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Bankinter Portugal Matinal

 Análise Bankinter Portugal 


SESSÃO: ONTEM, subida de bolsas perante (mais) algumas notícias corporativas positivas, mas obrigações já compradas em excesso (O10A PT 2,95%, T-Note a testar os 4%...) com tendência a assentar-se e ceder um pouco de yield a estes níveis. Deverão assentar e retroceder um pouco entre hoje e amanhã. Os resultados corporativos continuam a ser geralmente bons, batendo expetativas (ASML, BoA, M.Stanley, TSMC, Nestlé…), e surgem mais operações corporativas, principalmente em tecnologia (BlackRock e MGX compram Aligned Data por 40.000 M$, de infraestrutura para IA e que não avalia). Wall St. tem vindo a alternar subidas e retrocessos, diários e semanais, desde o final de setembro, mas o seu tom continua a ser bom, embora o seu saldo líquido seja lateral desde então. Isso deve-se à euforia sobre a IA, que se traduz em subidas acentuadas dos semis (SOX +5,6% esta semana). Embora não só, porque os resultados e guidance dos bancos americanos estão a sair não só bons, mas amplamente melhores do que o esperado em termos gerais.


Todo o anterior é aplicável à sessão de hoje. Os futuros vêm mistos: a subir muito ligeiramente nos EUA, mas a retroceder ca.-0,1% na Europa. As tensões comerciais e sobre terras raras entre os EUA e a China agravam-se, mas é improvável que haja algum tipo de desenvolvimento antes de 29 de outubro, dia da reunião entre Trump e Xi. Este assunto não tem bom ar. 


E o governo americano está parcialmente encerrado desde 1 de outubro, portanto acumula já 15 dias, e isso equivale a uma perda de atividade ou custo de oportunidade de 0,75% s/PIB (o Tesouro estima 15.000 $/dia). Isto é, começa a retirar PIB e não parece que ambos os republicados e democratas tenham incentivos para reabrir. 


Moção de censura a Lecornu, na França, que provavelmente supera depois de cancelar o adiamento da idade da reforma. 


Às 13:30 h, Philly ou Índice de Atividade Empresarial da Fed de Filadélfia, que se espera que piore até 8,5 pontos desde 23,2. Mas não irá sair nenhum indicador macro que dependa do governo federal, que são a maioria. Em particular, não sabemos nada sobre o emprego. Isso tampouco ajuda o tom do mercado, MAS… as notícias/resultados empresariais são massivamente bons e é provável que terminem a conseguir impor um tom suavemente em alta nas bolsas. 


Esta manhã temos TSMC, que bateu expetativas (BNA +39% vs. +25% esperado) e melhorou guidance 4T (Vendas 32.200 M$/33.400 M$ vs. 31.200 M$ esperados; Margem Bruta 59%/61% vs. 57,0%). Nestlé, que passa por uma fase francamente complicada, bateu em Vendas 3T, embora não sejam boas (-2,1% vs. -2,5% esperado), mas oferecem uma interpretação melhor em termos comparáveis (excluindo efeito divisa e mudança de perímetro +4,3% vs. +3,3%). E também contamos a favor com os bons resultados dos bancos americanos destes dias e a hiperatividade corporativa em IA. Por isso, pode ser que o mercado hoje termine por empurrar um pouco pelo lado das bolsas, embora se assente nas obrigações.


NY +0,4% US tech +0,7% US semis +3% UEM +1% España -0,1% VIX 20,6% Bund 2,57% T-Note 4,03% Spread 2A-10A USA=+53pb B10A: ESP 3,10% PT 2,95% FRA 3,34% ITA 3,38% Euribor 12m 2,163% (fut.2,192%) USD 1,166 JPY 176,1 Ouro 4.207$ Brent 62,4$ WTI 58,8$ Bitcoin -1,7% (111.093$) Ether -2,9% (4.002$)


CONCLUSÃO: Bolsas asiáticas com bom tom esta madrugada, depois de uma subida relevante, ontem, em Nova Iorque. Embora os futuros venham mistos à primeira hora, é provável que termine por se impor um saldo milimetricamente em alta durante a tarde, em Nova Iorque, graças à hiperatividade em IA/tech e aos bons resultados 3T que começam a ser publicados. Inclusive apesar do encerramento parcial do governo americano começar a implicar um custo de oportunidade relevante em termos de PIB, de que caminhamos às cegas em relação à macro americana e de que as relações/negociações EUA/CH não oferecerem bom aspeto. Obrigações a cederem um pouco de yield (preços a debilitarem-se um pouco).


FIM

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