

sem solução, com a ameaça da Câmara de votar

um Projeto de Decreto Legislativo (PDL).

... No sábado, Lula entrou pessoalmente

nas negociações, reunindo-se no Palácio do Alvorada

com o presidente da Câmara, Hugo Motta, e os ministros da Casa

Civil, Rui Costa, e da Secretaria de Relações Institucionais,

Gleisi Hoffmann. Haddad não participou.

... O presidente tentou evitar que a Câmara

aprove hoje, como está programado, a urgência para um PDL

que visa derrubar as medidas que aumentaram o IOF para garantir a arrecadação

e o cumprimento do arcabouço fiscal e da meta primária

de 2025.

... Como moeda de troca, o Planalto ainda tem

a liberação de emendas que estão atrasadas, mas

os líderes da Casa estão decididos a não deixar

passar as novas propostas apresentadas pela Fazenda, jogando as contas

públicas num grande impasse.

... Segundo o Valor, no encontro,

Motta transmitiu a Lula a queixa dos parlamentares sobre a demora na

execução das emendas, quando Gleisi prometeu que o governo

faria o empenho e pagaria uma parte do valor de forma imediata.

... Com a semana mais curta por causa do feriado

de Corpus Christi, a votação da urgência deve ocorrer

nesta 2ªF, sem tempo para que o governo possa ampliar o diálogo

com a Câmara e os líderes partidários. A expectativa

é de derrota para o Planalto.

... O melhor que pode acontecer (ou o menos pior)

é que a votação se encerre hoje com o requerimento

de urgência, sem avançar para o mérito, que anularia

o decreto. Mas o placar refletirá o tamanho da base aliada nesse

momento de tensão política.

... Na semana passada, a aliança União-Progressistas,

que tem 109 deputados e controla quatro ministérios, anunciou

que rejeitará a MP de aumento de impostos - LCI, LCA, JCP,

Bets - e também votará contra o novo decreto do

IOF.

... Nesse cenário de incertezas, o Copom

se reúne sem uma referência consistente para a política

fiscal, o que pode justificar, senão um ajuste adicional da taxa

básica de juro, para 15%, ao menos a manutenção

da mensagem de cautela que Galípolo vem adotando.

... Pesquisa do Broadcast com

48 instituições do mercado mostrou o mercado dividido

sobre a reunião desta semana: enquanto 27 casas ainda esperam

estabilidade da Selic em 14,75% ao ano, 21 apostam em uma alta residual

de 25 pontos-base.

... Economistas mais conservadores argumentam

que a inflação, principalmente de serviços e serviços

subjacentes, continua rodando em patamares elevados. Já os mais

otimistas destacam que os efeitos defasados da política monetária

ainda devem aparecer.

... Os demais indicadores divulgados recentemente

oferecem argumentos para as duas correntes.

... De um lado, o PIB mais fraco no 1Tri, composição

mais benigna do IPCA de maio e a perda de força na indústria

e no varejo em abril. De outro, o mercado de trabalho ainda forte e

o aumento da renda, com estímulos como o FGTS e o crédito

consignado.

... Hoje, sustentado pelo emprego e setor agropecuário,

o IBC-Br de abril, a prévia do PIB/2Tri, deve avançar

0,1%, desaceleração após a alta de 0,8% em março.

As estimativas variam de um recuo de 0,4% a uma alta de 0,4%. O dado

será divulgado às 9h.

... Nos EUA, o Fomc deve manter o juro na 4ªF

no intervalo entre 4,25% e 4,50%. A expectativa fica para as novas projeções

econômicas do Fed e para a entrevista de Powell, que poderá

confirmar as apostas do investidor em dois ou três cortes do juro

neste ano.

... Na madrugada de 2ªF para 3ªF, o

Banco do Japão (BoJ) deve manter o juro em 0,50%, e, na 5ªF,

o Banco da Inglaterra (BoE) deve deixar a taxa em 4,25% e o BC turco,

em 44,5%. À noite, será a vez da taxa de juros da China,

que também tem expectativa de manutenção.

TARIFAS E GUERRA NO G7 -

Em meio a elevadas tensões com a escalada do conflito entre Israel

e Irã e ameaças de uma guerra comercial global, começou

neste domingo, no Canadá, a cúpula dos Sete Países

mais ricos do mundo, que terá as presenças de Trump e

Lula.

... O presidente brasileiro deve chegar hoje

à noite em Kananaskis, Alberta, para participar do encontro,

que vai até amanhã (3ªF), ao lado de Austrália,

Ucrânia, Coreia do Sul, México e da Índia -

também convidados para o G7 neste ano.

... Junto com a crise das tarifas, a renovada

tensão no Oriente Médio deve pautar a reunião,

com os membros do G7 tentando persuadir Trump a encerrar a guerra. O

presidente dos EUA é o único líder com real influência

sobre o primeiro-ministro Benjamin Netanyahu.

