segunda-feira, 30 de junho de 2025

BDM Matinal Riscala

 *Rosa Riscala: Feriado nos EUA encurta semana do payroll*

… Semana mais curta com o feriado de 4 de Julho nos EUA, que fecha os mercados em NY mais cedo desde a véspera, tem como destaque o fórum do BCE em Sintra, com a participação de vários banqueiros centrais, além da expectativa com avanço nos acordos comerciais de Trump, quando se aproxima o deadline da trégua das tarifas “recíprocas”, no dia 9. Na agenda dos indicadores, o payroll será divulgado na 5ªF, com potencial para ajustar as expectativas para os juros, enquanto índices PMI da indústria e de serviços medem a atividade global. No Brasil, saem hoje os dados consolidados do setor público e o Caged e, na 4ªF, a produção industrial de maio. A crise institucional entre governo e Congresso segue no radar do investidor, com a possibilidade de o Planalto recorrer ao STF para manter o decreto do IOF.
… No Valor, a jornalista Maria Cristina Fernandes escreveu que Lula ficou “indignado com a usurpação da competência do Executivo pelo Congresso” e que a decisão de judicializar tenta evitar que o precedente criado no caso do IOF vire uma regra.
… O presidente pediu à AGU uma avaliação sobre a constitucionalidade da derrubada do decreto presidencial que elevou o IOF e havendo um parecer favorável, o Supremo será acionado. Segundo Haddad, Lula não pode abrir mão de recorrer.
… Em entrevista à GloboNews na 6ªF, o ministro afirmou que o ambiente político não está colaborando para um alívio no Orçamento. Em 2024, disse ele, o governo encaminhou “seis ou sete medidas ao Congresso que fechariam as contas, mas nem tudo foi bem recebido”.
… Haddad reiterou que não tem a intenção de mudar a meta fiscal, como muita gente no mercado já acredita para 2026, dizendo que vai perseguir aquilo que já foi anunciado. A meta para o ano que vem é de um superávit de 0,25% do PIB (R$ 34,3 bilhões).
… Para 2025, mesmo sem o IOF, com o qual a equipe econômica esperava arrecadar R$ 12 bilhões, o consenso é de que as chances de se atingir a meta de déficit zero são boas, já que o governo congelou R$ 31,3 bilhões e contará com receitas extraordinárias.
… Tanto Lula como Haddad estão marcando posição contra “o andar de cima” nesse embate.
… Em evento na Faculdade de Direito da USP, o ministro disse que os mais ricos querem fazer um ajuste fiscal no Brasil para o “pobre da periferia pagar”. “Quando chama o pessoal da cobertura para pagar o condomínio, o ajuste deixa de ser interessante.”
… Ainda na entrevista, Haddad disse que não consegue entender o que aconteceu depois da reunião com líderes naquele domingo, no dia 9 de junho. “Eu saí de lá com a sensação de que estava 100% resolvido o encaminhamento da MP e o novo decreto do IOF.”
… Ele disse que “não quer crer” que a motivação do rompimento do acordo com Motta e Alcolumbre tenha sido eleitoral, acrescentando que não foi informado da mudança de comportamento dos presidentes da Câmara e do Senado. “Não fui informado, nada.”
… Há informações de que Lula deve chamar Motta e Alcolumbre para conversar, mas a disposição de levar o caso ao STF continua de pé. O Planalto nem precisaria entrar, já que o PSOL se antecipou e já recorreu ao Supremo com uma Ação de Inconstitucionalidade.
… O ministro Gilmar Mendes foi sorteado como relator, mas o decano pediu ao presidente da Corte, Luiz Roberto Barroso, para passar o caso para Alexandre de Moraes, que relatou o processo movido pelo PL, no início do mês, pela derrubada do decreto do IOF.
TARIFAS – Em entrevista à Fox News neste domingo, Trump defendeu sua política tarifária, cuja pausa se encerra na próxima semana, no dia 9 de julho. Ele afirmou que seu governo “está indo bem” nas negociações que envolvem as taxas.
… E voltou a ameaçar: “Quando a pausa nas tarifas acabar, os países que não fecharam acordos receberão uma carta dizendo: Parabéns, você pode comercializar com os Estados Unidos, uma honra para nós. Mas, você terá que pagar uma tarifa de 25%.”
… O presidente também sinalizou que qualquer retaliação escalará a crise. “Daremos a resposta será equivalente.”
