segunda-feira, 28 de julho de 2025

Bolsas de NY superam os indices Buffet

 https://einvestidor.estadao.com.br/mercado/acoes-eua-disparam-sinais-alerta-acumulam/


*Ações dos EUA ultrapassam indicador favorito de Buffett, mas sinais de alerta se acumulam*


_Apesar de os índices globais estarem próximos das máximas históricas, Goldman Sachs relatou um alto nível de atividade especulativa_


Por Jim Edwards, , da Fortune


As ações dos EUA dispararam, com a capitalização de mercado do Wilshire 5000 atingindo uma nova máxima histórica de 212% do PIB, um dos principais níveis de alerta de Warren Buffett. Apesar de os índices globais estarem próximos das máximas históricas, estamos vendo leves quedas nesta segunda (com baixas do Dow Jones e leves altas da Nasdaq e S&P 500. Além disso, o Goldman Sachs relatou um alto nível de atividade especulativa.


O mercado acionário dos EUA acabou de ultrapassar o indicador econômico favorito de Warren Buffett, a relação entre a capitalização de mercado das ações e o Produto Interno Bruto (PIB), atingindo uma nova máxima histórica. A avaliação do Wilshire 5000 — que atingiu um recorde em 23 de julho — está agora em algum ponto acima de 212% do PIB dos EUA, como mostra o “Indicador de Buffett”.


Talvez essa seja uma das razões pelas quais as ações estão sendo vendidas globalmente. Embora a maioria dos índices na Ásia e na Europa permaneçam próximos de suas máximas históricas, há vendas generalizadas, porém leves, em todos eles.


*O indicador de euforia do Goldman está alto*


Há outro sinal de que os mercados podem estar perto do topo: o Goldman Sachs lançou um novo “Indicador de Negociação Especulativa” que mede a euforia avaliando volumes de negociação em “ações não lucrativas, penny stocks e ações com múltiplos EV/vendas elevados” — o tipo de operação que só parece boa quando o mercado está subindo irracionalmente. Infelizmente, “as ações mais negociadas incluem a maioria das Sete Magníficas, juntamente com empresas envolvidas em ativos digitais e computação quântica, entre outras”, disseram Ben Snider e sua equipe aos clientes.


“O indicador agora está em seu nível mais alto já registrado fora de 1998–2001 e 2020–2021, embora permaneça bem abaixo dos picos alcançados nesses episódios”, disseram eles. Então ninguém sabe para onde os americanos vão hoje.


*O Fed pode adiar*


Ninguém espera que o Fed reduza as taxas de juros na próxima quarta-feira (30), apesar da contínua pressão do presidente Trump sobre o presidente Jerome Powell. (O vídeo do confronto entre os dois, no qual Trump humilha Powell e Powell corrige uma afirmação falsa de Trump, é constrangedor e imperdível.)


Então os investidores estão focados em setembro, outubro e dezembro. Sessenta por cento dos especuladores no mercado futuro de fundos do Fed atualmente acham que Powell reduzirá as taxas de juros em 0,25% para o nível de 4% em setembro — um movimento que injetaria dinheiro barato nas ações.


O problema para Trump é que, para realizar esse corte, a inflação precisa permanecer baixa e o mercado de trabalho não pode se fortalecer. Atualmente, a inflação está subindo, e o mercado de trabalho é robusto, mas não perfeito. Essa combinação pode empurrar um corte de juros para outubro ou dezembro — o que explicaria por que os investidores estão realizando lucros hoje em vez de permanecerem no mercado.


“O mercado de trabalho continua resiliente, apesar das preocupações com uma desaceleração da economia, enquanto as autoridades permanecem nervosas com o efeito dos aumentos de preços induzidos por tarifas na inflação. Não vemos corte de juros neste mês, mas espera-se que o Fed comece a preparar o terreno para um movimento, provavelmente em dezembro”, disseram James Knightley e Chris Turner, do ING, em uma nota nesta manhã. “Enquanto o cenário do emprego se mantiver, uma inflação mais firme pode muito bem atrasar o reinício do ciclo de afrouxamento do Fed.”


