sexta-feira, 22 de agosto de 2025

Perímetro de operações

 *BRB: PERÍMETRO DA OPERAÇÃO COM MASTER PASSOU DE R$ 19,8 BILHÕES A R$ 51,2 BILHÕES*


Por Ana Paula Machado


São Paulo, 22/08/2025 - O BRB informou que, após o processo de diligência para o negócio com o Banco Master, ficou definido que o perímetro da transação, inicialmente, estimado em R$ 19,8 bilhões de ativos e passivos a serem excluídos, passou a ser de R$ 51,2 bilhões, na estruturação da operação.


As próximas etapas da transação incluem aprovação pelo Banco Central, a finalização da Reorganização Societária do Banco Master e a realização de auditoria do preço, com a devida avaliação dos ativos e passivos pelo BRB e auditoria independente no momento do fechamento.


Segundo comunicado enviado à Comissão de Valores Mobiliários (CVM), do lado do ativo do Master, foram retirados precatórios no total de R$ 9,43 bilhões, R$ 7,59 bilhões em operações de crédito concentradas ou sem garantias reais, determinados fundos de investimento em direitos creditórios e ações no total de R$ 19,48 bilhões, certificados de recebíveis imobiliários de R$ 2,47 bilhões, exclusão de R$ 12,28 bilhões em outros créditos, incluindo recebíveis de ativos judiciais e posições cujas contrapartes não foram avaliadas.


"Do lado do passivo, além de depósitos interfinanceiros entre empresas do conglomerado Master, foram excluídos aproximadamente R$ 33 bilhões de Certificados de Depósitos Bancários (CDBs)", disse o BRB.


O BRB informou, ainda, que no passivo, além de depósitos interfinanceiros entre empresas do conglomerado Master, foram excluídos aproximadamente R$ 33 bilhões de Certificados de Depósitos Bancários ("CDBs").


"O trabalho de auditoria apontou, ainda, ajustes de R$ 601,9 milhões no patrimônio líquido, concentrados em exposições tributárias, trabalhistas e valores a receber que serão liquidados antes da conclusão da aquisição."


Além disso, ressaltou o BRB, os acionistas do Banco Master reforçaram as provisões de crédito em cerca de R$ 2 bilhões, elevando a cobertura sobre a carteira de crédito. "Assim, o ativo de partida do Banco Master na operação foi estabelecido em cerca de R$ 24 bilhões, o que, somado ao BRB, dará origem a um conglomerado prudencial com aproximadamente R$ 100 bilhões em ativos."

BRB e Master

 *BRB ESCLARECE QUE LUCRO COM COMPRA DE PARTE DO MASTER MOSTRADO NA CLDF É 'MERAMENTE ESTIMATIVO'*


Por Célia Froufe


Brasília, 22/08/2025 - O Banco de Brasília (BRB) fez um comunicado ao mercado esclarecendo que os dados apresentados a deputados distritais para a análise do negócio com o Banco Master não são guidance para a instituição. O BRB ressaltou que os números foram apresentados durante reunião reservada na Câmara Legislativa do Distrito Federal (CLDF) no último dia 19. "Ressaltase que as informações apresentadas naquela sessão tinham caráter sigiloso", trouxe o BRB.


A nota explica que as projeções financeiras do Plano de Negócios apresentadas aos deputados distritais têm caráter "meramente estimativo", baseando-se em premissas de mercado e em cenários macroeconômicos projetados e que tais projeções podem não se concretizar, total ou parcialmente, em razão de fatores externos, conjunturais ou de mercado, alheios ao controle da instituição. "Portanto, não configuram guidance, mas estimativas constantes do Plano de Viabilidade Econômico-Financeira, elaborado exclusivamente para cumprimento da exigência prevista na Resolução CMN nº 4.970/2021, no âmbito da análise do Banco Central sobre a aquisição de participação no Banco Master S.A., pelo BRB", explicou.


Segundo o jornal Valor Econômico, representantes do banco apresentaram aos deputados estimativa de lucro de R$ 1,5 bilhão em cinco anos com a parte do grupo Master que vai comprar.


Conforme a publicação, a informação constava do relatório enviado pelo BRB aos deputados da Câmara Legislativa do DF, junto com o projeto de lei para aprovar a transação.


