sexta-feira, 17 de outubro de 2025

Fernando Gabeira

 Fernando Gabeira

Bolsonarista deve responder em liberdade

A maneira como se processa, julga e determina a prisão é, na verdade, um palco onde os holofotes estão nos vencedores

14/10/2025 00h06  

O prédio do STF em Brasília — Foto: Cristiano Mariz / O Globo

 

Há pouco mais de dois meses, falei dela numa entrevista ao canal MyNews. Falei de modo geral: uma presa política em condições precárias, em Três Corações, Minas Gerais. Fui criticado por me interessar por alguém de direita. Houve quem dissesse que inventei o caso. Hoje, serei um pouco mais específico.


Ela se chama Alexandra Aparecida da Silva, tem 43 anos, é ré primária, bons antecedentes. Usava uma tornozeleira eletrônica em sua pequena cidade de Fama, às margens do Lago de Furnas. De repente, foi levada para a prisão, onde sofre muito. Tem um nódulo na mama, esperando biópsia, um cisto no punho e sangramento retal. Não se trata de anistia, muito menos de dosagem de pena. Ainda não foi julgada.


É conhecida por Leca. Depois de presa pela primeira vez em Brasília, seu casamento foi para o espaço. Vivia precariamente, cuidando de nove cachorros. Estava na capital apenas no dia 9 de janeiro de 2023. Seu ônibus quebrou e se atrasou. Não participou de invasão aos prédios públicos. Mas suas redes sociais eram claras: adepta de Bolsonaro, bandeiras do Brasil, ilusão de estar salvando o país — essas coisas.


Quando deixou a prisão de Brasília e voltou para sua pequena cidade, Leca precisava trabalhar. Tinha de se apresentar todas as semanas à Justiça, na cidade vizinha Paraguaçu. Não havia muito como se mexer: seu dinheiro não dava para frequentar o restaurante da Rita, no máximo algumas idas à farmácia do Vantuil.


Leca teve a chance de se livrar do processo. Era um acordo em que tinha de admitir sua culpa. Preferiu não assinar nada, era mais verdadeiro. Nas suas saídas para o trabalho, alguém a fotografou. Denunciada, foi para a cadeia. A pequena cidade cuida dos seus cachorros e se cotiza para pagar o advogado.


Ninguém a vê como perigo à democracia. Pelo contrário, alguns começam a duvidar se a democracia não é o perigo. Nem todos sabem que o Brasil mudou muito com o fim da ditadura. Entramos em presídios, implodimos o da Ilha Grande, visitamos inúmeros hospícios. Era um movimento de esquerda, é verdade. Mas isso não se define por esquerda e direita. Transcende essa divisão. O escritor Henry David Thoreau costumava dizer que, para conhecer um país, é preciso visitar suas cadeias.


No meu entender, está em jogo em todo esse trabalho punitivo a própria imagem da democracia. A maneira como se processa, julga e determina a prisão é, na verdade, um palco onde os holofotes estão nos vencedores. Representam algo de fato distinto ou são apenas a continuidade de uma insensibilidade histórica?


Não acuso o Supremo, apenas tenho dito que assumir a responsabilidade de milhares de processos significa também ter algum controle sobre o dia a dia das prisões. O modesto pai de Leca foi visitá-la em Três Corações. A penitenciária impediu sua entrada, dizendo que não se vestia adequadamente. O homem saiu para comprar uma calça e camiseta, lançando mão de suas economias. Quando voltou ao presídio, disseram:


— Acabou o horário de visitas.


O mundo está cheio dessas micromaldades. Não consigo ignorá-las. Por isso peço a Alexandre de Moraes que considere processar Leca em liberdade. Ela precisa cuidar da saúde, dos seus nove cachorros, e a pequena cidade de Fama respirará aliviada com sua volta.

Riscos econômicos

 Artigo da folha de  16/10/2025, sobre riscos econômicos 


"Dois parágrafos, o primeiro e o último, da coluna do jornalista Vinicius Torres Freire, intitulada 'Maior banqueiro dos Estados Unidos lança teoria da barata para falar de perigo de bolha', lançam alerta sobre o crescente risco que a economia mundial vem demonstrando:


 'Há uma bolha de inteligência artificial? De crédito ruim? Zumbis existem?' O maior banqueiro dos Estados Unidos acredita em baratas: 'Quando se vê uma barata, tem mais por aí'. Se empresas financiadas por "bancos paralelos" ("shadow banks") quebram de modo estrambótico, em cantos menos visíveis pode haver mais financiamento irresponsável, à beira de estourar e, quem sabe, de afetar o sistema financeiro.' ...


 ... Há risco de choques por aí, cada vez mais. A China desafia os EUA. Donald Trump vai deixar barato ou vai amarelar, com medo de colapso de preço de ações? Trump agora ameaça levar guerra à Venezuela — como o Brasil negociaria com os americanos enquanto eles estivessem bombardeando Nicolás Maduro? Vai ocorrer acidente por causa das contas públicas da França, Japão ou Reino Unido? Um sucesso dos ataques de Trump ao Fed, ao BC dos EUA, pode causar fuga do dólar mais relevante no curto prazo?"