… Mas a cada hora, Trump diz uma coisa. Ainda na 6ªF, evitou cravar o deadline, afirmando que “9 de julho não é uma data final para os acordos”. Há especulações de que a data possa ser estendida até o Dia do Trabalho dos Estados Unidos, em 1º de setembro.
… O presidente disse que já foram fechados acordos com China, Reino Unido e “outros quatro países”, repetindo que espera fechar com a Índia em breve. Já com o Canadá, Trump encerrou as negociações, após o país impor tributação retroativa sobre serviços digitais.
… Também o secretário do Tesouro, Scott Bessent, disse que os EUA devem anunciar acordos comerciais com vários países antes do prazo de 9 de julho, mas admitiu em entrevista à CNBC que “outros 20 países podem voltar às tarifas recíprocas de 2 de abril”.
… Bessent disse que o acordo com a China é uma continuação do pacto de Genebra, envolvendo terras raras e os ímãs. Pequim confirmou o avanço nas negociações para a venda de minerais essenciais aos EUA e a retirada dos controles de Washington para seus produtos.
… Ainda no domingo, Trump afirmou que já há um grupo interessado em comprar a operação americana do TikTok; falta a China aprovar.
… Na Bloomberg, faltando poucos dias para a retomada das tarifas recíprocas, espera-se que apenas acordos com cerca de uma dúzia dos maiores parceiros comerciais dos EUA sejam concluídos até o prazo final de 9 de julho.
… Mas, segundo os principais assessores da Casa Branca, “provavelmente não serão acordos abrangentes, e sim um conjunto limitado de tópicos, que deixarão muitos detalhes para serem negociados posteriormente”.
… Entre os parceiros menores, os EUA estão se aproximando de acordos com Taiwan, Indonésia, Vietnã e Coreia do Sul.
… Não há notícias sobre um acordo com a União Europeia. Segundo Trump, negociar com o bloco é “desafiador”.
BIG BEAUTIFUL BILL – Outra questão que está nas preocupações do mercado em NY é o projeto de corte de gastos e impostos, que Trump chama de “grande e lindo projeto”, e pode significar um grande e feio prognóstico para a dívida dos EUA.
… Na mesma entrevista à Fox News, o presidente atacou os democratas, dizendo que eles não querem colaborar com o bem do país, mas a verdade é que os republicanos do Senado também estão divididos e, neste domingo, mexeram em um item essencial da proposta.
… Os principais cortes do Medicaid, o programa de seguro saúde para pobres e deficientes, que compensariam parcialmente as perdas de receita decorrentes dos cortes de impostos no projeto de Trump, foram restaurados, em vitória dos conservadores do partido.
… Pelo menos oito republicanos moderados têm pressionado para reduzir os cortes do Medicaid e podem votar contra Trump, que quer o projeto aprovado até 4 de Julho. A versão original pode levar 11,8 milhões de pessoas a perderem seus benefícios de saúde até 2030.
… Se houver acordo, a votação pode acontecer ainda nesta 2ªF, e se o Senado modificar a proposta, voltará para aprovação da Câmara.
AFTER HOURS – Se depender das ações dos bancos dos EUA, que passaram no teste de estresse do Fed, as bolsas em NY podem renovar hoje os recordes históricos estabelecidos no último pregão pelo S&P 500 e pelo Nasdaq (abaixo).
… O Fed indicou resiliência a um cenário hipotético de recessão severa. No after market da 6ªF, o setor subiu em bloco: Wells Fargo (+1,76%), Bank of America (+1,00%), Goldman Sachs (+2,20%), JPMorgan (+0,52%) e Citi (+0,04%).
MAIS AGENDA – O BC divulgará hoje às 8h30 os dados do setor público consolidado de maio, que devem apontar para um déficit primário de R$ 42,7 bilhões, segundo a mediana de pesquisa Broadcast, após saldo positivo de R$ 14,150 bilhões em abril.
… Para 2025, a mediana indica déficit primário de R$ 66,5 bilhões, com as projeções entre -R$ 90 bilhões e -R$ 41,8 bilhões.
… O saldo negativo do governo central deve sustentar o déficit do setor público consolidado em maio, de acordo com economistas.
… Já no início da tarde (às 14h30), os dados do Caged devem mostrar a criação líquida de 171,8 mil vagas com carteira assinada, abaixo do que foi registrado em abril, quando houve saldo positivo de 257.528 vagas.