"O BRB reafirma seu compromisso de conduzir a Operação em estrita observância às normas legais e regulatórias, mantendo seus acionistas e o mercado permanentemente informados sobre os desdobramentos relevantes da transação."

Vorcaro fora

 *BRB confirma Vorcaro fora da gestão do Master e diz que novo banco terá valor de R$ 100 bilhões*


Por Alvaro Gribel, do Estadão


Brasília, 22/08/2025 - O Banco de Brasília (BRB) confirmou nesta sexta-feira, 22, por meio de fato relevante ao mercado, que o banqueiro Daniel Vorcaro, dono do banco Master, não fará parte da gestão do conglomerado que será formado em caso de aprovação do negócio entre as duas instituições. No final de março, o BRB fez uma proposta para compra de uma fatia do Master, mas o processo ainda precisa de autorização do Banco Central.


“No âmbito do Acordo de Acionistas a ser firmado, as partes estabeleceram a formação de um novo grupo de controle, ficando definido que os atuais controladores não deterão poderes políticos nem participarão da gestão do Banco Master”, diz o BRB.


Pela proposta, o BRB ficaria com 49% das ações ordinárias (com direito a voto), além de 100% das preferenciais do Master - o que daria 58% dos papéis do banco. Em março, quando foi anunciado, o negócio era estimado em cerca de R$ 2 bilhões.


Caso seja aprovada, segundo o BRB, o conglomerado BRB/Master terá cerca de R$ 100 bilhões em ativos. O “perímetro” da compra foi atualizado. Agora, o BRB irá adquirir do Master ativos que somam R$ 24 bilhões e deixará para trás outros que somam R$ 51,2 bilhões.


Entre os ativos que interessam ao BRB estão o Will Bank, banco digital do Master, crédito consignado, operações de câmbio e atacado. O fato relevante, contudo, não detalha o valor de cada um desses ativos.


*Ativos que não farão parte do negócio entre BRB e Master:*


* Precatórios: R$ 9,43 bilhões


* Operações de crédito concentradas ou sem garantias: R$ 7,59 bilhões


* Direitos creditórios e ações: R$ 19,48 bilhões


* Certificados de recebíveis imobiliários: R$ 2,47 bilhões


* Outros créditos: R$ 12,28 bilhões


* Total: R$ 51,52 bilhões


Já pelo lado dos passivos, o BRB diz que R$ 33 bilhões de Certificados de Depósitos Bancários (CDBs) com rentabilidade de 120% da taxa de Depósito Interfinanceiros (CDI) foram excluídos da operação.


O banco também informou que, após auditoria, houve um ajuste de R$ 601,9 milhões no patrimônio líquido do Master.


“*O trabalho de auditoria apontou ajustes de R$ 601,9 milhões no patrimônio líquido, concentrados em exposições tributárias, trabalhistas e valores a receber que serão liquidados antes da conclusão da aquisição. Além disso, os acionistas do Banco Master reforçaram as provisões de crédito em cerca de R$ 2 bilhões, elevando a cobertura sobre a carteira de crédito”, diz o BRB.*


Segundo o BRB, o negócio vai permitir um aumento no lucro do banco no valor de R$ 1,5 bilhão nos próximos cinco anos.


“De acordo com o Plano de Negócios, a aquisição de participação no Banco Master permite ao BRB acrescentar aproximadamente R$ 1,5 bilhão ao seu resultado do quinquênio, permitindo a entrega de um resultado superior a R$ 2,7 bilhões em 2029", diz o BRB.


O BRB informou que um plano de negócios foi concebido para dar embasamento à compra. Esse foi um dos pedidos feitos pelo Banco Central no processo de análise. O BRB pagará um valor equivalente a 75% do patrimônio líquido consolidado do Master, sendo 50% à vista e o restante em um período de seis anos, mas depositado em uma conta que permite indenizações ao banco, em caso de baixa de ativos.


“As próximas etapas incluem aprovação pelo Banco Central, a finalização da Reorganização Societária do Banco Master e a realização de auditoria confirmatória do preço, com a devida avaliação dos ativos e passivos pelo BRB e auditoria independente no momento do fechamento”, diz o BRB.