As tarifas de Trump estão começando a contribuir para a inflação, disse Paul Donovan, do UBS, aos clientes. “Os consumidores na Europa, Reino Unido, México e Canadá estão pagando entre 0,3% e 1,9% menos pelos eletrodomésticos que compram do que em março deste ano. O consumidor dos EUA, por outro lado, está pagando (em média) 3,6% a mais por seus eletrodomésticos do que antes dos impostos comerciais de Trump”, disse ele em um e-mail.


*O impulso do capex está chegando*


E então, de acordo com Nancy Lazar, da Piper Sandler, e seus colegas, há uma arma secreta escondida dentro da “One Big Beautiful Bill” de Trump que poderia superalimentar o crescimento do PIB (e, portanto, por implicação, impedir o Fed de cortar): o capex.


Uma disposição dentro da OBBB reduz pela metade a alíquota efetiva do imposto corporativo e incentiva os investimentos em capital pelas empresas. “O impacto do capex no PIB é três vezes maior do que o da habitação. Choques positivos no capex adicionam mais de 1% ao PIB. E cada emprego relacionado à produção de bens cria mais seis — o multiplicador. Nossa previsão preliminar (muito preliminar) para o PIB real de 2026 é de cerca de 3%”, disseram eles aos clientes.


Com crescimento robusto e inflação tarifária ainda muito presentes, talvez os investidores em ações estejam percebendo que Powell vai manter sua posição e adiar ainda mais os cortes de juros do que o mercado futuro atualmente prevê.

Fundo Verde

 🇧🇷  *Verde/Stuhlberger: ganho popularidade de Lula é ‘voo de galinha’*


Por Barbara Nascimento, Giovanna Bellotti Azevedo e Gabriel Diniz Tavares


(Bloomberg) -- O ganho de popularidade do presidente Luiz Inácio Lula da Silva com tarifas de Donald Trump é um “voo de galinha” que será revertido à medida que os efeitos das taxas acontecem, disse o fundador da Verde Asset Management, Luis Stuhlberger.


_“Com o passar do tempo, a culpa disso, ainda que não seja tão grande, vai ter repercussão. As empresas quebram, vão ter que demitir, calote em banco, greve no agro, de caminhoneiro, tudo cai no colo do governo”_, disse durante a Expert XP


Ele recomendou investimentos via opções


_“Pela volatilidade atual, o prêmio que tem em Brasil se comprar opção de EWZ, dólar/real, compensa. O upside de mudança de governo é muito grande”_, disse


No mesmo painel, João Landau, da Vista Capital, disse ter _“convicção”_ de uma virada à direita nas eleições, citando a força da direita nas eleições municipais e a presença em redes sociais


Felipe Guerra, sócio da Legacy Capital, disse estar _“bem otimista com potencial outcome da eleição”_


_“Caso haja reeleicão, mercado subestima o que pode acontecer com ativos”_


Gestora _“aguarda com cautela”_ o desenrolar das tarifas


Tarifas teriam um pouco de efeito no PIB e um pouco na inflação, disse


Com atividade pra baixo e inflação desacelerando, há risco de BC cortar _“talvez no fim do ano”_

Stephen Kanitz

 *AS PORTAS SE FECHAM PARA OS BRASILEIROS*


*Stephen Kanitz*


"Quem tem muito dinheiro já foi embora. Quem ficou, ficará — para sempre.


Os últimos a saírem ainda conseguiram um visto italiano, português, americano.


Os que zombaram da política, que votaram “no que fala pouco”, agora vão entender o preço da omissão.


*No Brasil do futuro — que já começou — você somente obedecerá.* Obedecerá calado.


Pagará impostos cada vez mais pesados, aceitará uma saúde pública em colapso, verá seus filhos estudarem em escolas sucateadas. E ainda agradecerá, pois reclamar será crime.


Desde o fim do regime militar, único período de crescimento sustentado, nossa renda per capita foi cortada pela metade. Dado escondido pelo IBGE, abafado pela imprensa.


