sexta-feira, 5 de setembro de 2025

OESP

 *O Banco Central sob ataque dos abutres*


Só um BC independente pode tomar decisões que contrariam poderosos interesses, como a que impediu a compra do Master pelo BRB, motivo pelo qual o Centrão quer subjugar a autarquia


A diretoria do Banco Central (BC) reprovou a compra de parte do Banco Master pelo Banco de Brasília (BRB) por entender, conforme apurou o Estadão, que a aquisição poderia contaminar o BRB, um banco público, com ativos “podres” do Master.


A sustentabilidade do modelo de negócios do Master há muito era causa de inquietação no mercado financeiro. O banco cresceu vertiginosamente usando recursos que os clientes investiam em CDBs, remunerados com taxas bem acima das de mercado, para aplicar em ativos de risco elevado, como precatórios.


Anunciada no final de março, a compra do Master pelo BRB era, portanto, de interesse de muita gente poderosa. Com exceção do BC, que passou mais de cinco meses analisando o negócio, a venda foi aprovada de forma relâmpago em outras instâncias envolvidas no negócio.


O governo do Distrito Federal, controlador do BRB, só enviou projeto de lei buscando aprovação do Legislativo local para a compra do Master após ser obrigado pela Justiça. Mas a Câmara Legislativa do DF levou apenas uma tarde para dar sinal verde à transação.


Já parte do mercado financeiro, mesmo incomodada com o Master, entendia que a solução via BRB era uma saída menos traumática para a questão. Com o negócio vetado, pode haver impacto em outras instituições financeiras. Ademais, uma intervenção do BC no Master torna-se cada vez mais provável, o que sempre pode resultar na revelação de mais problemas.


Veio do Congresso, porém, o sinal inequívoco de que o acordo BRB-Master atenderia a desejos inconfessáveis. Sabe-se que o dono do Master, Daniel Vorcaro, tem excelente trânsito em Brasília, sobretudo com parlamentares, com destaque para o senador Ciro Nogueira (PP-PI), estrela do Centrão.


Diante das notícias de que havia resistência ao negócio no BC – resistência essa que acabou personificada pelo diretor de Organização do Sistema Financeiro e de Resolução do BC, Renato Dias Gomes –, o Congresso partiu para a intimidação desbragada. No início da semana, lideranças de partidos do Centrão assinaram pedido de urgência para a tramitação de um projeto de lei que permite ao Congresso destituir presidentes e diretores do BC, prerrogativa que hoje compete única e exclusivamente ao presidente da República. O alvo evidente era o diretor Gomes, responsável pelo parecer que baseou a decisão do BC e que resistia a recomendar o negócio, em razão de evidente falta de garantias.


“Se o Congresso pode afastar o presidente da República, por que não poderia afastar um diretor do Banco Central?”, questionou o deputado Doutor Luizinho (RJ), líder do PP na Câmara. Ora, não poderia porque, como bem resumiu o ex-presidente do BC Arminio Fraga, isso seria coisa de “republiqueta”.


Graças à independência operacional do BC, conquistada há apenas quatro anos, é que a diretoria da autarquia pode barrar negócios como o que envolve o Master e o BRB, mesmo sob forte pressão. Agora, parte do mesmo Congresso que aprovou a Lei Complementar n.º 179, que transformou o Banco Central em autarquia de natureza especial justamente para protegê-lo de interferências político-partidárias, quer acabar com essa blindagem fundamental.


Conforme o projeto de lei que está sendo articulado na Câmara, os parlamentares podem votar a demissão de diretores do BC “quando a condução das atividades do Banco Central for incompatível com os interesses nacionais”. Obviamente, não houve preocupação de detalhar que interesses seriam esses nem que atividades seriam consideradas incompatíveis, abrindo espaço para o arbítrio.


Mesmo com o veto à aquisição do Master pelo BRB, a novela sobre o banco de Vorcaro está longe de acabar, porque ainda cabe recurso e, claro, os parlamentares contrariados não deverão se conformar.


Ao recusar a compra do Master pelo BRB, o Banco Central deixou evidente ao mercado que se orienta por posicionamento técnico, o que é essencial para que novos casos como esse não voltem a ocorrer.


Mas a elite política de Brasília não gosta muito dos técnicos, aqueles que normalmente são funcionários públicos de carreira que não fazem as vontades dos chefes de partidos. A esses abnegados servidores o Brasil agradece.



https://www.estadao.com.br/amp/opiniao/o-banco-central-sob-ataque-dos-abutres/

BDM Matinal Riscala

 Bom dia


Bom Dia Mercado.


Sexta Feira , 05 de Outubro de 2.025.


*Rosa Riscala: Payroll decide juros*


Haddad participa nesta sexta-feira, em São Paulo, do leilão do Túnel Santos-Guarujá, às 16h, na sede da B3.


… Não há nada na agenda dos mercados globais nesta sexta-feira além do payroll, o relatório de emprego dos Estados Unidos (9h30), que poderá definir quantos cortes do juro serão decididos pelo Fed este ano, se dois ou três. Não é o Fomc de setembro que está em jogo. Essa aposta está dada desde que Powell mostrou desconforto com o mercado de trabalho, em Jackson Hole. As chances de uma queda de 25pbs no dia 17 batem quase 100%. O que está em questão é se o payroll validará a expectativa de novas reduções em outubro e dezembro, que já é majoritária. Se os números de agosto vierem fracos, como vieram os de julho, podem mexer forte com os ativos.


… Nesta quinta, a pesquisa ADP comprovou o esfriamento do mercado de trabalho americano, ao apontar a criação de 54 mil vagas em agosto no setor privado, abaixo da projeção de 85 mil. Na véspera, o relatório Jolts já tinha mostrado abertura de postos menor que a esperada.


… Os dados contribuíram para reforçar o sentimento de que o payroll também virá ruim, abrindo espaço para um ritmo mais acelerado do Fed, o que impulsionou as bolsas em NY e também recuperou o Ibovespa, ajustando os juros e o dólar em baixa (leia abaixo).