Investigação


Deputados do PT pediram que a Polícia Federal (PF) abra um inquérito para apurar indícios de crime na gestão do Banco Master, apontados pela Comissão de Valores Mobiliários (CVM).


De acordo com a CVM, o Master investiu um total de R$ 2,1 bilhões em empresas sem capacidade econômica suficiente para dar retorno a esses investimentos. Essa situação, aponta relatório da entidade, “pode comprometer severamente a solidez patrimonial da instituição financeira”. O Estadão teve acesso, com exclusividade, a detalhes da apuração sigilosa da CVM.


Nesta semana, o governador do Distrito Federal, Ibaneis Rocha (MDB), sancionou o projeto de lei que autoriza o BRB a comprar uma fatia do Master.


Broadcast+

Eleições estaduais

 *ELEIÇÕES 2026 NOS ESTADOS*


Veja como está a disputa pelo cargo de governador, segundo a Quaest:


📊 *SP:* Tarcísio tem 43%; Alckmin, 21%; e Erika, 8%

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📊 *RJ:* Paes tem 35%; Bacellar, 9%; e Washington, 5%

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📊 *PR:* Moro tem 38%, Paulo Martins, 8%, e Enio Verri, 7%

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📊 *MG:* Cleitinho tem 28%, Kalil, 16%, e Pacheco, 9%

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📊 *PE:* João Campos tem 55% e Raquel Lyra, 24%

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Bankinter Portugal Matinal

 Análise Bankinter Portugal 


SESSÃO: Ontem foi o dia dos PMIs a nível global e da divulgação de resultados da Walmart. Os primeiros saíram globalmente positivos, mas a Walmart caiu cerca de -4,5% após apresentar resultados abaixo das expectativas (LPA 0,68 USD vs 0,74 USD esperado). Outros indicadores publicados tiveram, na melhor das hipóteses, impacto neutro e, ocasionalmente, negativo devido à sua falta de consistência: pedidos semanais de subsídio de desemprego ligeiramente acima do esperado (+235k vs +225k), índice de atividade da Fed de Filadélfia francamente fraco (-0,3 vs +7,0 esperado) e indicador avançado dos EUA a recuar em linha com as previsões (-0,1%), acumulando já 8 meses consecutivos de queda.

Com tudo isto, e juntando a natural incerteza antes do simpósio de Jackson Hole (decorrerá de ontem até sábado), o mercado manteve-se com viés vendedor, registando ligeiras quedas nas bolsas e subida das yields das obrigações soberanas (preços em baixa) no intervalo de +2/+5 pb. Apesar de uma tentativa inicial de recuperação, a sessão acabou por fraquejar perante um conjunto de dados pouco encorajador.

HOJE deverá prevalecer alguma cautela preventiva. É natural: Nova Iorque soma já 5 sessões consecutivas de ligeiras quedas, refletindo a incerteza típica da véspera de Jackson Hole. Os momentos decisivos serão: hoje às 15h com Powell (Fed) e amanhã às 17h25 com Bailey (BoE), Lagarde (BCE) e Ueda (BoJ). 

O mais provável é que Powell mantenha a sua postura tradicionalmente reativa quanto a novas descidas de taxas, enquanto Lagarde deverá alertar para uma provável desaceleração da economia europeia, mas reclamando para o BCE o mérito de ter trazido a inflação para os 2% (núcleo +2,3%), face a 2,7% nos EUA (núcleo +3,1%). Recorde-se que o mandato de Powell termina em maio de 2026 e deverá ser sucedido por uma figura mais alinhada com a pressão de Trump por cortes adicionais (nomes como Bessent, Hasset ou Waller são apontados), mas Powell poderá permanecer como conselheiro até janeiro de 2028, mitigando a capacidade de Trump nomear outro aliado. Este quadro tenderá a arrefecer expectativas de cortes adicionais de taxas, tanto nos EUA como na Europa, o que penalizaria sobretudo o setor tecnológico.

CONCLUSÃO: Com a tecnologia em terreno mais frágil, é pouco provável que Nova Iorque recupere dinamismo no imediato… embora também não se prevejam quedas acentuadas, dado que este cenário já está amplamente descontado. Assim, espera-se hoje uma sessão lateral e provavelmente uma segunda-feira semelhante.


