sexta-feira, 17 de outubro de 2025

BDM Matinal Riscala

 BDM: Alerta no crédito nos EUA assusta bolsas

 

... A confirmação da viagem de Trump à Coreia do Sul, onde pode se encontrar com Xi no final do mês, e os progressos relatados na conversa do presidente dos Estados Unidos com Putin para tentar pôr fim à guerra com a Ucrânia trazem alívio aos focos de tensão geopolítica. Hoje, Zelensky será recebido na Casa Branca. Mas o que pegou ontem foram supostas fraudes denunciadas por dois bancos norte-americanos, que assustaram o setor financeiro em Wall Street, com o índice VIX – termômetro do medo – disparando 20%. Aqui, a conversa positiva da diplomacia brasileira em Washington é a boa notícia, mas a indefinição sobre o Orçamento de 2026 amplia os receios com o risco fiscal.

 

O SUSTO DO DIA – Dois bancos regionais dos Estados Unidos, o Western Alliance e o Zions, abalaram a confiança dos investidores em Nova York ao divulgarem problemas com empréstimos envolvendo alegações de fraude, aumentando as preocupações sobre o mercado de crédito.

 

... O Zions informou uma baixa contábil de US$ 50 milhões referente a um empréstimo subscrito por sua subsidiária integral, o California Bank & Trust, e o Western Alliance, que está lidando com um mutuário que não “forneceu empréstimos colaterais em primeira posição”.

 

... Na Bloomberg, a Western Alliance também está exposta ao colapso da fornecedora de autopeças First Brands Group, uma das implosões recentes que deixaram os investidores se perguntando se a beira do precipício está próxima.

 

... Mesmo que os eventos de crédito sejam isolados, os bancos que assumem prejuízos com empréstimos inadimplentes têm sido manchetes com mais frequência nos últimos dois meses, algo que foi turbinado esta semana pelo alerta de bug do CEO do JPMorgan, Jamie Dimon.

 

... Após as falências da First Brands e da Tricolor Holdings, no mês passado, o JPMorgan deu baixa contábil de US$ 170 milhões e o Fifth Third Bancorp, de até US$ 200 milhões. Esta foi a tônica dos mercados ontem em Wall Street (leia abaixo).

 

RÚSSIA E UCRÂNIA – O presidente Trump recebe hoje no Salão Oval da Casa Branca o líder da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, quando deve relatar a conversa telefônica que manteve nesta quinta-feira com Vladimir Putin, considerada por ele “muito produtiva”.

 

... Em sua rede social, Trump escreveu que ele e presidente russo concordaram com uma reunião de assessores de alto nível dos dois países na próxima semana e, depois, “Putin e eu nos encontraremos em Budapeste para ver se conseguimos pôs fim a essa guerra inglória”.

 

... Pouco depois, Trump informou aos jornalistas que ele deve se reunir com o presidente Putin, “dentro das próximas duas semanas”, dizendo que o conflito entre Rússia e Ucrânia “poderia culminar em uma Terceira Guerra Mundial”, mas que “isso não vai acontecer”.


... Na entrevista coletiva no Salão Oval, o presidente Trump ainda comentou sobre a crise no Oriente Médio, dizendo que o Hamas “deve honrar seus compromissos, ou alguém agirá contra eles se necessário, sob os auspícios dos Estados Unidos”.

 

CHINA – Conselheiro de Segurança Nacional do Gabinete Presidencial da Coreia do Sul, Wi Sung-lac, confirmou ontem que Trump visitará o país nos dias 29 e 30 de outubro. “Se um encontro EUA-China ocorrer, acontecerá durante sua estadia [na Coreia do Sul].”

 

INÍCIO AUSPICIOSO – Em breve pronunciamento sobre o encontro com o secretário de Estado dos Estados Unidos, Marco Rubio, o chanceler Mauro Vieira informou que a reunião em Washington foi um começo “auspicioso” da reaproximação entre os dois países.

 

... Segundo ele, a reunião durou cerca de uma hora e foi “ótima, muito produtiva, num clima de excelente descontração, iniciando um processo de negociação, no qual trabalharemos para normalizar e abrir novos caminhos para as relações bilaterais”.

 

... Vieira confirmou que os presidentes Lula e Trump devem se encontrar em breve, embora a data e o local não estejam ainda definidos.

 

... Questionado sobre a possibilidade de os líderes se encontrarem na Cúpula da Asean, bloco econômico do Sudeste Asiático, que acontece em Kuala Lumpur, na Malásia, entre 26 e 28 de outubro, o chanceler não descartou. “Pode ser, vai depender se coincidir as datas.”

 

... Vieira disse que reiterou a posição que Lula transmitiu a Trump, em telefonema na semana passada, sobre a necessidade de reversão da tarifa de 50% adotada pelo governo norte-americano em julho. “Isso demandará uma negociação a ser iniciada nos próximos dias.”

 

... Também o Representante de Comércio dos Estados Unidos (USTR), Jamieson Greer, que participou do encontro, comentou que a conversa com o ministro Mauro Vieira foi “muito positiva em relação ao comércio e nas questões bilaterais em andamento”.


... Em nota, afirmou que Brasil e Estados Unidos irão “colaborar e conduzir discussões em múltiplas frentes no futuro imediato e estabelecer um caminho de trabalho adiante”, e que trabalharão juntos para agendar uma reunião Trump e Lula “o mais cedo possível”.

 

... No Valor, o Palácio do Planalto já admite, nos bastidores, que as conversas entre Brasil e Estados Unidos terão que culminar num resultado óbvio para a diplomacia americana: a “vitória política” do presidente Donald Trump.

 

... Assessores do presidente Lula avaliam que, diante da força geopolítica dos Estados Unidos, não há como construir um acordo entre os dois países se o resultado for somente o recuo americano em relação às sanções impostas contra o Brasil.

 

TERRAS RARAS – Tema de grande interesse dos Estados Unidos e do presidente Trump, o Brasil criou o Conselho Nacional de Política Mineral, que teve sua primeira reunião realizada, nesta quinta-feira, com a presença do presidente Lula.

 

... O ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, confirmou que será instalado em até 30 dias um “conselho especial” para tratar dos minerais críticos e estratégicos, tidos como essenciais para a transição energética e produção de bens industriais de alto valor agregado.

 

... Silveira admitiu que “há uma grande oportunidade para o Brasil” na negociação com os Estados Unidos, confirmando que se encontrará com o secretário de Energia americano, Chris Wright, na reunião dos ministros do setor energético do G7, no Canadá, no final do mês.

 

... “Vamos discutir minerais críticos, convergências entre o que temos de minerais, e o capital americano para explorar os minerais”.

 

O DESAFIO FISCAL – O governo ainda não apresentou propostas de arrecadação após a derrota da Medida Provisória do IOF.

 

... A equipe econômica faz segredo sobre os estudos e o ministro Haddad negou que tenha sido chamado por Lula na quarta-feira para apresentar alternativas que possam compensar a perda de receita com a queda da MP 1.303, dizendo que “a pauta era outra”.

 

... Uma sinalização foi dada pelo líder do governo no Senado, Jaques Wagner (PT-BA), afirmando que se poderá optar por um projeto de lei com trechos “incontroversos” da medida que foi derrubada pela Câmara, deixando um déficit de R$ 20 bilhões para o ano que vem.

 

... Otimista, ele disse que, “se o texto é incontroverso, pode ter um acordo nas duas Casas, botar uma urgência e votar com certa rapidez”.

 

... Ao participar de evento em São Paulo, o presidente nacional do MDB e deputado federal Baleia Rossi disse, no entanto, que não há “nenhum clima” na Câmara para votar qualquer projeto que implique em elevação da carga tributária.

 

... Os R$ 15 bilhões de bloqueios e contingenciamentos, que também perderam validade, devem ser reeditados.

 

... Ao Broadcast, o economista-chefe da Ativa Investimentos, Étore Sanchez, avaliou que as perspectivas de curto prazo para as contas públicas estão ficando cada vez mais insustentáveis, o que justifica a dinâmica de cautela nos negócios.

 

... “Não se sabe de onde o governo vai tirar recursos e, mesmo assistindo à derrota avassaladora da MP do IOF, eles estão tentando reapresentá-la com soluções retóricas.” Para ele, isso demonstra que o Executivo não tem opções na mesa.

 

... “O grau de incerteza é muito grande, e não apenas de curto prazo, mas também conjuntural, já que a estrutura do arcabouço fiscal é degradada a cada instante.” Na opinião de Sanchez, a menos que as medidas sejam críveis, os ativos podem estressar.

 

... A decisão do TCU de acatar recurso do governo e suspender a obrigatoriedade de calcular os gastos para atingir o centro da meta fiscal, e não o piso, como está sendo feito, representa um alívio apenas temporário para as contas públicas.