Guerra de geladeiras

*Na guerra das geladeiras, a LG prepara um contra-ataque aos chineses*


André Jankavski16 de outubro de 2025


Nos últimos anos, as geladeiras da LG tinham espaço apenas nas cozinhas da classe A.


Agora, a fabricante sul-coreana está querendo mudar esse posicionamento para fazer frente às marcas da Whirlpool e à Electrolux na casa de todos os brasileiros.


O principal movimento nessa direção é uma nova fábrica de geladeiras na região metropolitana de Curitiba, que deve começar a operar no segundo tri do ano que vem. 


A companhia está investindo R$ 1,5 bilhão na planta, com capacidade de produzir 350 mil refrigeradores por ano. A ideia é que praticamente todas as geladeiras vendidas pela fabricante sejam produzidas no Paraná – com exceção das linhas mais premium, que continuarão sendo importadas.


Daniel Song, o presidente da LG Electronics e CEO para a América Latina, disse que o investimento é uma das maiores apostas da gigante sul-coreana no Brasil. 


“Esse aporte não é apenas uma nova planta: é um movimento estratégico. Ao nacionalizar a produção, ganhamos escala, velocidade de resposta ao varejo e aderência superior às novas regras de eficiência energética,” Song disse ao Brazil Journal.


O mercado brasileiro de refrigeradores movimenta cerca de R$ 16 bilhões/ano, com cerca de 5 milhões de unidades vendidas. 


No ano passado, segundo a Eletros, o segmento de linha branca – que inclui refrigeradores, fogões e máquinas de lavar – cresceu 17%. 


Com a fábrica em funcionamento, a LG pretende chegar a um market share de 10% no fim do ano que vem – mais que o dobro da fatia atual, de cerca de 4,3%.


Para tentar alcançar essa meta, a companhia já está trazendo ao mercado modelos mais baratos. Se antes a LG era conhecida por geladeiras que começavam em R$ 10 mil, agora já é possível encontrar modelos por R$ 3,5 mil.


Mas como a produção na fábrica ainda não foi começou, os produtos ainda são importados. Ou seja, a empresa vem queimando caixa para conseguir conquistar o consumidor – e conseguir barrar a ofensiva de marcas chinesas como Hisense e Midea, que estão apostando em preços mais baixos.


Ao mesmo tempo, as líderes de mercado estão tendo um 2025 mais difícil. Em seus balanços, tanto Whirlpool e Electrolux falaram sobre uma desaceleração das vendas, mas sem dar números. Os motivos: juros altos e a ofensiva das asiáticas. 


A LG não se mostra preocupada com o atual momento. Roberto Barboza, o vice-presidente de vendas para a linha branca, disse que a marca sul-coreana pode ganhar espaço apostando na “democratização da inovação”. 


Uma dessas inovações é a redução do consumo da energia. A geladeira mais econômica da LG consome cerca de 30 kWh por mês, o que gera um custo médio mensal de R$ 30 em São Paulo. Segundo Barboza, é a geladeira com a maior eficiência energética do mercado. 


Além disso, a LG fez uma pesquisa de campo para entender os hábitos do brasileiro. As visitas incluíam questionários com os consumidores para entender onde os consumidores guardam suas bebidas e alimentos.


Resultado: a empresa criou modelos com painel externo (algo que não existe fora do Brasil) e layout interno otimizado para o gosto do brasileiro.


“O brasileiro abre a porta muitas vezes, então o freezer precisa ser maior. E há detalhes culturais: todo brasileiro quer bandeja de ovos – algo que não existe fora daqui,” disse Barboza.


Hoje a LG alterna a liderança em segmentos como TV e ar-condicionado, que são produzidos em Manaus. 


Segundo o CEO, a fábrica de refrigeradores vai permitir que a empresa consiga brigar pela liderança em um futuro não tão distante. 


“Hoje todas as geladeiras são importadas, o que reduz nossa rentabilidade. Com a produção local, ganhamos competitividade e podemos brigar de igual para igual com os concorrentes em preço – mas com um produto superior,” disse o executivo. 


A LG pretende usar micro e nanoinfluenciadores e fazer uma grande campanha na TV aberta para levar seu novo posicionamento a públicos regionais. “Queremos falar com quem está comprando sua primeira ou segunda geladeira com o mesmo tom aspiracional que usamos nas TVs OLED,” disse Barboza.


https://braziljournal.com/na-guerra-das-geladeiras-a-lg-prepara-um-contra-ataque-aos-chineses/

Lei cambial acochambra

 🏦*Lei muda e isenta 5 bancos em investigação da PF sobre lavagem de dinheiro- Estadão*


Uma mudança na legislação sobre operações de câmbio isentou cinco instituições financeiras que eram investigadas pela Polícia Federal por suposta participação em um esquema bilionário de evasão de divisas. As operações descobertas pela PF envolviam compra de criptoativos e lavagem de dinheiro para organizações criminosas como o grupo terrorista Hezbollah e o Primeiro Comando da Capital (PCC).


*Investigação da PF*: A Operação Colossus, iniciada em 2020, apurava um esquema bilionário de evasão de divisas e lavagem de dinheiro envolvendo criptoativos e organizações criminosas como o Hezbollah e o PCC.


*Bancos envolvidos*: Cinco instituições estavam sob investigação — Master, Genial, Travelex, Santander e Haitong — mas foram isentadas após mudança na legislação cambial.