... O fim de semana foi de intensos e ininterruptos

ataques de ambos os lados, entre Israel e o Irã, com duas preocupações

mais imediatas na evolução do conflito: que os iranianos

fechem o Estreito de Ormuz e que os EUA entrem na guerra.

... Com a escalada dos conflitos, os contratos

de petróleo abriram a semana com alta superior a 4%, mas no final

da noite de ontem desaceleravam a alta para 1%.

... Israel solicitou ao governo americano que

se juntasse à guerra contra o Irã para eliminar o programa

nuclear de Teerã, e neste domingo, o presidente Trump não

descartou a possibilidade. "Não estamos envolvidos, mas

é possível que possamos nos envolver".

... Ao mesmo tempo, o presidente disse a repórteres

na Casa Branca que há "grande chance" de um acordo

entre Irã e Israel. Sobre tarifas, Trump afirmou que a expectativa

é de que acordos comerciais sejam feitos na Cúpula do

G7.

... Faltando menos de um mês para o fim

da trégua de 90 dias das tarifas "recíprocas"

de Washington, esse será um tema dominante.

... Há expectativa de avanço nos

acordos entre os EUA e países como Japão e Canadá

durante a cúpula. Até o momento, os americanos só

fecharam acordo com o Reino Unido e progrediram em tratativas preliminares

com a China.

... A União Europeia também participa

das reuniões em Alberta, embora não seja membro oficial.

... Em postagem no X no sábado, a presidente

da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, disse que teve uma

boa conversa com Trump sobre os conflitos no Oriente Médio, na

Europa Oriental e as negociações comerciais.

... "Fizemos um balanço das negociações

comerciais e reiterei nosso compromisso de chegar a um bom acordo antes

de 9 de julho."

MAIS AGENDA - Antes do

IBC-Br (9h), será divulgado o IGP-10 de junho (8h00) e, na sequência,

o Boletim Focus (8h25), com a atualização das projeções

do mercado para o IPCA deste ano e dos próximos, PIB, Selic e

câmbio.

... Para o IGP-10, as projeções

são de forte recuo, de 0,92%, em junho (segundo mediana do Broadcast),

após a queda de 0,01% em maio. As estimativas são todas

de queda, entre -1,15% e -0,44%, com maior deflação dos

itens agropecuários.

NO CONGRESSO - A expectativa

é de uma semana esvaziada, em razão dos festejos juninos

no Norte e Nordeste e das férias do ministro da Fazenda, Fernando

Haddad. O que tiver que acontecer, como a votação da urgência

do PDL, será hoje.

... Antes de sair em férias, Fernando

Haddad participou de encontro realizado pelo grupo Prerrogativas, na

6ªF à noite, quando dissociou a questão fiscal do

desempenho do governo nas eleições de 2026.

... "Não acho que será o

tamanho do déficit que vai determinar a eleição.

Se a economia estiver bem, a chance de êxito na eleição

será maior", disse o ministro, acrescentando que o presidente

Lula tem orgulho do arcabouço fiscal.

... O mercado gostou da sinalização

de apoio de Bolsonaro a Tarcísio, que tem a menor rejeição

(15%) no Datafolha.

... Ainda amanhã (3ªF), o presidente

do Senado, David Alcolumbre, pode ler o requerimento de criação

da CPMI que investigará as fraudes no INSS - um evento

que abrirá mais uma frente de desgaste para o governo Lula.

LÁ FORA - Além

das seis reuniões de política monetária, são

destaques entre os indicadores esta semana as vendas no varejo e produção

industrial nos EUA em maio, amanhã, além do índice

ZEW na Alemanha, também nesta 3ªF, e da inflação

na Zona do Euro (4ªF).

... Ainda nos Estados Unidos, será divulgado

hoje (9h30) o índice de atividade industrial Empire State de

junho do Fed/NY, com a previsão de melhorar a queda para -5,5

(-9,2 em maio). Já o petróleo espera pelo relatório

mensal da Opep, à primeira hora do dia.

CHINA HOJE - A produção

industrial desacelerou de 6,1% em abril para 5,8% em maio (base anual),

levemente abaixo da expectativa de 5,9% e marcando o crescimento mais

lento desde novembro do ano passado.

... Já o fôlego das vendas no varejo

surpreendeu. O indicador subiu de 5,1% em abril para 6,4% em maio, bem

acima da previsão de 4,3%. Foi o avanço mais rápido

registrado pelo indicador desde dezembro de 2023.

EFEITOS COLATERAIS - Analistas

já se dedicam a precificar o impacto para o Brasil do conflito

deflagrado no Oriente Médio, caso a crise escale para um patamar

ainda mais perigoso, com o envolvimento direto dos EUA.