 

STF – Uma esperança para resolver o buraco de 2026 está no julgamento do Supremo Tribunal Federal sobre a ação que questiona a desoneração da folha de pagamentos, que começa hoje no plenário virtual com previsão de ser encerrado na próxima sexta-feira, 24.

 

ISENÇÃO DO IR – Técnicos do Senado calculam que a ampliação da faixa na tabela de isenção do Imposto de Renda representará uma renúncia fiscal de R$ 8,3 bilhões em 2026, R$ 3 bilhões em 2027 e R$ 4,8 bilhões em 2028 – totalizando pouco mais de R$ 16 bilhões até 2028.

 

O FAVORITO – Cogitado como o nome preferido de Lula para a vaga de Luiz Roberto Barroso no STF, o Advogado-Geral da União, Jorge Messias, participou de encontro com bispos da Igreja Evangélica, nesta quinta-feira, no Palácio do Planalto.

 

... Lula compartilhou as imagens do X com Messias e Gleisi Hoffmann, com a legenda: “Um encontro especial, de emoção e fé”.

 

... O AGU é evangélico e dialoga bem com as principais lideranças neopentecostais, neste momento em que o PT tenta quebrar as resistências dessa parcela do eleitorado, que sempre foi leal ao ex-presidente Jair Bolsonaro.

 

AGENDA – O dia começa com a prévia do IPC-Fipe, às 5h, e depois vem o IGP-10 de outubro (8h), que deve desacelerar a 0,20%, após alta de 0,21% em setembro. As projeções no Broadcast vão de queda de 0,08% a alta de 0,39%.

 

... Nos Estados Unidos, o Fed boy Alberto Musalem (vota) participa de painel às 13h15. Entre os indicadores, saem a inflação ao consumidor (CPI) de setembro na zona do euro, às 6h, e os dados de petróleo da Baker Hughes, às 14h.

 

... Antes da abertura dos mercados americanos, a American Express divulga seu balanço trimestral.

 

ESQUELETO NO ARMÁRIO – As potenciais fraudes de devedores relatadas por bancos regionais dos Estados Unidos levantaram a lebre sobre o crédito, puseram Nova York em estado de alerta, mas respigaram pouco por aqui.

 

... No início da semana, como lembrou reportagem da Dow Jones, o CEO do JPMorgan, Jamie Dimon, advertiu para o que chamou de "baratas" no sistema financeiro, em referência a participantes do mercado que cometem desvios.

 

... "Quando você vê uma barata, provavelmente há outras", disse, levantando suspeitas de ponta do iceberg.

 

... Não demorou para que o episódio remetesse a memória do investidor à crise bancária de dois anos atrás, com as falências de bancos como o Silicon Valley Bank (SVB) e o First Republic Bank, e preocupações com a inadimplência. 

 

... Traumatizado pelo estresse, o investidor promoveu nesta quinta-feira uma corrida para a segurança.

 

... Além de o VIX do medo ter escalado, o mercado elevou o apelo pela proteção dos Treasuries e do ouro (+2,45%), que renovou o pico histórico, a US$ 4.304,60 por onça-troy. Só o dólar não subiu, porque o Fed dovish não deixa.

 

... O Fed boy de Trump, Stephen Miran, chegou a falar em uma flexibilização monetária mais agressiva, de 50 pontos.

 

... Já Christopher Waller, cotado para presidir o Fed, disse que cortar as taxas novamente [em 25 pontos] é “a coisa certa a fazer” e que os dados de todas as fontes contam a história de um mercado de trabalho enfraquecido.  

 

... O colega Thomas Barkin concorda que houve uma “mudança notável” (para pior) no mercado de trabalho. À noite, Neel Kashkari, afirmou que a situação do emprego tem maior risco de "surpresa negativa" do que a inflação.

 

... Ao Broadcast, o economista-chefe da Equador Investimentos, Eduardo Velho, apontou que aumenta a probabilidade de três quedas seguidas de 25 pontos do juro americano (outubro, dezembro e janeiro).

 

ESTÁ DADO – Com as apostas em quase 100% de corte acumulado de 50 pontos no juro este ano, os ensaios de reação do dólar têm ficado na vontade. Ontem, o índice DXY fechou em queda de 0,46%, aos 98,336 pontos.

 

... O euro conquistou terreno (+0,40%) e fechou negociado a US$ 1,1693, não só por causa do Fed, mas também porque alguns integrantes do BCE têm defendido manutenção do juro (ao invés de corte) na zona do euro.

 

... Além disso, foi importante o premiê francês Sébastien Lecornu ter sobrevivido a dois votos de desconfiança.


... Por aqui, as preocupações levantadas nos Estados Unidos sobre a situação do crédito desaceleraram a apreciação do real, mas o alívio de que novos cortes de juros pelo Fed estão contratados falou mais alto para câmbio.

 

... O dólar à vista fechou abaixo de R$ 5,45, em queda de 0,35%, cotado a R$ 5,4431. Após o fechamento, o BC informou que, na próxima segunda-feira, às 10h30, realiza dois leilões de linha de até US$ 1 bilhão no total.

 

... No Broadcast, analistas dizem o real poderia estar exibindo maior fôlego, não fossem as dúvidas sobre o equilíbrio das contas públicas, que ontem constrangeram a curva do DI e pressionaram os juros de médio e longo prazo.

 

... Repercutiu mal a decisão do TCU que autoriza o governo a mirar o piso da meta fiscal, e não o centro, enquanto a equipe econômica ainda busca alternativas para compensar a perda de arrecadação com a derrota da MP do IOF.

 

... Na ponta curta do DI, nem mesmo o IBC-Br, que subiu 0,4% em agosto, abaixo das projeções de 0,70%, conseguiu tirar as taxas de perto dos ajustes. O mercado segue precificando Selic em 15% até o início de 2026.

 

... Esta aposta foi endossada novamente pelo diretor do BC Nilton David. Ele confirmou que o BC manterá o termo “período bastante prolongado” até estar convencido de que todos os dados convergem para onde deveriam estar.


... "Não podemos e não vamos correr o risco de reagir a ruído”, disse, em evento do UBS, em Washington, acrescentando que o Copom tem que esperar mais tempo para garantir a convergência das expectativas de inflação.

 

... No fechamento, o contrato de DI para Jan/26 ficou estável em 14,895%; Jan/27 subiu a 14,030% (de 14,028% na véspera); Jan/29, a 13,330% (de 13,301%); Jan/31, 13,580% (de 13,536%); e Jan/33, 13,740% (de 13,660%).

 

... De olho na fragilidade fiscal doméstica, o movimento na renda fixa contrariou a queda nas taxas dos Treasuries.

 

SÓ NO TRUQUE – A revelação dos bancos regionais americanos sobre os calotes sofridos jogou os yields pra baixo.

 

... O rendimento da Note-2 anos voltou à mínima em mais de dois anos: 3,423%, de 3,500% na véspera. O retorno do títulos do Tesouro de 10 anos furou os 4%, negociado no nível mais baixo desde abril, a 3,978%, de 4,037%.

 

... Parte da queda tem a ver com os cortes do Fed. Mas o estresse bancário foi o protagonista do movimento.   


... O Western Alliance caiu mais de 10% após anunciar que está processando um cliente por fraude, enquanto os papéis do Zions despencaram 13% ao registrar perda contábil relacionada a empréstimos sob investigação.

 

... O movimento contaminou os gigantes do setor (JPMorgan, -2,34%; Citi, -3,53%; Goldman Sachs, -1,28%; e Morgan Stanley, -1,62%) e levou as bolsas norte-americanas a acusarem a tensão com os empréstimos inadimplentes.

 

... O Dow Jones caiu 0,65%, aos 45.952,24 pontos; S&P 500, -0,63% (6.629,07 pontos), e Nasdaq, -0,47% (22.562,54).

 

... No Brasil, o Ibovespa não conseguiu sustentar a alta da manhã e também virou para o negativo, refletindo um pregão de cautela antes da temporada de balanços do terceiro trimestre e com pressão das commodities.

 

... O índice à vista da bolsa doméstica fechou em baixa de 0,28%, aos 142.200 pontos, com giro de R$ 20,9 bilhões.

 

... Em véspera de exercício de opções, Petrobras recuou com o petróleo e Vale também operou no vermelho, mas se manteve acima de R$ 60. Fechou cotada a R$ 60,30, em queda de 0,92%, colada ao minério de ferro (-0,90%).

 

... Petrobras ampliou as perdas: PN devolveu 1,01%, a R$ 29,45, e ON caiu 0,79%, a R$ 31,49, enquanto o petróleo emplacava a terceira queda consecutiva, no contexto de percepção de muita oferta para pouca demanda global.

