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Dan Kawa

 *Dan Kawa-Brasil: Uma Dinâmica Favorável - EM Upgrade*


Após uma abertura pressionada devido ao "downgrade" do rating americano pela Moody´s, os mercados foram de estabilizando e acabaram fechando a segunda-feira em tom menos negativo.


Destaque para uma rodada mais firme de Dólar Fraco.


No Brasil, a sinalização do Presidente do BCB na direção do fim do ciclo de alta de juros voltou a ajudar a ancorar a curva de juros que, por sua vez, continuou dando suporte as ações locais mais sensíveis aos juros.


O IBC-Br (espécie de PIB mensal) de março veio bem acima do esperado, com destaque para o forte desempenho da agropecuária e da indústria, o que levou à revisão para cima da projeção de crescimento do PIB no 1º tri de 2025.


Apesar do bom resultado, a expectativa é de desaceleração da atividade a partir do 2º trimestre.


Com a temporada de resultados do 1T25 encerrada no Brasil, podemos fazer um balanço dos números:


Na comparação anual (1T25 vs. 1T24, excluindo Petrobras e Vale):

- Receita e EBITDA cresceram 13,2% e 7,4%, respectivamente.

- Lucro líquido subiu 16%.


- Nas empresas de commodities, a receita aumentou 9,3%, o EBITDA ficou estável e o lucro líquido saltou 47%.


- Já nas empresas domésticas, os números também foram sólidos, com altas de 14,5% na receita, 12,1% no EBITDA e 7,9% no lucro, mesmo com uma taxa Selic média significativamente mais alta em 1T25.


A conclusão é que o 1T25 mostrou uma recuperação consistente das empresas brasileiras, com resultados sólidos mesmo em um ambiente de juros elevados.


As empresas domésticas surpreenderam positivamente, reforçando a tese de que a economia local está mais robusta do que se imaginava — o que pode apoiar revisões positivas de lucros e valuations nos próximos trimestres.


O gráfico abaixo evidencia que a volatilidade do mercado, medida pelo VIX, caiu de forma consistente à medida que a incerteza em torno da política comercial dos EUA também diminuiu.


Essa correlação reforça que a clareza nas diretrizes comerciais tem efeito direto na estabilização dos mercados. Em um cenário global ainda sensível a choques, a redução da incerteza política se mostra como um fator decisivo para restaurar a confiança dos investidores.


Sobre o "upgrade" do JPM ontem para Ações EM (comentei aqui:x.com/DanKawa2/statu…):


As ações de mercados emergentes tiveram um desempenho significativamente inferior ao dos mercados desenvolvidos nos últimos anos, acumulando uma defasagem de 40% em relação ao índice de mercados desenvolvidos desde 2021.


Os valuations dos EM estão atrativos e o posicionamento dos investidores é reduzido. As ações de mercados emergentes estão sendo negociadas em níveis atrativos, a 12 vezes o lucro futuro, com um desconto maior do que o habitual em relação aos mercados desenvolvidos.


Além disso, os EM seguem com baixa participação nas carteiras globais.


Nos EUA, os dados referentes ao consumidor indicam um ambiente de crédito mais caro e pesado para as famílias, elevando o risco de deterioração no consumo e no crescimento econômico nos próximos trimestres.


Os gráficos abaixo mostram um aumento significativo da pressão financeira sobre os consumidores norte-americanos: a taxa média de juros de cartão de crédito está próxima de máximas históricas, os pagamentos de juros (excluindo hipotecas) ultrapassaram US$ 550 bilhões ao ano, os encargos com dívidas estudantis voltaram a crescer após a suspensão durante a pandemia, e a probabilidade de inadimplência nos pagamentos mínimos segue em alta, superando 14%.


https://x.com/DanKawa2/status/1924744329496600587

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