Caímos do 40º onde hoje está a Grécia, para o 81º lugar no ranking global de renda.


Sim, caímos — e acreditamos todo este tempo estar subindo. Foram 40 anos de doutrinação.


Nossos jornalistas, intelectuais e professores venceram: conseguiram fazer o país regredir em nome de justiça social — uma justiça que só distribui miséria.


Como ex-professor universitário, afirmo: nunca ouvi na USP uma conversa séria sobre crescimento. Só sobre distribuição.


Nunca discutimos eficiência. Só aumento de gastos.


Nunca produtividade. Só aumento de salários do funcionalismo.


Agora, quando o Brasil se tornar verdadeiramente inviável, Flórida e Portugal não estarão com os braços abertos para nos receber. 

Estarão com os portões trancados. E com razão.


A esperança de que  Tarcísio, Caiado, Jorginho ou Ratinho, poderão mudar tudo isso sozinhos, é uma ingenuidade atroz.


Como se trocar o piloto mudasse o avião em queda.


A verdade é amarga: 1,5 milhão de brasileiros irresponsáveis, somados aos 12 milhões que anularam o voto, colocaram no poder um condenado em três instâncias. 

Mesmo que a primeira instância fosse falha, a segunda e a terceira confirmaram e isso ainda não foi contestado.


*Prepare-se.* 

O Brasil caminha para mais 50 anos de estagnação, comandado por políticos e economistas que vivem do que você produz, sem entregar nada em troca.


Mas ainda há tempo para reagir. Comece se educando, politicamente e economicamente.


Exija reformas, desmascare as mentiras, confronte o discurso único.


*Ensine seus filhos a pensar — e não a repetir slogans.*


Denuncie o populismo, o aparelhamento, a corrupção sistêmica. 

Vote com coragem, com lucidez, com memória.


O futuro do Brasil não será diferente enquanto os brasileiros forem os mesmos. Mude. Agora.


Ou se conforme em assistir o país definhar — por sua culpa."


*STEPHEN KANITZ*

*É Consultor de empresas e Conferencista brasileiro*

Professor na USP, Mestre em Administração de Empresas da Harvard Business School e Bacharel em Contabilidade pela Universidade de São Paulo*

Mercado 2

 ⚠️ Especialistas alertam que popularidade de Lula com tarifas dos EUA pode ser passageira


Luis Stuhlberger, da Verde Asset, afirma que o ganho de popularidade do presidente Lula devido às tarifas impostas por Trump será temporário e poderá se reverter com os impactos econômicos, como quebras de empresas, demissões, greves e calotes que recairão sobre o governo.


Ele recomenda investir em opções devido à volatilidade atual e ao potencial de mudança política. No mesmo evento, João Landau, da Vista Capital, prevê uma virada à direita nas eleições, enquanto Felipe Guerra, da Legacy Capital, está otimista, mas alerta que a reeleição de Lula pode surpreender negativamente o mercado. A atuação do BC e os efeitos das tarifas no PIB e inflação são pontos de atenção para o fim do ano.

Mercado

 🇧🇷 Tarifa dos EUA e popularidade de Lula já movimentam trade eleitoral, dizem analistas


Fabio Okumura, da ASA, destaca que o mercado já ajustou preços tanto pelas tarifas americanas quanto pelo aumento da popularidade do governo Lula. Ele avalia que as medidas de Trump podem estar beneficiando a candidatura à reeleição do presidente.


Investidores estrangeiros mostraram maior interesse, motivados pelo “fomo” (medo de perder oportunidade), em um cenário comparado ao episódio com Milei na Argentina. Apesar dos desafios fiscais, Okumura reconhece que a eleição pode ser o fator predominante para os mercados neste momento.