 

... Além do aumento inesperado nos estoques americanos da commodity, entrou ontem na conta da fraqueza do barril a conversa “produtiva” de Trump com Putin, sinalizando avanços para o fim da guerra entre Rússia e Ucrânia.

 

... Ignorando a liquidação entre os bancos americanos, por aqui, só Itaú caiu e bem pouco: -0,24; R$ 37,36. Bradesco PN subiu 1,15% (R$ 17,56); Bradesco ON, +0,74%, a R$ 14,90; Santander, +0,29% (R$ 28,01); e BB, +0,25% (R$ 20,37).

 

COMPANHIAS ABERTAS – CEMIG concluiu a venda de quatro usinas (Machado Mineiro, Sinceridade, Martins e Marmelos) para a Âmbar Energia por R$ 52,4 milhões.

 

CPFL ENERGIA pagará a quinta parcela dos dividendos aprovados em assembleia realizada em 29 de abril; proventos, no valor total de R$ 200 milhões, o equivalente a R$ 0,1735 por ação, serão distribuídos em 27 de outubro...

 

... Companhia recebeu a carta de renúncia de Daobiao Chen ao cargo de membro e presidente do Conselho de Administração, para o qual havia sido eleito na assembleia geral ordinária realizada no dia 29 de abril...

 

... Em reunião, colegiado elegeu Sun Peng como substituto.

 

TELEFÔNICA e a Terra Networks Brasil fecharam contrato de prestação de serviços de computação em nuvem no valor de R$ 702,5 milhões com a controlada Telefônica Cloud, com vigência até 31 de dezembro de 2030.

 

AOS ASSINANTES DO BDM, BOM DIA E BONS NEGÓCIOS!

quinta-feira, 16 de outubro de 2025

Mundo das farmácias

 💊 *Farmácias no Brasil: o império de bilhões que explica por que existe uma em cada esquina e o que elas realmente querem com seus dados*  


De um modelo de negócio altamente lucrativo a esquemas de dados e lobby político, entenda os fatores que explicam a onipresença desses estabelecimentos no país.

A sensação de que existe uma farmácia em cada esquina não é apenas uma força de expressão. Segundo informações apuradas pelo portal Fatos Desconhecidos, dados de 2025 revelam que existem mais de 93.000 farmácias no Brasil, o que equivale a aproximadamente uma para cada 2.000 habitantes. Embora a primeira explicação aponte para a clássica lei de oferta e demanda, a realidade por trás dessa expansão massiva é muito mais complexa e envolve estratégias de mercado agressivas, o uso controverso de dados pessoais e até mesmo a influência de esquemas criminosos e lobby político.


O crescimento é inegável: em pouco mais de 20 anos, o número de drogarias saltou 63%, consolidando o Brasil como o nono maior mercado global de medicamentos. Contudo, o que sustenta essa onipresença vai além da simples venda de remédios. Fatores como modelos de franquia acessíveis, a diversificação de produtos, que transformaram farmácias em centros de conveniência, e práticas obscuras, como a coleta de CPFs para fins de marketing, são peças-chave de um quebra-cabeça que revela por que esse setor prospera de forma tão consistente, mesmo em cenários de crise econômica. 

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BDM Matinal Riscala

 BDM: Guerra comercial esquenta, mas quem manda é o Fed

 

... A aposta de que o Fomc cortará o juro mais duas vezes neste ano prevalece sobre a tensão crescente entre Estados Unidos e China, embalando os negócios em Nova York e no Brasil. O diferencial das taxas amplia a atratividade do carry trade, com a sinalização firme do Copom de que não reduzirá a Selic tão cedo. Trump aperta a pressão contra Pequim antes do seu encontro com Xi Jinping, enquanto a diplomacia brasileira começa a negociar hoje o tarifaço em Washinton. Na agenda do dia, tem falas de mais Fed boys, de Lagarde, o IBC-Br de agosto e as preocupações fiscais, que continuam no radar, com grande expectativa pelas medidas de ajuste que Haddad levou a Lula.

 

O NOVO PACOTE – O ministro Fernando Haddad foi chamado ao Alvorada pelo presidente Lula no final da tarde para discutir as medidas em estudo pela equipe econômica para compensar a derrota da MP que trazia alternativas à alta do IOF.

 

... Sem a Medida Provisória, o governo ficou sem R$ 20 bilhões em receitas previstas para o ano que vem e R$ 15 bilhões em redução de gastos, representando um déficit de R$ 35 milhões para o Orçamento de 2026.

 

... Como mostrou o Estadão, medidas que já estavam na MP derrubada pela Câmara devem ser apresentadas em forma de projeto de lei, como o PL protocolado pela bancada do PT que aumenta a alíquota dos ganhos das bets de 12% para 24%.

 

... Atos de competência exclusiva do Executivo, como um novo aumento do IOF, estariam entre as propostas da Fazenda, assim como medidas de compensação tributária, a taxação das fintechs e as medidas de cortes de gastos públicos que constavam da MP 1.303.

 

... O secretário-executivo do Ministério da Fazenda, Dario Durigan, afirmou, no entanto, que as discussões sobre alternativas à queda da Medida Provisória ainda estão num “plano bem preliminar” e que “tudo que tem saído na imprensa é pura especulação”.

 

... Durigan, porém, descartou medidas que envolveriam aumento de imposto de importação ou de exportação e a taxação das LCIs e LCAs.

 

... Segundo apurou o Valor, a equipe econômica não quer alterar a meta fiscal de 2026 e vê movimento político por trás de boato. Haddad deve insistir na estratégia de tentar recompor a receita perdida recuperando pontos mais consensuais.

 

... Pela manhã, o ministro discutiu as compensações à perda arrecadatória decorrente da derrubada da MP com o presidente do Senado, David Alcolumbre, que classificou a conversa como “muito boa”. No encontro, foi acertada a votação da LDO na próxima semana.

 

TCU ALIVIA – O ministro Benjamin Zymler acatou um recurso do governo Lula e suspendeu a decisão que determinou ao governo mirar o centro da meta fiscal, e não o limite inferior, na hora de contingenciar recursos do Orçamento.

 

... Segundo despacho assinado no início da noite, a decisão fica suspensa até a análise do recurso pelo plenário do TCU, ainda sem data marcada.

 

... Zymler esclareceu que uma eventual negativa no julgamento do mérito “não levará à responsabilização dos agentes públicos envolvidos, tendo em vista a complexidade da matéria e opiniões divergentes dentro do próprio Tribunal”.

 

... Essa era uma preocupação do Executivo, que via o risco de colocar Lula em situação semelhante à que levou ao impeachment de Dilma.

 

... Para o secretário-executivo da Fazenda, Dario Durigan, a decisão do ministro Benjamin Zymler dá “segurança jurídica” para o governo fazer o próximo relatório bimestral de avaliação de receitas e despesas, que sai até dia 22 de novembro.

 

... No fim de setembro, o TCU havia definido, em acórdão, que “a adoção do limite inferior do intervalo de tolerância, em substituição ao centro da meta de resultado primário, revela-se incompatível com o regime jurídico-fiscal vigente”.

 

OPOSIÇÃO APERTA – Antes de o recurso do governo ser acatado pelo TCU, a oposição no Senado articulava um destaque no Projeto de Diretrizes Orçamentárias (PLDO) para obrigar o governo a perseguir o centro da meta fiscal, apurou o Broadcast Político.

 

... A intenção é que a emenda sirva como um “remédio” caso o governo tente alterar o PLDO por causa das receitas frustradas da MP 1.303.

 

... O problema é que esse feitiço pode se virar contra os feiticeiros, já que cálculos do Planejamento apontaram que um contingenciamento de R$ 30 bilhões para perseguir o centro da meta resultaria em um corte de R$ 6,801 bilhões em emendas parlamentares.

 

EUA & BRASIL – O chanceler Mauro Vieira se reunirá hoje em Washington com o secretário de Estado americano, Marco Rubio, para negociar o tarifaço de 50% imposto pelo presidente Trump aos produtos brasileiros.

 

... O encontro foi confirmado por Lula, nesta quarta, em evento no Rio pelo Dia do Professor. O presidente brincou sobre a nova fase da relação com Trump, dizendo que “não pintou uma química entre eles”, que “pintou uma indústria petroquímica”.

 

... Além da revisão das tarifas, o Brasil também pedirá a revogação das punições a autoridades, como a cassação de vistos e a Lei Magnitsky.

 

... O jornalista Valdo Cruz (G1) apurou que um dos pontos que deve ser tratado no encontro entre Mauro Vieira e Marco Rubio é o pedido de Trump para que o governo brasileiro abandone a ideia da “moeda dos Brics” para substituir o dólar.

 

... Nesta quarta, Eduardo Bolsonaro e Paulo Figueiredo se anteciparam à reunião de Mauro Vieira e visitaram Marco Rubio no Departamento de Estado dos Estados Unidos, segundo informação fornecida pela dupla a Caio Junqueira (CNN Brasil).