… Para hoje, o mercado espera a criação de 76 mil postos em agosto, segundo a mediana das estimativas apuradas pelo Broadcast. As projeções vão de zero a 104 mil. Em julho, o payroll deu um susto e provocou a inflexão da política monetária, com apenas 73 mil vagas.


… A mediana para o salário médio por hora trabalhada deve avançar 0,3% (de 0,33% em julho) e ter alta de 3,7% na base anual (de 3,8%), enquanto a taxa de desemprego deve subir de 4,2% para 4,3%. Pequenas surpresas não devem alterar o cenário para o Fed.


… Para o Deutsche Bank, seria necessário um desempenho muito superior do payroll para que o mercado colocasse em dúvida o corte da reunião desse mês. Mas os dados de agosto podem colocar na mesa uma pausa no próximo Fomc, em outubro.


… No teto das estimativas, a JPMorgan Asset projeta uma recuperação no número de contratações para 100 mil em agosto, enquanto o UBS espera 70 mil; o Morgan Stanley, um resultado semelhante a julho (73 mil), e o Citi está mais pessimista, com 45 mil.


EUROPA – Ainda na agenda internacional, Alemanha divulga de madrugada (Brasil) as encomendas à indústria em julho e o Reino Unido, vendas no varejo, enquanto na Zona do Euro será informado o resultado final do PIB do segundo trimestre (6h).


NO BRASIL – A agenda é vazia, prevendo apenas duas reuniões dos diretores do Banco Central com economistas de São Paulo para a elaboração do Relatório Trimestral de Inflação, às 9h30 e 11h, quando os participantes já terão os números do payroll em mãos.


… Um diferencial de juros maior entre Estados Unidos e o Brasil tende a apreciar o câmbio ante o dólar, o que melhora a dinâmica inflacionária e pode esquentar o debate sobre uma redução antecipada da taxa Selic, deslocando as apostas de janeiro para dezembro.


GALÍPOLO – O presidente do BC viaja à tarde para Basileia, na Suíça, onde participa, entre os dias 6 e 8 de setembro, da Roundtable on Financial Stability e das Bimonthy Meetings do BIS, promovidas pelo Banco de Compensações Internacionais.


HADDAD – Ministro da Fazenda participa nesta sexta-feira, em São Paulo, do leilão do Túnel Santos-Guarujá, às 16h, na sede da B3. O vice-presidente e ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, Geraldo Alckmin, também estará presente.


TARCÍSIO – O governador de São Paulo voltou às redes sociais, nesta quinta-feira, com uma postagem em defesa da anistia. “A história já mostrou que a anistia e o perdão são os melhores remédios para pacificar o País”, escreveu o aliado do ex-presidente Jair Bolsonaro.


… Tarcísio é visto como potencial sucessor de Bolsonaro e poderá ser candidato à Presidência em 2026, em uma articulação que conta com o apoio do Centrão. Já o PL ainda defende uma anistia ampla, que reverteria a inelegibilidade do ex-presidente.


… A proposta do partido é, não só beneficiar Bolsonaro para disputar o Planalto no ano que vem, mas também livrar seu filho Eduardo.


… É um texto difícil de avançar, inclusive com muitas chances de ser considerado inconstitucional pelo Supremo Tribunal Federal, que já avisou que aceitaria discutir apenas o perdão aos participantes dos atos golpistas de 8 de janeiro.


… O presidente da Câmara, Hugo Motta, disse que não há ainda um texto definido sobre a anistia e que as discussões com os líderes a favor e contra estão em andamento. Já o presidente do Senado, Davi Alcolumbre, trabalha em um projeto alternativo.


… A ideia seria deixar de fora os líderes da organização criminosa, acusação imputada a Bolsonaro e aos réus em julgamento no STF. A previsão é que o julgamento do núcleo principal da trama golpista termine na próxima semana, com o voto de Moraes na terça-feira, 9.


LULA – Nesta quinta, em Belo Horizonte, onde lançou o programa Gás do Povo, o presidente disse que a “batalha” contra o projeto que anistia os envolvidos nos atos do 8 de janeiro tem que ser feita pelo “povo, porque a extrema-direita tem força no Congresso”.


… Hoje, o presidente Lula assina a MP que autoriza a renegociação das dívidas de produtores rurais afetados por intempéries climáticas ao longo dos últimas cinco safras, com recursos que podem chegar a R$ 20 bilhões, segundo o Broadcast Agro.


… Já no domingo, Lula participará das festividades do 7 de Setembro em Brasília, onde um desfile oficial terá três temas principais, segundo a Secretaria de Comunicação Social da Presidência: a defesa da soberania nacional, a COP30 e o Novo PAC.


GÁS DO POVO – As mudanças no programa do Auxílio Gás devem custar entre R$ 5,1 bilhões e R$ 7,1 bilhões em 2026, segundo cálculos da Warren Investimentos, realizados a partir de dados da ANP e dos números trazidos pela MP publicada nesta quinta-feira.


… A Warren vê tal custo como “administrável”, embora o Orçamento contemple para o programa o piso previsto estimado pela corretora.


… O “Gás do Povo” pretende atender 15,5 milhões de famílias até março de 2026, das atuais 5,13 milhões beneficiadas pelo Auxílio Gás.


NÃO FOI IGUAL PERU – Sem sofrer de véspera com o payroll, os negócios globais vivenciaram pregões tranquilos ontem, com o Ibovespa aqui perto dos 141 mil pontos, o dólar abaixo de R$ 5,45 e DI com leve viés de queda.  


… O game que está sendo jogado é lá para frente, porque como se viu, já está mais do que precificado que o Fed vai cortar o juro em setembro. A pergunta que hoje vale dinheiro nos mercados é quanto vai durar o ciclo dovish.


… Otimista com a possibilidade de uma série de cortes da taxa americana, o dólar fechou em leve baixa de 0,11%, a R$ 5,4468, depois de o dado da ADP confirmar a desaceleração do mercado de trabalho nos Estados Unidos.


… O indicador apontou a criação de 54 mil empregos no setor privado americano em agosto, abaixo dos 65 mil esperados e quase na metade do número registrado em julho (106 mil), confirmando as suspeitas de Powell.


