segunda-feira, 15 de dezembro de 2025

Call Matinal 1512

 

Call Matinal

15/12/2025

Julio Hegedus Netto, economista

 

MERCADOS EM GERAL

 

FECHAMENTO (1212)

MERCADOS E AGENDA

No mercado brasileiro de sexta-feira (12), o Ibovespa fechou com forte alta, reconquistando o patamar dos 160.509 mil pontos (+0,83%). Na semana, acumulou forte alta de +2,16%; no mês, +1,07%, e no ano, +33,66%. Já no mercado cambial, o dólar encerrou a R$ 5,4108, com leve alta de 0,12% no dia, mas registrou queda de -0,39% na semana; no mês, subindo +1,4% e no ano, caindo -12,45%.

 

PRINCIPAIS MERCADOS

Os índices futuros de Nova York avançam nesta segunda-feira (15), depois das vendas em Wall Street na sexta-feira, desencadeada por preocupações com os resultados das empresas de tecnologia e o elevado nível de investimentos em inteligência artificial (IA).

 

 

MERCADOS 5h30

EUA

 

 

Dow Jones Futuro: +0,31%

S&P 500 Futuro: +0,22%

Nasdaq Futuro: +0,12%

Ásia-Pacífico

 

 

Shanghai SE (China), -0,55%

Nikkei (Japão): -1,31%

Hang Seng Index (Hong Kong): -1,34%

Nifty 50 (Índia): -0,06%

ASX 200 (Austrália): -0,72%

Europa

 

 

STOXX 600: +0,40%

DAX (Alemanha): +0,34%

FTSE 100 (Reino Unido): +0,49%

CAC 40 (França): +0,46%

FTSE MIB (Itália): +0,74%

Commodities

 

 

Petróleo WTI, +0,21%, a US$ 57,56 o barril

Petróleo Brent, +0,16%, a US$ 61,23 o barril

Minério de ferro negociado na bolsa de Dalian, -0,92%, a 753,00 iuanes (US$ 106,74)

 

NO DIA, 1512

Esta semana será intensa com a divulgação de dados macroeconômicos e diversas decisões de política monetária global. Teremos reuniões de política monetária de diversas autoridades pelo mundo: Banco Central Europeu (BCE), Banco da Inglaterra (BoE) e Banco do Japão (BoJ), além dos bancos centrais de Chile (BCRC), Indonésia (BI), México (Banxico), Colômbia (Banco de La Republica), Rússia (CBR) e China (PBoC). Nos EUA, o calendário inclui dados importantes após o shutdown, como o Payroll (emprego) e os índices de inflação CPI e PCE. Teremos também resultados trimestrais esperados de empresas como Accenture (ACN), NIKE (NKE) e FedEx (FDX). Na China serão divulgados a produção industrial e vendas no varejo de novembro, a taxa de desemprego e dados de ativos fixos não rurais, atualizando a situação econômica do país. Na Zona do Euro, espera-se a divulgação de PMIs (índices de Gerentes de Compras), a confiança do consumidor e a inflação (CPI) de vários países, incluindo Alemanha, Reino Unido, Itália, Zona do Euro e França. Finalmente, no Brasil, destaques para o IBC-BR de outubro (prévia do PIB), a ata do Copom e o Boletim Focus semanal.

 

 

Agenda Macroeconômica Brasil

 

Segunda-feira, 15 de dezembro 

Brasil 15: Boletim Focus

Brasil 15: IGP10 de novembro

Brasil 15: 9h: o BCB divulga seu Índice de atividade econômica, o IBC-Br, considerado uma prévia do Produto Interno Bruto (PIB).

 

 

Terça-feira, 16 de dezembro 

Brasil 16 8h: ata da última reunião do Copom.

EUA 16 10H30: Payroll.

EUA 16 9hs: Vendas de varejo

 

 

Quarta-feira, 17 de dezembro 

Zona do Euro 17: Reunião do BCE

Quinta-feira, 18 de dezembro   

Brasil 18 8h: BCB divulga Relatório de Política Monetária.

EUA 18 9h: Inflação ao consumidor (CPI) de novembro

Reino Unido 18: reunião do Bank of England

 

Sexta-feira, 19 de dezembro 

Brasil 9h: Setor externo de novembro BCB

Japão: Decisão de Política Monetária BoJ

 

 

 

 

 

 

Boa semana a todos!

BDM Matinal Riscala

*Rosa Riscala: Juros têm agenda importante aqui e nos EUA*

Vêm aí o payroll e CPI nos EUA, além da ata do Copom

… O primeiro payroll após o shutdown, com dados de novembro e outubro, será conhecido amanhã nos Estados Unidos, e pode confirmar ou mudar as expectativas de uma pausa nas quedas do juro. Também é importante o CPI de novembro, enquanto vários BCs fazem reuniões, entre os quais, BoJ e BCE. Aqui, são destaques a ata do Copom, o IBC-Br e o Relatório de Política Monetária, com o mercado dividido sobre o início dos cortes da Selic em janeiro. Na última semana do ano legislativo, o ambiente de tensão no Congresso pode prejudicar a pauta econômica, que inclui o projeto que reduz os incentivos fiscais, fundamental para o governo fechar o Orçamento de 2026.