 

... Mas segundo Malu Gaspar (Globo), tanto aliados de Lula como de Bolsonaro avaliam que o diálogo aberto entre os presidentes Trump e Lula minou a influência de Eduardo sobre a Casa Branca, e que é bastante possível que as sanções comerciais sejam derrubadas.

 

... Rubio é um dos arquitetos das tarifas e das políticas contra o Brasil, é crítico do ministro Alexandre de Moraes, mas no comando da diplomacia dos Estados Unidos tem sido um auxiliar leal a Trump e, dificilmente, iria contra a orientação do chefe.

 

... No Valor, o governo quer usar o café como moeda de troca, após Trump ter se queixado do aumento dos preços ao consumidor americano.

 

TERRAS RARAS – No mesmo dia em que ocorre o primeiro encontro das diplomacias americana e brasileira, o presidente Lula vai participar da reunião inicial do Conselho Nacional de Política Mineral, que será instalado nesta quinta-feira (15h), no MME.

 

... O encontro de hoje começa a discutir as negociações envolvendo as terras raras e os minerais críticos com os Estados Unidos.

 

... A reunião será fechada, mas no final está prevista uma entrevista do ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira.

 

LICENCIAMENTO AMBIENTAL – Sessão conjunta do Congresso para votar os vetos de Lula ao marco legal do Licenciamento Ambiental, prevista para hoje, deve ser adiada a pedido do governo, que pretende construir antes um acordo com a Frente Parlamentar da Agropecuária.

 

... O Planalto quer evitar que os parlamentares derrubem os vetos presidenciais, o que poderia manchar a imagem do Brasil na COP30.

 

... Apelidado de “PL da Devastação” por ambientalistas, o texto foi aprovado em julho e um dos principais itens vetados pelo Executivo se refere a uma espécie de licença autodeclaratória, que não depende de aprovação de órgão ambiental para a execução de uma obra ou projeto.

 

É GUERRA – Depois de dizer mais cedo, nesta quarta-feira, que os Estados Unidos estão “em uma guerra comercial com a China”, Trump voltou ao tema em jantar na Casa Branca afirmando que usa as tarifas “como uma maneira de parar as guerras”.

 

... Na entrevista dada no Salão Oval, Trump havia defendido as tarifas como um instrumento essencial de política nacional. “As tarifas são uma ferramenta muito importante para nossa defesa, para a nossa segurança nacional”.

 

... As declarações surgem em meio à pressão exercida pelo seu governo sobre a China, que levou uma tarifa adicional de 100% a 150% sobre equipamentos marítimos e de logística chineses, publicadas no Federal Register, o Diário Oficial dos Estados Unidos.

 

... As novas sobretaxas estão previstas para entrar em vigor no dia 9 de novembro.

 

... O presidente Trump também anunciou que pretende “ir à Suprema Corte para acompanhar o caso das tarifas”, referindo-se ao processo que questiona judicialmente a legalidade das alíquotas impostas pelo seu governo.

 

... Além do presidente, seus assessores também mantêm a pressão sobre Pequim antes do encontro entre Trump e Xi, no fim do mês. Ontem, em discurso na reunião do FMI, o secretário do Tesouro, Scott Bessent, pediu que o Banco Mundial pare de apoiar a China.

 

... Depois, em entrevista ao lado do representante comercial, Jamieson Greer, embora tenha dito que ainda espera pela reunião na Coreia do Sul, voltou a ameaçar: “Não queremos tensões, mas temos muitas medidas para usar contra Pequim, se for necessário.”

 

... O secretário do Tesouro ainda se queixou que “eles [os chineses] não são confiáveis e talvez tenhamos que separar nossas economias”. Greer seguiu o mesmo tom: “Esperamos que Pequim recue nas restrições sobre bens de terras raras e que as tarifas não sejam necessárias.”

 

SHUTDOWN – Uma juíza da Califórnia determinou a suspensão de demissões em massa durante a paralisação do governo americano, acatando o pedido de dois sindicatos para bloquear as dispensas em mais de 30 agências governamentais.

 

... Segundo ela, o governo Trump estaria se aproveitando da paralisação para executar sua agenda de enxugamento da máquina pública, o que torna as demissões ilegais. A magistrada também vê motivações “claramente políticas” por trás do corte de pessoal.

 

... Antes, a Casa Branca informou que Trump pode cortar mais de 10 mil empregos federais. “Queremos ser muito agressivos onde for possível, reduzindo a burocracia, não apenas o financiamento, agora temos essa oportunidade”, disse o diretor de orçamento, Russell Vought.

 

AGENDA LÁ FORA – Sem indicadores no shutdown, apesar da fila de Fed boys que falam nesta quinta, é de zero a chance de qualquer declaração abalar a expectativa amplamente majoritária no mercado de o juro americano cair este mês e também em dezembro.

 

... Em eventos diferentes, Christopher Waller, Michael Barr e Stephen Miran discursam às 10h. Já Michelle Bowman fala às 11h e Neel Kashkari (não vota) participa de discussão no início da noite, às 19h, já com Nova York fechada.

 

... Entre os dados privados, o índice NAHB de confiança das construtoras em outubro sai às 11h e os estoques de petróleo do DoE, às 13h.

 

... Na zona do euro, a balança comercial de agosto abre o dia, às 6h, e Christine Lagarde (BCE) discursa em painel às 13h.

 

AGENDA NO BRASIL – Mesmo com a Selic rodando alta, a atividade econômica segue aquecida. Às 9h, o IBC-Br deve reverter a queda de 0,53% em julho e registrar alta de 0,70% em agosto, segundo a mediana do Projeções Broadcast.

 

... O crescimento observado na indústria, varejo e serviços deve impulsionar o crescimento do “PIB do BC” na margem. As estimativas variam de recuo de 0,30% a alta de 1,10%. Na base anualizada, o dado deve crescer 0,65%.

 

... Pouco antes, às 8h, sai a prévia do IPC-S.

 

... Em Washington, o diretor de política monetária do BC, Nilton David, participa de evento do UBS BB às 9h15, um dia depois de confirmar a comunicação conservadora do Copom (abaixo).

 

VAMOS FALAR DE COISA BOA? – Enquanto Trump continua trocando chumbo com a China, os mercados globais elegem o Fed como prioridade e operam mais relaxados, já com o sinal verde recente de Powell para corte de juro.

 

... Não que os investidores estivessem dependendo da “bênção” dele para apostar forte em mais duas quedas da taxa este ano. Muito pelo contrário: já faz semanas que a precificação dovish caminha para a unanimidade.

 

... Mas a ênfase dada esta semana por Powell ao enfraquecimento do mercado de trabalho dá certeza praticamente absoluta de que o Fed não vai se arriscar a ser negligente com o emprego, enquanto monitora a dinâmica da inflação.

 

... Praticamente o mercado inteiro (97,8%), segundo a ferramenta do CME, aposta em nova flexibilização monetária na próxima reunião do Fed, e são também super amplas (94,9%) as chances de outro corte vir em dezembro.

 

... Dentro deste contexto, o índice DXY, que mede o desempenho do dólar frente a seis moedas fortes, caiu 0,25%, a 98,793 pontos, sustentando o euro (+0,32%; US$ 1,1641), a libra (+0,59%; US$ 1,3387) e iene (+0,39%; 151,28/US$).


... Colado ao movimento externo do câmbio, o real também subiu, ainda que pouco, levando o dólar à vista a cair de leve (-0,14%), cotado a R$ 5,4624. Carry trade atraente é o que não falta, com Fed dovish + Copom hawkish.

 

... O diretor do BC Nilton David defendeu, em evento em Washington, a Selic em patamar restritivo por mais tempo, diante do cenário de maior incerteza no ciclo da política monetária e desancoragem das expectativas inflacionárias.

 

... Também em Washington, o colega Paulo Picchetti disse que o BC não está contando com apreciação do real para diminuir a pressão da inflação. “Não é ruim ter alguma sorte no processo, mas isso não depende de nós.”

 

... Ele reforçou que a autoridade monetária não tem meta para taxa de câmbio e disse que vê a atividade econômica desacelerando conforme o esperando, diante da eficácia da Selic. “Estamos vendo a política monetária funcionar.”

 

... Muito afinados, os diretores do BC, junto com Galípolo, têm falado todos a mesma língua. A comunicação conservadora mantém a ponta curta do DI perto dos ajustes, sem esperança de um corte antecipado da Selic.

 

... Ontem, ainda a alta de 0,9% nas vendas do varejo em agosto, acima da mediana de 0,7%, impediu que os juros futuros de curto prazo acompanhassem o alívio dos mais longos, que olharam para o Fed e esqueceram da China.