… Na 6ªF, a taxa de desemprego da Pnad Contínua caiu de 6,6%, no trimestre móvel terminado em abril, para 6,2% no trimestre encerrado em maio, patamar mais baixo para o período em toda a série histórica da Pesquisa iniciada em 2012 pelo IBGE.
… Ainda hoje, sai o Boletim Focus (8h25), que poderá trazer novas revisões em baixa para as expectativas inflacionárias, após as surpresas positivas com o IPCA-15 abaixo do esperado e a deflação do IGP-M, também acima da mediana das estimativas (abaixo).
… Lula participa nesta 2ªF, às 11h, da cerimônia de lançamento do Plano Safra da Agricultura Familiar 2025/2026, no Palácio do Planalto. Serão anunciados o valor previsto de financiamento e juros para o setor.
BANDEIRA DA ANEEL – O anúncio de bandeira tarifária vermelha 1 às contas de energia em julho, feito pela Aneel no final da tarde de 6ªF, provocou ajuste marginal na projeção da Quantitas para o IPCA de julho, de 0,35% para 0,38%.
PAYROLL – A expectativa para o relatório do emprego nos EUA é de leve desaceleração na geração de emprego, de 139 mil em maio para 129 mil em junho, com a taxa de desemprego mantida em 4,2%, confirmando um mercado de trabalho ainda robusto.
… Só um resultado muito diferente [para pior] poderia mudar a disposição do Fed de esperar mais um tempo antes de reduzir os juros. No mercado, a aposta majoritária ainda aponta para dois cortes de 25pbs cada, nas últimas duas reuniões do Fomc.
… Essa projeção é corroborada pelas mensagens de Powell e de muitos Fed boys, considerando as incertezas com o impacto das tarifas na inflação e no emprego, embora alguns membros mais dovish do Comitê já estejam defendendo uma ação antecipada.
… Na 6ªF, a aceleração de 2,7% do núcleo do PCE em maio esvaziou os argumentos de quem esperava o primeiro corte no fim desse mês. Mas há de tudo, quem ainda acredita em três quedas este ano, a partir de setembro, e os mais pessimistas, em apenas uma.
… O Fed espera para ver o efeito das tarifas, que podem ser elevadas no próximo dia 9, data-limite para que os países apresentem as suas propostas para o governo americano. Existe também a possibilidade de que Trump possa estender esse prazo das negociações.
MAIS EMPREGO – Antes do payroll, que nesta semana sairá excepcionalmente na 5ªF, devido ao feriado de 4 de Julho, serão divulgados o relatório Jolts (amanhã, 3ªF) e a pesquisa ADP (na 4ªF), com o emprego no setor privado dos Estados Unidos.
… Dois Fed boys têm falas marcadas para hoje: Raphael Bostic/Atlanta (11h) e Austan Goolsbee/Chicago (14h).
… Ainda nos Estados Unidos hoje (10h45), o PMI de Chicago pode melhorar para 42,7 em junho, após registrar 40,5 em maio.
NA EUROPA – Estão previstos o PIB/Reino Unido do 1Tri (de madrugada) e a prévia de junho da inflação ao consumidor da Alemanha (9h), com projeções que apontam para o consenso de +0,2% (de +0,1% em maio).
O FÓRUM DE SINTRA – Movimenta o noticiário econômico desta semana, com painéis que devem reunir os presidentes de Fed, Jerome Powell; do Banco da Inglaterra (BoE), Andrew Bailey; e do Banco do Japão (BoJ), Kazuo Ueda, amanhã (3ªF).
… A presidente do BCE, Christine Lagarde, que organiza o evento em Portugal, faz o discurso de abertura hoje às 16h (Brasília).
… O Brasil estará representado na abertura do fórum por Diogo Guillen, diretor de Política Econômica do BC.
CHINA HOJE – O PMI industrial oficial avançou para 49,7 em junho, contra 49,5 em maio. O resultado do indicador veio acima da previsão (49,5), mas foi o terceiro seguido em terreno de contração (abaixo de 50,0).
… O PMI de serviços caiu de 50,2 em maio para 50,1 em junho, em linha com a previsão dos analistas.
… No final da noite (22h45), o consenso para o PMI industrial Caixin é de leve melhora, para 49, da retração de 48,3 em maio.
ARMANDO O RINGUE – Preocupa o mercado que Lula esteja fazendo cálculos políticos e tenha ventilado a chance de judicializar a derrubada do IOF, mesmo sob risco de acentuar a guerra aberta entre o Congresso e governo.
… Está agora tudo nas mãos da AGU, que, se considerar que o decreto aprovado pelos parlamentares usurpou a prerrogativa, colocará o presidente em córner, na posição em que não poderá abrir mão de recorrer.