… Em Jackson Hole, o presidente do Fed já havia sugerido que o BC está priorizando o enfraquecimento do mercado de trabalho, ao invés das incertezas quanto à inflação, apesar dos impactos nos preços do tarifaço de Trump.


… Além da expectativa de que o juro vai cair este mês nos Estados Unidos, ainda ontem, a balança comercial de agosto foi citada pelo economista-chefe da Equador, Eduardo Velho, como driver do leve alívio no câmbio.


… Em agosto, as exportações registraram um avanço de 3,9% na comparação com o mesmo período do ano passado, para US$ 29,861 bilhões. Já as importações caíram 2,0% no intervalo e atingiram US$ 23,728 bilhões.


… A balança comercial registrou superávit comercial de US$ 6,133 bilhões em agosto, após saldo positivo de US$ 7,075 bilhões em julho. O resultado veio levemente acima da mediana das estimativas, de US$ 6,050 bilhões.


… O resultado positivo ocorreu, apesar de as exportações aos Estados Unidos terem caído 18,5% em agosto, o primeiro mês em que começou a vigorar a taxa de 50% aplicada pelo governo Trump aos produtos brasileiros.


… Ao Broadcast, o economista Adauto Lima (da Western), que prevê um ciclo de cortes de 75 pontos-base pelo Fed (um corte em todas as reuniões deste ano), disse que, dependendo da tendência global, o dólar pode furar R$ 5,40.


… Lá fora, o índice DXY fechou em leve alta de 0,21%, aos 98,347 pontos, não porque o dólar subiu, mas porque as moedas europeias exibiram viés de queda, diante dos temores fiscais e políticos atravessados no momento.


… Na França, a popularidade de Macron despencou 4 pontos em setembro contra agosto, para 17%, pior nível desde sua primeira eleição, em 2017. No Reino Unido, a turbulência orçamentária tem elevado a guarda do investidor.


… O euro caiu 0,11%, a US$ 1,1653, e a libra perdeu 0,08%, a US$ 1,3434. O iene recuou para 148,47/US$.


SEU BONECO – Durante sabatina no Senado para a confirmação de seu nome ao Fed, Stephen Miran, indicado de Trump para a vaga de Adriana Kugler, garantiu que não será “marionete e fantoche” do presidente republicano.


… Miran se disse compromissado com a independência do Fed, prometeu tomar decisões com base nas próprias análises e no que é melhor para a economia, e negou que sofra pressão do governo para defender juros mais baixos.


… Em discurso muito alinhado a Washington, defendeu a política comercial protecionista da Casa Branca (“não é inflacionária”) e considerou “deflacionários” os esforços de Trump para restringir a imigração nos Estados Unidos.


… Momentaneamente, os juros dos Treasuries chegaram a desacelerar o ritmo de queda com os comentários de Miran, na medida em que o investidor teme que a credibilidade do Fed possa estar sendo colocada à prova.


… Mas não demorou para as taxas dos títulos do Tesouro americano recuperaram o fôlego de baixa, já que o relatório de emprego da ADP frustrou a previsão e o payroll deve confirmar o mercado de trabalho menos aquecido.


… O retorno da Note de 2 anos caiu para 3,585%, de 3,621% na véspera, e o de 10 anos recuou a 4,160%, de 4,222%.


… Aqui, não foi diferente com a curva do DI. Jan/26 marcou 14,885% (de 14,891% na véspera); Jan/27, 13,980% (de 13,996%); Jan/29, 13,305% (de 13,318%); Jan/31, 13,630% (contra 13,644%); e Jan/33, 13,820% (de 13,814%).


… No otimismo antecipado com o payroll, o S&P 500 avançou 0,83% e renovou recorde histórico, a 6.502,08 pontos; o Dow Jones subiu 0,77%, aos 45.621,29 pontos; e o Nasdaq fechou com ganho de 0,98%, aos 21.707,69 pontos.


… Pegando embalo, o Ibovespa interrompeu a sequência de três sessões de perdas e fechou em alta de 0,81%, aos 140.993,25 pontos, tendo superado os 141 mil pontos (141.482) na máxima do dia. O giro foi de R$ 18 bilhões.


… Cansados de cair, os bancos testaram uma recuperação em bloco. O BB, que estaria preparando um plano de contingência caso os EUA intensifiquem sanções da Lei Magnitsky, registrou valorização de 0,69%, a R$ 20,42.


… O papel PN do Bradesco emplacou alta de 2,00%, a R$ 16,83; Bradesco ON também subiu forte (+2,13%), para R$ 14,39; Itaú avançou 0,40%, cotado a R$ 37,94; e Santander unit fechou com ganho de 0,39%, valendo R$ 28,19.


… Vale subiu 0,20%, cotada a R$ 55,71, acompanhando de longe a alta firme de 1,67% do minério, enquanto Petrobras resistiu à queda do petróleo. O papel ON subiu 0,48%, a R$ 33,66, e o PN ficou estável, a R$ 31,06.


… À espera da reunião de domingo da Opep+, quando deve vir mais um aumento de produção, e reagindo ainda à alta inesperada dos estoques da commodity nos Estados Unidos, o barril do Brent caiu 0,90%, para US$ 66,99.


CIAS ABERTAS – OI registrou prejuízo líquido de R$ 835,8 milhões no segundo trimestre, revertendo lucro de R$ 15 bilhões de um ano antes; Ebitda ficou negativo em R$ 91 milhões, perda 8,6% maior na comparação anual.


NUBANK nomeou Patricia Whitaker como diretora-executiva da NuInvest.


SAMARCO. Fitch Ratings elevou a nota de risco da companhia de B- para B, mantendo a perspectiva positiva.

Bankinter Portugal Matinal

 Análise Bankinter Portugal 


SESSÃO: De novo, compra de bolsas e obrigações ontem. O mais importante: a estabilização no formato recuperação suave das obrigações (redução de yields), porque isso afasta a possibilidade de um ajuste brusco do mercado. Os bancos centrais voltam a atuar como anjos da guarda das obrigações quando estas sofrem. Não se pode garantir que isto seja assim, mas é a alternativa mais provável. 