*Mudança legal*: A nova lei cambial, aprovada em dezembro de 2021 e regulamentada em dezembro de 2022, transferiu a responsabilidade pelo registro correto das operações de câmbio dos bancos para os clientes.


*Impacto jurídico*: Com essa mudança, condutas investigadas entre 2017 e 2022 deixaram de ser consideradas crime, anulando a base legal para responsabilizar os bancos.


*Origem da lei*: O projeto foi enviado ao Congresso em 2019 pelo governo Bolsonaro. O relator, deputado Otto Alencar Filho (PSD-BA), incluiu a mudança a pedido do Banco Central.


https://tinyurl.com/2brh8zfn

O homem que traiu a guerrilha

 18/01/2009

O homem que traiu a guerrilha

Ex-guerrilheiro com treinamento em Cuba, acusado de infiltração e delação de colegas durante a ditadura, leva hoje uma vida despreocupada e tranquila em Belo Horizonte, como diretor de empresa

Amaury Ribeiro Jr.

Do Estado de Minas

Diretor de uma das maiores indústrias do país, o executivo José da Silva Tavares demonstra, aos 62 anos, ser um homem tranquilo e despreocupado com a vida.

 Indiferente com a onda de assaltos que toma conta dos grandes centros urbanos, Tavares sai todos os dias de um prédio no Bairro Funcionários, região nobre de Belo Horizonte, dirigindo o carro com os vidros totalmente abertos. Cigarro aceso nas mãos encostadas nos vidros do automóvel, o executivo, quase sempre vestido de camisas listradas, sem gravata e de ternos cortados, segue, sozinho, até o escritório da empresa onde trabalha, perto de uma rodovia que dá acesso ao Rio de Janeiro.

Esse ar sereno de Tavares ajuda a esconder uma outra face do executivo: a do ex-guerilheiro com treinamento em Cuba acusado de infiltração e traição por ex-colegas e militantes de esquerda que se opuseram ao regime militar durante os Anos de Chumbo.

 Tavares, que nos tempos de guerrilha usava os codinomes de Severino e Vítor, se tornou um dos principais inimigos da esquerda do país em 1970, quando passou a ser responsabilizado por seus companheiros pela morte do jornalista comunista Joaquim Câmara Ferreira. Conhecido com Toledo, Joaquim Câmara sucedeu Carlos Marighella, em 1969, no comando da Ação Libertadora Nacional (ALN), movimento armado que planejava derrubar o regime militar.

Segundo os ex-dirigentes da ALN, Severino foi cooptado pelo delegado do Departamento de Ordem Política Social (Dops) Sérgio Paranhos Fleury ao ser preso pelas tropas do Exército, em setembro de 1970, na rodoviária de Belém (PA), quando tentava embarcar para Imperatriz, no Maranhão, para organizar, a mando de Toledo, um foco de guerrilha rural. Menos de uma semana depois de ter dito ser preso, Tavares reapareceu em São Paulo. Em encontros com Toledo e outros dirigentes da ALN, Severino contou que havia conseguido fugir de um hospital militar depois de ter simulado suicídio.

De acordo com ex-dirigentes da ALN, a história mirabolante foi plantada pelos militares em jornais do Pará. Documentos inéditos obtidos pelo Correio/Estado de Minas com um ex-militar do Departamento de Operações Internas – Centro de Operações da Defesa Interna (DOI-CODI) – reforçam a tese de que Tavares traiu seus amigos de esquerda ao colaborar com Fleury na captura de Toledo. De acordo com um relatório secreto elaborado em 30 de novembro pelo Serviço de Inteligência do 2º Exército, a fuga de Tavares não passou de uma farsa. Segundo o documento, ao tomar conhecimento de que Tavares havia mantido contato com Toledo em São Paulo, o delegado Sérgio Paranhos Fleury recebeu apoio do comando para buscá-lo em Belém.

As informações prestadas ao delegado por Tavares acabaram contribuindo para a prisão de Toledo, que morreu depois de ser torturado por Fleury num sítio clandestino, de acordo com o relatório confidencial. “O delegado Fleury, tendo obtido informação de que José da Silva Tavares, apontado como traidor da ALN, virou um executivo de multinacional na capital mineira

Vítor havia contatado com Toledo, antes de seguir para o norte do país, obteve autorização e apoio para buscar o marginado e trazê-lo para São Paulo”, afirma o documento. O papel informa ainda que, com base nas informações prestadas por Tavares, o delegado Fleury conseguiu prender o dirigente comunista na Avenida Lavandisca, em São Paulo, em 23 de outubro de 1969. Procurado pela reportagem, Tavares não quis comentar o assunto.

Aluno destacado

Odiado pelos militantes de esquerda que se opuseram ao regime militar, o executivo José da Silva Tavares se destacou no grupo de guerrilheiros da ALN que fizeram treinamento de guerrilha em Cuba no período de julho de 1969 a janeiro de 1970. O curso de treinamento está detalhado num relatório denominado Treinamento em Cuba, elaborado pelo Serviço de Inteligência da Marinha (Cenimar) obtido com exclusividade pelo Correio/Estado de Minas.