S&P500 -0,4% | Nasdaq-100 -0,5% | SOX -0,5% | Eurostoxx-50 -0,2% | IBEX +0,1% | VIX 16,6% | Bund 2,75% | T-Note 4,33% | Spread 2A-10A EUA = +54 pb

10Y Gov.: ESP 3,34% | PT 3,17% | FRA 3,46% | ITA 3,60% | Euribor 12m 2,084% (fut. 2,224%) | USD 1,159 | JPY 172,2 | Ouro 3.330 USD | Brent 67,7 USD | WTI 63,5 USD | Bitcoin -0,5% (113.124 USD) | Ether -0,4% (4.286 USD)


FIM

BDM Matinal Riscala

 *Rosa Riscala: Powell fala às 11h em Jackson Hole*


As falas de três dirigentes do Fed soaram como um aviso de que as expectativas de queda dos juros americanos a partir de setembro podem ser esvaziadas hoje


… Às vésperas do esperado discurso de Jerome Powell no simpósio de Jackson Hole, às 11h (de Brasília), as falas de três dirigentes do Fed soaram como um aviso de que as expectativas de queda dos juros americanos a partir de setembro podem ser esvaziadas hoje. As chances apontadas no CME Group foram reduzidas, nesta quinta-feira, mas ainda permanecem bastante elevadas, mais de 70%, o que significa grande potencial de volatilidade, se a cautela prevalecer – uma aposta muito provável. Powell enfrenta não só as pressões de Trump para reduzir as taxas, como também tem que se equilibrar entre as pombas e os falcões do Fomc, que está dividido.


HAWKISH – O mercado diminuiu, em poucos dias, de 100% para 70% as apostas num corte nos juros na reunião de setembro, após vários presidentes de distritais do Fed demonstrarem abordagem mais dura quanto à política monetária.


… Em entrevista ao Yahoo! Financial, Beth Hammack (Cleveland) comentou que a economia está só começando a ver o impacto das tarifas, que “levam de três a quatro meses” para ter efeitos na inflação. “Estamos no começo dessa janela, eu optaria por manter as taxas atuais.”


… Para ela, “a demanda por mão de obra pode estar caindo, mas a oferta também está, drasticamente”.


… À CNBC, Jeffrey Schmid (Kansas City) disse não ter pressa para cortar os juros e que muitos dados ainda serão divulgados até setembro. “O mercado de trabalho está sólido, mas a inflação está mais próxima de 3% do que da meta. “O último quilômetro é bem difícil.”


… Raphael Bostic (Atlanta) foi o terceiro Fed boy a falar nesta quinta-feira, quando disse que “ainda considera um corte nas taxas de juros este ano”, acrescentando que a inflação permanece bem acima da meta de 2% e que o Fed deve atingir o juro neutro só em 2026.


… À noite, em entrevista à Bloomberg TV, Austan Goolsbee (Chicago) citou seu desconforto com o último relatório de inflação, onde “a inflação de serviços disparou”. “Eu estava me sentindo bem, mas esse foi um dado perigoso, espero que seja um pequeno contratempo.”


… Susan Collins (Boston) foi a única representante do Fed a sugerir, ontem, ao Wall Street Journal, que pode ser apropriado cortar as taxas de juros em setembro, “se as condições do mercado de trabalho enfraquecerem mais do que aumentarem os riscos de inflação”.


… Na corrente mais dovish, Christopher Waller e Michelle Bowman defenderam a necessidade de cortar as taxas já no último Fomc. E depois do susto com o payroll de julho, Neel Kashkari e Mary Daly também sinalizaram uma postura mais flexível.


… Powell está entre os dois grupos. Mas se é verdade que o emprego se deteriorou, a inflação também piorou muito e, diante desses sinais conflitantes gerados pelas políticas comerciais e imigratórias de Trump, Powell tende a se manter mais conservador hoje.


… Mercados em Nova York (e também no Brasil) entraram em compasso de espera por Jackson Hole, afastando-se do risco e buscando proteção nos juros e no dólar. Aqui, contribuíram o imbróglio da Lei Magnitsky e as pesquisas eleitorais com Lula à frente (leia abaixo).


MORAES – O ministro do STF, atingido pela sanção do governo americano, discursa hoje (17h15) na conferência de encerramento do 24º Fórum Empresarial Lide, no Rio de Janeiro, em meio às pressões dos Estados Unidos e ao risco de novas sanções.