… Na 6ªF, simultaneamente à entrevista do ministro da Fazenda e ao comentário de Trump sobre rompimento da negociação sobre tarifas com o Canadá, os mercados domésticos assumiram posições mais defensivas à tarde.
… O Ibovespa anulou a leve alta da manhã, a curva do DI começou a zerar as quedas e se aproximar da estabilidade, enquanto o dólar se afastou da mínima de R$ 5,4600 mais cedo e desacelerou a queda de 0,70% para 0,29%.
… Fechou cotado a R$ 5,4829, de olho no clima em Brasília e no jogo duro do protecionismo americano.
… O fato de a moeda americana ainda ter resistido em leve queda aqui, contrariando a alta lá fora, foi atribuído ao diferencial de juro (carry trade), com dois cortes à vista pelo Fed e o Copom que defende os 15% por muito tempo.
… O BC de Galípolo não quer nem ouvir falar de uma flexibilização da Selic. Durante o Barclays Day, na 6ªF, Guillen afirmou que um debate sobre corte da taxa básica de juro ainda está muito distante e não faz parte hoje do Copom.
… Na tentativa de afastar qualquer esperança de um desaperto monetário prematuro, ele reiterou o desconforto do BC com as expectativas de inflação desancoradas e reforçou postura contracionista por tempo prolongado.
… Guillen manteve o discurso conservador, apesar de o IGP-M ter aprofundado a deflação para 1,67% em junho, de 0,49% em maio, um dia depois de o IPCA-15 de junho (+0,26%) ter vindo menor que a mediana das apostas (+0,30%).
… Ouvidos pelo Broadcast, José Faria Júnior (da Wagner Investimentos) disse que, dificilmente, o Copom mexerá no juro antes de seis meses, e Luciano Rostagno calculou que a curva do DI exibe chance de corte de janeiro em diante.
… “O DI para Janeiro de 2026 vai ficar parado, porque não tem nada de alta e nem de corte de juros para este ano mais. O Janeiro 2027 é o que vai indicar a visão do mercado para ciclo de cortes de juros no ano que vem”, resumiu.
… No último pregão, o contrato para Janeiro de 2026 marcou 14,935% (de 14,933% no ajuste anterior); Jan/27, 14,165% (de 14,179%); Jan/29, 13,295% (de 13,318%); Jan/31, 13,440% (de 13,496%); e Jan/33, 13,550% (13,624%).
… Durante a reunião de economistas com diretores do BC, na 6ªF, o risco fiscal e o comportamento do crédito dominaram as atenções, apurou o Broadcast. Analistas relataram receio de populismo econômico-eleitoral.
… A expansão do crédito foi citada como um fator que pode diminuir a potência da transmissão da política monetária. Alguns participantes também advertiram para o perigo de que o governo revise a meta fiscal de 2026.
SÓ LOVE – É curioso que o investidor estrangeiro continue apostando alto na B3, ignorando todos os ruídos fiscais domésticos, que vêm crescendo, e também a perspectiva de que a Selic vai continuar bem alta por bastante tempo.
… A melhor explicação para o interesse do k externo na bolsa brasileira é o Fed. Powell resiste às pressões de corte antecipado do juro, mas a verdade é que já está com a bala na agulha para aliviar a política monetária em setembro.
… Reportagem do Broadcast indica que, até a última 4ªF, o fluxo estrangeiro à B3 no acumulado do ano somava R$ 25,2 bilhões. É o saldo mais positivo para o período em três anos (em 2022, houve ingresso de R$ 70,5 bilhões).
… O apetite gringo pela bolsa doméstica mantém no radar o sonho de que o Ibovespa possa revisitar recordes históricos (perto dos 140 mil), respaldado pelo fluxo. Na última 6ªF, porém, foi dia de alguma cautela nos negócios.
… A chance de o governo judicializar a derrubada do IOF pelo Congresso e o risco no radar de uma eventual revisão da meta fiscal para 2026, caso a elevação do imposto não seja retomada, desencorajou o investidor a assumir risco.
… O Ibov caiu de leve (-0,18%), a 136.865,79 pontos, com giro fraco de R$ 16,5 bi. Teria caído mais, não fosse a Vale ter atuado de estrela do dia (+1,92%; R$ 53,00), impulsionada pelo otimismo do acordo comercial entre EUA/China.
… Nos últimos dois pregões, as ações da mineradora acumulam um rali de 5%.
… De seu lado, Petrobras vem sentindo o tombo de mais de 11% do petróleo desde que Trump anunciou o (frágil) cessar-fogo entre Israel e o Irã. Os papéis da estatal recuaram 5% no acumulado da semana passada.