Good vibes today. Arrancamos o dia com Broadcom a subir +4,6% em aftermarket depois de publicar, ontem à noite, no fecho de Nova Iorque, resultados 2T e guidance 3T melhores do que o esperado. E com o Japão a subir quase +1% depois de Trump assinar, ontem, a ordem executiva de reduzir os impostos alfandegários sobre os automóveis japoneses desde 27,5% até 15% e prometer (?) não aplicar impostos alfandegários na aeronáutica. Já se sabia, mas a execução elimina incertezas. Mazda +3%, Nissan +2%, Toyota +1,5%... A chave será o emprego dos EUA de hoje, às 13:30h: Payrolls ou Criação de Emprego Não Agrícola 75k vs. 73k; Desemprego 4,3% vs. 4,2%. O melhor desenvolvimento seria alguma debilidade que reforçasse a expetativa de que a Fed continuará a baixar taxas de juros além da sua reunião de 17 de setembro, para a qual estão absolutamente descontados -25 p.b., até 4,00/4,25%. Este desenvolvimento é provável, porque ontem o Inquérito ADP de Emprego Privado saiu fraco: 54k vs. 68k esperado vs. 106k anterior.


EMPRESAS: Além de Broadcom, ontem Sanofi -9% por un fracasso no seu novo medicamento para eczema, e Lululemon -16% em aftermarket após rever em baixa o seu guidance para 2025 pela 2.ª vez. 


MACRO: Um par de dados fracos publicados à 1.ª hora, embora com pouca influência. Alemanha: Pedidos à Fábrica -3,4% vs. -0,6% esperado vs. +1,7% anterior. Reino Unido: Vendas a Retalho +1,1% vs. +1,3% esperado vs. +0,9% anterior.


POLÍTICA: O LDP governante no Japão votará, na segunda-feira, se Ishiba, atual PM, continua ou não. Poderá ser substituído por Takaichi, crítico com as subidas de taxas de juros do BoJ e mais dovish que Ishiba; isto é, fiscalmente mais laxo. Isso é mau para as obrigações japonesas, que têm vindo a sofrer por isso (O30A 3,24%), e depreciação para o yen (173/€). Mas poderá terminar por favorecer o PIB e a bolsa.


CONCLUSÃO: É provável que as bolsas aguentem o fecho semanal a subir (+0,2%/+0,4%?), como ontem ou um pouco menos, graças a Broadcom, Japão e emprego americano. A atenção estará na provável queda do governo na França na segunda-feira (moção de confiança) e na reunião do BCE na quinta-feira (repetir em 2,00/2,15%), e no aumento da inflação dos EUA até +2,9% desde +2,7%. Esse será um fluxo de notícias pior, portanto na próxima semana, o tom deverá ser menos firme. 


NY +0,8% US tech +0,9% US semis +1,3% UEM +0,4% España +0,6% VIX 15,3% Bund 2,71% T-Note 4,15% Spread 2A-10A USA=+57pb B10A: ESP 3,31% PT 3,14% FRA 3,49% ITA 3,60% Euribor 12m 2,190% (fut.2,183%) USD 1,165 JPY 172,7 Ouro 3.531$ Brent 67,1$ WTI 63,5$ Bitcoin -0,1% (110.709$) Ether +1% (4.369$). 


FIM

quinta-feira, 4 de setembro de 2025

BDM Matinal Riscala

 Bom Dia Mercado.


Quinta Feira, 04 de Setembro de 2.025.


*Anistia avança no Congresso*

… Mais um dado do emprego americano, a pesquisa ADP com as vagas no setor privado, será divulgado hoje, após o relatório Jolts ter reforçado as apostas em mais queda do juro, elevando a expectativa para o payroll e garantindo um dia mais tranquilo dos mercados nesta quarta-feira, junto com a correção do estresse da véspera nos títulos soberanos. Ainda nos Estados Unidos, saem índices de atividade PMI, enquanto aqui o destaque é para a balança comercial de agosto. No Congresso, ganha força o movimento da oposição para votar uma Lei de Anistia, com aliados do ex-presidente Jair Bolsonaro já contando com a sua condenação no julgamento do STF.


… No centro das articulações está o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas, que negocia com o Centrão o acordo que parece envolver sua própria candidatura para 2026, conforme exigência desses líderes a Bolsonaro para apoiar uma anistia.


… Segundo O Globo, Tarcísio busca o Supremo para discutir uma proposta que não seja, depois, considerada inconstitucional.


 … O Valor apurou que os ministros da Corte não descartam conversar sobre uma anistia aos golpistas de 8 de janeiro, desde que o texto exclua Bolsonaro e os réus que estão em julgamento. Não é o que Eduardo vem pedindo: uma anistia ampla, geral e irrestrita.


… Enquanto na Câmara a ideia avança, no Senado, o presidente Davi Alcolumbre descarta votar um projeto que contemple o ex-presidente.


… Alinhado com o STF, Alcolumbre defende que o texto beneficie apenas os condenados por participar da invasão e depredação das sedes dos Três Poderes e, ainda assim, focado na redução da dosimetria da pena. Ele diz que vai apresentar um “texto alternativo”.


… Se a proposta avançar nesses termos, deve encontrar na Corte um clima diferente daquele que extinguiu o indulto ao ex-deputado bolsonarista Daniel Silveira, em 2022. O caso tem sido citado por governistas para afirmar que um perdão aos golpistas seria inconstitucional.


… Mas, diferentemente daquela época, não há uma unanimidade no Supremo contra a ideia de anistia se ela não contemplar Bolsonaro, embora alguns ministros já tenham sinalizado que não apoiarão nenhum tipo de anistia, mesmo uma versão mais “light”.


… Para esses, pesa a avaliação de que derrubar a anistia deixaria o STF ainda mais exposto do que já está.


… Ainda no Globo, o governo vai procurar Hugo Motta para desarmar a articulação por anistia, movimento que tem sido interpretado como uma ação para “rifar” Bolsonaro e abraçar a candidatura de Tarcísio à Presidência.


… Para o líder do PT na Câmara, Lindbergh Farias, a articulação pelo projeto da anistia é um “golpe parlamentar e violento ataque ao STF”.


