Sou Economista com dois mestrados, cursos de especialização e em Doutoramento. Meu objetivo é analisar a economia, no Brasil e no Mundo, tentar opinar sobre os principais debates da atualidade e manter sempre, na minha opinião essencial, a independência. Não pretendo me esconder em nenhum grupo teórico específico. Meu objetivo é discorrer sobre varios temas, buscando sempre ser realista.
terça-feira, 20 de maio de 2025
BDM Matinal Riscala 2005
*Rosa Riscala: China corta juros contra tensões comerciais*
… Em mais uma investida para impulsionar a economia e atenuar o impacto das tensões comerciais com os EUA, o PBoC chinês cortou hoje os juros para mínimas históricas, de 3,1% para 3,0% (um ano), na primeira queda desde outubro. A taxa de cinco anos foi reduzida na mesma proporção, de 3,6% para 3,5%. Agenda é fraca no exterior, apenas com o índice de confiança na Zona do Euro, enquanto em NY os mercados ouvem mais sete dirigentes do Fed pregar a “paciência” na política monetária. Em Wall Street, sai o balanço de Home Depot, antes da abertura. Após o fechamento, vem o resultado da XP Investimentos. Aqui, a primeira quadrissemana de maio do IGP-M é o único destaque, com os investidores à espera das medidas fiscais levadas a Lula, que Haddad prometeu anunciar nesta 5ªF.
… “Dia 22, a gente vai dar ao público todo o quadro fiscal deste ano e a projeção para o ano que vem também. Até 5ªF sai tudo”, disse o ministro, que não quis antecipar o valor do bloqueio ou contingenciamento no Relatório Bimestral de Receitas e Despesas.
… “Vamos ter várias reuniões esta semana para fechar [as medidas] e divulgar todo o quadro e o que for necessário [cortar].”
… Haddad já disse que não são medidas que preveem novos gastos, mas apenas questões pontuais para o cumprimento da meta de 2025. Na semana passada, o mercado voltou a colocar o risco fiscal no radar com a expectativa por esse “pacote”.
… Apurou-se, então, que se trata de uma série de ações destinadas ao público de mais baixa renda, que tentará recuperar a popularidade do presidente Lula. Há uma preocupação de que a imagem negativa do governo possa ter piorado com o escândalo do INSS.
… Haddad negou que esse tema tenha sido conversado com Lula nesta 2ªF, quando apresentou as medidas ao presidente no Planalto. O ressarcimento dos valores aos aposentados lesados pelos descontos não autorizados em seus benefícios ainda não está resolvido.
… Em apenas quatro dias, entre 14 e 17 deste mês, 1,5 milhão de pensionistas do INSS pediram o reembolso das mensalidades que foram descontadas indevidamente. O caso tem potencial para se tornar uma crise ainda maior e atingir o crédito consignado.
… Nesta 2ªF, despacho do presidente do INSS, Gilberto Waller Junior, publicado no Diário Oficial definiu que a partir de 6ªF, 23, passará a ser exigida biometria para o desbloqueio de empréstimos consignados, muitos dos quais podem estar em situação irregular.
… O próprio despacho cita a necessidade de “mapear vulnerabilidades operacionais e implementar medidas corretivas e aprimoramentos, garantindo maior segurança e conformidade aos processos envolvidos” – sinal evidente que aí também tem coisa.
… O governo Lula lançou a nova modalidade do consignado privado como medida de apelo popular e não deve querer abrir mão disso. A troca de dívidas e a concessão de novos empréstimos serão geridas pela Dataprev, com monitoramento do Ministério do Trabalho.
… Ainda sobre as medidas fiscais do Relatório Bimestral de Receitas e Despesas, o secretário de Política Econômica da Fazenda, Guilherme Mello, disse que não trazem informações novas e que o noticiário da semana passada criou temores [no mercado].
… “O relato sobre o pacote de medidas é uma forma de contar história, porque não tem nada que já não tivesse sido colocado no debate público ou apresentado. O objetivo do governo com as medidas é cumprir o arcabouço fiscal e alcançar suas metas.”
… Mas ele afirmou que o desafio fiscal está sempre colocado para o Brasil. “Não podemos dourar a pílula”.
… Em evento do Goldman Sachs, nesta 2ªF, também Galípolo admitiu que “não é simples para o BC lidar com as incertezas sobre a política fiscal”, que “parece explicar parte da dinâmica das expectativas desancoradas de inflação, apesar dos juros mais elevados”.