ATA DO COPOM – O documento que será divulgado nesta terça-feira (16) deve trazer mais detalhes da avaliação do BC sobre os dados correntes da atividade e da inflação, segundo economistas do mercado consultados pelo Projeções Broadcast.

… Considerações sobre os efeitos da política monetária restritiva na dinâmica do mercado de trabalho também são esperadas.

… Um detalhe semântico que pode significar um início de desaceleração do emprego foi a mudança da expressão para qualificar o mercado de trabalho, que passou de “dinâmico” para “resiliente”. O mercado espera entender esse ajuste no comunicado.

… É claro que quem aposta em um afrouxamento já a partir de janeiro ficará atento a possíveis sinalizações dovish.

… As revisões das estimativas de inflação pelo modelo do Banco Central, reduzidas para 2025 (4,6% para 4,4%), 2026 (3,6% para 3,5%) e o atual horizonte relevante, o segundo trimestre de 2027 (3,3% para 3,2%), já animaram os mais otimistas.

… Com relação à desaceleração da atividade, a ata do Copom pode esclarecer melhor o impacto da política monetária, como ficou demonstrado nos dados mais fracos do PIB do terceiro trimestre – citado no texto do comunicado.

… No Valor, o próximo Copom, nos dias 27 e 28 de janeiro, terá apenas sete diretores, já que o governo não deve indicar agora os dois diretores para substituir Diogo Guillen (Política Econômica) e Renato Gomes (Organização do Sistema Financeiro), que saem no dia 31/12.

MAIS AGENDA – Também o Relatório de Política Monetária (RPM), na quinta-feira, pode ajustar as expectativas para a Selic, além do IBC-Br, o PIB do BC, que pode calibrar o ritmo da atividade. O dado sairá hoje, às 9h.

… Segundo pesquisa do Broadcast, o IBC-Br pode voltar a crescer em outubro, após a queda de 0,24% em setembro. A mediana das estimativas é de expansão de 0,10%. As estimativas variam de recuo de 0,50% a alta de 0,56%.

… Economistas projetam que os resultados do varejo ampliado (+1,1%) e dos serviços (+0,3%) devem puxar o crescimento na margem.

… Ainda hoje, sai o IGP-10 de dezembro (8h), que deve recuar a 0,01%, após alta de 0,18% em novembro, com o recuo dos preços agropecuários. Às 8h25, o mercado acompanha mais uma atualização semanal da pesquisa Focus.

… Os números do setor externo de novembro, na sexta-feira, fecham a agenda dos indicadores.

NA POLÍTICA – Congresso têm agenda cheia na última semana de trabalhos do ano, com temas polêmicos que incluem o PL da Dosimetria, que foi alvo de protestos em várias capitais do País, neste domingo, após ter sido aprovado pelos deputados na calada da noite.

… O projeto está sendo revisado pela CCJ do Senado, que pode votar o texto na quarta-feira.

… A Câmara realiza esforço concentrado com previsão de votar a cassação do mandato de Alexandre Ramagem (PL), o PL Antifacção, já aprovado pelo Senado, e a PEC da Segurança Pública. Há ainda a possibilidade de ser analisada a cassação do deputado Eduardo Bolsonaro (PL).

… No domingo, a deputada Carla Zambelli entregou sua renúncia à Câmara, após o plenário salvar o seu mandato e o STF cassar a decisão.

… O governo prioriza a votação do projeto de revisão de incentivos fiscais e da Lei Orçamentária Anual – que parlamentares não querem deixar atrasar para não ter impacto na execução das emendas. A sessão conjunta do Congresso está prevista para quinta-feira (18).

… Na reunião de líderes convocada para hoje (16h) pelo presidente da Câmara, Hugo Motta, o deputado Mauro Benevides Filho (PDT) apresentará seu parecer às alterações promovidas pelo Senado no texto da regulamentação da reforma tributária.

LULA – O presidente realiza na quarta-feira a última reunião ministerial do ano, na Granja do Torto, quando deve fazer um balanço das principais entregas do governo. Na quinta, está previsto um café da manhã de Lula com a imprensa.

… No sábado (20), o presidente participa da Cúpula do Mercosul, em Foz do Iguaçu, quando espera assinar o acordo com a União Europeia.

… A França está pressionando a UE e os países do Mercosul a adiarem a reunião, ou adiarem a assinatura do acordo comercial.

… Para o vice-presidente e ministro do MDIC, Geraldo Alckmin, se o acordo Mercosul-UE não for assinado agora, será “logo em seguida”.

STF – Plenário virtual inicia hoje (11h) sessão extraordinária para julgar as ações que discutem o marco temporal para a demarcação de terras indígenas, sob relatoria de Gilmar Mendes. O julgamento se estenderá até o dia 18.

LÁ FORA – O payroll (amanhã) e a inflação ao consumidor CPI de novembro nos Estados Unidos (quinta-feira) são os principais destaques da semana internacional, além das decisões de política monetária do BoE, BCE, Banxico (na quinta) e BoJ (sexta).

… A decisão do Banco do Japão será monitorada com atenção redobrada, já que pode marcar uma alta na taxa de juros.

… Nesta segunda, a confiança empresarial das grandes indústrias japonesas atingiu o nível mais alto em quatro anos no trimestre encerrado em dezembro, segundo a pesquisa Tankan, a +15%, contra +14 no trimestre anterior.