… Segundo apurou o Valor, foi o Banco do Brasil que bloqueou o cartão de crédito de bandeira americana de Alexandre de Moraes, com o objetivo de cumprir a Lei Magnitsky. O BB teria oferecido um novo cartão Elo, que não tem operações nos Estados Unidos.


BOLSONARO – A defesa do ex-presidente tem até as 20h34 de hoje para entregar ao ministro Alexandre de Moraes explicações sobre “condutas ilícitas e a existência de comprovado risco de fuga” identificadas pela Polícia Federal.


… No indiciamento de Bolsonaro e do filho Eduardo, na última quarta-feira, a PF afirma que ambos têm atuado para obstruir a investigação sobre a tentativa de golpe de Estado. O risco de fuga foi identificado em documento que continha pedido de asilo à Argentina.


… A resposta da defesa será imediatamente submetida à análise da PGR, que também deverá se manifestar em 48 horas.


… O novo indiciamento do ex-presidente e de seu filho Eduardo pela PF movimenta o noticiário político, com a divulgação de áudios e mensagens nos celulares apreendidos pela Polícia Federal e que podem piorar a situação para a família.


… Além disso, relatório da PF registra que Bolsonaro recebeu em suas contas bancárias um total de R$ 30 milhões entre março de 2023 e fevereiro de 2024, em transações consideradas atípicas pelo Coaf. O documento aponta suspeita de “lavagem de dinheiro”.


… A maior parte dos valores foi movimentada por meio de Pix: 1,2 milhão de lançamentos, que somaram mais de R$ 19 milhões.


… A PF também identificou grande volume de transações (R$ 22 milhões) entre dezembro de 2024 e junho de 2025, quando Bolsonaro transferiu R$ 2,1 milhões para seu filho Eduardo Bolsonaro e outros R$ 2 milhões para a esposa, Michelle.


… Para a Polícia Federal, os repasses a Eduardo serviram para financiar ações nos Estados Unidos contra o governo brasileiro, enquanto a transferência para Michelle teria o objetivo de driblar eventual bloqueio das contas do ex-presidente.


… Em dois anos, Eduardo Bolsonaro recebeu R$ 4,1 milhões; Carlos Bolsonaro, R$ 4,8 milhões; e Michele Bolsonaro, R$ 2,9 milhões.


CONGRESSO – Em votação simbólica, a Câmara aprovou ontem pedido de urgência para votação do projeto de isenção do IR até R$ 5 mil.


… O presidente da Casa, Hugo Motta, disse que a data de votação do mérito será definida nas próximas reuniões do colégio de líderes. O governo defende a votação do texto já na próxima semana, mas ainda não foi batido o martelo.


… A Câmara também pode votar na próxima semana PEC que exige aval do Congresso para investigar parlamentares, chamada “PEC da Blindagem”, que tem apoio de parlamentares de pelo menos nove partidos, segundo o Valor.


AGENDA VAZIA – Nenhum indicador econômico está previsto para esta sexta-feira no Brasil.


… Lá fora, sai de madrugada o PIB final da Alemanha no 2Tri, vendas no varejo do Reino Unido em julho e, às 14h, poços e plataformas de petróleo em operação nos Estados Unidos, pela Baker Hughes.


… No sábado, os presidentes do BoE, Andrew Bailey, e do BCE, Christine Lagarde, participam do Simpósio de Jackson Hole.


AVISO EM DOIS? – Está com todo o jeito de os Fed boys já terem saído na frente, preparando o espírito dos investidores para uma abordagem mais conservadora de Powell sobre os juros hoje em Jackson Hole.


… Ainda indicadores de atividade mais aquecidos do que o esperado pelo mercado financeiro acabaram combinados ao tom mais rígido dos Fed boys para sustentarem o fôlego das taxas dos Treasuries e do dólar em Nova York.


… O PMI composto registrou alta inesperada, de 55,1 em julho para 55,4 em agosto, maior patamar em oito meses, surpreendendo o consenso de desaceleração para 54,5. O PMI de serviços veio em 55,7 e superou a aposta de 55,0.