... A recuperação do varejo, após quatro quedas consecutivas, reforça a tese de Selic estável por mais tempo.

 

... O DI para Jan/29 caiu a 13,305% (de 13,353% na véspera); o Jan/31 recuou a 13,540% (de 13,629%); e Jan/33, 13,660% (de 13,785%). Já o Jan/26 encerrou a 14,895% (de 14,892%) e o Jan/27 subiu a 14,030% (de 13,990%).  

 

EM CÓRNER – O fator desinflacionário de um potencial reajuste dos combustíveis ainda não fez preço no DI, mas o rumor continua correndo no mercado, com a trajetória de queda do petróleo fechando o cerco para a Petrobras.

 

... Cálculos da Abicom indicam defasagem de 9% entre os preços internos contra os praticados no exterior. O Itaú BBA aponta que a diferença é ainda maior, com os valores aqui 13% acima da paridade de importação (PPI).

 

... Os contratos futuros de petróleo tiveram ontem mais uma sessão negativa, precificando o excesso de oferta, ao passo que as tensões comerciais entre os Estados Unidos e a China impõem ameaça extra para a demanda.

 

... O Brent para dezembro caiu 0,77%, a US$ 61,91, e não falta tanto para furar o patamar dos US$ 60. Até aqui, a Petrobras reafirma que mantém a estratégia de não trazer volatilidade do petróleo ao mercado interno.

 

... Só não se sabe até quando poderá resistir, se o petróleo continuar em rota de queda. De olho nas especulações de que a gasolina pode ficar mais barata, as ações da Petrobras caíram: ON, -1,40%, a R$ 31,74; e PN -0,90%, a R$ 29,75.

 

... A queda dos papéis não comprometeu o Ibovespa, que reconquistou o patamar de 142 mil pontos, em alta de 0,65%, aos 142.603,66 pontos, com giro forte, de R$ 28,6 bi, turbinado pelo vencimento de opções sobre o índice.

 

... Além de a bolsa ter ignorado os altos e baixos na relação entre os Estados Unidos e a China, também foi sustentada pelas blue chips do setor financeiro e pela Vale, que contrariou a queda de 1,46% do minério de ferro.

 

... A ação subiu 1,86% e, após tentativas recentes, finalmente superou a marca dos R$ 60, retomando os melhores níveis desde janeiro do ano passado. Fechou cotada a R$ 60,86, diante da perspectiva de dividendos extraordinários.

 

... Semana passada, analistas expressaram ao Broadcast as chances cada vez mais distantes de a Vale pagar dividendos extras, por conta da recompra recentemente anunciada das debêntures pela companhia.

 

... Ontem, no entanto, a esperança de pagamento foi resgatada pelo BTG Pactual, na esteira do otimismo com o relatório de produção e vendas no terceiro trimestre, que será divulgado pela Vale na próxima terça-feira.

 

... Bradesco PN subiu 1,17%, a R$ 17,36; Bradesco ON ganhou 1,30%, a R$ 14,79; Itaú PN fechou a sessão estável, a R$ 37,45; e Santander avançou 1,75% (R$ 27,93). Já BB ON (-1,84%; R$ 20,32) sentiu o ruído do socorro aos Correios.

 

COADJUVANTE – Parte do fôlego das bolsas em Wall Street foi roubado à tarde, quando Bessent pediu para o Banco Mundial para não ajudar mais a China. Mas a nova provocação acabou sendo deixada em segundo plano.

 

... Cansado desta crise cheia de idas e vindas, o investidor preferiu desviar o foco para fatores mais positivos.


... De acordo com a UBS Wealth Management, a postura bullish em Nova York foi  impulsionada pelos investimentos em inteligência artificial, o crescimento sustentável nos lucros corporativos e os próximos cortes nos juros pelo Fed.


... Entre os bancos que reportaram balanços ontem, Bank of America registrou um rali de 4,37% e Morgan Stanley também emplacou alta expressiva, de 4,71%, depois de os resultados trimestrais terem superado o consenso.


... O S&P 500 ganhou 0,40%, aos 6.671,06 pontos, e o Nasdaq registrou valorização de 0,66%, encerrando o pregão aos 22.670,08 pontos. O índice Dow Jones ficou praticamente estável (-0,04%), aos 46.253,31 pontos.

 

... Nem mesmo os Treasuries, que servem de hedge, acusaram a retórica agressiva entre os governos de Washington e Pequim. O juro da Note de 2 anos subiu a 3,500%, de 3,476% na véspera, e o de 10 anos foi a 4,037%, de 4,023%.

 

COMPANHIAS ABERTAS – Tribunal de Justiça do Rio rejeitou recurso do MP fluminense que visava a suspender os efeitos da medida cautelar que protege os ativos da AMBIPAR e de seu controlador, Tércio Borlenghi Junior. (Valor)

 

KLABIN fechou contrato de financiamento de US$ 150 milhões na modalidade “Term Loan” (empréstimo a prazo institucional); financiamento tem amortizações no quinto, sexto e sétimo anos.

 

TIM informou que antecipará para 21 de outubro o pagamento da terceira parcela dos dividendos complementares, no valor de R$ 684 milhões, o equivalente a R$ 0,2826 por ação...

 

... Pagamento estava inicialmente previsto para ser realizado até dia 23 de outubro; as duas primeiras parcelas já foram pagas em 22 de abril e 23 de julho.

 

ENEVA. Geração de energia bruta da companhia somou 4.053 gigawatt-hora (GWh) no terceiro trimestre, estável na comparação anual.

 

MARFRIG. JPMorgan elevou a participação na empresa de 4,76% para 5,03%.

 

AOS ASSINANTES DO BDM, BOM DIA E BONS NEGÓCIOS!

Bankinter Portugal Matinal

 Análise Bankinter Portugal 


SESSÃO: ONTEM, subida de bolsas perante (mais) algumas notícias corporativas positivas, mas obrigações já compradas em excesso (O10A PT 2,95%, T-Note a testar os 4%...) com tendência a assentar-se e ceder um pouco de yield a estes níveis. Deverão assentar e retroceder um pouco entre hoje e amanhã. Os resultados corporativos continuam a ser geralmente bons, batendo expetativas (ASML, BoA, M.Stanley, TSMC, Nestlé…), e surgem mais operações corporativas, principalmente em tecnologia (BlackRock e MGX compram Aligned Data por 40.000 M$, de infraestrutura para IA e que não avalia). Wall St. tem vindo a alternar subidas e retrocessos, diários e semanais, desde o final de setembro, mas o seu tom continua a ser bom, embora o seu saldo líquido seja lateral desde então. Isso deve-se à euforia sobre a IA, que se traduz em subidas acentuadas dos semis (SOX +5,6% esta semana). Embora não só, porque os resultados e guidance dos bancos americanos estão a sair não só bons, mas amplamente melhores do que o esperado em termos gerais.


Todo o anterior é aplicável à sessão de hoje. Os futuros vêm mistos: a subir muito ligeiramente nos EUA, mas a retroceder ca.-0,1% na Europa. As tensões comerciais e sobre terras raras entre os EUA e a China agravam-se, mas é improvável que haja algum tipo de desenvolvimento antes de 29 de outubro, dia da reunião entre Trump e Xi. Este assunto não tem bom ar. 


E o governo americano está parcialmente encerrado desde 1 de outubro, portanto acumula já 15 dias, e isso equivale a uma perda de atividade ou custo de oportunidade de 0,75% s/PIB (o Tesouro estima 15.000 $/dia). Isto é, começa a retirar PIB e não parece que ambos os republicados e democratas tenham incentivos para reabrir. 


Moção de censura a Lecornu, na França, que provavelmente supera depois de cancelar o adiamento da idade da reforma. 


Às 13:30 h, Philly ou Índice de Atividade Empresarial da Fed de Filadélfia, que se espera que piore até 8,5 pontos desde 23,2. Mas não irá sair nenhum indicador macro que dependa do governo federal, que são a maioria. Em particular, não sabemos nada sobre o emprego. Isso tampouco ajuda o tom do mercado, MAS… as notícias/resultados empresariais são massivamente bons e é provável que terminem a conseguir impor um tom suavemente em alta nas bolsas. 


Esta manhã temos TSMC, que bateu expetativas (BNA +39% vs. +25% esperado) e melhorou guidance 4T (Vendas 32.200 M$/33.400 M$ vs. 31.200 M$ esperados; Margem Bruta 59%/61% vs. 57,0%). Nestlé, que passa por uma fase francamente complicada, bateu em Vendas 3T, embora não sejam boas (-2,1% vs. -2,5% esperado), mas oferecem uma interpretação melhor em termos comparáveis (excluindo efeito divisa e mudança de perímetro +4,3% vs. +3,3%). E também contamos a favor com os bons resultados dos bancos americanos destes dias e a hiperatividade corporativa em IA. Por isso, pode ser que o mercado hoje termine por empurrar um pouco pelo lado das bolsas, embora se assente nas obrigações.