… O presidente do BC citou a percepção no mercado de que a perda de tração na atividade pode levar a uma resposta do lado fiscal, mas sua fala foi fundamental para confirmar as expectativas de que a Selic não deve mais subir, mas continuará alta por longo tempo.
… “Com as expectativas desancoradas, faz sentido permanecer com essas taxas de juros no patamar restritivo por tempo mais prolongado do que usualmente se costuma praticar”. Disse, ainda, que o BC “não está nem perto de discutir a inflexão da política monetária”.
… As declarações de Galípolo pela manhã inverteram a alta inicial dos juros futuros, com o IBC-Br acima do esperado, e junto com a queda do dólar, passaram a recuar. Na curva, a aposta de manutenção em 14,75% já tem 60% de chances (leia mais abaixo).
AS NOVAS PROJEÇÕES – Na atualização da grade de parâmetros publicada pela Secretaria de Política Econômica (SPE) da Fazenda, nesta 2ªF, as projeções para o PIB deste ano foram elevadas de 2,3% para 2,4% e do IPCA, de 4,9% para 5%.
… Para o crescimento da economia, as estimativas da Fazenda estão mais otimistas do que as medianas da pesquisa Focus (2% em 2025).
… A equipe de técnicos explica que a revisão está relacionada à maior expectativa de crescimento no primeiro trimestre e ao aumento esperado para a produção agropecuária no ano, e só prevê desaceleração no segundo semestre, para perto de estabilidade.
… Para o 1Tri, a Fazenda espera crescimento de 1,6% do PIB, após a previsão de 1,5% em março, já que “os resultados observados estão um pouco melhores que o esperado para a indústria e serviços e levaram a um aumento marginal nessa projeção”.
… A aceleração no ano deve ser puxada pelo PIB agropecuário (+6,3%). Para os serviços, a projeção é de +2% e para a indústria, de 2,2%.
… Já a projeção de 5% para o IPCA/2025 “refletiu pequenas surpresas nas variações para o índice em março, além de alterações marginais nas expectativas para os próximos meses”. A Fazenda espera redução da inflação apenas a partir de setembro.
… Para 2026, a projeção de IPCA se manteve relativamente constante, avançando de 3,5% para 3,6%, dentro do intervalo da meta.
… Ainda de acordo com o Boletim Macrofiscal, as projeções de inflação consideraram a taxa de câmbio do fim do ano de R$ 5,86, que é levemente inferior à taxa de R$ 5,90 utilizada como referência para atualização da grade anterior, em março.
… Segundo o documento, “uma taxa de câmbio mais próxima de R$/US$ 5,70, utilizada nas projeções do cenário de referência do Copom de maio, poderia contribuir para reduzir as estimativas de IPCA, INPC e IGP-DI”.
NILTON DAVID – Em live do BC, nesta 2ªF, o diretor de Política Monetária disse que o PIB brasileiro vem crescendo acima do seu potencial, levando a um aumento da inflação no País, e que, “por isso, o BC decidiu elevar os juros”.
… “O Brasil cresceu mais do que se esperava por três anos, quiçá quatro anos consecutivos, o que é ótimo, e subiu os juros exatamente para conter o crescimento, para ele não se transformar em inflação, e continuar sendo só crescimento.”
MARGEM EQUATORIAL – A Petrobras repercute na abertura a autorização do Ibama para a empresa avançar no seu plano de estudos de impacto ambiental para a realização de pesquisas na Bacia da Foz do Amazonas.
… A decisão não representa ainda uma licença formal para o início da exploração na região, mas é a penúltima etapa prevista no processo de licenciamento da Margem Equatorial, em novo avanço à prospecção de petróleo.
GRIPE AVIÁRIA – Em entrevista coletiva na noite de ontem, o Ministério da Agricultura informou que as exportações de produtos avícolas estão suspensas para 16 países e mais a UE.
… De acordo com a pasta, há quatro investigações de suspeitas: duas são em plantas comerciais, em Ipumirim (SC) e Aguiarnópolis (TO), e outras duas em aves de subsistência em Estância Velha (RS) e em Salitre (CE).
… Pelos cálculos do BTG Pactual, a crise pode provocar impacto de até US$ 300 milhões mensais nas exportações de carnes de aves do País enquanto durarem embargos aos embarques do produto.