Coincidentemente, o texto foi escrito em 28 de setembro de 1970, duas semanas depois de Tavares ter sido preso pela tropas do Exército na Rodoviária de Belém (PA), quando se preparava para viajar até Imperatriz, no Maranhão. A coincidência das datas leva antigos companheiros de esquerda a suspeitarem que o relatório foi elaborado com base em informações prestadas pelo delegado do Dops de São Paulo, Sérgio Paranhos Fleury.

“Ele era um aluno tão aplicado que chegava a nos irritar. Ganhou a confiança dos cubanos e da alta cúpula da ALN no país . Hoje, ao ver o que o Severino fez, tenho a certeza que todo o empenho dele não passava de simulação”, afirma Ricardo Apgaua, ex-guerrilheiro da ALN em Minas. (ARJ).

Quebrando as próprias regras

Historiadores, militantes de esquerdas e guerrilheiros da Ação Libertadora Nacional (ALN) até hoje se esforçam para entender os motivos que teriam levado Joaquim Câmara Ferreira, o Toledo, a marcar encontros com José da Silva Tavares, o Severino. Severino restabeleceu contatos comToledo e companheiros de guerrilha em São Paulo um mês depois de ter sido preso pela repressão em setembro de 1970 em BBelém, no Pará. 


Para os ex-dirigentes da ALN, Toledo desobedeceu as normas de segurança de grupo guerrilheiro, criadas e defendidas pelo próprio comandante do força armada.

“Esses documentos (obtidos pelo Correio/Estado de Minas) somente confirmam o que eu já sabia: estava na cara que a fuga mirabolante do Severino nunca existiu. Eu avisei ao Toledo que esse cara era um traidor. A gente tem, no mínimo, de checar essa história de fuga antes de estabelecer novos contatos com ele. Mas, infelizmente, o comandante não me ouviu”, afirma Carlos Eugênio Paz, o Clemente, que assumiu o comando da ALN depois da morte de Toeldo.

Autor dos livros Viagem à luta armada e Nas trilhas da ALN, que retratam os bastidores da guerrilha urbana, Carlos Eugênio Paz conta que chegou a participar de uma reunião entre Toledo e Severino (codinome de Tavares) em frente a uma padaria da Vila Mariana, em São Paulo. O encontro ocorreu uma semana antes da queda de Toledo. Arquivo Publico do Estado de SP/Reprodução.

Morto pelo ditadura, Joaquim Câmara comandou a ALN

“Nesse encontro, ficou claro que o sujeito, que não tinha coragem de olhar nos meus olhos , tinha mudado de lado”, afirma Clemente.

Para o ex-deputado federal Gilney Vianna (PT-MT), que também integrou os quadros da ALN, ao provocar a prisão e a morte de Toledo ,Tavares se tornou o maior traidor da esquerda. “Nem o cabo Anselmo, carrasco mor, fez tanto estrago na esquerda. O Severino sentenciou de morte não só o comandante da ALN, mas também um dos comunistas históricos do país.” Membro do diretório nacional do Partido dos Trabalhadores (PT), Gilney disse que, caso a traição tivesse sido confirmada a tempo,

Severino certamente teria sido executado por dirigentes da ALN. “O estatuto da ALN previa isso”, lembra.

Execução

A punição severa prevista não era mero discurso retórico do maior grupo guerrilheiro de esquerda da época da ditadura militar. Por exemplo, em 23 de março de 1971, oestudante Márcio Leite Toledo, integrantes da ALN, foi executado com mais de 10 tiros por seus próprios companheiros de guerrilha, depois de fazer críticas ao comando da organização de esquerda. O alto comando da ALN passou a suspeitar que Márcio tivesse contribuído para a queda de Toledo, hipótese atualmente totalmente descartada pelos próprios dirigentes do grupo revolucionário.

A traição de Severino e a morte de Toledo instigaram também o historiador Luiz Henrique de Castro Silva a escolher o perfil biográfico do ex-comandante da ALN como tema de sua tese de mestrado da Universidade Federal do Rio de Janeiro intitulada O revolucionário da convicção: Joaquim Câmara. O historiador disse que resolveu escolher Toledo como tema de sua dissertação ao perceber que o ex-comandante da ALN era citado nos livros de história que retratam o período do regime militar do mesmo modo que Carlos Marighella e Carlos Lamarca, ex-capitão que desertou das filas do Exército para ingressar a grupos de guerrilha de esquerda. “É inacreditável entender que Toledo, um paranóico por segurança ao ponto de não perdoar atraso de um minuto, tenha caído nesta cilada”, afirma.

Luiz Fernando acredita que a admiração que Toledo tinha pelos jovens idealistas de esquerda possa ter levado o dirigente comunista a ter acreditado na história de Severino. “Para Toledo, era mais confortável acreditar que um jovem enviado por ele a Cuba tenha conseguido fugir de um hospital militar”, disse. Segundo o historiador, a admiração dos jovens guerrilheiros por Toledo também era recíproca. Ele lembra que o velho dirigente comunista e seus colegas da ALN foram convidados por jovens militantes do MR-8 do Rio de Janeiro para participar do sequestro do embaixador americano Charles Elbrick, em 1969. (ARJ)

Esses documentos confirmam o que eu já sabia: estava na cara que a fuga mirabolante do Severino nunca existiu. Eu avisei ao Toledo que esse cara era um traidor