… Na 6ªF, Petrobras ON perdeu 1,23%, a R$ 33,80, e PN recuou 0,79%, para R$ 31,21, apesar de o barril do tipo Brent para setembro ter feito uma pausa nas quedas e testado leve recuperação de 0,16%, negociado a US$ 66,80.
… A novidade do dia foi a Opep+ ter informado que poderá fazer um outro aumento de produção de petróleo na reunião do próximo domingo. O mercado cogita que seja repetida a dose de 411 mil bpd na alta da oferta.
… Entre as blue chips do setor financeiro, os sinais foram mistos no último pregão: Itaú, -0,11%, a R$ 36,27; Bradesco PN, +0,12%, a R$ 16,57; Bradesco ON, -0,20%, a R$ 14,28, BB, +0,60%, a R$ 21,73; e Santander, -0,51%, a R$ 29,15.
NO SEU TEMPO – O mantra de Powell, de que é cedo para cortar o juro em julho, ganhou respaldo do PCE na 6ªF.
… O núcleo do índice subiu 0,2% em maio contra abril, acima da aposta de 0,1% e, na comparação anual, avançou 2,7%, também superando a projeção de 2,6%. No CME, a chance de o Fed agir na próxima reunião é de só 18%.
… Setembro continua como probabilidade majoritária e ampla (92,4%) para o início do ciclo de alívio monetário, elevando a cólera de Trump contra Powell. “Gostaria que renunciasse, porque não há qualquer inflação”, disse.
… “Vou nomear alguém que queira cortar [os juros]”, enfatizou, defendendo que os EUA adotem uma taxa de juros entre 1% e 2%, contra os 4,25% a 4,50% atuais. Trump afirmou já ter em mente nomes para substituir Powell.
… Mas, durante coletiva de imprensa na Casa Branca, evitou responder diretamente à pergunta sobre relatos de um possível anúncio antecipado do próximo presidente do Fed. Também Scott Bessent (Tesouro) desconversou.
… “Não acho que alguém esteja necessariamente falando sobre isso”, disse. Ao ser questionado na CNBC sobre o rumor de que ele próprio poderia ser indicado sucessor de Powell, Bessent respondeu que fará o que Trump quiser.
… O tarifaço continua impondo resistência para o juro do Fed cair antes do 3Tri. Depois de anunciar o encerramento imediato das conversas com o Canadá na 6ªF, Trump ameaçou com o anúncio de tarifas nos próximos sete dias.
… O rompimento das negociações com o governo canadense pressionou o dólar e os juros dos Treasuries. Momentaneamente, as bolsas em NY perderam fôlego, mas deram a volta por cima e renovaram recordes.
… O acordo firmado entre os EUA e China na questão das terras raras embalou os picos históricos do S&P 500 (+0,52%; 6.173,07 pontos) e do Nasdaq (+0,52%; 20.273,46 pontos). O Dow Jones subiu 1,00% (43.819,27 pontos).
… No câmbio, o índice DXY fechou em alta de 0,26%, a 97,401 pontos. O euro caiu 0,15%, a US$ 1,1708, a libra esterlina recuou 0,10%, a US$ 1,3714, e o iene registrou desvalorização para 144,75/US$.
… O juro da Note de 2 anos subiu a 3,737%, contra 3,711% na véspera, e o de 10 anos foi a 4,273%, de 4,240%.
EM TEMPO… A planta da JBS S.A. de Mozarlândia (Goiás), unidade da Friboi, foi o primeiro frigorífico brasileiro habilitado pelo Vietnã para a exportação de carne bovina resfriada e congelada ao país.
JBS USA concluiu a recompra de US$ 894 milhões, em dinheiro, de todas as suas Notas Sêniores 2,500%, com vencimento em 2027. O lance total estava limitado a US$ 1 bilhão, sem incluir juros acumulados e não pagos.
MARFRIG inaugurou a ampliação de seu parque industrial de Promissão (SP), após investimento de R$ 500 milhões na unidade.
LOJAS RENNER aprovou a distribuição de R$ 203,1 milhões em JCP, o equivalente a R$ 0,2030 por ação, com pagamento em 15/7; ex em 3/7…
… Conselho de administração da Renner decidiu aprovar todos os 25 itens da proposta para a alteração do Regulamento do Novo Mercado da B3…
… TOTVS aprovou 22 itens; C&A aprovou 22 itens; HYPERA aprovou 20 itens; PETRORECÔNCAVO aprovou 11 itens e RD SAÚDE, YDUQS, ÂNIMA, GRUPO MATEUS, LOJAS QUERO-QUERO e SMARTFIT rejeitaram a totalidade dos itens.
BRAVA ENERGIA. Conselho de Administração aprovou aumento do capital social da companhia, por subscrição particular, no valor de R$ 104.737,50, mediante emissão de 6.650 ações ON, com preço de R$ 15,75 cada…
… Assim, capital social da empresa passou a ser de R$ 11.971.692.645,03, representados por 464.187.462 papéis ON.