… A Fitch disse que caso de gripe aviária confirmado em Montenegro (RS) representa um revés aos produtores de frango, mas não deve trazer impacto material sobre o perfil de crédito das grandes empresas do setor.
MAIS AGENDA – A prévia do IGP-M (8h) abre o dia. Nos EUA, pelo Fed, falam Thomas Barkin e Raphael Bostic (10h), Susan Collins (10h30), Alberto Musalem (14h), Adriana Kugler (18h), Beth Hammack e Mary Daly (20h).
… Nesta 2ªF, Neel Kashkari/Minneapolis destacou as incertezas do momento com as tarifas, afirmando que não se sabe quando a questão será resolvida. “É preciso esperar para ver. As empresas estão adiando investimentos em meio às incertezas.”
… Já Raphael Bostic/Atlanta afirmou que, diante das atuais condições econômicas e do nível das tarifas federais nos EUA, “vejo [apenas] um corte na taxa de juros neste ano”, ponderando que esse cenário pode mudar caso as negociações sejam “boas e rápidas”.
… Em entrevista à Bloomberg, Bostic concordou que o Fed precisa de “tempo para ter clareza sobre o impacto real das tarifas”.
… A zona do euro divulga às 11h a leitura preliminar de maio do índice de confiança do consumidor.
… No Canadá, os ministros das Finanças do G7 se reúnem, mas não estão previstos anúncios de acordos comerciais. Segundo a Reuters, discussões adicionais com o Japão devem ocorrer em Washington.
JOGO DE PERDE E GANHA – A crise fiscal nos EUA se provou oportuna ontem ao Brasil, à medida que garantiu novamente uma rotação de fluxo gringo para cá, ampliando o movimento já observado com a guerra comercial.
… Faturando o giro global de portfólio, o Ibov testou novo recorde histórico e o dólar e os juros futuros caíram, tendo ainda como fator extra de alívio a interpretação positiva dos comentários de Galípolo sobre a Selic.
… Em evento do Goldman Sachs, a indicação de que a taxa básica deve ficar elevada por mais tempo foi lida como um recado de que o juro alcançou o pico e só subirá novamente se houver piora importante do cenário.
… Se o mercado leu certo, não deixa de ser uma boa notícia para o carry trade, que reforça o Brasil como rota do fluxo estrangeiro. Mesmo que a Selic não suba mais, só de ficar onde está por bastante tempo já é lucro.
… A migração de recursos para os mercados emergentes e a esperança de que o ciclo de aperto monetário do Copom já pode ter acabado ou está muito perto do fim têm ajudado o Ibovespa a sonhar cada vez mais alto.
… A barreira inédita dos 140 mil pontos já foi cruzada ontem durante o pregão (140.203,04) e, embora o índice à vista não tenha conseguido bancar esta marca até o fim do dia, fechou no melhor patamar de todos os tempos.
… Terminou aos 139.636,41 pontos, em leve alta de 0,32%, sinalizando que pode flertar com novos topos.
… Com Galípolo dando a entender que o BC já pode estar no limite do alcance da política monetária, seis das maiores altas do Ibov foram ocupadas por ações sensíveis ao consumo e ritmo de crescimento da economia.
… Renner (+2,62%), Fleury (+2,55%), Azzas (+2,51%), Yduqs (+2,47%), Assaí (+2,42%) e SmartFit (+2,37%).
… Entre os grandes bancos, BB ON (-2,45%, R$ 25,04) continuou precificando o balanço ruim do 1Tri25, mas Itaú PN (+1,19%, a R$ 38,35); Bradesco PN (+0,91%, a R$ 15,54) e Santander Unit (+1,49%, a R$ 30,56) subiram.
… Faltou fôlego para as blue chips de commodities: Vale ON caiu (-0,27%, a R$ 55,34), menos que o minério de ferro (-0,89%). Petrobras ON recuou 0,26%, a R$ 34,06, e PN, -0,12%, a R$ 31,98, em dia morno para o petróleo.
… O barril opera em clima de esperar para ver se vai sair mesmo o acordo nuclear do Irã e um cessar-fogo entre a Rússia e a Ucrânia. O contrato do Brent para julho subiu de leve (+0,19%), a US$ 65,54, na ICE londrina.
… A gripe aviária, que suspendeu as exportações brasileiras de frango para diversos países, favoreceu correção dos papéis da Marfrig (-6,42%), depois do salto de 21% semana passada com a proposta de fusão com a BRF.