 … Obrigadas a recalibrar as apostas para o lado mais hawkish, após os dados e a bateria de comentários conservadores do Fed, as taxas dos Treasuries de dois anos quase romperam 3,8% pela 1ª vez em quase dois meses.


… Foram a 3,787%, contra 3,744% no pregão da véspera, enquanto as de 10 anos subiram a 4,326%, de 4,287%.


… O avanço ajudou a puxar a curva do DI, já pressionada pelo favoritismo de Lula, pela confusão jurídica em torno da Lei Magnitsky e, especialmente, por uma super oferta de títulos prefixados pelo Tesouro nesta quinta-feira.


… Na ponta longa, os juros futuros chegaram a abrir perto de 15 pontos-base, como assinalou o Broadcast.


… O DI para Jan/31 escalou a 13,760% (de 13,636% no ajuste anterior); e o Jan/33, a 13,920% (de 13,780%). Jan/29 foi a 13,410% (13,329%); Jan/27, a 14,080% (14,030%); e Jan/26 fechou na mínima, a 14,905% (de 14,908%).


… A arrecadação federal de julho, de R$ 254,2 bilhões, acima da mediana do mercado, de R$ 252,5 bi, contribuiu para a melhora da percepção fiscal. Mas ontem não conseguiu ter qualquer impacto mais significativo nos negócios.


… Motivado pela apreciação do câmbio ao longo dos últimos meses, o Citi reduziu ontem a sua estimativa para o IPCA do ano, agora abaixo de 5%, a exemplo de outros grandes bancos. A projeção passou de 5,0% para 4,8%.


… Engessado à espera de Powell, o dólar à vista fechou em leve alta de 0,11%, negociado a R$ 5,4791. Subiu menos do que lá fora, onde o índice DXY avançou 0,41%, aos 98,619 pontos, e derrubou as principais moedas rivais ao dólar.


… O euro perdeu 0,41%, a US$ 1,1604, a libra recuou 0,34%, para US$ 1,3412, e o iene caiu para 148,40/US$.


PARE E OLHE – O pregão morno no câmbio doméstico e também no Ibovespa revelou, ao mesmo tempo, sangue-frio e cautela dos investidores em relação ao quadro de alta volatilidade doméstica.


… Além do risco de que o indiciamento de Bolsonaro e Flávio por tentativa de obstrução de Justiça possa provocar ainda mais a vingança de Trump contra o Brasil, também a competitividade de Lula para 2026 assusta a Faria Lima.  


… Divulgado antes da abertura do mercado, o novo recorde da pesquisa Quaest indicou vantagem para o presidente em todos os cenários de primeiro e segundo turnos nas eleições do ano que vem. Lula está oito pontos à frente de Tarcísio, com 43% das intenções de voto.


… A sensível melhora, como resultado do tarifaço de Trump e da atuação de Eduardo Bolsonaro em Washington, esvazia a esperança do mercado por uma troca de governo, em 2026, contribuindo para o mau humor que dominou a sessão, nesta quinta-feira.


… Longe, porém, de um choque de estresse, o dólar e a bolsa manifestaram a preocupação através da liquidez reduzida, na fuga do apetite por risco que deixa muito evidente que o momento é estratégico nos mercados.


… O giro vai secando na bolsa. Na quarta-feira, o volume financeiro já tinha sido baixo (R$ 16 bilhões) e ontem foi um pouco pior (R$ 15,5 bilhões), abaixo das médias recentes (em torno de R$ 21 bilhões), que já são bem modestas.


… A tensão política e as incertezas na relação entre o Brasil e os Estados Unidos mantêm todo mundo na defensiva.


… Perdidos sobre a aplicação da Lei Magnitsky, os bancos voltaram a perder valor de mercado ontem: R$ 5,8 bilhões, neutralizando tudo o que haviam recuperado na véspera (R$ 1,9 bilhão), depois da sangria de R$ 41 bi na terça-feira.


… BB tem sido a pior vítima do fogo cruzado entre Moraes e a Justiça americana. O papel caiu 0,86%, para R$ 19,69. Bradesco também exibiu perdas, ainda que moderadas: ON, -0,29%, a R$ 13,56; e PN, -0,32%, cotado a R$ 15,79.


… Itaú subiu quase nada, só 0,11%, para R$ 36,37, e Santander ficou praticamente estável (+0,08%, a R$ 26,50).