… Em entrevista à GloboNews, o presidente do PL, Valdemar Costa Neto, disse que a oposição já tem número de votos para aprovar a anistia na Câmara, que PP, União Brasil e Republicanos aderiram à pauta, que pode ser votada logo após o julgamento de Bolsonaro.


… Segundo Valdemar, a anistia será para todos os condenados pelo 8 de janeiro, em um segundo momento, para quem está sendo julgado pelo Supremo Tribunal Federal, “inclusive Bolsonaro”. Ele estima conseguir um placar em torno de 300 votos na Câmara.


HADDAD – Em entrevista ao apresentador Datena na Rede TV, o ministro comentou a participação de Tarcísio nas articulações pela anistia a Bolsonaro, inclusive suas declarações recentes de que não confia na Justiça, afirmando que ele “rasgou a fantasia”.


… “Estava todo mundo tentando apresentá-lo como uma pessoa de centro e eu estava só contando os dias para isso ser desmentido”, afirmou Haddad, dizendo estar “preocupado” com a situação da democracia brasileira.


… “Se você começa a perdoar tentativa de golpe, um dia ele acontece, e, se acontecer, ninguém vai ser julgado. Você já viu alguém tomar o poder e ser julgado? Por isso que não existe crime de golpe, existe crime de tentativa; porque o golpe em si nunca é punido.”


… O ministro também falou sobre o tarifaço de 50% dos Estados Unidos ao Brasil, repetindo que não há nenhuma justificativa técnica. “A primeira declaração que o Trump fez, em carta endereçada ao Brasil, foi de que o tema era o Bolsonaro, não tinha outra (razão).”


… Por fim, comentou também sobre o projeto do Centrão que permite ao Congresso demitir diretores do BC. “Preocupa a intenção que está por trás disso”, disse o ministro, que prefere não acreditar que tenha como objetivo agilizar a compra de parte do Master pelo BRB.


NÃO ADIANTA TENTAR – O vice-secretário de Estado dos Estados Unidos, Christopher Landau, recebeu nesta terça-feira, em Washington, representantes da CNI (Confederação Nacional da Indústria) e da Câmara Americana do Comércio (Acham).


… Segundo apurou a Folha, a conversa foi “franca”, mas improdutiva, já que Landau disse aos empresários brasileiros que o governo americano está aberto ao diálogo, mas que “não adianta levar a conversa para questões comerciais, porque a questão é política”.


… Ele explicou que o Departamento de Estado é o órgão que trata desse tema, e que a missão seria mais efetiva se atuasse junto a autoridades brasileiras para sensibilizá-los dessa avaliação do governo americano. “Façam lobby em Brasília, não em DC.”


… Já o Broadcast apurou que uma conversa entre Alckmin e o secretário de Estado, Marco Rubio, não renderá frutos para reduzir as tarifas ao Brasil. “O que Trump quer é que seu aliado, o ex-presidente Bolsonaro, seja inocentado e possa concorrer à eleição de 2026.”


… Aos jornalistas, o presidente da CNI, Ricardo Alban, descartou a redução das tarifas no curto prazo e admitiu que a saída para o impasse com os Estados Unidos é política, não comercial. E ele espera que o Brasil possa dar um primeiro passo para abrir o diálogo.


MAGNITSKY – A Casa Branca já começou a checar se os bancos brasileiros estão cumprindo de fato as exigências previstas na Lei Magnitsky, que impõe sanções financeiras ao ministro do Supremo, Alexandre de Moraes, segundo fontes do Estadão.


… Os bancos brasileiros foram notificados pelo Escritório de Controle de Ativos Estrangeiros, que pertence ao Departamento de Tesouro dos Estados Unidos. O texto questiona as ações que foram tomadas para restringir os acessos da pessoa sancionada.


… As instituições notificadas são aquelas que têm operações nos Estados Unidos.


… Procurados pela reportagem, Bradesco, Banco do Brasil e Itaú não se pronunciaram e o Santander Brasil ressaltou que “não presta informações sobre temas regulatórios que envolvam matéria protegida por sigilo bancário”.


PUTIN DEFENDE O BRASIL – Em entrevista concedida em Pequim, o presidente da Rússia comentou as tarifas de Trump, admitindo que há uma relação desproporcional no comércio entre Estados Unidos e China e Estados Unidos e Índia, “mas não com o Brasil”.


… Putin observou ainda que os Estados Unidos se anteciparam às sanções, que tinham deadline no dia 8/8, anunciando as tarifas no dia 6.


… Ele citou, ainda, que há questões específicas associadas à decisão americana em relação ao Brasil, mencionando textualmente a disputa entre as autoridades locais e o ex-presidente Jair Bolsonaro. As declarações podem deixar Trump ainda mais inflexível.


… O presidente dos Estados Unidos já disse que está decepcionado com Putin [pelos ataques contínuos à Ucrânia] e que quer se encontrar com ele “nos próximos dias, para saber exatamente o que está acontecendo”.


… Trump voltou a dizer que poderá tomar medidas contra a Rússia, se não ficar satisfeito com as decisões sobre a guerra na Ucrânia.


… Na mesma entrevista em Pequim, Putin disse que, se Zelensky for a Moscou, a reunião entre os dois acontecerá. “Estou pronto para conhecer o presidente da Ucrânia, mas faz algum sentido encontrá-lo?”


… Putin disse que “há uma luz no fim do túnel” para um acordo de paz, mas que usará “a força das armas”, se as negociações falharem.


TRUMP RECORRE – O presidente dos Estados Unidos deu entrada com recurso na Suprema Corte contra decisão de um Tribunal de Apelações que considerou ilegais a maioria das tarifas aplicadas sobre vários países. O Tribunal precisa aceitar o recurso, antes de julgá-lo.


… Nesta quarta-feira, Trump disse que, se não ganhar a causa, o país vai sofrer muito, mas acredita que “teremos vitória na Suprema Corte”.


… A Casa Branca tem se apoiado em uma interpretação ampla da Lei de Poderes Econômicos de Emergência Internacional (IEEPA) para impor tarifas amplas e específicas por país sem depender do Congresso. A IEEPA não menciona tarifas e nunca havia sido usada para esse fim.


