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Bankinter Portugal Matinal

 Análise Bankinter Portugal 


SESSÃO: O (esquecido) prémio de risco geoestratégico aumenta e passa para primeiro plano. Não preocupa tanto a guerra aberta entre Israel e Irão, mas as consequências da sua provável ampliação geográfica (Síria, Líbano, etc.) e os apoios externos de cada parte (Rússia, China, EUA, etc.). Se o Irão fechar o Estreito de Ormuz, forçaria os EUA a envolverem-se diretamente. Petróleo mais caro significa risco de inflação em alta, agora também na Europa.


Esta semana será densa na frente macro, inclusive com reuniões de 8 bancos centrais, mas o decisivo será a incerteza geoestratégica. O imprevisível ganha peso e, como consequência, o prémio de risco implícito do mercado deverá continuar a ser elevado e a arrastar as avaliações das bolsas. Ou, pelo menos, questioná-la atualmente, dificultando o seu avanço. O primeiro elemento a considerar, portanto, é este: o aumento do prémio de risco por geoestratégia. Subestimá-lo, como aconteceu recentemente, seria um erro.


O segundo elemento, uma macro semanal densa, destacando a coincidência de nada menos que 8 reuniões de bancos centrais… que, no entanto, acreditamos que influenciarão pouco. BoJ, Fed e BoE como mais relevantes, mas os três a repetirem taxas diretoras. Deles, o mais importante será a atualização das estimativas macro por parte da Fed. Talvez um pouco em baixa, mas não tanto para impactar. Suécia e Suíça baixarão taxas de juros ao terem inflações quase inexistentes. Enquanto Noruega, Brasil e China manterão as suas taxas diretoras atuais. Por isso, o conjunto influenciará pouco. 


Finalmente, o terceiro e último elemento é a elevada liquidez derivada, principalmente, do sobredimensionamento dos bancos centrais, cuja origem foi a necessidade de apoiar o mercado das obrigações (isto é, sujeitar os preços, principalmente das obrigações soberanas) durante a Crise Financeira e a Pandemia. Por isso, embora seja impossível afirmá-lo de forma inequívoca, parece razoável pensar que os preços dos ativos (obrigações e bolsas) estão artificialmente favorecidos por uma liquidez excessiva. Voltarão a dar apoio nesta situação, mas será suficiente?


CONCLUSÃO: A semana dependerá do desenvolvimento da guerra já aberta entre Israel e Irão, a qual tem a virtude de nos recordar o importante que é avaliar corretamente os riscos assumidos, além do curto prazo. Enquanto o Irão não fechar o Estreito de Ormuz, a situação poderá ser gerível. O resto da OPEP estará encantada de produzir mais para contrastar os 3,3M b/d do Irão (ca. 3,3% total mundial). Mas, em todo o caso, será uma dor de cabeça para o mercado e para o G7 que começa hoje, o qual, claro, oferece um alto risco de enfrentamento verbal entre Tump e qualquer outra pessoa. Impõe-se um “esperar e ver” hoje na abertura, embora com tendência a retroceder um pouco, que é bastante menos do que deveria, considerando a elevação de riscos.


S&P500 -1,1% Nq-100 -1,3% SOX -2,6% ES50 -1,3% IBEX -1,3% VIX 20,8% Bund 2,54% T-Note 4,44 Spread 2A-10A USA=+46pb B10A: ESP 3,16% PT 3,04% FRA 3,26% ITA 3,49% Euribor 12m 2,084% (fut.2,076%) USD 1,156 JPY 166,5 Ouro 3.419$ Brent 74,6$ WTI 73,5$ Bitcoin +2,4% (106.571$) Ether +4,2% (2.606$). 


FIM

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