… O resultado reforça as expectativas do mercado de que o BoJ aumentará as taxas de juros esta semana.

… Também na sexta, os BCs da Rússia e da Colômbia decidem juros.

… Ainda nos Estados Unidos, na terça-feira, saem as vendas no varejo de outubro, e, na sexta-feira, as vendas de moradias usadas em novembro e o índice final de sentimento do consumidor da Universidade de Michigan de dezembro.

… Preliminares dos índices PMI de dezembro medem a atividade global amanhã na Alemanha, Zona do Euro, Reino Unido e Estados Unidos. No Japão, o PMI da S&P Global/Jibun Bank sai hoje à noite e é importante às vésperas do BoJ.

HOJE – A atividade Empire State/Fed de Nova York (10h30) tem previsão de queda para 10,5 em dezembro, de 18,7 em novembro. Às 12h, sai o índice de confiança das construtoras americanas NAHB, com estimativa de estabilidade em 38 em dezembro.

… Dois dirigentes do Fed têm falas públicas agendadas para hoje: Stephen Miran (11h30) e John Williams/Fed Nova York (12h30).

… Na quarta-feira, Christopher Waller, John Williams e Raphael Bostic já terão os dados do payroll para comentar.

CHINA HOJE – Dois indicadores de atividade econômica divulgados nesta segunda-feira sinalizaram perda de fôlego. A produção industrial desacelerou de 4,9% em outubro para 4,8% em novembro, na base anualizada, frustrando a previsão de 5%.

… As vendas no varejo chinês saíram de 2,9% para 1,3% de um mês para o outro, bem abaixo do consenso de 2,9%.

… No próximo domingo (21), o PBoC chinês decide a taxa de referência de longo prazo (LPRs) de um ano e cinco anos.

ELEIÇÃO NO CHILE – O candidato de extrema-direita José Antonio Kast venceu o segundo turno da corrida presidencial (58,18% dos votos), neste domingo, derrotando a candidata da coalizão governista, a comunista Jeannette Jara (41,82%).

HASSETT OU WARSH – Um dos dois candidatos à sucessão de Powell, Kevin Hassett disse em entrevista neste domingo à CBS que submeteria as opiniões de Trump aos membros do Fed, mas que eles poderiam rejeitá-las, se assim desejassem, quando decidissem sobre juros.

… Os comentários de Hassett vêm à tona enquanto Trump faz entrevistas finais com potenciais substitutos para o atual presidente do Fed e defende que um corte drástico da taxa básica de juros, “para 1% ou menos”.

… Na sexta-feira, Trump declarou que “certamente deveria ter um papel nas conversas com o chefe do Fed” sobre as taxas de juros. A frase foi essa: “Eu me saí muito bem. Ganhei muito dinheiro, sou muito bem-sucedido. Acho que minha voz deve ser ouvida.”

… Ainda na sexta, o WSJ noticiou que Kevin Warsh, pesquisador da Hoover Institution, de tendência conservadora, e ex-governador do Fed, seria o favorito de Trump para substituir Powell, cujo mandato termina em maio do ano que vem.

UCRÂNIA – Zelensky terá nova reunião com europeus nesta segunda-feira, em Berlim, para discutir o plano de paz revisado, que prevê a entrada da Ucrânia na União Europeia a partir de janeiro de 2027 e conta com o apoio de Bruxelas e dos Estados Unidos.

… Encontro do presidente ucraniano hoje será com o chanceler alemão, Friedrich Merz, e o primeiro-ministro britânico, Keir Starmer.

ROLANDO A QUÍMICA – Semanas após Trump aliviar o tarifaço contra o Brasil, a derrubada na sexta-feira das sanções pela Lei Magnitsky contra Moraes consolidou a percepção no mercado de que a relação com os Estados Unidos se normaliza.

… Contagiado pela notícia, o Ibovespa acelerou os ganhos à tarde e superou os 161 mil pontos no pico intraday (161.263,40), antes de se acomodar para o fechamento em alta de 0,99%, a 160.766,37 pontos, com giro de R$ 23 bi.

… Pouco a pouco, o índice à vista da bolsa doméstica vai testando uma recuperação, depois do choque com a pré-candidatura de Flávio Bolsonaro, que provocou uma queima rápida de pontuação dos recordes na faixa dos 165 mil.

… Confiante, apesar de 2026 ser marcado pela volatilidade eleitoral, o BB Investimentos projeta o Ibovespa em 186 mil pontos no fim do ano que vem, com “oportunidades interessantes” na bolsa para quem busca exposição a risco.

… Papel diretamente mais afetado mais pela notícia da Magnitsky, BB ON subiu 0,60%, a R$ 21,70. Bradesco, com a perspectiva do rating elevada de venda para neutra pela Fitch, ganhou 1,20% (ON; R$ 16,03) e 0,65% (PN; R$ 18,66).

… Itaú PN registrou valorização de 0,89%, a R$ 39,76. Só Santander unit destoou no setor: -0,09%, a R$ 31,95.

… Petrobras ignorou a queda do petróleo e também contribuiu para o bom humor na bolsa. ON ganhou 1,22%, a R$ 33,28, e PN, +1,06%, a R$ 31,59. Lá fora, o contrato do Brent para fevereiro caiu 0,26%, a US$ 61,12 por barril.