NY +0,4% US tech +0,7% US semis +3% UEM +1% España -0,1% VIX 20,6% Bund 2,57% T-Note 4,03% Spread 2A-10A USA=+53pb B10A: ESP 3,10% PT 2,95% FRA 3,34% ITA 3,38% Euribor 12m 2,163% (fut.2,192%) USD 1,166 JPY 176,1 Ouro 4.207$ Brent 62,4$ WTI 58,8$ Bitcoin -1,7% (111.093$) Ether -2,9% (4.002$)


CONCLUSÃO: Bolsas asiáticas com bom tom esta madrugada, depois de uma subida relevante, ontem, em Nova Iorque. Embora os futuros venham mistos à primeira hora, é provável que termine por se impor um saldo milimetricamente em alta durante a tarde, em Nova Iorque, graças à hiperatividade em IA/tech e aos bons resultados 3T que começam a ser publicados. Inclusive apesar do encerramento parcial do governo americano começar a implicar um custo de oportunidade relevante em termos de PIB, de que caminhamos às cegas em relação à macro americana e de que as relações/negociações EUA/CH não oferecerem bom aspeto. Obrigações a cederem um pouco de yield (preços a debilitarem-se um pouco).


FIM

Centrão x Lula

 Centrão prepara pacote da vingança contra ‘faxina’ de Lula e Gleisi Desde a semana passada, o Planalto iniciou uma faxina em cargos comandados por siglas como PP, União Brasil, PSD, MDB e Republicanos


Wilson Lima 4 minutos de leitura 15.10.2025 06:44


 


Integrantes do Centrão preparam a aprovação de uma espécie de pacote da vingança para retaliar o governo Lula pela exoneração em massa de integrantes do segundo e terceiros escalões. Nesse pacotão, estão incluídas medidas que vão desde a derrubada de um decreto que amplia poderes da primeira-dama Janja, ao lhe conceder acesso irrestrito à estrutura pessoal da Presidência da República; o esvaziamento da Proposta de Emenda Constitucional (PEC) apresentada pelo Palácio do Planalto de reforma do sistema de segurança pública e até a aprovação da anistia a Jair Bolsonaro nos moldes defendidos pelos aliados do ex-presidente. Além disso, cresceu um movimento no Congresso para se convocar o vice-presidente do Sindnapi (Sindicato Nacional dos Aposentados, Pensionistas e Idosos), José Ferreira da Silva, conhecido como Frei Chico. Frei Chico é irmão do presidente Lula. Outra medida para retaliar o governo é a derrubada do veto parcial do presidente da República à Lei Geral do Licenciamento Ambiental. A proposta está na pauta da sessão do Congresso Nacional desta quinta-feira, 16. Nunca foi tão fácil ficar bem informado com O Antagonista Desde a semana passada, o Planalto iniciou uma faxina em cargos comandados por siglas como PP, União Brasil, PSD, MDB e Republicanos. A expectativa do Planalto é que o “passaralho” atinja pelo menos 100 funções comissionadas de segundo e terceiros escalões. Email * Enviar Inscreva-se Eu concordo em receber notificações | Para obter mais informações reveja nossa Política de Privacidade. O governo Lula decidiu exonerar os indicados políticos com alguma vinculação com deputados que votaram contra a MP 1303, que estabelecia a cobrança de impostos em fundos de investimentos. O prejuízo, segundo o Planalto, chegou a aproximadamente 35 bilhões de reais em 2025 e 2026. O ‘passaralho’ atingiu aliados do presidente do PP, Ciro Nogueira, integrantes do União Brasil, e até membros do PSD, de Gilberto Kassab. Entre as exonerações que já foram confirmadas, estão cargos na Companhia de Desenvolvimento dos Vales do São Francisco e do Parnaíba (Codevasf); no Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan); no Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit) e em superintendências do Ministério da Agricultura. Ao longo desta terça-feira, o presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), passou a ser pressionado por integrantes do Centrão para que sejam pautados os projetos de decreto legislativos (PDL’s) apresentados pela oposição com o objetivo de sustar uma mudança na estrutura do Palácio do Planalto para favorecer a primeira-dama. Até o fechamento desta reportagem, foram apresentadas 15 iniciativas neste sentido. Sobre a PEC da segurança, o Centrão tem defendido mudanças no substitutivo apresentado pelo governo federal principalmente no aspecto relacionado à centralização das políticas públicas destinadas ao setor. Até então colocada de molho, a anistia a Jair Bolsonaro voltou a ganhar força essa semana. Apesar de não ser bem vista por integrantes do Centrão, a aprovação de um substitutivo para conceder perdão irrestrito ao ex-presidente passou a ser cogitado como forma de dar um recado ao governo Lula de que o Palácio do Planalto está, nas palavras de um líder, “contando votos”. A expectativa é que o texto seja apresentado pelo deputado Paulinho da Força (Solidariedade-SP) na semana que vem. Paulinho deve apresentar um PL da Dosimetria, mas o Centrão passou a ventilar a ideia de apoiar um substitutivo do PL pela anistia ampla e irrestrita. O Centrão não reagiu bem ao “passaralho”. Nesta terça-feira, começou a haver um esvaziamento das atividades legislativas. Alguns líderes, inclusive, voltaram para as suas bases justamente pela falta de previsão de votações consideradas importantes para o governo federal. A revolta dos integrantes do Centrão com o governo não reside apenas na perda de cargos e funções comissionadas, mas pelo fato de que o Palácio do Planalto terceirizou a responsabilidade para o Congresso de falhas que foram atribuídas à ministra de Relações Institucionais, Gleisi Hoffmann.

quarta-feira, 15 de outubro de 2025

Bankinter Portugal Matinal

 Análise Bankinter Portugal 


SESSÃO: Ligeiras quedas após a subida de Nova Iorque na segunda-feira e perante as novas tensões comerciais entre os EUA e a China, que anunciou taxas a navios americanos. A mensagem dovish de Powell contribuiu para melhorar o tom da sessão americana, já que antecipou a possibilidade da Fed deixar de reduzir balanço nos próximos meses. 


Anteriormente assistimos a duas notícias positivas também para o mercado: (1) em França, Lecornu anunciou a suspensão da Reforma de Pensões, o que poderá facilitar a superar a moção de censura (amanhã). O spread de França reduziu-se -4,8 p.b.; e (2) FMI reviu em alta o crescimento global para 2025 até +3,2% a/a, duas décimas em alta, enquanto manteve o IPC em 2,5% para o ano. Em particular, em 2025, os EUA (+2,0%) e Europa (+1,2%) foram revistos uma décima em alta; Espanha +2,9% a/a, quatro décimas em alta.


Os bancos americanos abriram a temporada de resultados 3T 2025 e cumpriram com as boas perspetivas, graças, em grande parte, à Banca de Investimento: JP MORGAN (EPS +16% a/a); GOLDMAN SACHS (EPS +45,8% a/a); WELLS FARGO (EPS +16,9%), que também melhorou o objetivo de rentabilidade, e CITIGROUP (EPS +23% a/a). Na Europa, tanto LVMH, no fecho do mercado europeu, como ASML, na abertura, superaram expetativas. Hoje devem continuar o bom caminho: BANK OF AMERICA (12:00 h; 0,94 $; +16%) e MORGAN STANLEY (12:30 h; 2,06 $; +10%). Em outros setores, destacam-se, ABBOTT (pré-abertura Nova Iorque; 1,30 $; +8%) e UNITED AIRLINES (no fecho de mercado; 2,66 $; -20%). Sem referências relevantes no lado macro, até à publicação do Livro Bege (19:00 h), o dia será mais intenso em comparências de membros da Fed e do BCE. A atenção continua na frente comercial, onde Trump também ameaçou elevar os impostos alfandegários a Espanha, se não elevar a Despesa em Defesa. Em suma, esperamos uma sessão positiva que desconta a mensagem dovish de Powell, o bom início da temporada de resultados e a redução de incertezas geopolíticas. 


S&P500 -0,16% Nq100 -0,69% SOX -2,28% ES-50 -0,3% VIX 20,8% +1,78pb. Bund 2,61%. T-Note 4,03%. Spread 2A-10A USA=+54,6pb B10A: ESP 3,14% ITA 3,39%. Euribor 12m 2,18% (fut.12m 2,14%). USD 1,161. JPY 176,2. Ouro 4,189,11$. Brent 62,4$. WTI 58,7$. Bitcoin -2,4% (113.063$). Ether -3,9% (4.121$).

BDM Matinal Riscala

 Bom dia



*Bom Dia Mercado*


Quarta Feira, 15 de Outubro de 2.025.