… Vale ajudou a poupar o Ibovespa em leve alta de 0,12% ontem, a 134.510,85 pontos. A ação fechou com ganho de 0,85%, a R$ 53,45, colada à alta de quase 1% do minério do ferro, que interrompeu seis quedas seguidas.


… Petrobras teve um pregão de oscilações inexpressivas: ON, -0,09% (R$ 32,65) e PN, +0,23% (R$ 30,29). O comportamento foi bem diferente do petróleo Brent, que emplacou nova alta firme, de 1,24%, para US$ 67,67.


… O barril segue embalado pela reação da demanda, comprovada pelo tombo nos estoques semanais da commodity. Além disso, o mercado anda achando que o acordo de cessar-fogo entre Rússia e Ucrânia está demorando demais.


… Enquanto Putin exige que Zelensky desista de Donbass, de entrar na OTAN e de tropas ocidentais no país (segundo a Reuters), o ucraniano espera a proposta sobre garantias de segurança dos aliados “dentro de sete a dez dias”.


AGINDO POR INSTINTO – Em Nova York, as bolsas se protegeram em queda moderada à chance razoável de Powell contrariar o “oba-oba” das apostas em corte de juro em setembro, que chegou a ser dado como fato consumado.


… No fechamento, o Dow Jones caiu 0,34%, aos 44.785,50 pontos, o S&P 500 recuou 0,40%, aos 6.370,16 pontos, e o Nasdaq perdeu 0,34%, aos 21.100,31 pontos. Destaque do campo negativo, as ações do Walmart afundaram 4,49%.


… A maior companhia varejista do mundo reportou lucro trimestral abaixo da expectativa do mercado pela primeira vez em três anos e alertou que o tarifaço de Trump tem encarecido os custos e reduzido as margens de lucro.


… A advertência coincide com a cautela dos Fed boys sobre os impactos da política comercial de Trump na inflação.


… Mais preocupado em saber o que virá de Powell hoje, o mercado pouco repercutiu ontem a renovada pressão política para retirar a diretora Lisa Cook do Fed, acusada por aliado do presidente americano de fraude hipotecária.


… O Departamento de Justiça planeja investigar e recomendou o afastamento de Cook, segundo reportagem da Bloomberg, o que abriria a chance de Trump garantir maioria no conselho do Fed, com 4 dos 7 membros.


… Ao contrário de Powell, que não possui poder para retirar um governador do Fed, Trump tem autoridade para remover Lisa Cook do cargo, já que ela foi uma nomeação presidencial confirmada pelo Senado americano.


CIAS ABERTAS – Conselho de Administração da PETROBRAS aprovou a escolha de Bruno Moretti como novo presidente do colegiado. Ele assume no lugar de Pietro Mendes, que renunciou para ocupar diretoria da ANP.


BRASKEM. Citi reduziu preço-alvo da ação de R$ 13 para R$ 11, mantendo recomendação de compra; atualização ocorreu após resultados da companhia no 2TRI terem vindo abaixo das expectativas do banco.


ASSAÍ. Citi cortou preço-alvo da ação de R$ 13,70 para R$ 13,60, mantendo recomendação de compra; atualização buscou refletir os resultados do segundo trimestre, ligeiramente abaixo das estimativas do banco.


TAURUS negou ter concedido férias coletivas a cerca de 40 de seus funcionários na operação em São Leopoldo (RS) em decorrência do tarifaço contra importações brasileiras pelo governo dos Estados Unidos…


… Segundo a companhia, a linha de produção afetada é da subsidiária Polimetal, fornecedora de peças e que tem operação dentro de condomínio pertencente à empresa-mãe, onde os funcionários, hoje em férias, são empregados.

quinta-feira, 21 de agosto de 2025

Wilson Gomes

 O ótimo Wilson Gomes e um alerta importante:


"Livro clássico mostrou que o fascismo pode brotar na democracia, por Wilson Gomes


Folha de S. Paulo

'A Personalidade Autoritária', de 1950, inaugurou uma agenda de pesquisa sobre as bases psicológicas do autoritarismo  


Este ano completa-se o 75º aniversário de "A Personalidade Autoritária", obra monumental publicada em 1950 por Adorno, Frenkel-Brunswik, Levinson e Sanford, que inaugurou uma agenda de pesquisa ainda atual sobre intolerância política e as bases psicológicas do autoritarismo.