BDM Matinal Riscala

 Corrida contra o tempo

 Resumir

28 de julho de 2025

Além de deadline das tarifas, semana tem Fed, Copom, balanços e indicadores de primeira


Corrida contra o tempo

… Na semana eletrizante, a aposta é de graça para o Copom e o Fed, que vão manter os juros na quarta-feira. Mas com Powell contra a parede por Trump, o suspense é se o Fomc já vai se inclinar a defender um corte em setembro, aposta que poderá ser calibrada ainda pelo payroll, PCE e o PIB. A agenda também será movimentada pelos balanços de quatro gigantes de tecnologia em Nova York, enquanto aqui saem a Vale, Bradesco e Santander. O BC do Japão divulga a sua decisão de política monetária na madrugada de quarta para quinta-feira. Fora tudo isso, o noticiário continua incendiado pelas tarifas de Trump. Neste domingo, a UE conseguiu um acordo para baixar a taxação à metade, para 15%, enquanto informações de bastidores indicam que a China e os Estados Unidos devem estender a trégua tarifária por mais 90 dias. Já o Brasil continua sendo mantido no limbo, às vésperas do deadline de sexta-feira.


… Sem qualquer sinal de progresso nas negociações, Trump rejeita prorrogar o prazo estabelecido para os países que ainda não fecharam acordo, como nós. “O 1º de agosto é para todos”, disse o republicano em coletiva no domingo.


… Mais cedo, o secretário de Comércio, Howard Lutnick, já havia descartado um adiamento. “Não haverá prorrogação nem mais períodos de carência. Em 1º de agosto, as alfândegas começarão a arrecadar o dinheiro.”


… O chanceler Mauro Vieira está em Nova York esta semana para uma conferência da ONU, mas sem sinal de que será recebido pelo governo Trump. Auxiliares de Lula ressaltam que não haverá concessão política ligada ao tarifaço.


… O cerco vai se fechando. Na sexta-feira, os negócios domésticos sofreram uma piora de humor com a informação da Bloomberg de que o governo Trump prepara nova declaração de emergência para justificar a tarifa de 50%.


… Esse embasamento jurídico ajudaria a dar uma justificativa mais comercial e menos política ao tarifaço.


… Em defesa do Brasil, um grupo de senadores democratas americanos enviou carta a Trump acusando o republicano de “claro abuso de poder” quanto às tarifas de 50% para “interferir em favor de um amigo” [Bolsonaro].


… Paralelamente, as sanções do governo Trump a autoridades brasileiras devem ser ampliadas nos próximos dias.


… Os Estados Unidos pretendem aplicar agora sanções econômicas e financeiras aos ministros do STF, depois de oito deles já terem perdido o visto de entrada em território americano. O pedido é embasado na Lei Magnitsky.


… A lei, aprovada em 2012, durante o governo Obama, permite punir estrangeiros acusados de corrupção ou violações graves de direitos humanos com o bloqueio de contas bancárias e de bens em solo norte-americano.


… Segundo o Estadão, o uso de Lei Magnitsky seria inédito contra um ministro de Suprema Corte no mundo.


… Alvos típicos da medida são autoridades de regimes autoritários, integrantes de grupos terroristas, criminosos ligados a esquemas de lavagem de dinheiro e agentes de segurança acusados de assassinatos em série.


A CHANTAGEM CONTINUA – Especula-se ainda que integrantes do alto escalão do Planalto seriam afetados com a proibição de viajarem aos EUA, embora a expectativa seja de que Lula e Janja escapem da perda do visto.


… Em entrevista ao programa Oeste com Elas, Eduardo Bolsonaro afirmou que Alcolumbre e Motta também podem ser alvo de sanções do governo norte-americano, como a suspensão de visto imposta aos integrantes do STF.


… Seria o troco, se não pautarem a anistia. Na mesma linha de discurso, Flávio Bolsonaro afirmou que a solução para o tarifaço “não está nos Estados Unidos” e que, “se o Brasil fizer o dever de casa, acaba a sanção no mesmo dia”.


… Segundo ele, está “fadada ao fracasso” a comitiva de parlamentares escalada pela Comissão de Relações Exteriores do Senado para abrir uma frente de negociação com os Estados Unidos para resolver a crise.


… Os desdobramentos vão aprofundando a crise diplomática, com o canal de diálogo muito comprometido.