… A commodity terminou a semana com queda superior a 4%, diante do temor renovado de excesso de oferta. O Commerzbank nota que o petróleo vai encerrando o ano cerca de US$ 10 mais barato do que no início de 2026.

… Resistentes a qualquer movimento mais expressivo de realização, os papéis da Vale zeraram as perdas (-0,06%, a R$ 68,61) de quase 1% observadas mais cedo e caminham para o final de 2025 com alta acumulada próxima de 40%.

… Como a bolsa, também o câmbio tem buscado se recobrar do impacto de toda a turbulência em Brasília, que levou o dólar a encostar em R$ 5,50 no começo da semana passada com o ruído da pretensão política da família Bolsonaro.

… Na sexta-feira, já estava de volta a R$ 5,4105. Apesar de Moraes ter saído da “lista negra” dos Estados Unidos, a novidade influenciou menos a moeda norte-americana, que vive o momento sazonal de remessas ao exterior.

… Mas a pressão foi pequena e o dólar limitou a alta a 0,11%. Lá fora, o DXY teve ganho marginal de 0,05%, a 98,399 pontos, sem influência dos Fed boys, porque ainda falta muito tempo para a próxima reunião de política monetária.

… O foco se desvia agora para os encontros desta semana do BCE, BoE e BoJ. Diante da contração inesperada do PIB do Reino Unido em outubro, de 0,1% pelo segundo mês seguido, não se descarta um corte do juro pelo BC inglês.

… A libra caiu 0,16%, a US$ 1,3370, o euro fechou estável (+0,04%, a US$ 1,1743) e o iene recuou a 155,87 por dólar.

… É quase unânime a expectativa de que o juro japonês suba de 0,5% para 0,75%, após o presidente do BoJ, Kazuo Ueda, ter praticamente telegrafado este movimento. Mas o ritmo de novas altas dependerá dos próximos dados.

DEDO NO GATILHO – Aqui, a curva a termo espera pela ata do Copom e Relatório de Política Monetária (RPM) para projetar o início do ciclo de corte da Selic. O jogo continua sendo jogado, mas março ainda desponta na frente.

… No Valor, agentes do mercado avaliam que, diante do nível ainda muito alto dos juros, não se descarta que o BC faça cortes mais agressivos em 2026 do que o mercado estima neste momento (Selic a 12,2% no boletim Focus).

… Na sexta-feira, os contratos futuros dos juros registraram queda firme, no apetite por risco com a Magnitsky.

… Na agenda dos indicadores, o IBGE informou que o volume de serviços subiu 0,3% em outubro frente ao mês anterior, em linha com a previsão. Foi o 9º resultado positivo seguido, período em que acumulou alta de 3,7%.

… O dado veio um dia depois de as vendas do varejo restrito terem contrariado a previsão de queda e registrado avanço de 0,5% em outubro, indicando que a eficácia da política monetária está demorando a alcançar a atividade.  

… No fechamento, o contrato do DI para janeiro de 2027 caiu para 13,635%, na mínima do dia (contra 13,747% no ajuste anterior); Jan/29 recuou a 13,015% (de 13,163%); Jan/31, a 13,315% (13,440%); e Jan/33, 13,450% (13,559%).

… O ímpeto de queda contrariou a orientação externa das taxas dos Treasuries, que subiram, apesar de o fantasma do estouro da bolha da inteligência artificial ter voltado a assustar as empresa de tecnologia e as bolsas americanas.

… O rendimento da Note de dois anos avançou a 3,528% (de 3,525% na véspera) e o de 10 anos foi a 4,192% (de 4,144%). Não houve corrida de proteção aos Treasuries, mesmo com o investidor fugindo do mercado de ação.

… A Broadcom desabou 11,43%, depois de informar projeção de venda de chips abaixo do esperado. Houve ainda relatos na imprensa de que a Oracle, que levou um tombo de 4,61%, atrasará a entrega de data centers da OpenAI.

… Passando por correção após os recordes de fechamento da véspera, o Dow Jones caiu 0,51%, aos 48.458,05 pontos, e o S&P500 recuou 1,07%, aos 6.827,41 pontos. O Nasdaq perdeu 1,69%, aos 23.195,17 pontos.

CIAS ABERTAS NO AFTER – FUP confirmou greve de funcionários da PETROBRAS a partir desta segunda-feira; empresa diz que segue à aberta às negociações.

CORREIOS. Cinco bancos fecharam proposta para emprestar R$ 12 bilhões aos Correios: BB, Caixa, Bradesco, Itaú e Santander participarão da operação, com custo de 120% do CDI e garantia do Tesouro.

REDE D’OR aprovou a distribuição de R$ 400 milhões em JCP (R$ 0,1812 por ação) e R$ 5,62 bilhões em dividendos intermediários (R$ 2,5481 por ação), ambos com pagamento em 30 de dezembro…

… Também serão distribuídos R$ 2,1 bilhões em dividendos intercalares (R$ 0,9517 por ação), com pagamento também em 30 de dezembro; ex em 19 de dezembro para todos.

CASAS BAHIA. O conselho de administração aprovou, no contexto do Plano de Transformação da Estrutura de Capital, a realização da oferta pública de distribuição de debêntures da 11ª emissão, no valor de até R$ 3,950 bilhões.