… As tarifas permanecem em vigor pelo menos até 14 de outubro, quando poderão ser bloqueadas, sem posição favorável da Suprema Corte.


AGENDA NOS ESTADOS UNIDOS – O relatório ADR, que traz a criação de empregos no setor privado americano, será divulgado às 9h15. A previsão é de recuo em agosto para 85 mil vagas, após 104 mil registradas em julho.


… Pouco depois (9h30), saem os pedidos de auxílio-desemprego e a balança comercial de julho, com previsão de déficit de US$ 77,8 bilhões.


… Às 10h45, sai o PMI composto da S&P Global e, às 11h, o PMI de Serviços do ISM, que pode subir a 51 em agosto (50,1 em julho).


… Às 13h, o DoE divulga os estoques de petróleo e, às 13h05, discursa o presidente do Fed/NY, John Williams (vota no Fomc).


NO BRASIL – O MDIC divulga às 15h a balança comercial de agosto, único indicador da agenda doméstica. A mediana das estimativas em pesquisa Broadcast é de um superávit de US$ 6,05 bilhões, abaixo do saldo positivo de US$ 7,07 bilhões em julho.


… Se confirmada a mediana, porém, o superávit será cerca de 33% maior do que o saldo de igual mês de 2024, de US$ 4,5 bilhões, favorecido pelas exportações, avaliam economistas, especialmente, de grãos, petróleo, minério de ferro e carne bovina.


MP DO IOF – O líder do governo no Congresso, senador Randolfe Rodrigues, disse que a Medida Provisória com alternativas ao aumento do Imposto sobre Operações Financeiras deve ser votada no Senado na semana de 22 a 26 de setembro.


… O texto precisa ser aprovado pela Casa e pela Câmara até 8 de outubro para não perder a validade.


CERCANDO? – Coincidindo com o julgamento de Bolsonaro, a carta do Tesouro americano recebida pelos grandes bancos brasileiros com questionamentos sobre aplicação da Lei Magnitsky ampliou os perigos de retaliação ao Brasil.


… Em dose de cautela, BB caiu 0,69%, para R$ 20,28, e completou o terceiro dia seguido de perdas. Itaú PN cedeu 0,87%, a R$ 37,79. Já Bradesco PN se segurou em leve alta de 0,14%, a R$ 14,09, e PN, estável (-0,06%), a R$ 16,50.


… Além do desconforto observado no setor financeiro, também a queda dos papéis da Petrobras, que operaram colados ao petróleo, serviu de gatilho para o Ibovespa continuar no canal de realização de seus recordes históricos.


… Desde a última sexta-feira, quando estabeleceu o pico de todos os tempos, o índice à vista da bolsa abriu espaço moderado de ajuste e, ontem, devolveu os 140 mil pontos e caiu 0,34%, a 139.863,63 pontos, com giro de R$ 17,3 bi.


… Reportagem na Reuters de que a Opep+ cogita aumentar ainda mais a produção de petróleo em reunião no domingo, para recuperar fatia de mercado, derrubou o barril do Brent e, por tabela, as ações da Petrobras.


… Petrobras ON recuou 1,06%, a R$ 33,50, e PN, -0,86%, a R$ 31,06, enquanto o petróleo perdeu 2,22%, a US$ 67,60.


… Um novo impulso na oferta pela Opep+ significaria que, mais de um ano antes do previsto, o cartel começaria a desfazer uma segunda série de cortes de produção de cerca de 1,65 milhão de bpd, ou 1,6% da demanda mundial.


… Vale seguiu a alta de 0,71% do minério de ferro e subiu 0,38%, cotada a R$ 55,60. Dizem que pode ir mais longe.


… No Broadcast, Pedro Galdi (da AGF) aponta que, além dos fundamentos fortes (preço do minério resiliente e aumento de produção), Vale está defasada contra os pares internacionais, sinalizando oportunidade de valorização.


… Raízen saltou 4,96%, a R$ 1,27. Segundo o Pipeline, do Valor, o BTG e a Itaúsa estariam avaliando comprar fatia na empresa, controlada pela Cosan, que liderou o ranking positivo do Ibovespa, em rali de 8%, à máxima de R$ 6,75.


NADANDO CONTRA A MARÉ – Apesar do tarifaço e da guerra particular de Trump contra Alexandre de Moraes, a janela de captações aberta em setembro no mercado americano está bem movimentada neste início de mês.


… As jornalistas Cynthia Decloedt e Aline Bronzati informam no Broadcast que as empresas e o Tesouro já levantaram US$ 18 bilhões por meio da emissão de títulos de dívida no ano, 6% acima do mesmo intervalo de 2024.


… Um dia depois da reabertura pelo Tesouro dos bonds para 2030, com volume de US$ 750 milhões, e da captação de US$ 2,5 bilhões com novo título Global 2056, o ambiente corporativo também trouxe novidades.


… A Petrobras confirmou a precificação da nova emissão de títulos, no volume total de US$ 2 bilhões.


… Para os bonds com vencimento em 10 de setembro de 2030, a taxa de retorno ao investidor é de 5,350% ao ano. Já para os bonds com vencimento em 10 de janeiro de 2036, a remuneração é de 6,550% ao ano.


… Além disso, a Suzano confirmou a captação de US$ 1 bilhão em títulos de dívida, por meio da subsidiária integral Suzano Netherlands B.V. A operação prevê yield de 5,667% ao ano e cupom de 5,500%, com pagamentos semestrais.


… Embora ajude a compor um pano de fundo positivo para o câmbio, o noticiário agitado das captações não foi mencionado por analistas ontem para explicar a queda do dólar, que em primeiro plano, seguiu o exterior.


… Quebrando uma sequência de três altas, a moeda americana fechou em baixa moderada de 0,40%, ainda acima de R$ 5,45, cotada a R$ 5,4529. O investidor ignorou a saída recorde de fluxo cambial informada pelo BC no ano.


… A conta está negativa em US$ 16,904 bilhões, no pior desempenho para o período em toda a série histórica, superando até mesmo a fuga de US$ 15,215 bilhões do mesmo intervalo em 2020, ano do início da pandemia.