Carlos Eugênio Paz, ex-líder da guerrilha

BDM Matinal Riscala

 BDM: Alerta no crédito nos EUA assusta bolsas

 

... A confirmação da viagem de Trump à Coreia do Sul, onde pode se encontrar com Xi no final do mês, e os progressos relatados na conversa do presidente dos Estados Unidos com Putin para tentar pôr fim à guerra com a Ucrânia trazem alívio aos focos de tensão geopolítica. Hoje, Zelensky será recebido na Casa Branca. Mas o que pegou ontem foram supostas fraudes denunciadas por dois bancos norte-americanos, que assustaram o setor financeiro em Wall Street, com o índice VIX – termômetro do medo – disparando 20%. Aqui, a conversa positiva da diplomacia brasileira em Washington é a boa notícia, mas a indefinição sobre o Orçamento de 2026 amplia os receios com o risco fiscal.

 

O SUSTO DO DIA – Dois bancos regionais dos Estados Unidos, o Western Alliance e o Zions, abalaram a confiança dos investidores em Nova York ao divulgarem problemas com empréstimos envolvendo alegações de fraude, aumentando as preocupações sobre o mercado de crédito.

 

... O Zions informou uma baixa contábil de US$ 50 milhões referente a um empréstimo subscrito por sua subsidiária integral, o California Bank & Trust, e o Western Alliance, que está lidando com um mutuário que não “forneceu empréstimos colaterais em primeira posição”.

 

... Na Bloomberg, a Western Alliance também está exposta ao colapso da fornecedora de autopeças First Brands Group, uma das implosões recentes que deixaram os investidores se perguntando se a beira do precipício está próxima.

 

... Mesmo que os eventos de crédito sejam isolados, os bancos que assumem prejuízos com empréstimos inadimplentes têm sido manchetes com mais frequência nos últimos dois meses, algo que foi turbinado esta semana pelo alerta de bug do CEO do JPMorgan, Jamie Dimon.

 

... Após as falências da First Brands e da Tricolor Holdings, no mês passado, o JPMorgan deu baixa contábil de US$ 170 milhões e o Fifth Third Bancorp, de até US$ 200 milhões. Esta foi a tônica dos mercados ontem em Wall Street (leia abaixo).

 

RÚSSIA E UCRÂNIA – O presidente Trump recebe hoje no Salão Oval da Casa Branca o líder da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, quando deve relatar a conversa telefônica que manteve nesta quinta-feira com Vladimir Putin, considerada por ele “muito produtiva”.

 

... Em sua rede social, Trump escreveu que ele e presidente russo concordaram com uma reunião de assessores de alto nível dos dois países na próxima semana e, depois, “Putin e eu nos encontraremos em Budapeste para ver se conseguimos pôs fim a essa guerra inglória”.

 

... Pouco depois, Trump informou aos jornalistas que ele deve se reunir com o presidente Putin, “dentro das próximas duas semanas”, dizendo que o conflito entre Rússia e Ucrânia “poderia culminar em uma Terceira Guerra Mundial”, mas que “isso não vai acontecer”.


... Na entrevista coletiva no Salão Oval, o presidente Trump ainda comentou sobre a crise no Oriente Médio, dizendo que o Hamas “deve honrar seus compromissos, ou alguém agirá contra eles se necessário, sob os auspícios dos Estados Unidos”.

 

CHINA – Conselheiro de Segurança Nacional do Gabinete Presidencial da Coreia do Sul, Wi Sung-lac, confirmou ontem que Trump visitará o país nos dias 29 e 30 de outubro. “Se um encontro EUA-China ocorrer, acontecerá durante sua estadia [na Coreia do Sul].”

 

INÍCIO AUSPICIOSO – Em breve pronunciamento sobre o encontro com o secretário de Estado dos Estados Unidos, Marco Rubio, o chanceler Mauro Vieira informou que a reunião em Washington foi um começo “auspicioso” da reaproximação entre os dois países.

 

... Segundo ele, a reunião durou cerca de uma hora e foi “ótima, muito produtiva, num clima de excelente descontração, iniciando um processo de negociação, no qual trabalharemos para normalizar e abrir novos caminhos para as relações bilaterais”.

 

... Vieira confirmou que os presidentes Lula e Trump devem se encontrar em breve, embora a data e o local não estejam ainda definidos.

 

... Questionado sobre a possibilidade de os líderes se encontrarem na Cúpula da Asean, bloco econômico do Sudeste Asiático, que acontece em Kuala Lumpur, na Malásia, entre 26 e 28 de outubro, o chanceler não descartou. “Pode ser, vai depender se coincidir as datas.”

 

... Vieira disse que reiterou a posição que Lula transmitiu a Trump, em telefonema na semana passada, sobre a necessidade de reversão da tarifa de 50% adotada pelo governo norte-americano em julho. “Isso demandará uma negociação a ser iniciada nos próximos dias.”

 

... Também o Representante de Comércio dos Estados Unidos (USTR), Jamieson Greer, que participou do encontro, comentou que a conversa com o ministro Mauro Vieira foi “muito positiva em relação ao comércio e nas questões bilaterais em andamento”.


... Em nota, afirmou que Brasil e Estados Unidos irão “colaborar e conduzir discussões em múltiplas frentes no futuro imediato e estabelecer um caminho de trabalho adiante”, e que trabalharão juntos para agendar uma reunião Trump e Lula “o mais cedo possível”.