PETZ aprovou o cancelamento da totalidade das ações mantidas em tesouraria, sendo 11.600.015 de papéis, sem redução do valor do capital social…

… Em razão do cancelamento, o capital social da companhia, de R$ 1,72 bilhão, passará a ser dividido em 451.139.910 de ações ordinárias.

LOCALIZA informou que o conselho de administração aprovou o 17º programa de recompra de ações e a distribuição de JCP R$ 0,515 por ação. Os papéis passarão a ser negociados ex na próxima quinta-feira.

MOTIVA definiu o dia 19 de dezembro como a data para o pagamento dos R$ 294,24 milhões em dividendos intermediários anunciados inicialmente em 5 de dezembro.

CEMIG. O conselho de administração aprovou um investimento de R$ 44 bilhões para o ciclo 2026/2030.

ENERGISA informou que adquiriu a totalidade das ações preferenciais de emissão da controlada Energisa Participações Minoritárias (EPM) que pertenciam ao Itaú Unibanco, por R$ 1,034 bilhão.

ENGIE BRASIL aprovou a distribuição de R$ 100 milhões em JCP, o equivalente a R$ 0,0875 por ação, com pagamento em 31 de dezembro; ex em 19 de dezembro.

TIM anunciou a terceira emissão de debêntures simples não conversíveis em ações, da espécie quirografária, em série única, no valor de R$ 1,4 bilhão.

AZUL informou que o Tribunal dos Estados Unidos aprovou o seu plano de reorganização, etapa decisiva para a conclusão de seu processo de reestruturação. O plano recebeu mais de 90% dos credores elegíveis.

INTERCEMENT BRASIL informou que o Cade aprovou sem restrições a conversão de créditos de credores financeiros no plano de recuperação judicial.

Bankinter Portugal Matinal

 Análise Bankinter Portugal 


NY -1,1% US tech -1,9% US semis -5,1% UEM -0,6% España -0,2% VIX 15,7% Bund 2,86% T-Note 4,17% Spread 2A-10A USA=+66pb B10A: ESP 3,31% PT 3,17% FRA 3,57% ITA 3,55% Euribor 12m 2,294% (fut.2,479%) USD 1,174 JPY 182,0 Ouro 4.344$ Brent 61,4$ WTI 57,7$ Bitcoin -3% (89.776$) Ether -3,6% (3.138$).


SESSÃO: Sell-off sobre tecnologia na sexta-feira, francamente exagerado. O motivo foi a publicação de resultados de Oracle na quarta-feira (muita dívida e certamente o elo mais fraco das empresas tecnológicas avaliadas) e o seu contágio injustificado sobre Broadcom, que publicou na quinta-feira. O mercado vai testando a solidez de determinados ativos num ano excelente, como já o fez com o ouro há umas semanas… para decidir depois que o deixaria continuar a subir. O único problema são as criptos, porque, no final, termina sempre por se impor o senso comum sobre os ativos que não se podem avaliar. Esse é o elo mais débil do mercado. E na tecnologia é Oracle, mas não Broadcom nem as restantes. Por isso, o forte golpe de sexta-feira (semis -5,1%) às portas do fecho de 2025 muito provavelmente é uma oportunidade para comprar mais baratos em vez de se assustar e reduzir a exposição por precaução. Porque não existe nenhum problema sobre a tecnologia avaliada, embora haja sobre Oracle e sobre a IA ainda não avaliada, como OpenIA, Anthropic, etc. Mas simplesmente porque as suas ambições de sair na bolsa em 2026 a preços dificilmente justificáveis deveriam ser corrigidas. 


Esta madrugada, publicação de um Tankan 4T 2025 japonês quase bom (15 vs. 14), vários indicadores na China que reforma a ideia de perda de ritmo perigoso (Vendas a Retalho +1,3% desde +2,9%; Preços Habitação -2,4% desde -2,2%...) e alguns indícios inflacionistas nos Preços Grossistas na Alemanha, mas ainda em níveis reduzidos e nada problemáticos (+1,5% vs. +1,1%). E os futuros sobre as bolsas vêm a subir (ca.+0,4%) depois do exagerado golpe na sexta-feira. Parece que o mercado se limpa um pouco antes de voltar a tomar impulso, o que é muito bom. É improvável que esta semana seja má, porque já resta posicionar-se para 2026. Assim que passarmos pelas reuniões dos bancos centrais de quinta e sexta-feira, recuperaremos o ritmo. 


Noruega e Suécia irão repetir em 4,00% e 1,75%, respetivamente, passando despercebidos. Mas o Banco de Inglaterra irá cortar -25 p.b., até 3,75%, o BCE repetirá em 2,00/2,15% (Depósito/Crédito) mas irá publicar estimativas macro revistas para melhor e pode ser que insinue que o seu próximo movimento será de subida e não de descida, enquanto o Banco do Japão poderá subir +25 p.b. até 0,75% (atribuímos uma probabilidade de 50%, embora o mercado desconte a subida). É provável que o emprego americano de amanhã saia débil, reforçando novamente a expetativa de mais descidas de taxas de juros da Fed e que isso impulsione moderadamente Wall St. Neste contexto, continuaremos a considerar os retrocessos como oportunidades para comprar mais barato para 2026. Esta quarta-feira iremos publicar a nossa Estratégia de Investimento 2026 (em espanhol; brevemente em português) na qual argumentamos a favor de uma continuação expansiva, tanto de ciclo económico como de mercado. Continua a valer a pena assumir riscos.