… O Brasil, porém, não perde a esperança de voltar à rota de interesse do capital estrangeiro agora que o Fed já está na contagem regressiva para abrir o ciclo de corte do juro, expectativa que deve ser endossada amanhã pelo payroll.


… No DI, a curva terminou de lado, dividida entre a queda dos juros dos Treasuries e a pressão do leilão de NTB-B “off the run” (fora do calendário regular), com forte emissão de 4,5 milhões dos títulos indexados à inflação.


… Não fez preço nos negócios a produção industrial de julho, que caiu 0,2% e confirmou os indicativos de que o ritmo da atividade econômica está em tendência de perda de fôlego, em meio à eficácia da Selic bem elevada (15%).


… No fechamento, o DI para Jan/26 marcava 14,890% (de 14,891% no ajuste anterior); Jan/27, 13,995% (contra 13,987% na véspera); Jan/29, 13,330% (de 13,322%); Jan/31, 13,660% (de 13,659%); e Jan/33, 13,835% (de 13,837%).


A PROFECIA DE POWELL – Cumprindo o prognóstico em Jackson Hole de mercado de trabalho mais fraco, o relatório Jolts apontou queda na criação das vagas de emprego em julho, a 7,1 milhões, abaixo do consenso de 7,4 milhões.


… Apadrinhada por Trump, a ala dovish do Fed ganha terreno. Dissidente já na última reunião de política monetária, Christopher Waller disse ver espaço para “múltiplas reduções” das taxas de juros americanas nos próximos meses.


… Raphael Bostic (Atlanta) deu o contraponto de cautela e projetou espaço para apenas um corte este ano, condicionado aos dados, enquanto Neel Kashkari (Minneapolis) projetou queda lenta do juro nos próximos anos.


… O payroll vem aí para agitar as apostas para o Fed. Ontem, o Jolts enfraquecido derrubou os juros dos Treasuries e deu o start para uma correção no mercado da dívida, um dia após toda a turbulência fiscal nas economias europeias.


… A taxa da Note de 2 anos caiu para 3,621%, contra 3,642%, e a de 10 anos recuou a 4,222%, de 4,268%.


… Na mesma onda, o índice DXY fechou em queda de 0,26%, a 98,142 pontos. Em recuperação depois do estresse da véspera, o euro subiu 0,14%, para US$ 1,1658, e a libra esterlina avançou 0,36%, negociada a US$ 1,3440.


… A ministra de Finanças do Reino Unido, Rachel Reeves, rejeitou as previsões de um “buraco negro” de 50 bilhões de libras nas finanças públicas e disse que apresentará seu plano orçamentário anual em 26 de novembro.


… Ela insistiu que a economia britânica “não está quebrada” e que manterá os gastos sob controle.


… O ING, porém, ainda continua pessimista com a libra, antecipando novos cortes no juro pelo BoE até o fim do ano.


… Estrela do dia em Wall Street, a ação da Alphabet disparou 9,14% com a decisão judicial que determinou que a companhia não precisará vender o seu navegador Chrome. O salto ajudou a sustentar as bolsas em NY no azul.


… Só o índice Dow Jones fechou praticamente estável, em leve baixa de 0,06%, aos 45.270,86 pontos. Já o S&P 500 registrou valorização de 0,51%, aos 6.448,28 pontos, e o Nasdaq avançou 1,02%, para 21.497,73 pontos.


CIAS ABERTAS – O conselho de administração do GPA aprovou a convocação de AGE para o dia 6 de outubro, a fim de analisar solicitação dos acionistas da família Coelho Diniz para destituição total do colegiado.


MASTER. O Banco de Brasília (BRB) confirmou, por fato relevante, que a operação de aquisição de ações do Banco Master foi indeferida pelo BC e que o contrato firmado entre com os acionistas controladores será rescindido…


… Já o Master informou que aguarda íntegra de decisão do BC para examinar as “alternativas cabíveis”…


… No Broadcast, após a recusa pelo BC há pelo menos quatro saídas para a instituição de Daniel Vorcaro: intervenção, liquidação, oferta de compra dos ativos por um terceiro ou nova configuração da operação pelo BRB…


… O Estadão apurou que, mesmo após a negativa do BC, o Banco de Brasília pretende insistir na operação…


… Na Folha, a decisão do BC ocorreu depois de o Centrão lançar a ofensiva para votar o projeto que permite ao Congresso demitir diretores e o presidente do BC.


VALE. O governo tenta novamente convencer a mineradora a assumir parte do projeto Bamin, no sul da Bahia, alvo de interesse político do chefe da Casa Civil e ex-governador do Estado, Rui Costa, e de outros auxiliares de Lula…


… Mas segundo bastidores apurados pelo Estadão/Broadcast, a recusa da mineradora gera um impasse.


PRIO produziu em agosto 91,89 mil barris de óleo equivalente por dia em agosto, volume 8,82% inferior à média de produção de julho, segundo dados preliminares. 


REDE D’OR receberá R$ 440,8 milhões pela venda do Hospital Glória para a Atlântica D’Or, joint-venture entre a empresa e a Bradesco Seguros.


AZZAS. Thiago Hering deixará de atuar como diretor estatutário do grupo e como CEO da unidade de negócio Basic a partir de 1º de outubro.


SANTOS BRASIL movimentou 140,88 mil contêineres em agosto, volume 3,5% superior ao transportado no mesmo mês do ano passado.


BRASILAGRO registrou lucro líquido de R$ 61,3 milhões no quarto trimestre do ano-safra 2024/2025, queda de 74% em relação ao mesmo intervalo da safra anterior.

Bco Master: interdição ou liquidação

 *FONTES: LIQUIDAÇÃO E INTERDIÇÃO ESTÃO ENTRE 4 SAÍDAS POSSÍVEIS PARA O MASTER, APÓS RECUSA DO BC*


Por Célia Froufe e Cícero Cotrim


Brasília, 03/09/2025 - Após a recusa pelo Banco Central da compra do Banco Master pelo Banco de Brasília (BRB) na noite desta quarta-feira, 3, há pelo menos quatro saídas para a instituição de Daniel Vorcaro: intervenção, liquidação, oferta de compra dos ativos por um terceiro ou uma nova configuração da operação pelo BRB. O mercado financeiro estava apreensivo com a possibilidade de o negócio ir para a frente porque via no Master atitudes do que não se poderia fazer à frente do banco e julgava que a punição deveria ser um exemplo? O Master exagerou?, disse uma fonte à Broadcast.