… Apesar do surto, JBS subiu 3,06%, em meio ao processo de listagem nos EUA. A Fitch afirmou nesta 2ªF o rating BBB- da empresa em escala global e a nota AAA(bra) em escala nacional, ambas em perspectiva estável.
SELL AMERICA – A percepção de piora das contas públicas nos EUA, em meio às incertezas da sustentabilidade da dívida, enfraqueceu o dólar em escala global e, aqui, ainda teve o “efeito Galípolo” para dar suporte ao real.
… A moeda norte-americana fechou em leve baixa de 0,25%, cotada a R$ 5,6552. A curva do DI queimou prêmio de risco com a chance de que o Copom já possa ter completado o seu processo de ancoragem da inflação.
… No fechamento, o DI para Jan/26 caiu a 14,720% (de 14,740% no pregão anterior); Jan/27 furou os 14,000% de 6ªF e foi a 13,915%; Jan/29, a 13,465% (13,605%); Jan/31, 13,690% (13,760%); e Jan/33, 13,760% (13,790%).
… Antes de cair com Galípolo, os juros futuros subiram com o IBC-Br de março (0,80%) colado ao teto das estimativas (0,81%). O crescimento do “PIB do BC” no 1Tri chegou a 1,3%, indicando economia ainda aquecida.
… A queda nos juros futuros também foi facilitada pela melhora dos juros dos Treasuries, após picos de estresse mais cedo, quando a taxa da Note-10 anos rompeu 4,5% e o yield do T-Bond de 30 anos rodou acima de 5%.
… O retorno da Note-10 desacelerou de 4,562% no auge da tensão para 4,455% no fechamento (contra 4,446% no pregão anterior). O do T-Bond-30 abandonou a máxima de 5,036% para fechar a 4,914% (de 4,901% na 6ªF).
… Apesar de a pressão ter baixado ao longo do dia, investidores temem que o pacote tributário proposto pelos republicanos possa adicionar até US$ 5 trilhões ao endividamento dos EUA nos próximos dez anos.
… Os líderes republicanos planejam se reunir com Trump hoje e votar o projeto amanhã, em clima tenso.
… A perda do rating triplo A dos EUA pela Moody´s, desencadeada pela trajetória da dívida pública, derrubou o índice DXY (-0,66%) a 100,426 pontos. O euro subiu 0,71%, a US$ 1,1239, e a libra, +0,61%, a US$ 1,3356.
… Driblando os riscos, as bolsas em NY testaram uma melhora na reta final do pregão junto com os Treasuries, depois de terem passado grande parte do dia em terreno negativo, repercutindo o downgrade da nota dos EUA.
… No fechamento, o índice Dow Jones exibia alta moderada de 0,32%, aos 42.792,07 pontos, enquanto o S&P 500 (+0,09%, aos 5.963,60 pontos) e o Nasdaq (+0,02%, aos 19.215,46 pontos) se acomodavam na estabilidade.
EM TEMPO… A Moody´s elevou o rating da ELETROBRAS de Ba2 para Ba1, com perspectiva estável.
GERDAU informou que a empresa de serviços financeiros FMR LLC atingiu fatia de 10,493% das ações PN.
TELEFÔNICA arrecadou R$ 949 mi em leilão de ações provenientes de grupamento e desdobramento.
RODOVIAS. A XP reduziu o preço-alvo da Motiva de R$ 16,20 para R$ 15,30 e elevou o da EcoRodovias
de R$ 7,30 para R$ 8,30. A recomendação de compra foi reforçada para as duas companhias.
SÃO MARTINHO. O conselho de administração aprovou a sétima emissão de debêntures simples, não conversíveis em ações, da espécie quirografária, em série única, no valor de R$ 1,250 bilhão.
JHSF PARTICIPAÇÕES assinou um Memorando de Entendimentos (MOU) com a Fundação Visconde de Porto Seguro para a instalação de uma nova unidade do colégio no Boa Vista Village, em Porto Feliz (SP).
Dan Kawa
*Dan Kawa-Brasil: Uma Dinâmica Favorável - EM Upgrade*
Após uma abertura pressionada devido ao "downgrade" do rating americano pela Moody´s, os mercados foram de estabilizando e acabaram fechando a segunda-feira em tom menos negativo.
Destaque para uma rodada mais firme de Dólar Fraco.
No Brasil, a sinalização do Presidente do BCB na direção do fim do ciclo de alta de juros voltou a ajudar a ancorar a curva de juros que, por sua vez, continuou dando suporte as ações locais mais sensíveis aos juros.