Pela primeira vez, psicanálise, psicologia e sociologia foram mobilizadas de modo integrado para enfrentar uma questão que, tanto no pós-guerra quanto hoje, se impõe com urgência: como sociedades democráticas podem gerar cidadãos predispostos a aderir a ideologias autoritárias.


A primeira grande inovação foi a virada copernicana que deslocou o centro da análise. Em vez de estudar a ideologia fascista —seus movimentos sociais, discursos, partidos e programas—, os autores voltaram-se aos indivíduos e às suas atitudes, isto é, às disposições subjetivas que estruturam o modo como as pessoas percebem o mundo social.


As atitudes autoritárias, sustentam, correlacionam-se de forma estável em um conjunto recorrente de sintomas psicológicos e sociais: conformismo, submissão à autoridade, intolerância à ambiguidade, agressividade contra grupos minoritários, rigidez moral e preconceito. Não é preciso militância aberta: basta que essas disposições, formadas desde a infância, estejam latentes.


Para compreender por que alguém tende a manter posições coerentes, é necessária uma estrutura subjetiva que garanta essa permanência relativa —a personalidade. Ela organiza predisposições e dá unidade ao comportamento, filtra os apelos da propaganda e reage às circunstâncias. Daí a diferença pessoal na suscetibilidade ao autoritarismo. Por outro lado, certas condições sociais e apelos externos podem ativar as disposições autoritárias, com risco real de uma tempestade perfeita.


A segunda inovação foi conceber o fascismo não como uma anomalia histórica confinada à Europa de Benito Mussolini ou Adolf Hitler, mas como uma expressão extrema de algo inscrito na vida social ordinária, inclusive em democracias estáveis. A pesquisa mostrou que determinados traços apareciam juntos de forma consistente, mesmo em indivíduos sem engajamento político explícito, como etnocentrismo, convencionalismo, superstição, submissão à autoridade do grupo de pertencimento e agressividade moralizada.


O valor da descoberta não estava em diagnosticar fascistas concretos, mas em revelar que existia um padrão de personalidade que podia ser mobilizado em condições políticas propícias. A ameaça não desapareceu com a derrota militar de 1945, mas permanecia viva em disposições latentes capazes de se atualizar a qualquer momento.


A terceira inovação consistiu no desenvolvimento de instrumentos metodológicos inéditos para captar esse padrão. O mais famoso foi um questionário para pesquisas de opinião, a "Escala F" (de fascismo), elaborada em sucessivas versões e combinado a entrevistas clínicas e testes projetivos. O questionário não detectava "fascistas" em sentido estrito, porque não havia grupo de controle de fascistas reais. O que oferecia era algo mais sutil e mais perturbador: a demonstração de que atitudes autoritárias aparentemente dispersas estavam, na verdade, fortemente correlacionadas e formavam uma constelação.


A escala mostrava como elas não se distribuíam ao acaso, mas se reuniam em torno de uma estrutura de personalidade que predispunha ao autoritarismo. A inovação decisiva foi transformar diagnósticos sociopolíticos em instrumentos replicáveis para medir a suscetibilidade de pessoas e grupos ao extremismo autoritário.


A escolha dos termos também foi significativa. Chamá-la de "Escala F" preservava a referência normativa ao fascismo como ameaça concreta, mas intitular o livro "A Personalidade Autoritária" ampliava o horizonte, indicando que não se tratava apenas de estudar o já derrotado fascismo europeu. O conceito de autoritarismo permitia generalizar a investigação e sugeria que regimes semelhantes poderiam emergir em qualquer sociedade.


Setenta e cinco anos depois, o alerta desses autores segue atual. Em todo o mundo, democracias enfrentam a ascensão da extrema direita e de novas formas de intolerância, como o avanço do autoritarismo progressista em nome da defesa de identidades. O livro de 1950 continua a lembrar que as democracias precisam se defender não só de inimigos externos, mas também dos impulsos autoritários que brotam de dentro da vida social e da própria personalidade dos cidadãos. Essa é a sua força duradoura: mostrar que o autoritarismo não é acidente histórico, mas risco permanente."


Folha de SP 20/08/25

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