The Economist

 


Sonhos enfraquecidos

O presidente do Brasil perde influência no exterior e é impopular em casa

29 de junho de 2025

Em 22 de junho, horas depois de os Estados Unidos atingirem instalações nucleares iranianas com enormes bombas anti-bunker, o Itamaraty divulgou uma nota. Nela, o governo brasileiro “condena veementemente” o ataque americano e afirma que os bombardeios foram uma “violação da soberania do Irã e do direito internacional”. A contundência do comunicado isolou o Brasil de todas as demais democracias ocidentais, que ou apoiaram as investidas ou apenas manifestaram preocupação.

A boa vontade do Brasil com o Irã deve continuar em 6 e 7 de julho, quando os BRICS — grupo de 11 economias emergentes que inclui Brasil, China, Rússia e África do Sul — realizarem sua cúpula anual no Rio de Janeiro. Membro desde 2024, o Irã deve enviar uma delegação. O clube é atualmente presidido por Luiz Inácio Lula da Silva, o Lula. Antes, a participação dava ao Brasil uma plataforma para exercer influência global; agora faz o país parecer cada vez mais hostil ao Ocidente. “Quanto mais a China transforma os BRICS em instrumento de sua política externa, e quanto mais a Rússia usa o grupo para legitimar sua guerra na Ucrânia, mais difícil será para o Brasil manter o discurso de não alinhamento”, diz Matias Spektor, da Fundação Getulio Vargas (FGV), em São Paulo.

Os diplomatas brasileiros tentam contornar o problema ao pautar a cúpula por temas inofensivos: cooperação em vacinas e saúde; transição para a energia verde; e manutenção do status de nação mais favorecida como base do comércio internacional, em que os países tratam todos os membros da Organização Mundial do Comércio de forma igual. Querem evitar conversas sobre um assunto que o presidente americano, Donald Trump, detesta: o esforço dos BRICS para liquidar comércio em moedas locais em vez do dólar. Provavelmente também prefeririam que os iranianos ficassem calados. “Estamos num momento mais de contenção de danos do que de criação de novos instrumentos”, afirma um diplomata brasileiro de alto escalão.

O papel do Brasil no centro de um BRICS ampliado e dominado por regimes mais autoritários é parte de uma política externa de Lula cada vez mais incoerente. Ele não fez esforço para estreitar laços com os Estados Unidos desde que Trump tomou posse, em janeiro. Não há registro de os dois terem se encontrado pessoalmente — o Brasil é, assim, a maior economia cujo líder nunca apertou a mão do presidente americano. Em vez disso, Lula corteja a China: encontrou-se com Xi Jinping duas vezes no último ano.

Talvez a iniciativa mais sensata de Lula seja tentar aproveitar a desconfiança global em relação aos Estados Unidos como parceiro comercial. Ele se aproximou da Europa e expandiu as trocas comerciais. Em março, visitou o Japão — que importa a maior parte de sua carne dos EUA — para oferecer carne brasileira como substituta. Seus ministros têm se reunido com burocratas chineses para discutir maneiras de aumentar as importações agrícolas do Brasil, provavelmente à custa das americanas.

Mas isso vem acompanhado de gestos grandiosos que extrapolam o peso do Brasil no cenário mundial. Em maio, Lula foi o único líder de grande democracia a comparecer às comemorações em Moscou pelo fim da Segunda Guerra Mundial. Aproveitou a viagem para tentar convencer Vladimir Putin de que o Brasil deveria mediar o fim da guerra na Ucrânia. Nem Putin nem ninguém deu ouvidos.

Falta pragmatismo também mais perto de casa. Lula não conversa com o presidente argentino, Javier Milei, por divergências ideológicas. Ao assumir o terceiro mandato, em 2023, abraçou Nicolás Maduro, o autocrata da Venezuela, apesar de o país já ser uma ditadura plena (a relação só azedou depois que Maduro roubou mais uma eleição no ano passado). Tendo liderado a missão da ONU para estabilizar o Haiti após o terremoto de 2010, o Brasil agora mantém silêncio enquanto o país colapsa num inferno comandado por gangues. Lula parece incapaz ou sem vontade de unir as nações latino-americanas para enfrentar as deportações de migrantes e a guerra tarifária de Trump.

A fraqueza no palco internacional se soma ao desgaste de Lula em casa. Em seus dois primeiros mandatos (2003-2010), o Brasil surfou no boom das commodities, e Lula foi um dos líderes mais populares do mundo. Sua força doméstica lhe dava credibilidade no exterior, e muitos colegas o viam como porta-voz das economias em rápido desenvolvimento.

Agora, porém, Lula enfrenta impopularidade crescente. O país se deslocou para a direita. Muitos brasileiros associam o PT à corrupção, devido a um escândalo que o levou à prisão por mais de um ano (a condenação foi depois anulada). Lula construiu o partido com apoio de sindicatos, católicos preocupados com temas sociais e beneficiários de programas de transferência de renda. Mas hoje o Brasil é um país onde o evangelicalismo cresce, o emprego no agronegócio e na gig economy [empregos fora do regime CLT] avança rápido, e a direita também oferece benefícios sociais.

A aprovação pessoal de Lula ronda os 40%, o pior índice de seus três mandatos. Apenas 28% dos brasileiros dizem aprovar seu governo. Em 25 de junho, o Congresso o humilhou ao rejeitar um decreto que instituía novos impostos — a primeira derrubada de decreto presidencial em mais de 30 anos —, deixando menos espaço fiscal para gastar antes das eleições gerais de 2026.

Enquanto isso, o movimento MAGA de Trump está fortemente aliado à direita dura brasileira, liderada por Jair Bolsonaro, ex-presidente que se autointitula um “Trump tropical”. Bolsonaro deve ser preso em breve por supostamente tramar um golpe para permanecer no poder após perder as eleições de 2022. Ainda não indicou quem será seu sucessor; mas, se o fizer e a direita se unir em torno desse nome para 2026, a Presidência será deles para perder.