 

... No Valor, o Palácio do Planalto já admite, nos bastidores, que as conversas entre Brasil e Estados Unidos terão que culminar num resultado óbvio para a diplomacia americana: a “vitória política” do presidente Donald Trump.

 

... Assessores do presidente Lula avaliam que, diante da força geopolítica dos Estados Unidos, não há como construir um acordo entre os dois países se o resultado for somente o recuo americano em relação às sanções impostas contra o Brasil.

 

TERRAS RARAS – Tema de grande interesse dos Estados Unidos e do presidente Trump, o Brasil criou o Conselho Nacional de Política Mineral, que teve sua primeira reunião realizada, nesta quinta-feira, com a presença do presidente Lula.

 

... O ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, confirmou que será instalado em até 30 dias um “conselho especial” para tratar dos minerais críticos e estratégicos, tidos como essenciais para a transição energética e produção de bens industriais de alto valor agregado.

 

... Silveira admitiu que “há uma grande oportunidade para o Brasil” na negociação com os Estados Unidos, confirmando que se encontrará com o secretário de Energia americano, Chris Wright, na reunião dos ministros do setor energético do G7, no Canadá, no final do mês.

 

... “Vamos discutir minerais críticos, convergências entre o que temos de minerais, e o capital americano para explorar os minerais”.

 

O DESAFIO FISCAL – O governo ainda não apresentou propostas de arrecadação após a derrota da Medida Provisória do IOF.

 

... A equipe econômica faz segredo sobre os estudos e o ministro Haddad negou que tenha sido chamado por Lula na quarta-feira para apresentar alternativas que possam compensar a perda de receita com a queda da MP 1.303, dizendo que “a pauta era outra”.

 

... Uma sinalização foi dada pelo líder do governo no Senado, Jaques Wagner (PT-BA), afirmando que se poderá optar por um projeto de lei com trechos “incontroversos” da medida que foi derrubada pela Câmara, deixando um déficit de R$ 20 bilhões para o ano que vem.

 

... Otimista, ele disse que, “se o texto é incontroverso, pode ter um acordo nas duas Casas, botar uma urgência e votar com certa rapidez”.

 

... Ao participar de evento em São Paulo, o presidente nacional do MDB e deputado federal Baleia Rossi disse, no entanto, que não há “nenhum clima” na Câmara para votar qualquer projeto que implique em elevação da carga tributária.

 

... Os R$ 15 bilhões de bloqueios e contingenciamentos, que também perderam validade, devem ser reeditados.

 

... Ao Broadcast, o economista-chefe da Ativa Investimentos, Étore Sanchez, avaliou que as perspectivas de curto prazo para as contas públicas estão ficando cada vez mais insustentáveis, o que justifica a dinâmica de cautela nos negócios.

 

... “Não se sabe de onde o governo vai tirar recursos e, mesmo assistindo à derrota avassaladora da MP do IOF, eles estão tentando reapresentá-la com soluções retóricas.” Para ele, isso demonstra que o Executivo não tem opções na mesa.

 

... “O grau de incerteza é muito grande, e não apenas de curto prazo, mas também conjuntural, já que a estrutura do arcabouço fiscal é degradada a cada instante.” Na opinião de Sanchez, a menos que as medidas sejam críveis, os ativos podem estressar.

 

... A decisão do TCU de acatar recurso do governo e suspender a obrigatoriedade de calcular os gastos para atingir o centro da meta fiscal, e não o piso, como está sendo feito, representa um alívio apenas temporário para as contas públicas.

 

STF – Uma esperança para resolver o buraco de 2026 está no julgamento do Supremo Tribunal Federal sobre a ação que questiona a desoneração da folha de pagamentos, que começa hoje no plenário virtual com previsão de ser encerrado na próxima sexta-feira, 24.

 

ISENÇÃO DO IR – Técnicos do Senado calculam que a ampliação da faixa na tabela de isenção do Imposto de Renda representará uma renúncia fiscal de R$ 8,3 bilhões em 2026, R$ 3 bilhões em 2027 e R$ 4,8 bilhões em 2028 – totalizando pouco mais de R$ 16 bilhões até 2028.

 

O FAVORITO – Cogitado como o nome preferido de Lula para a vaga de Luiz Roberto Barroso no STF, o Advogado-Geral da União, Jorge Messias, participou de encontro com bispos da Igreja Evangélica, nesta quinta-feira, no Palácio do Planalto.

 

... Lula compartilhou as imagens do X com Messias e Gleisi Hoffmann, com a legenda: “Um encontro especial, de emoção e fé”.

 

... O AGU é evangélico e dialoga bem com as principais lideranças neopentecostais, neste momento em que o PT tenta quebrar as resistências dessa parcela do eleitorado, que sempre foi leal ao ex-presidente Jair Bolsonaro.

 

AGENDA – O dia começa com a prévia do IPC-Fipe, às 5h, e depois vem o IGP-10 de outubro (8h), que deve desacelerar a 0,20%, após alta de 0,21% em setembro. As projeções no Broadcast vão de queda de 0,08% a alta de 0,39%.