O IBC-Br (espécie de PIB mensal) de março veio bem acima do esperado, com destaque para o forte desempenho da agropecuária e da indústria, o que levou à revisão para cima da projeção de crescimento do PIB no 1º tri de 2025.
Apesar do bom resultado, a expectativa é de desaceleração da atividade a partir do 2º trimestre.
Com a temporada de resultados do 1T25 encerrada no Brasil, podemos fazer um balanço dos números:
Na comparação anual (1T25 vs. 1T24, excluindo Petrobras e Vale):
- Receita e EBITDA cresceram 13,2% e 7,4%, respectivamente.
- Lucro líquido subiu 16%.
- Nas empresas de commodities, a receita aumentou 9,3%, o EBITDA ficou estável e o lucro líquido saltou 47%.
- Já nas empresas domésticas, os números também foram sólidos, com altas de 14,5% na receita, 12,1% no EBITDA e 7,9% no lucro, mesmo com uma taxa Selic média significativamente mais alta em 1T25.
A conclusão é que o 1T25 mostrou uma recuperação consistente das empresas brasileiras, com resultados sólidos mesmo em um ambiente de juros elevados.
As empresas domésticas surpreenderam positivamente, reforçando a tese de que a economia local está mais robusta do que se imaginava — o que pode apoiar revisões positivas de lucros e valuations nos próximos trimestres.
O gráfico abaixo evidencia que a volatilidade do mercado, medida pelo VIX, caiu de forma consistente à medida que a incerteza em torno da política comercial dos EUA também diminuiu.
Essa correlação reforça que a clareza nas diretrizes comerciais tem efeito direto na estabilização dos mercados. Em um cenário global ainda sensível a choques, a redução da incerteza política se mostra como um fator decisivo para restaurar a confiança dos investidores.
Sobre o "upgrade" do JPM ontem para Ações EM (comentei aqui:x.com/DanKawa2/statu…):
As ações de mercados emergentes tiveram um desempenho significativamente inferior ao dos mercados desenvolvidos nos últimos anos, acumulando uma defasagem de 40% em relação ao índice de mercados desenvolvidos desde 2021.
Os valuations dos EM estão atrativos e o posicionamento dos investidores é reduzido. As ações de mercados emergentes estão sendo negociadas em níveis atrativos, a 12 vezes o lucro futuro, com um desconto maior do que o habitual em relação aos mercados desenvolvidos.
Além disso, os EM seguem com baixa participação nas carteiras globais.
Nos EUA, os dados referentes ao consumidor indicam um ambiente de crédito mais caro e pesado para as famílias, elevando o risco de deterioração no consumo e no crescimento econômico nos próximos trimestres.
Os gráficos abaixo mostram um aumento significativo da pressão financeira sobre os consumidores norte-americanos: a taxa média de juros de cartão de crédito está próxima de máximas históricas, os pagamentos de juros (excluindo hipotecas) ultrapassaram US$ 550 bilhões ao ano, os encargos com dívidas estudantis voltaram a crescer após a suspensão durante a pandemia, e a probabilidade de inadimplência nos pagamentos mínimos segue em alta, superando 14%.
https://x.com/DanKawa2/status/1924744329496600587
Mercado no dia 20
*Bom dia ☕️*
*🌎Os índices futuros dos EUA operam em baixa nesta terça-feira (20),* à medida que investidores avaliam se a recente alta dos mercados foi além dos fundamentos, diante dos persistentes riscos ligados às tensões comerciais e à inflação ainda resiliente.