CONCLUSÃO: Hoje, subida insegura após o golpe de sexta-feira, mas recuperação. A semana irá ganhando vontade com o passar do tempo, mas principalmente depois do emprego americano provavelmente fraco amanhã, e com um pouco mais de autoconfiança depois da reunião, na quinta-feira, do BoE e do BCE. O mais provável é que a semana evolua de menos a mais e termine a impor-se uma realização de posições para 2026 baseada no FOMO, em que não se pode ficar de fora enquanto nada grave ou estranho acontecer, muito que os riscos geoestratégicos ou as dúvidas sobre tecnologia estejam ativos.


FIM

domingo, 14 de dezembro de 2025

Leitura de sábado

 *Leitura de Sábado:queda do CDS do Brasil indica otimismo, mas grau de investimento segue distante*


Por Daniel Tozzi


São Paulo, 09/12/2025 - O custo para se proteger de um calote da dívida soberana brasileira está entre os menores dos últimos anos. O chamado spread do Credit Default Swap (CDS) de 5 anos do Brasil, indicador utilizado no mercado internacional para medir a percepção de risco de um país, tem oscilado abaixo dos 145 pontos nos últimos meses, algo raro nos últimos cinco anos.


O CDS funciona como um seguro contra calote: quanto mais barato, menor o temor de que o país não honre suas obrigações. Ou seja, esse nível baixo indica que, na visão dos investidores globais, o risco de crédito do País está relativamente controlado, sobretudo quando comparado à média histórica brasileira.


Além disso, as últimas emissões de títulos da dívida brasileira no exterior apresentaram queda significativa nos prêmios de risco embutidos pelos investidores. A mais recente, de novembro de 2025, teve spreads de 187,4 pontos acima da Treasury de referência (título do Tesouro norte-americano), nível relativamente baixo, pelo histórico recente. Emissões semelhantes realizadas entre 2021 e 2024, por exemplo, tiveram spreads acima dos 210 pontos.


Esse alívio na percepção dos investidores, no entanto, não se traduz em melhora nas avaliações das agências de classificação de risco. Embora o mercado tenha reagido positivamente ao cenário, fatores estruturais ainda pesam sobre a análise das grandes casas de rating - S&P, Moody's e Fitch -, que mantêm o Brasil abaixo do grau de investimento, perdido em 2015.


A diferença entre o comportamento do CDS e as notas de crédito acontece porque, apesar de ambos medirem risco, eles observam dimensões distintas. Enquanto o CDS reflete uma leitura mais imediata das condições de mercado, as agências adotam metodologias mais amplas, que incluem variáveis fiscais e de prazo mais longo, seara em que o Brasil ainda “patina”, conforme pontuam analistas consultados pela Broadcast.


Além disso, a relação entre CDS e rating do Brasil hoje não destoa muito quando comparada a de outros países emergentes. A Índia, por exemplo, registrou CDS de 5 anos bem mais baixo que o do Brasil - de 46,5, em média, em novembro - e tem um rating BBB (mais positivo que o Brasil), pela classificação da S&P. Já a África do Sul, tem rating semelhante ao do Brasil (BB-), e conta com um CDS de 5 anos em nível parecido: 147,8 pontos. Os dados são da S&P Market Intelligence e foram levantados a pedido da Broadcast.


Na comparação com pares latinos, o México e o Peru são classificados com a nota BBB pela S&P - mais positiva que o Brasil -, mas apresentaram um CDS menos elevado que o brasileiro (98 pontos e 69 pontos em novembro, respectivamente), ou seja, indicando que os investidores estrangeiros veem menos risco de se investir nesses países.


Na Colômbia, por outro lado, o rating definido pela S&P é igual ao do Brasil (BB), mas o CDS de 5 anos do país foi consideravelmente mais elevado, de 196,2 pontos em novembro. A comparação com a Colômbia já foi, inclusive, citada pelo secretário do Tesouro, Rogério Ceron, ao defender a volta do grau de investimento ao Brasil.


  

*CDS de 5 anos, em média, no mês de novembro, segundo a S&P Market Intelligence


Para o sócio e economista-sênior da Tendências Consultoria, Silvio Campos Neto, a principal razão para o CDS baixo hoje é a posição confortável do Brasil em moeda forte. Apesar da piora recente nas contas externas, o País mantém reservas robustas e não enfrenta risco de liquidez em dólares, avalia ele.


“O investidor olha muito para a capacidade de pagamento em moeda estrangeira. E hoje o Brasil não carrega nenhuma preocupação relevante de honrar compromissos em dólares”, afirma. “O CDS mostra isso: o risco no horizonte de curto e médio prazo é baixo. Não temos falta de dólares”, exemplifica ele.


Somado a isso, a “fotografia” internacional também tem pesado a favor do Brasil. O sócio e economista-chefe da Garantia Capital, André Perfeito, lembra que o ambiente global está conturbado, e os Estados Unidos vivem um momento de perda de confiança, o que distorce a própria métrica de risco relativo.