... No salto de nervosismo da 6ªF, o petróleo

Brent disparou 7,02%, para US$ 74,23. No Broadcast,

profissionais alertam que, se o barril chegar a US$ 80, pode precipitar

reajustes nos combustíveis e bater na inflação.

... "A Petrobras consegue segurar os preços

até uns 15% de paridade. Se [o petróleo] chegar em US$

80, a paridade deve alcançar 25% e haverá repasse de custos

ao consumidor", calcula Hugo Queiroz (da L4 Capital).

... A torcida é para os ataques seguirem

restritos a Israel e ao Irã, sem a entrada dos EUA (de um lado)

e Rússia e a China (do outro), porque neste caso os riscos cresceriam

em proporções geométricas. Todo cuidado é

pouco.

... No final de semana, o governo iraniano relatou

que Israel atacou depósitos de petróleo em Teerã.


... Os bombardeios não atingiram o coração

da infraestrutura petrolífera, mas o mercado teme que, em retaliação

à pressão ocidental, o Irã ameace fechar o Estreito

de Ormuz, ponto de passagem crucial do petróleo.

... Por lá, é transportado mais

de um terço de todo o suprimento mundial da commodity.

... O ambiente turbulento abre espaço

para o barril bater níveis especulativos, descolados dos fundamentos,

neste momento em que os grandes produtores turbinam a oferta, apesar

da economia global desaquecida.

... Especificamente para a Petrobras, além

do rali do petróleo, as ações também vêm

reagindo à possibilidade de pagamento de dividendos extraordinários,

mencionada por Haddad como medida alternativa à alta do IOF.

... Desde 4ªF passada, os papéis

da Petrobras vêm operando com força total e ganharam gás

extra na 6ªF (PN, +2,46%, a R$ 32,53; e ON, +2,13%, a R$ 34,98)

com o risco de um conflito mais amplo no Oriente Médio.

... Os ganhos expressivos da estatal ajudaram

a amortecer o impacto sobre o Ibovespa da maior investida do Iraque

sobre a República Islâmica desde a década de 1980.

A bolsa aqui caiu bem menos do que lá fora.

... Fechou em queda de 0,43%, aos 137.213 pontos,

enquanto NY acusou o baque com maior intensidade.

... O Dow Jones caiu 1,79%, aos 42.197,79 pontos;

o S&P 500 recuou 1,13%, aos 5.976,96 pontos; e o Nasdaq fechou em

queda de 1,30%, a 19.406,83 pontos. Termômetro do medo, o índice

VIX saltou 18%, a 21,3 pontos.

... Aqui, Vale perdeu 1,33% (R$ 52,13), pior

do que o minério (-0,14%). Sinal vermelho também entre

a maioria dos bancos: Itaú PN, -1,2%, a R$ 36,17; Bradesco ON,

-1,19%, a R$ 14,11; e Bradesco PN, -1,15%, a R$ 16,29.

... Santander (unit, -0,36%, a R$ 29,80) teve

as perdas atenuadas pela decisão do BofA de elevar o preço-alvo

do papel de R$ 28 para R$ 33 e manter a recomendação neutra.

Exceção do setor financeiro, BB ON subiu 0,79%.

... Em sua estreia na Nyse, os ADRs da JBS fecharam

em alta firme de 1,61%, Para o Citi, a chegada do papel à bolsa

de NY representa um "ponto de inflexão" na estratégia

de acesso da companhia a mercados mais líquidos.

... Juntando o pregão de ações

na Nyse e os BDRs em SP, as ações da empresa movimentaram

US$ 285 milhões no último pregão. O valor corresponde

a 4,5 vezes a média do volume da companhia nos últimos

12 meses na B3.

O INESPERADO ACONTECE -

Faltando muito pouco para as reuniões do Fed e do BC, a súbita

explosão do petróleo para perto dos US$ 75 lança

especulações sobre a eventual influência da commodity

sobre o balanço de riscos.

... O ING alerta que um agravamento do conflito

entre Irã e Israel pode reduzir claramente as chances de o Fed

cortar os juros no 3Tri - poucos dias atrás, o mercado

precificava três cortes (setembro, outubro e dezembro).

... Para o Copom, de última hora, o petróleo

mais caro pode eventualmente adicionar fator de conservadorismo à

inclinação hawkish que boa parte dos investidores já

vinha identificando nos últimos discursos de Galípolo.


... Mas o desfecho para a Selic na 4ªF é

um mistério, com os economistas divididos entre pausa e alta

para 15%.

... Na 6ªF, o BTG Pactual revisou a sua

estimativa para cima e agora espera alta do juro (0,25pp) pela última

vez no ciclo. O banco reconhece que há argumentos consistentes

tanto para a elevação quanto para manutenção.