Tanto a intervenção quanto a liquidação extrajudicial são regimes de resolução à disposição do BC para lidar com problemas graves em instituições financeiras. A primeira destina-se a interromper o funcionamento de uma instituição e retirá-la do Sistema Financeiro Nacional (SFN). A segunda é adotada quando ainda se avalia haver alguma possibilidade de recuperação. Pelo regimento da autarquia, cabe ao diretor de Fiscalização, Ailton Aquino, propor à diretoria colegiada a decretação de qualquer uma dessas alternativas, inclusive no caso Master.


Como mostrou o Estadão/Broadcast, o "risco-CPF" já estava por trás da divisão interna no BC sobre o desfecho da operação entre BRB e Master. Aquino vinha dando sinais favoráveis, enquanto o diretor de Organização do Sistema Financeiro e Resolução, Renato Gomes, vinha se mostrando resistente à aprovação.


A avaliação é a de que a intervenção é vista como uma saída ?muito traumática? para os envolvidos. Há, no entanto, quem aposte que, no caso do Master, não há outra solução possível.? Tenta-se evitar uma intervenção ao máximo?, considerou uma fonte do mercado financeiro. O melhor caminho seria optar por uma liquidação organizada. Para isso, seria preciso acionar o Fundo Garantidor de Créditos (FGC), que tem um ?caixa? de cerca de R$ 114 bilhões, e usar uma parte desses recursos para sanar a questão. Uma pessoa que acompanha o tema ponderou que, agora que a operação com o BRB foi rejeitada, o ônus fica exclusivamente com o Master.


Como o BC não ?costura? operações de fusão e aquisição - apenas avalia se o negócio para em pé -, o Master poderia tentar ainda vender seus ativos para um terceiro interessado. Muitas opções circularam no mercado recentemente como alternativas ao negócio. A quarta opção seria a de o BRB reformular sua proposta, como já antecipou a instituição de Brasília. Segundo interlocutores, o banco pode tanto pedir reconsideração por parte do BC quanto apresentar uma nova proposta para atender aos pontos levantados pela autoridade monetária.


Esta última opção, conforme uma fonte que acompanha o processo, é pouco viável depois que a negativa já foi dada pelo BC. Se a proposta do BRB - que já tinha ficado com o good bank - for ainda mais reduzida além do que já foi até aqui, na prática a instituição estaria adquirindo? uma carteira? e não mais a fatia de um banco. Desde o anúncio da operação, houve uma desconfiança em relação à entrada de um banco regional na aquisição do Master. Uma coisa, comentaram observadores, é procurar abrir um nicho diferente no negócio num momento de ampliação de atuação. Outra é entrar numa operação de um banco praticamente falido e que tem características muito diferentes da de sua atuação - o Master é voltado mais para investimentos e o forte do BRB é o financiamento imobiliário no Centro-Oeste.


De qualquer forma, a cúpula do BC considerou analisar o caso em busca de uma solução possível. A avaliação sobre a recusa do negócio é a de que o BC foi muito correto em não ?jogar o pepino para a frente?. Foram muitas as conversas de representantes da autarquia com agentes do setor privado desde o anúncio da operação.


RT NEWS

Bco Master e suas conexões

 🏦 *Lauro Jardim: A arma mais poderosa de Vorcaro não era o balanço do Master — mas suas conexões políticas- Globo*


*A decisão do BC de vetar a venda do  Master ao BRB foi recebida com alívio pela Faria Lima* — ao menos nos grandes bancos. Havia um consenso de que o negócio não parava de pé.


A arma mais poderosa de Vorcaro para tentar concluir a operação com o BRB não era o balanço do banco — mas suas conexões políticas. Confiou que politizando o negócio, triunfaria.


Por todo mês de agosto, o Master buscou renovar uma linha de crédito com o FGC de cerca de R$ 10 bilhões para dar cobertura a vencimentos de CDBs. Não deu certo.


https://tinyurl.com/25lp4e3v

E se o bco Master quebrar...

 *FGC e investidores: Quem perderia em um cenário de quebra do Banco Master*


Instituição financeira acende alerta para tombo do fundo garantidor, aponta especialista


Após o Banco Central (BC) barrar a venda do Banco Master ao BRB, nesta quarta-feira, 3, cresce a incerteza a respeito do futuro da instituição financeira controlada por Daniel Vorcaro. A venda para o banco público brasiliense era descrita por analistas como uma forma de socorrer o Master, cujo modelo de negócios possui um alto grau de risco. Sem um comprador, o pior cenário para o negócio de Vorcaro seria uma liquidação a mando do BC — uma quebra –, mesmo que por ora isso não seja iminente. Nessa hipótese, são dois os principais perdedores: o FGC (Fundo Garantidor de Créditos) e grandes investidores de CDBs (Certificados de Depósitos Bancários) do banco.


“A preocupação seria de um impacto muito grande no FGC, que foi exposto (ao risco) pelo Master”, diz Luis Santacreu, gerente de análise de instituições financeiras da Austin Rating. O banco de Vorcaro tinha um volume de depósitos de cerca de 50 bilhões de reais no final do ano passado. O montante representa quase metade da liquidez do FGC — que seria acionado para proteger cotistas em um processo de liquidação do banco. A proteção vale para quem alocou até 250 mil reais nos CDBs do Master. Para quem investiu mais, a história complica, aponta Santacreu. “O BC avaliaria os ativos do Master e eles poderiam ser utilizados para pagar esses grandes investidores, mas esse processo levaria muito mais tempo do que o apoio do FGC”.


https://veja.abril.com.br/coluna/radar-economico/quem-perderia-em-um-cenario-de-quebra-do-banco-master/

Produtividade é a saída

  O mundo está girando (e rápido): o Brasil vai acompanhar ou ficar para trás? 🌎🇧🇷 Acabei de ler uma análise excelente de Marcello Estevã...