“Não é necessariamente que o Brasil esteja ótimo; às vezes é que os Estados Unidos estão mal, e isso influencia o spread. Dependendo de como se calcula, a piora relativa lá fora contribui para a queda do CDS brasileiro. É como se o Brasil ganhasse por WO”, ilustra ele, acrescentando que, recentemente, também que o Brasil se saiu bem nas negociações tarifárias junto aos EUA, o que contribui para o bom momento do País na visão dos estrangeiros.


Campos Neto pontua ainda que o nível baixo do spread do CDS de 5 anos do Brasil neste momento ocorre a despeito da piora recente das contas externas do País na margem. Entre fevereiro e setembro deste ano, por exemplo, o déficit nas transações correntes acumulado em 12 meses foi superior ao total de Investimento Direto no País (IDP), de acordo com o Banco Central.


“O déficit em conta corrente piorando sempre vai gerar uma tensão. Eventualmente, o nosso CDS poderia até estar mais baixo se não fosse essa piora, mas o ponto é que o Brasil segue recebendo volumes muito fortes de investimentos”, reforça ele.


Grau de investimento


Em linha com o que as principais agências de risco têm relatado em seus comunicados nos últimos anos, Campos Neto cita a questão fiscal como principal entrave para a retomada do grau de investimento. Ele lembra, em especial, o tamanho da dívida pública brasileira em proporção ao Produto Interno Bruto (PIB). “Pelo critério do FMI, nossa dívida está beirando 90% do PIB. Nos emergentes, a média é de 50% a 60%. Entre países com rating semelhante, 40% a 50%. Estamos bem acima do padrão”, relembra.


Outra questão no radar das agências de risco é a enorme rigidez orçamentária no Brasil, já que cerca de 95% das despesas públicas são gastos obrigatórios “O Brasil não tem margem para ajuste”, reforça.


André Perfeito concorda que a questão fiscal é o principal elemento para o qual as agências ainda se preocupam em relação ao Brasil. Ele ressalta, porém, que, apesar da dinâmica preocupante da dívida, o histórico recente é favorável. “O déficit primário do Brasil neste ano vai ser algo entre 0,5% e 1% do PIB. O FMI projeta déficit primário de 2% para o conjunto de países industrializados e 4% para as nações em desenvolvimento. Não quero dizer com isso que a situação do Brasil seja boa. Mas, visto de Londres, Nova York, ou Frankfurt, o Brasil parece menos feio do que a visão daqui”, reflete.


O economista-chefe para Brasil do banco britânico Barclays, Roberto Secemski, avalia que pode haver um misto de “otimismo” e benevolência por parte de investidores estrangeiros ao analisarem o Brasil. “No geral, os estrangeiros tendem a colocar o Brasil numa perspectiva mais ampla e, de fato, o ritmo de deterioração fiscal por vezes tem sido mais rápido em outros países, embora o ponto de partida brasileiro no geral seja pior. Seria talvez uma mistura de otimismo com benevolência, já que ratings são comparações relativas entre diferentes economias e não notas absolutas”, afirma ele.


Para Secemski, porém, está claro que é justamente a alta dívida pública o que dificulta a retomada do grau de investimento no Brasil. “Uma dívida pública alta e ascendente em relação a outros mercados emergentes, com custo de carrego extremamente elevado e juros reais próximos aos dois dígitos não inspira confiança na sustentabilidade do quadro atual”, acrescenta.


Contato: daniel.mendes@estadao.com


Broadcast+

sábado, 13 de dezembro de 2025

Carlos Viana

 NOTA OFICIAL:


Recebo com indignação profunda a decisão do ministro Dias Toffoli que determinou, em uma decisão judicial, a retirada de documentos da CPMI do INSS que investiga o presidente do Banco Master.


Essa decisão não é apenas estranha. É grave. Sempre que se afasta de uma Comissão Parlamentar Mista de Inquérito o acesso a documentos essenciais, enfraquece-se a investigação e amplia-se a desconfiança da sociedade sobre o que se tenta ocultar.


Registro este posicionamento mesmo estando em pleno repouso médico, em recuperação de uma cirurgia emergencial realizada há apenas seis dias. Ainda assim, o dever com o Parlamento e com o povo brasileiro se impõe acima de qualquer circunstância pessoal.


A CPMI do INSS apura um dos mais graves escândalos envolvendo empréstimos consignados no país, com indícios claros de práticas abusivas contra aposentados e pensionistas. Milhões de brasileiros tiveram seus benefícios corroídos por contratos obscuros, descontos automáticos prolongados e renovações sucessivas que transformaram o consignado em um ciclo permanente de endividamento.


Os documentos retirados da CPMI do INSS não são acessórios. São peças centrais para compreender fluxos financeiros, contratos, autorizações e relações institucionais que podem revelar quem lucrou bilhões às custas da renda mínima de idosos, viúvas e trabalhadores que contribuíram a vida inteira.

Retirar documentos de uma CPMI do INSS em pleno funcionamento enfraquece a apuração, desorganiza o trabalho investigativo e cria um precedente extremamente perigoso de interferência externa em um instrumento constitucional do Parlamento.


Não se trata de um conflito entre Poderes. Trata-se do direito do Congresso Nacional de investigar fatos graves e do direito da sociedade de conhecer a verdade.

A Presidência da CPMI do INSS adotará todas as medidas cabíveis para preservar a autoridade da comissão, a legalidade dos seus atos e a integridade da investigação.