... "No entanto, avaliamos que o Copom deve

aproveitar o momento para reforçar o compromisso com a convergência

da inflação à meta e fortalecer a credibilidade

da política monetária, realizando ajuste residual."

... No suspense do que virá, a curva do

DI recuou, apesar do clima de tensão no exterior com Israel e

o Irã.

... No fechamento, o contrato de juro para Jan/26

caía a 14,840% (contra 14,863% no ajuste anterior); Jan/27, a

14,170% (de 14,215%); Jan/29, a 13,535% (13,557%); Jan/31, 13,680% (13,708%);

e Jan/33, 13,740% (13,771%).

... Os vencimentos operaram imunes à pressão

das taxas dos Treasuries, que foram impulsionadas pelo petróleo

e pela surpresa positiva com o sentimento do consumidor americano, medido

pela Universidade de Michigan.

... O dado teve a primeira melhora em seis meses:

52,2 (maio) para 60,5 (junho), superando o consenso de 53.

... O juro da Note-2 anos subiu a 3,952% (de

3,903%) e o de 10 anos, a 4,409% (de 4,354%). Mas é cedo para

saber se o Fed mudará o plano de cortes do juro. Está

nas mãos de Trump (tarifas) e agora também da guerra.


... Por enquanto, sem qualquer dano mais significativo

à infraestrutura de energia do Irã ou bloqueio no trânsito

do Estreito de Ormuz, a consultoria Capital Economics acredita que a

escalada do petróleo não será duradoura.

... Do mesmo modo, avalia, o dólar deve

continuar próximo do pior nível em mais de três

anos, apesar de ter operado em alta na 6ªF, diante do cenário

de aversão a risco com o conflito desencadeado no Oriente Médio.


... Buscas defensivas levaram o índice

DXY a subir de leve (+0,27%), a 98,184 pontos, derrubando o iene (143,90/US$),

o euro (-0,40%, para US$ 1,1546) e a libra esterlina, que perdeu 0,39%,

cotada a US$ 1,3565.

... Aqui, o real resistiu estável contra

o dólar (-0,02%, a R$ 5,5417). Operadores atribuíram o

comportamento mais forte à alta do petróleo, que beneficiou

também moedas de outros países produtores da commodity.

EM TEMPO... Tanure contratou

banco de investimento internacional Rothschild para assessorá-lo

em proposta que deve levar meses para ser formalizada para aquisição

de fatia da Novonor na BRASKEM, apurou o Broadcast.

JBS aprovou a distribuição de R$

2,2 bilhões em dividendos, o equivalente a R$ 1,00 por ação

ON, com pagamento em 17/6.

MINERVA anunciou que a controlada Athn Foods

celebrou contrato de venda da uruguaia Establecimientos Colonia para

a Allana Magellan, por US$ 48 milhões.

MULTIPLAN pagará R$ 135 milhões

em JCP, o equivalente a R$ 0,2336 por ação, aprovados

em junho de 2024, no próximo dia 20/6; ex a partir de 27/6/24.

EZTEC anunciou lançamento do empreendimento

Moved Osasco Residence, com VGV de R$ 218 mi.

INVEPAR confirmou acordo com prefeitura do RJ

para manter vigência da concessão da Linha Amarela (Lamsa)

até o fim do prazo contratual estabelecido no 11º Termo

Aditivo, ou seja, em 2037.

ENERGISA. Opportunity HDF alcançou participação

de 3,93%, passando a administrar 17.984.553 de ações ON

e 71.938.215 de ações PN; gestora não aparece como

acionista no formulário de referência mais recente.

AMERICANAS informou ter firmado termo de transação

individual com a Procuradoria-Geral da Fazenda Nacional (PGFN) com objetivo

de equacionar a totalidade dos débitos fiscais junto ao órgão...


... Valor total dos débitos incluídos

no acordo é de R$ 865 milhões, sendo aplicado um desconto

de 100% dos juros e multas, limitado a 70% do valor consolidado do débito;

somados, os descontos totalizam mais de R$ 500 milhões.

EMBRAER. Subsidiária Eve Air Mobility

(Eve), listada na Nyse, assinou um acordo vinculativo com a Revo, operadora

de mobilidade aérea urbana (UAM) sediada em São Paulo,

e sua controladora, a Omni Helicopters International...

... O contrato de US$ 250 mi (equivalente a R$

1,35 bi) envolve a compra de até 50 aeronaves elétricas

de pouso e decolagem vertical (eVTOL), os chamados carros voadores.

A primeira entrega está prevista para o 4Tri de 2027.

Produtividade é a saída

  O mundo está girando (e rápido): o Brasil vai acompanhar ou ficar para trás? 🌎🇧🇷 Acabei de ler uma análise excelente de Marcello Estevã...