Trump critica livremente outros líderes muito mais amistosos com ele do que Lula. Ainda assim, quase não falou do Brasil desde que assumiu em janeiro. Em parte, porque o Brasil possui algo que nenhuma outra grande economia emergente tem: um déficit comercial gigantesco com os EUA, de cerca de US$ 30 bilhões por ano. Trump gosta quando outros países compram mais dos Estados Unidos do que vendem. Mas seu silêncio também pode dever-se ao fato de que o Brasil, relativamente distante e inerte geopoliticamente, simplesmente não pesa tanto em questões como a guerra na Ucrânia ou o Oriente Médio. Lula deveria parar de fingir que pesa — e concentrar-se em assuntos mais próximos de casa. ■"

domingo, 29 de junho de 2025

Diario de um economista de mercado 3



Observando a minha decisão de passar uns anos em Portugal, vi que eu não decidi sozinho. Vários amigos tomaram a mesma decisão. Uma pesquisa na Internet me mostrou o Brasil entre os que "expulsaram" seus cidadãos, por políticas teimosamente erradas.

Nesta pesquisa, indagou-se, "por que será que os ricos estão deixando o Brasil — e tantos outros países?

Porque cansaram de financiar o populismo disfarçado de justiça social.

O novo “mapa da fuga” mostra algo inquietante: tanto países emergentes como o Brasil quanto potências como França, Alemanha e até mesmo o Reino Unido figuram entre os campeões na perda de milionários. Isso não é coincidência — é consequência.

Quando governos abandonam a responsabilidade fiscal e abraçam a demagogia, a equação se torna insustentável: gastar cada vez mais, arrecadar cada vez menos, e compensar isso punindo justamente quem mais investe, mais emprega e mais paga impostos.

Sem ricos, não há país.

É o capital dos empreendedores, dos inovadores e dos investidores que financia a criação de empregos, que viabiliza o surgimento de novas tecnologias, e que sustenta, com seus impostos, os programas sociais. A verdade incômoda é que os ricos não são o problema — são parte essencial da solução.

Mas em vez de promover eficiência e meritocracia, muitos governos preferem o caminho fácil: culpar os ricos, aumentar impostos, e distribuir benesses para manter votos. Isso não é justiça social. É chantagem institucional.

O resultado?

Os ricos votam com os pés. E levam consigo empregos, inovação, capital e futuro.

Essa fuga deveria servir de alerta: quem tributa a criação de riqueza para sustentar o desperdício estatal cava a própria estagnação. A verdadeira justiça social só é possível com eficiência econômica — e essa exige liberdade, segurança jurídica e respeito a quem investe.

O Brasil está diante de uma escolha histórica: continuar criminalizando o sucesso ou entender que não se combate a pobreza atacando a riqueza, mas sim criando mais oportunidades para todos prosperarem."

Eu, Julio, fui um que "piquei a mula" para educar o meu filho. 

Fui economista-chefe a minha vida toda. Primeiro na Lopes Filho, depois em duas "corretoras" (não gostei do q vi nestes ambientes).

Nestas experiências fui gerando "massa crítica" suficiente para perceber o que deve ser feito, ou não, numa governança de democracia em Economia de mercado. 

Depois de anos me cansei.

Somos condenados a viver nestes desgovernos e, embora, tendo um mercado financeiro moderno não há dúvida q presos ao samba de uma nota só. Somos o país da renda fixa. Assim é, assim será por mais uma geração. 

Para mim, este País se tornou frustrante, porque nós, como nação, temos todos os recursos, os potenciais, os chamados fatores de produção, para nos tornarmos uma grande nação. Somos ricos em recursos, em biomassa, em energia, limpa inclusive, terras aráveis, etc.

Mas uma governança ordinária e vagabunda há 25 anos...em breve interregno no Temer, o resto...

Vivi em Portugal e visto de fora, era um espanto para mim ver um país tão rico, nesta situação...

Portugal importa quase tudo, e vende cortiça, vinho, azeite e uns poucos produtos com valor agregado. A diferença é o q eu chamo de marco civilizatório. Instituições preservadas e respeitadas.

Portanto. Somos uma peça de ficção. 

Um país cercado de esquemas variados, tráfico de influência, amigos dos amigos, sem a mínima chance de dar certo.

Ranking das universidades brasileiras

 Um país com as dimensões do nosso, continental, tendo esta qualidade do ensino superior público? 

O sistema está muito errado, caindo aos pedaços, falido, e competem às bestas esquerdistas enxergarem isso. 

Segundo Anderson Correia, 

Saiu o ranking internacional de universidades, o CWUR de 2025.