Como ensina a Escritura:

“Nada há encoberto que não venha a ser revelado, nem oculto que não venha a ser conhecido.”

(Lucas 8:17)


Quando se retira documento de uma CPMI do INSS, não se retira apenas papel. Retira-se transparência. E sem transparência, não há justiça.


Carlos Viana

Senador da República

Presidente da CPMI do INSS


Os documentos retirados

Os vagabundos sapateiam na nossa cara

 



Durante o evento de lançamento do canal SBT News, realizado nesta sexta-feira (12) nos estúdios do SBT em São Paulo, o fotógrafo oficial do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), Ricardo Stuckert, interveio para impedir que o momento de uma conversa reservada entre Lula, o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes, e o ministro da Justiça e Segurança Pública, Ricardo Lewandowski, fosse registrado pelas câmeras do canal.


Durante a recepção de autoridades e convidados, a câmera do SBT News se aproximou do grupo formado pelos três integrantes. Nas imagens transmitidas ao vivo pelo YouTube, é possível observar que Moraes cobre a boca para falar com Lula e Lewandowski. O trio apresenta semblantes sérios. Poucos segundos depois, ao notar a aproximação da câmera, Ricardo Stuckert se dirige ao operador de vídeo e solicita que a gravação da conversa seja interrompida.


O caso se dá no mesmo dia em que o governo dos Estados Unidos anunciou a revogação das sanções impostas pela Lei Global Magnitsky contra Alexandre de Moraes, sua esposa, Viviane Barci de Moraes, e o Instituto Lex, empresa ligada à família do ministro. Até o momento da conversa, nem o Palácio do Planalto nem Moraes haviam se manifestado publicamente sobre a decisão de Washington.


Mais tarde, durante discurso no mesmo evento, Lula mencionou o tema e afirmou que havia solicitado pessoalmente ao presidente dos Estados Unidos, Donald Trump (Partido Republicano), a revogação das sanções. Segundo o presidente brasileiro, o gesto representava “um compromisso com a democracia”. Já Moraes enquadrou a decisão como “uma vitória da soberania nacional”.


As sanções haviam sido impostas formalmente em 30 de julho. O governo Trump acusava Moraes de utilizar sua posição institucional para autorizar detenções preventivas arbitrárias, além de reprimir a liberdade de expressão. As punições foram estendidas à esposa do ministro e à empresa da família em 22 de setembro.


O evento também marcou o lançamento oficial do SBT News, novo canal de notícias do Grupo Silvio Santos com programação contínua 24 horas por dia.

Vamos em frente

 

O artigo “O juiz venceu” descreve a naturalização do anormal em Brasília: ministros do STF atuando como protagonistas políticos, “orientando” o Legislativo, chancelando textos, condicionando votações e participando de acordos de bastidor como se isso fosse parte do rito democrático. Na narrativa do cronista, a República vira um tabuleiro em que o juiz deixa de apenas julgar: ele antecipa veto, avaliza projeto, sela pactos e, ao fim, “vence” — porque concentra a palavra final e ainda opera o caminho até ela.

O que pouca gente parece estar dizendo com clareza no caso Master é o seguinte: o “ativo” mais decisivo não era só liquidez; era poder jurídico futuro. Relatos sobre o banco indicam uma exposição gigantesca a precatórios (ativos cuja realização depende de regras, validações, compensações e disputas judiciais), tanto que, no desenho de negociações com o BRB, esses papéis foram explicitamente deixados de fora do negócio, ao lado de fundos/participações — um bloco de ativos remanescentes avaliado em algo como R$ 15 a R$ 23 bilhões, segundo reportagem baseada em Reuters. Além disso, demonstrações financeiras do próprio banco registravam direitos creditórios e precatórios no balanço (com critérios próprios de precificação).

Aí entra a conexão que “não precisa ser Einstein” para enxergar: quando um banco monta uma tese tão dependente de ativos litigiosos e de ambiente decisório em Brasília, o STF não é pano de fundo — é parte relevante do risco/retorno. E, nesse mesmo enredo, veio à tona um contrato de R$ 129 milhões (R$ 3,6 milhões/mês por 36 meses) envolvendo o Banco Master e o escritório da esposa de um ministro do STF, com escopo amplo de atuação em frentes que tangenciam Estado e sistema de Justiça. Mesmo sem afirmar crime automaticamente, o conjunto cria um cheiro institucional intolerável: aposta bilionária em créditos que respiram decisões judiciais + relações financeiras gigantescas orbitando o topo do Judiciário.

Conclusão: isso tem cara de sintoma, não de acaso. Um país em que “negócios” dependem mais de acertos com cúpulas e decisões futuras do que de produtividade e concorrência vira, na prática, um cassino dos poderosos de Brasília — e quem paga a conta, como sempre, é o contribuinte tratado como figurante. Se o Brasil quer parar de ser refém desse teatro, a pergunta é direta: vamos continuar normalizando essas coincidências “cristalinas e documentadas”, ou vamos exigir regras duras de impedimento, transparência total e responsabilização real — sem blindagens, sem privilégios, sem truques de bastidor?

Produtividade é a saída

  O mundo está girando (e rápido): o Brasil vai acompanhar ou ficar para trás? 🌎🇧🇷 Acabei de ler uma análise excelente de Marcello Estevã...