*Pressão dos EUA sobre a China traz volatilidade*


Na agenda econômica, o Fed divulga o Livro Bege e, aqui, são destaques os dados do varejo


… Mais dois bancos divulgam balanços hoje em Nova York antes da abertura dos mercados, o BofA e o Morgan Stanley, após os resultados acima do esperado do JPMorgan, Goldman Sachs, Wells Fargo e Citi. Na agenda econômica, o Fed divulga o Livro Bege, que servirá como parâmetro para o Fomc do dia 29. O discurso de Powell não alterou as expectativas do mercado por mais cortes de juro neste ano. O que voltou a pegar foi o vaivém das declarações de Trump sobre a China. Aqui, são destaques dados do varejo e palestras de diretores do BC em Washington, enquanto o governo adia a votação da LDO em busca de medidas para compensar a derrubada da MP do IOF.


ESTRATÉGIA DE RISCO – Não só Trump, mas também autoridades da Casa Branca estão lançando sinais de força em cima de Pequim, alternando falas otimistas com comentários que sugerem a escalada da guerra comercial – o que induz os mercados à volatilidade.


… Logo cedo, o secretário do Tesouro, Scott Bessent, acusou a China de tentar enfraquecer a economia global com as restrições à exportação de minerais críticos. “Isso mostra quão fraca está a economia chinesa; e eles querem puxar todo mundo para baixo”, no Financial Times.


… Já no início da tarde, uma entrevista de Jamieson Greer, representante comercial dos Estados Unidos, à CNBC renovou as expetativas sobre um acordo com a China, ao confirmar o encontro entre Trump e Xi, revelando que um “horário está marcado”.


… Embora ele tenha dito que “as tarifas de 100% podem chegar em breve” (1 de novembro) e que “temos controles de exportação que podemos impor se necessário”, mostrou-se confiante. “Acho que conseguiremos resolver isso com a China. Trump é um grande negociador”.


… Segundo Greer, “os chineses perceberam que exageraram nas medidas sobre terras raras, que são desproporcionais e surgiram do nada”.


… Ao lado do presidente argentino Javier Milei, recebido na Casa Branca, Trump voltou a repetir que “tudo ficará bem” com a China. “Tenho um ótimo relacionamento com o presidente Xi, mas às vezes ele é posto à prova porque a China gosta de tirar vantagem de nós.”


… Mas, perto do final do pregão, Trump foi à sua rede social com novas ameaças à China, afirmando que o país comete um “ato de hostilidade” ao não comprar “intencionalmente” a soja dos Estados Unidos e causar dificuldades aos produtores americanos.


… Como retaliação, o presidente disse que está considerando encerrar negócios com a China envolvendo o óleo de cozinha e “outros elementos de comércio”. “Podemos facilmente produzir óleo de cozinha, não precisamos comprá-lo dos chineses”.


… E antes que o dia terminasse, foi a vez do diretor do Conselho Econômico dos Estados Unidos, Kevin Hassett, acusar a China de tentar intimidar o governo americano ao retomar controles de exportação sobre bens de terras raras, na semana passada.


… “Foi um clássico movimento de intimidação. Nem sequer atendiam ligações do nosso time perguntando: O que aconteceu? Não estava tudo certo para Trump e Xi se encontrarem?”, disse ele, em entrevista à Fox News, ontem à noite.


… Hassett disse ainda que o governo americano tem muitos “trunfos”, que “a China não tirará vantagem de nós” e que “Trump conseguirá um bom acordo”. O encontro de Trump e Xi está previsto para acontecer na Coreia do Sul durante a cúpula da Apec, com início no dia 27.


BRASIL CITADO – Pouco antes da reunião com Milei, Trump disse aos jornalistas que teve uma “boa conversa” com o presidente Lula, mas enfatizou que os Brics realizaram um “ataque ao dólar” e, por isso, ameaçou tarifas contra os países do grupo.


TAXAÇÃO BBB – Aqui, investidores acompanharam a participação do ministro Fernando Haddad em audiência pública na CAE do Senado, onde ele se queixou da derrubada da MP do IOF e disse que avalia a possibilidade da “taxação BBB” (bancos, bets e bilionários).


… Diante do impasse orçamentário, o governo pediu um novo adiamento da votação do Projeto Lei de Diretrizes Orçamentárias de 2026.


… Hoje, Haddad reúne-se (8h30) com o presidente do Senado, Davi Alcolumbre, para tratar das receitas frustradas pela queda da MP 1.303, de possíveis alterações no texto da LDO e do apoio a eventuais medidas que estão sendo preparadas como alternativas de arrecadação.


… Entre essas medidas estaria a taxação dos bancos/fintechs, bets e dos super-ricos, além da revisão dos benefícios tributários. O governo tenta encontrar uma saída para compensar os mais de R$ 20 bilhões previstos na MP derrotada para 2026.


… Haddad disse que vai levar a Alcolumbre uma lista dos “cenários” para receita e despesa na Lei de Diretrizes Orçamentárias. Perguntado pelos jornalistas sobre a possibilidade de mudar as metas fiscais, o ministro foi vago: “Cada cenário tem uma consequência”.


… O líder do governo no Congresso, Randolfe Rodrigues, disse que a LDO deve ficar para a próxima semana, diante do buraco fiscal causado pela derrubada da MP do IOF. “Nós temos um rombo de R$ 35 bilhões e temos que conversar com o Congresso para encontrar os recursos.”


… Randolfe negou que o governo tenha desistido de fazer cortes, afirmando que as opções ainda estão sendo avaliadas.


LICENCIAMENTO AMBIENTAL – Mesmo sem a votação da LDO na comissão, David Alcolumbre manteve a sessão conjunta do Congresso desta quinta-feira, quando serão analisados os vetos do presidente Lula ao marco legal do Licenciamento Ambiental.


DEFESA AO TCU – Em outra frente de pressão sobre o orçamento, o governo apresentou ontem aos ministros do Tribunal de Contas da União os argumentos em defesa do cumprimento das metas fiscais pelo piso, prática condenada pela Corte.


… Segundo apurou o Valor, participaram da reunião virtual o secretário do Tesouro, Rogério Ceron, e o secretário da Casa Civil, Bruno Moretti, além do presidente do TCU, Vital do Rêgo, e o ministro Benjamin Zymler, relator do caso.


SOCORRO AOS CORREIOS – Governo busca empréstimo de R$ 20 bilhões do Banco do Brasil, da Caixa e de instituições privadas para os Correios, em operação que deve ter garantias da União e estar condicionada a medidas para sanear a gestão da estatal.


… Segundo apurou a Folha, a empresa precisa de R$ 10 bilhões em 2025 e mais R$ 10 bilhões em 2026, que serão usados para capital de giro e também para custear medidas de ajuste (demissões voluntárias, mudanças no plano de saúde e renegociação de passivos atrasados).


… Fontes ouvidas pela reportagem dizem que ainda não está fechada a participação de cada banco na operação, que também atrai o apetite de instituições privadas. BTG Pactual, Citibank e ABC Brasil, que já são credores dos Correios, participam das conversas.


… Desde 2022, os Correios vêm apresentando prejuízos, mas o resultado negativo vem piorando semestre a semestre. No segundo trimestre, o prejuízo chegou a R$ 2,64 bilhões, quase cinco vezes mais em relação ao rombo de R$ 553 milhões do mesmo período de 2024.


… No balanço, a empresa referiu-se à “taxa das blusinhas” como um dos principais motivos das perdas, com “a retração significativa do segmento internacional, em razão de alterações regulatórias nas compras de importados, que provocaram a queda do volume de postagens”.


MAIS AGENDA – O IBGE divulga às 9h as vendas do varejo ampliado de agosto, que devem desacelerar o ritmo de alta para 0,7% (mediana Broadcast), contra 1,3% em julho. As estimativas vão de queda de 0,6% a avanço de 1,5%.


… Já as vendas no varejo restrito devem interromper quatro recuos seguidos na margem e crescer 0,2%, após baixa de 0,3% em julho. As estimativas dos analistas para esta leitura vão de queda de 0,2% a crescimento de 1,1%.


… À tarde (14h30), o BC divulga os dados semanais do fluxo cambial.


… Em Washington, o diretor de política monetária do BC, Nilton David, faz palestra às 12h, em evento promovido pelo Goldman Sachs. Já Paulo Picchetti participa de painel em seminário do JPMorgan, às 15h45.


… Em reuniões paralelas ao evento anual do FMI, David disse ontem que o atual ciclo de política monetária demanda “firmeza, serenidade e perseverança” e que as expectativas de inflação do mercado continuam desancoradas.


LÁ FORA – Antes do Livro Bege (15h), dois diretores do Fed falam: Stephen Miran (13h30) e Christopher Waller (14h). Mas como Powell já falou ontem e o mercado está fechado com um corte este mês, os discursos perdem status.