 

... Nos Estados Unidos, o Fed boy Alberto Musalem (vota) participa de painel às 13h15. Entre os indicadores, saem a inflação ao consumidor (CPI) de setembro na zona do euro, às 6h, e os dados de petróleo da Baker Hughes, às 14h.

 

... Antes da abertura dos mercados americanos, a American Express divulga seu balanço trimestral.

 

ESQUELETO NO ARMÁRIO – As potenciais fraudes de devedores relatadas por bancos regionais dos Estados Unidos levantaram a lebre sobre o crédito, puseram Nova York em estado de alerta, mas respigaram pouco por aqui.

 

... No início da semana, como lembrou reportagem da Dow Jones, o CEO do JPMorgan, Jamie Dimon, advertiu para o que chamou de "baratas" no sistema financeiro, em referência a participantes do mercado que cometem desvios.

 

... "Quando você vê uma barata, provavelmente há outras", disse, levantando suspeitas de ponta do iceberg.

 

... Não demorou para que o episódio remetesse a memória do investidor à crise bancária de dois anos atrás, com as falências de bancos como o Silicon Valley Bank (SVB) e o First Republic Bank, e preocupações com a inadimplência. 

 

... Traumatizado pelo estresse, o investidor promoveu nesta quinta-feira uma corrida para a segurança.

 

... Além de o VIX do medo ter escalado, o mercado elevou o apelo pela proteção dos Treasuries e do ouro (+2,45%), que renovou o pico histórico, a US$ 4.304,60 por onça-troy. Só o dólar não subiu, porque o Fed dovish não deixa.

 

... O Fed boy de Trump, Stephen Miran, chegou a falar em uma flexibilização monetária mais agressiva, de 50 pontos.

 

... Já Christopher Waller, cotado para presidir o Fed, disse que cortar as taxas novamente [em 25 pontos] é “a coisa certa a fazer” e que os dados de todas as fontes contam a história de um mercado de trabalho enfraquecido.  

 

... O colega Thomas Barkin concorda que houve uma “mudança notável” (para pior) no mercado de trabalho. À noite, Neel Kashkari, afirmou que a situação do emprego tem maior risco de "surpresa negativa" do que a inflação.

 

... Ao Broadcast, o economista-chefe da Equador Investimentos, Eduardo Velho, apontou que aumenta a probabilidade de três quedas seguidas de 25 pontos do juro americano (outubro, dezembro e janeiro).

 

ESTÁ DADO – Com as apostas em quase 100% de corte acumulado de 50 pontos no juro este ano, os ensaios de reação do dólar têm ficado na vontade. Ontem, o índice DXY fechou em queda de 0,46%, aos 98,336 pontos.

 

... O euro conquistou terreno (+0,40%) e fechou negociado a US$ 1,1693, não só por causa do Fed, mas também porque alguns integrantes do BCE têm defendido manutenção do juro (ao invés de corte) na zona do euro.

 

... Além disso, foi importante o premiê francês Sébastien Lecornu ter sobrevivido a dois votos de desconfiança.


... Por aqui, as preocupações levantadas nos Estados Unidos sobre a situação do crédito desaceleraram a apreciação do real, mas o alívio de que novos cortes de juros pelo Fed estão contratados falou mais alto para câmbio.

 

... O dólar à vista fechou abaixo de R$ 5,45, em queda de 0,35%, cotado a R$ 5,4431. Após o fechamento, o BC informou que, na próxima segunda-feira, às 10h30, realiza dois leilões de linha de até US$ 1 bilhão no total.

 

... No Broadcast, analistas dizem o real poderia estar exibindo maior fôlego, não fossem as dúvidas sobre o equilíbrio das contas públicas, que ontem constrangeram a curva do DI e pressionaram os juros de médio e longo prazo.

 

... Repercutiu mal a decisão do TCU que autoriza o governo a mirar o piso da meta fiscal, e não o centro, enquanto a equipe econômica ainda busca alternativas para compensar a perda de arrecadação com a derrota da MP do IOF.

 

... Na ponta curta do DI, nem mesmo o IBC-Br, que subiu 0,4% em agosto, abaixo das projeções de 0,70%, conseguiu tirar as taxas de perto dos ajustes. O mercado segue precificando Selic em 15% até o início de 2026.

 

... Esta aposta foi endossada novamente pelo diretor do BC Nilton David. Ele confirmou que o BC manterá o termo “período bastante prolongado” até estar convencido de que todos os dados convergem para onde deveriam estar.


... "Não podemos e não vamos correr o risco de reagir a ruído”, disse, em evento do UBS, em Washington, acrescentando que o Copom tem que esperar mais tempo para garantir a convergência das expectativas de inflação.

 

... No fechamento, o contrato de DI para Jan/26 ficou estável em 14,895%; Jan/27 subiu a 14,030% (de 14,028% na véspera); Jan/29, a 13,330% (de 13,301%); Jan/31, 13,580% (de 13,536%); e Jan/33, 13,740% (de 13,660%).

 

... De olho na fragilidade fiscal doméstica, o movimento na renda fixa contrariou a queda nas taxas dos Treasuries.

 

SÓ NO TRUQUE – A revelação dos bancos regionais americanos sobre os calotes sofridos jogou os yields pra baixo.