*📊Veja do desempenho dos mercados futuros :*
*🇺🇸EUA*
* Dow Jones Futuro: -0,13%
* S&P 500 Futuro: -0,31%
* Nasdaq Futuro: -0,42%
🌏 Ásia-Pacífico
* Shanghai SE (China), +0,38%
* Nikkei (Japão): +0,08%
* Hang Seng Index (Hong Kong): +1,49%
* Kospi (Coreia do Sul): -0,06%
* ASX 200 (Austrália): +0,58%
🌍 Europa
* STOXX 600: +0,39%
* DAX (Alemanha): +0,14%
* FTSE 100 (Reino Unido): +0,53%
* CAC 40 (França): +0,20%
* FTSE MIB (Itália): +0,37%
🌍 Commodities
* 🛢️Petróleo WTI, +0,77%, a US$ 63,17 o barril
* 🛢️Petróleo Brent, -0,02%, a US$ 65,48 o barril
* 🧲Minério de ferro negociado na bolsa de Dalian, +0,28%, a 725,00 iuanes (US$ 100,56)
🪙Bitcoin, -0,37%, a US$ 104.962,57
*📚MZ Investimentos*
*🗞️Jornal do Investidor*
Bankinter Portugal Matinal 2005
Análise Bankinter Portugal
SESSÃO: Nova Iorque conseguiu fechar plana ontem, apesar da descida de rating de Moody’s aos EUA. Esta madrugada, Austrália baixou taxas de juros (-25 p.b. até 3,85%) e a China também (-10 p.b. até 3,00% a 1 ano e até 3,50% a 5 anos). A Austrália fê-lo porque o pode fazer ao ter a inflação já em +2,4% e a China porque o precisava de fazer perante a debilidade do seu crescimento, que se irá agravar com os impostos alfandegários. Mas era esperado em ambos os casos.
Trump tenta avançar no Congresso com uma redução de impostos que implicaria um aumento da dívida entre 3Bn $ e 5Bn $ em 10 anos, equivalente a 10%/ 16% do PIB, que se juntaria aos 120% de dívida/PIB atual. Isso continuará a debilitar o USD e fará com que faça todo o sentido as recentes descidas de rating sobre a dívida americana, particularmente a de Moody’s (ontem).
HOJE há pouco conteúdo. Apenas teremos a Confiança do Consumidor na UE, que se espera -16,0 vs. -16,7. Na pré-abertura americana publica Home Depot (EPS 1T26 fiscal, 3,59 $ esperado) e no fecho de Nova Iorque temos Palo Alto (EPS 3T25 fiscal, 0,772 $ esperado). Mais nada, portanto a sessão pode ser lateral ou de enfraquecimento suave, à espera do importante desta semana: amanhã, o aumento da inflação no Reino Unido (+3,3% vs. +2,6%; Subjacente +3,6% vs. +3,4%), na quinta-feira, os PMIs em todo o mundo (parece que o Industrial americano poderá entrar em zona de contração: 49,8 vs. 50,2); e na sexta-feira, a inflação japonesa a manter-se em níveis elevados para os seus padrões (+3,5% vs. +3,6%; Subjacente +3,0% vs. +2,9%). Portanto, as inflações britânica e japonesa poderão implicar um aviso de aí vem em preços, enquanto o PMI Industrial americano entra em contração. Nada disso é bom, mas a pressão da liquidez do mercado parece que aguenta tudo, de momento. Até que, de repente, já não aguenta. Parece que um leilão japonês teve uma aceitação fraca esta madrugada, por exemplo.
CONCLUSÃO: Transição até às inflações britânica e japonesa, que são o importante para o resto da semana. USD fraco, característico da presidência de Trump: no seu primeiro mandato (2018/21) chegou a 1,242/€, portanto pensar em 1,13 a curto prazo não seria ridículo. Provavelmente, hoje a Europa ca.+0,2%, mas a tarde americana mais fraca, inclusive a enfraquecer um pouco, mas isto dependerá de que como saírem os resultados de Home Depot.
S&P500 +0,1% Nq-100 +0,1% SOX -0,5% ES50 -0,01% IBEX +0,3% VIX 18,1% Bund 2,59% T-Note 4,45% Spread 2A-10A USA=+49pb B10A: ESP 3,21% PT 3,08% FRA 3,26% ITA 3,60% Euribor 12m 2,094% (fut.2,057%) USD 1,125 JPY 162,5 Ouro 3.212$ Brent 65,3$ WTI 62,7$ Bitcoin +3% (106.220$) Ether +7,4% (2.566$).
FIM
segunda-feira, 19 de maio de 2025
Fábio Alves
Fábio Alves: a montanha-russa nas falas do banco Central
10:58 18/05/2025
Tomara que até a próxima reunião do Copom, nos dias 17 e 18 de junho, a comunicação do Banco Central seja menos confusa e problemática do que foi entre março e maio, quando analistas e investidores experimentaram uma verdadeira montanha-russa, com sinalizações até contraditórias por parte dos diretores da instituição.
Em um dado momento, entre as reuniões de março e maio do Copom, chegou-se a falar num "pivot" para uma postura "dovish" da política monetária, turbinando até as apostas de um início de um ciclo de corte da taxa Selic já neste ano.