… Entre os poucos indicadores poupados pelo shutdown, sai às 9h30 o índice de atividade industrial Empire State de outubro, medido pelo Fed de Nova York. Na zona do euro, a produção industrial de agosto será conhecida às 6h.


CHINA HOJE – A inflação ao consumidor (CPI) teve queda anualizada de 0,3% em setembro, contra previsão de -0,2%. Já o índice de preços ao produtor (PPI) recuou 2,3%, em linha com o esperado pelos analistas do mercado.


FORA DA CASINHA – Os sinais trocados sobre a relação comercial entre os Estados Unidos e a China, ora de alívio, ora de provocação, continuaram trazendo volatilidade ontem aos negócios globais e, por aqui, não foi diferente.


… Pela manhã, quando predominava o clima de hostilidade, o dólar à vista chegou a encostar na faixa de R$ 5,52 na máxima do dia, cotado a R$ 5,5196. Depois, desanuviou com a leitura dovish dos comentários de Powell.


… Mas na reta final do pregão zerou o alívio e virou com a escalada da retórica de Trump contra Pequim. Fechou em leve alta de 0,14%, a R$ 5,4700. A boa notícia é que terminou bem mais perto da mínima (R$ 5,4582) que da máxima.


… Estas reviravoltas têm sido recorrentes no governo imprevisível de Trump. Apesar de tudo, no Broadcast, o head da Tesouraria do Travelex Bank, Marcos Weigt, ainda vê o dólar furando o piso de R$ 5,40 se depender do Fed.


… Powell reconheceu ontem o impacto do tarifaço sobre a inflação, mas voltou a insistir na fraqueza do mercado de trabalho, reforçando a convicção dovish do mercado de que um corte de juro está garantido daqui a duas semanas.


… “Os riscos negativos para o emprego parecem ter aumentado”, afirmou o presidente do Fed, destacando que o BC americano precisa calibrar sua política com cautela para não deixar “o trabalho contra a inflação inacabado”.


… A interpretação que se faz de seus comentário é de que um corte está no jeito, mas não deve ser agressivo.


… Michelle Bowman também discursou e defendeu pelo menos mais duas reduções nos juros até o fim do ano.


… No final da tarde, ainda a presidente do Fed de Boston, Susan Collins, não nadou contra a maré. Disse que o  caminho não está predeterminado, mas considerou apropriada outra flexibilização monetária de 25 pontos-base.


… Segundo ela, a inflação segue acima da meta do Fed, mas avançou menos do que o esperado no início do ano, enquanto paralelamente aumentaram os riscos de deterioração do mercado de trabalho norte-americano.


… Reforçada a aposta já ampla de mais um corte de juro, o índice DXY do dólar caiu 0,22%, a 99,047 pontos.


… O euro subiu 0,27%, a US$ 1,1611, e o iene avançou 0,34%, a 151,68/US$. Já a libra recuou 0,12%, a US$ 1,3325, porque a taxa de desemprego no Reino Unido aumentou a chance de o BC inglês relaxar o juro em novembro.


JUNTO E MISTURADO – Na volta do feriado de Columbus Day, as taxas dos Treasuries caíram. Não foi fácil dissociar o quanto da queda esteve ligada à aposta do Fed dovish ou à demanda defensiva por causa das tensões comerciais.


… Nos menores níveis em quase um mês, o juro da Note-2 anos caiu a 3,476% (contra 3,525% no pregão da última sexta-feira) e o de 10 anos recuou para 4,023% (de 4,056%). O yield do T-Bond de 30 anos foi a 4,621%, de 4,637%.


… A alta de 0,73% do ouro para a nova máxima histórica de US$ 4.163,40 por onça-troy revela que o investidor tem preferido manter posições seguras, diante da crise renovada entre Pequim e Washington, que vivem se estranhando.  


… O embate protecionista inibiu, mas não impediu queda nesta terça dos juros futuros domésticos, que se apegaram à baixa dos rendimentos dos Treasuries e resistiram à virada de alta do dólar observada perto do fechamento.


… O contrato de DI para Jan/26 terminou em 14,892% (de 14,894% na véspera); Jan/27 caiu a 13,995% (de 14,005% na véspera); Jan/29, a 13,360% (de 13,391%); Jan/31, a 13,630% (de 13,665%); e Jan/33, a 13,785% (de 13,815%).


… Entre os indicadores do dia, o setor de serviços exibiu resiliência em agosto. Apesar do crescimento de apenas 0,1% em relação a julho, superou a mediana (estabilidade) e alcançou novo patamar recorde na série histórica.


ONDE HÁ FUMAÇA, HÁ FOGO? – Circularam especulações no mercado sobre a chance de reajuste nos combustíveis, após a forte queda do petróleo no mercado internacional com o acordo de cessar-fogo entre Israel e a Palestina.


… Segundo a Associação Brasileira dos Importadores de Combustíveis (Abicom), a defasagem dos preços da gasolina no Brasil contra o preço de paridade de importação (PPI) aumentou para 9% e o litro pode ser reduzido em R$ 0,24.


… Investidores suspeitam que vem queda por aí, embora a Petrobras não dê sinalizações neste sentido.  


… Questionada ontem por jornalistas se a estatal pretende reduzir o preço da gasolina, Magda Chambriard, reafirmou que a empresa mantém a estratégia de não trazer volatilidade do petróleo para o mercado interno.


… A Petrobras está sem reajustar os valores da gasolina há 134 dias e do diesel, há 162 dias.


… A pressão cresce, depois de o petróleo Brent ter caído mais 1,47% ontem, para US$ 62,39, diante do fogo cruzado de Trump com a China e do temor de excesso de oferta global, reforçado ontem pelas estimativas da AIE.


… Segundo a Agência, o mercado mundial da commodity enfrentará excedente ainda maior em 2026, de até 4 milhões de barris por dia, conforme a Opep+ e seus rivais elevem a produção, apesar do consumo desaquecido.


MELOU – Bem que o Ibovespa tentou brigar ontem pelos 142 mil pontos, mas as turbulências na relação entre os Estados Unidos e a China inviabilizaram o plano, e teve ainda o fiscal no radar para comprometer o ritmo da bolsa.


… Não repercutiu bem a notícia sobre possível socorro aos Correios e preocupa ainda a conta do IOF que não fecha.


… O índice à vista fechou praticamente estável, com leve baixa de 0,07%, aos 141.682,99 pontos e giro de R$ 19,6 bi.


… Em demonstração de força e de olho nos R$ 60, Vale resistiu à queda firme de 2% do minério e fechou no zero a zero, cotada a R$ 59,75. Petrobras seguiu o petróleo e monitorou os rumores sobre o reajuste da gasolina.


… O papel PN registrou desvalorização de 0,69%, para R$ 30,02. Já o ON oscilou quase nada (-0,06%), a R$ 32,19.


… Destaque entre os bancos, Bradesco faturou a decisão do Goldman Sachs de elevar a recomendação do banco de venda para neutro. A ação PN emplacou alta de 1,42%, para R$ 17,16, e ON ganhou 1,04%, cotada a R$ 14,60.


… Já o Santander, rebaixado para venda, por riscos operacionais, caiu 1,05% (R$ 27,45). Itaú subiu 0,43% (R$ 37,45).


… Em Nova York, os comentários de Powell sinalizando para novos cortes dos juros chegaram a causar algum alívio nos negócios, mas as tensões comerciais entre Estados Unidos e China impediram ganhos mais firmes.


… As bolsas em Wall Street encerraram sem direção única, com alta do Dow Jones (+0,44%, aos 46.270,46 pontos) e falta de fôlego do S&P 500 (-0,15%, para 6.644,31 pontos) e do Nasdaq (-0,76%, aos 22.521,70 pontos).


COMPANHIAS ABERTAS – PETROBRAS recebeu parecer técnico do Ibama solicitando novos detalhamentos sobre plano de emergência e proteção da fauna no processo de licenciamento ambiental da bacia da Foz do Amazonas.


TELEFÔNICA aprovou a distribuição de R$ 380 milhões em JCP, o equivalente a R$ 0,1185 por ação, com pagamento até 30 de abril de 2026; ex em 28 de outubro.


HAPVIDA. O conselho de administração aprovou um programa de recompra de até 20 milhões de ações.


TAESA informou que fará hoje o pagamento de juros remuneratórios aos detentores das debêntures da 12ª emissão, em três séries, emitidas em 15 de abril de 2022…


… O valor total será de R$ 40,9 milhões, sendo R$ 20,2 milhões da primeira série, R$ 9,9 milhões da segunda série e R$ 10,7 milhões da terceira série.

Produtividade é a saída

  O mundo está girando (e rápido): o Brasil vai acompanhar ou ficar para trás? 🌎🇧🇷 Acabei de ler uma análise excelente de Marcello Estevã...