USP estável, se mantendo em uma posição boa, 118 no mundo, empatada com a Universidade de Bonn na Alemanha, a Sapienza de Roma, o INSEAD e à frente de muitas tops na Ásia, na Europa e América do Norte.

Orgulho do IPT fazer parte desse ecossistema, sendo sediado na cidade universitária da USP e apoiando a transferir esse conhecimento para as empresas.

Crescimento da UFRJ com louvor. Parabéns, pois subiu 70 posições. Sempre se reinventando. A UFRJ é uma ilha de excelência.

Estabilidade da Unicamp e com isso foi ultrapassada pela UFRJ. Porque a Unicamp, que tem mais dinheiro que a UFRJ e tem acesso à FAPESP (a maior fundação de pesquisa do Brasil) não consegue avançar mais?

UNESP e Federais da lista com relativa queda, mas nada tão crítico. Contudo, impressiona a colocação entre 400 e 800, o que certamente poderia avançar, especialmente porque os recursos federais tem melhorado, especialmente FINEP, CAPES e CNPq. Vamos acompanhar as edições mais à frente.

ITA não vai muito bem nesse ranking, que é baseado em publicações científicas e o forte do ITA é na graduação e na pós-graduação aplicada. Além disso, muitos alunos do ITA não podem publicar tudo que fazem, já que os parceiros (indústria aeronáutica e de defesa) pedem segredo.

Resumidamente, não vi um desastre nessa edição de 2025, diferentemente do que a mídia vem divulgando.




O meu Botafogo

 https://www.youtube.com/watch?v=eBM0n7guuZY

sábado, 28 de junho de 2025

Riscos diversos

 


Diário de uma vida 2

 Diario de um economista de mercado 2


Falemos da minha experiência em Portugal. Teve prós e contras, como tudo na vida.
Cheguei à Évora num dia ameno de outubro, e o primeiro local que me aloquei foi num monastério da Igreja Católica, ao lado da Universidade de Évora, num quartinho minúsculo, mas dentro das minhas posses. Lá fiquei uns 40 dias me acostumando com a cidadela.

Évora está localizada no centro do Alentejo, meio caminho para Lisboa, a 129 km de distância e da fronteira com a Espanha, em Badajóz. Fica próximo também de Monsaráz, outra fortificação muito interessante. Aliás, a maioria das pequenas cidades naquela região, distritos, possuem um castelo num pequeno monte que seja.

Talvez Évora seja a cidadela mais interessante, cercada por muralhas, com uma das universidades mais antigas da Europa. Lá vivi uma boa temporada, alocado na Universidade de Évora, depois, indo para Lisboa, onde meu filho iria cursar a "poli" de lá, no Instituto Superior Técnico da Universidade de Lisboa, no curso mais concorrido, Engenharia Aeroespacial. Para ingressar neste curso, voce precisa de 19,3 pontos, de 20. E não é que o gajo conseguiu?

Interessante o sistema de ensino na terrinha. Por lá, existe o Exame Nacional, e vce ingressa num "ranqueamento". As escolas, públicas e privadas, concorrem entre si. Importante que se diga que o Bruninho ingressou numa escola pública, o Centro Educativo Gabriel Pereira (foto ao fim). Chegaram, o Bruno e a Lu, no dia 10 de dezembro, 40 dias depois da minha chegada. Bruno já havia perdido 3 meses e meio de aula (sistema de ensino por lá é de setembro a julho do ano seguinte, entre férias de verão, em julho a agosto. Meu filho chegou lá, os diretores da escola, como sempre, se mostraram céticos. Quando viram as notas do menino no Brasil, se engalfinharam pelo aluno. Na verdade, ele havia mandado as aplicações para duas escolas, a Gabriel Pereira e a Severim de Farias. A primeira é considerada padrão em Évora, um modelo, mas a segunda, forte em exatas.

Vejam as estruturas, a Gabriel Pereira, mais moderna, a Severim de Faria, mais antiga e tradicional (abaixo).

Bruninho ingressou no segundo ano do ensino médio (secundário), meio pela metade, e teve que correr atrás, para recuperar as notas. Chegou ao terceiro, em turma especial, já se preparando para o exame nacional.

Ao fim, acabou aprovado com 19,15 para engenharia mecânica, em seguida, obtendo vaga para Aeroespacial.

Interessante. Por este desempenho, a escola Gabriel Pereira elevou seu ranking. Por lá, quanto melhor ranqueada é a escola, mais eles recebem recursos do DGE (Departamento Geral de Educação). Tudo pelo mérito. Quanto melhor a escola, mais ela sobe no ranking, melhor é a sua estrutura. Isso explica o q é a Gabriel Pereira. ☺️






Produtividade é a saída

  O mundo está girando (e rápido): o Brasil vai acompanhar ou ficar para trás? 🌎🇧🇷 Acabei de ler uma análise excelente de Marcello Estevã...