Isso aconteceu, em particular, logo após os discursos dos diretores Nilton David (de Política Monetária) e Diogo Guillen (de Política Econômica) durante os eventos paralelos da reunião anual do Fundo Monetário Internacional (FMI), em Washington, em meados de abril.
Mas a interpretação "dovish" do mercado foi corrigida em seguida pelo presidente do BC, Gabriel Galípolo, que fez discurso mais duro, destacando o desconforto da autoridade monetária com expectativas de inflação ainda desancoradas e que o "guidance" dado em março ainda estava válido para maio.
Tanto que, na véspera da última reunião do Copom, eu perguntei a um renomado economista qual era o sentimento com que o mercado estava chegando àquela decisão depois das falas de Nilton, Guillen e Galípolo.
A resposta dessa fonte foi algo na linha: chegamos ao mesmo lugar que estávamos antes de todas as falas, logo após o Copom de março, mas com muito ruído no meio. E a fonte rematou esse sentimento assim: "Muito barulho para nada".
Porém, o mais preocupante é que o tom do comunicado que acompanhou a decisão de elevar a Selic para 14,75% foi considerado muito "dovish" por uma parcela grande dos analistas. Muitos no mercado passaram até a considerar que o ciclo de aperto monetário já acabou.
E esse tom "dovish" do mercado não foi nada condizente com o tom mais duro de Galípolo antes do início do período de silêncio que antecedeu à última decisão do Copom. Em outras palavras: o comunicado desdisse o discurso duro de Galípolo na véspera do Copom.
A impressão que muitos analistas ficaram foi a de que os diretores do BC bateram cabeça nesse último ciclo de comunicação entre reuniões. E acabaram turvando a visão do mercado, mais do que guiaram as expectativas sobre os próximos passos do Copom - esse, aliás, um dos princípios da boa comunicação da política monetária.
Por outro lado, é preciso debater se a culpa pela grande dispersão nas interpretações dos passos adiante da política monetária é somente dos diretores do Banco Central.
Isto é, qual a parte nesse latifúndio que cabe ao mercado?
Explico-me.
De que eu me lembre, o BC nunca disse explicitamente ao mercado que o termo "assimétrico", para descrever o balanço de risco, passou a ser parte integrante do seu "forward guidance", como o é os parágrafos finais do comunicado do Copom.
Todavia, desde que o BC acabou com aquele "choque de juros" da virada do ano, contratando três altas seguidas de 1 ponto na Selic, o mercado passou a se deter na qualificação do balanço de risco no comunicado do Copom para nortear sua aposta de fim do ciclo de aperto, uma vez que, compreensivelmente, o BC precisou contratar mais flexibilidade ao sinalizar seus próximos passos. E querer ter essa flexibilidade é totalmente normal para quando o fim de um ciclo se aproxima.
Se, de um lado, o mercado pecou ao colocar o balanço de risco como parte integrante do "forward guidance", com a retirada ou não do termo "assimétrico", de outro, o BC também errou ao não corrigir essa obsessão do mercado pela avaliação do balanço de risco como parte do "guidance".
Dito tudo isso, a impressão é que entramos, há algum tempo, num período em que um diretor do BC fala alguma coisa numa direção na parte da manhã, para ser corrigido por outro diretor numa fala na parte da tarde.
Quem dá conta de acompanhar tanta reviravolta?
O que se quer é um pouco mais de consistência. Daí, toda a atenção à palestra que Galípolo irá proferir nesta segunda-feira, a partir das 10 horas, em uma conferência do banco Goldman Sachs, em São Paulo. (fabio.alves@estadao.com)
Economia Informal
Mais de 20% do PIB brasileiro vem da economia informal. São as atividades sem CNPJ, sem nota fiscal, mas que movimentam bilhões — de ambulantes a prestadores de serviço autônomos.
O IBGE estima esse valor com base em pesquisas como a PNAD Contínua e modelos estatísticos que calculam a produção “fora do radar”. Mas isso não exclusivo do nosso país.
Para comparar, em economias desenvolvidas como os EUA e a Alemanha, esse número fica entre 5% a 7% do PIB. Mas em muitos países em desenvolvimento esse número supera 40% do PIB.
A informalidade é reflexo de múltiplos fatores: excesso de burocracia? falta de acesso ao crédito? baixa escolaridade? ou um sistema que exclui mais do que integra?
Produtividade é a saída
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