 

... O rendimento da Note-2 anos voltou à mínima em mais de dois anos: 3,423%, de 3,500% na véspera. O retorno do títulos do Tesouro de 10 anos furou os 4%, negociado no nível mais baixo desde abril, a 3,978%, de 4,037%.

 

... Parte da queda tem a ver com os cortes do Fed. Mas o estresse bancário foi o protagonista do movimento.   


... O Western Alliance caiu mais de 10% após anunciar que está processando um cliente por fraude, enquanto os papéis do Zions despencaram 13% ao registrar perda contábil relacionada a empréstimos sob investigação.

 

... O movimento contaminou os gigantes do setor (JPMorgan, -2,34%; Citi, -3,53%; Goldman Sachs, -1,28%; e Morgan Stanley, -1,62%) e levou as bolsas norte-americanas a acusarem a tensão com os empréstimos inadimplentes.

 

... O Dow Jones caiu 0,65%, aos 45.952,24 pontos; S&P 500, -0,63% (6.629,07 pontos), e Nasdaq, -0,47% (22.562,54).

 

... No Brasil, o Ibovespa não conseguiu sustentar a alta da manhã e também virou para o negativo, refletindo um pregão de cautela antes da temporada de balanços do terceiro trimestre e com pressão das commodities.

 

... O índice à vista da bolsa doméstica fechou em baixa de 0,28%, aos 142.200 pontos, com giro de R$ 20,9 bilhões.

 

... Em véspera de exercício de opções, Petrobras recuou com o petróleo e Vale também operou no vermelho, mas se manteve acima de R$ 60. Fechou cotada a R$ 60,30, em queda de 0,92%, colada ao minério de ferro (-0,90%).

 

... Petrobras ampliou as perdas: PN devolveu 1,01%, a R$ 29,45, e ON caiu 0,79%, a R$ 31,49, enquanto o petróleo emplacava a terceira queda consecutiva, no contexto de percepção de muita oferta para pouca demanda global.

 

... Além do aumento inesperado nos estoques americanos da commodity, entrou ontem na conta da fraqueza do barril a conversa “produtiva” de Trump com Putin, sinalizando avanços para o fim da guerra entre Rússia e Ucrânia.

 

... Ignorando a liquidação entre os bancos americanos, por aqui, só Itaú caiu e bem pouco: -0,24; R$ 37,36. Bradesco PN subiu 1,15% (R$ 17,56); Bradesco ON, +0,74%, a R$ 14,90; Santander, +0,29% (R$ 28,01); e BB, +0,25% (R$ 20,37).

 

COMPANHIAS ABERTAS – CEMIG concluiu a venda de quatro usinas (Machado Mineiro, Sinceridade, Martins e Marmelos) para a Âmbar Energia por R$ 52,4 milhões.

 

CPFL ENERGIA pagará a quinta parcela dos dividendos aprovados em assembleia realizada em 29 de abril; proventos, no valor total de R$ 200 milhões, o equivalente a R$ 0,1735 por ação, serão distribuídos em 27 de outubro...

 

... Companhia recebeu a carta de renúncia de Daobiao Chen ao cargo de membro e presidente do Conselho de Administração, para o qual havia sido eleito na assembleia geral ordinária realizada no dia 29 de abril...

 

... Em reunião, colegiado elegeu Sun Peng como substituto.

 

TELEFÔNICA e a Terra Networks Brasil fecharam contrato de prestação de serviços de computação em nuvem no valor de R$ 702,5 milhões com a controlada Telefônica Cloud, com vigência até 31 de dezembro de 2030.

 

AOS ASSINANTES DO BDM, BOM DIA E BONS NEGÓCIOS!

quinta-feira, 16 de outubro de 2025

Mundo das farmácias

 💊 *Farmácias no Brasil: o império de bilhões que explica por que existe uma em cada esquina e o que elas realmente querem com seus dados*  


De um modelo de negócio altamente lucrativo a esquemas de dados e lobby político, entenda os fatores que explicam a onipresença desses estabelecimentos no país.

A sensação de que existe uma farmácia em cada esquina não é apenas uma força de expressão. Segundo informações apuradas pelo portal Fatos Desconhecidos, dados de 2025 revelam que existem mais de 93.000 farmácias no Brasil, o que equivale a aproximadamente uma para cada 2.000 habitantes. Embora a primeira explicação aponte para a clássica lei de oferta e demanda, a realidade por trás dessa expansão massiva é muito mais complexa e envolve estratégias de mercado agressivas, o uso controverso de dados pessoais e até mesmo a influência de esquemas criminosos e lobby político.


O crescimento é inegável: em pouco mais de 20 anos, o número de drogarias saltou 63%, consolidando o Brasil como o nono maior mercado global de medicamentos. Contudo, o que sustenta essa onipresença vai além da simples venda de remédios. Fatores como modelos de franquia acessíveis, a diversificação de produtos, que transformaram farmácias em centros de conveniência, e práticas obscuras, como a coleta de CPFs para fins de marketing, são peças-chave de um quebra-cabeça que revela por que esse setor prospera de forma tão consistente, mesmo em cenários de crise econômica. 

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Produtividade é a saída

  O mundo está girando (e rápido): o Brasil vai acompanhar ou ficar para trás? 🌎🇧🇷 Acabei de ler uma análise excelente de Marcello Estevã...