… Em meio à demora em uma solução, Tarcísio acusa o governo Lula de não ter interlocução com os americanos.


… Lula se queixa de que Alckmin “liga todo dia para alguém, mas ninguém quer conversar com ele”. Já houve, segundo o presidente, mais de dez reuniões com os americanos. “Ninguém pode falar que não estou negociando”.


… Em recado a Trump, Lula disse que, no dia em que ele quiser conversar, o Brasil estará “pronto e preparado”. “Vamos mostrar o quanto você (Trump) foi enganado com as informações que lhe deram.”


… Alckmin informou que, a partir de hoje, todos dias, às 11h, haverá atualização sobre o avanço nas negociações.


TERRAS RARAS – Não houve até o momento qualquer indicação oficial da Casa Branca de que os Estados Unidos considerem abrir mão do tarifaço sobre produtos brasileiros em troca de acesso aos minerais críticos, segundo o G1.


… De acordo com a reportagem, diplomatas brasileiros avaliam que o recente interesse dos americanos pelas terras raras do Brasil representa, neste momento, um “balão de ensaio” – e não uma proposta concreta de negociação.


… Ainda segundo a matéria, nos bastidores, existem conversas em andamento entre os governos Lula e Trump, mas o tema dos minerais estratégicos brasileiros ainda não teria entrado formalmente nas negociações comerciais.


… Já o jornalista Caio Junqueira informou na CNN que a Amcham e a US Chamber of Commerce sugeriram um plano de ação conjunto para a exploração no documento “Proposta de Cooperação Brasil-EUA em Minerais Críticos”.


… Segundo o texto, o País detém a maior reserva de nióbio, a segunda maior de grafite e terras raras e a terceira maior de níquel. Já os EUA contam com empresas capacitadas no desenvolvimento de tecnologia de processamento.


PLANO DE CONTINGÊNCIA – Mais de 30 medidas para ajudar os exportadores brasileiros afetados pelo tarifaço de Trump foram elaboradas por equipes técnicas do governo federal e devem ser levadas para Lula essa semana.


… O Broadcast apurou que não necessariamente precisará haver liberação de crédito extraordinário, opção vista com reservas pela Fazenda. A ideia é trabalhar primeiro com alternativas, como linhas de funding para dar fôlego.


… Na lista das iniciativas a serem apresentadas, estão linhas de crédito para socorrer determinados setores e compras governamentais de produtos que não puderem ser redirecionados de imediato para outros mercados.


… Já a ideia de um fundo privado temporário para dar crédito a empresas ou setores não está no radar.


… Mercadante disse que BNDES está pronto para apoiar as companhias afetadas pela imposição das tarifas. O governo deve priorizar setores de bens perecíveis e pequenas empresas no pacote de socorro (O Globo).


EUA E UE – Trump e a líder da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, chegaram a um acordo neste domingo, em que a tarifa imposta pelos americanos caiu de 30% para 15% sobre produtos europeus a partir de sexta-feira.


… O valor vale para todos os setores da economia, ou seja, inclui os automóveis. O presidente dos Estados Unidos disse que o alumínio e o aço, que estão atualmente com tarifas de 50%, seguirão com o mesmo patamar.


… Segundo Trump, foi o “maior acordo de todos os tempos”. A Europa se comprometeu a comprar US$ 750 bilhões em energia em três anos e a investir mais US$ 600 bilhões nos Estados Unidos além dos investimentos já existentes.


… Além disso, vai adquirir “quantidades enormes” de equipamentos militares, segundo o presidente americano.


… No final da noite deste domingo, o euro, futuros de NY e petróleo firmavam alta com o acordo tarifário.


EUA E CHINA – Uma extensão da trégua tarifária por mais 90 dias deve ser discutida na terceira rodada das negociações comerciais em Estocolmo, que começa hoje, informou o South China Morning Post (SCMP).


EUA E CANADÁ – Trump disse que não teve muita sorte nas negociações com o premiê Mark Carney e que pode não fechar acordo comercial com o país, que recebeu carta com ameaça de tarifa de 35% em parte das exportações.


FED – Se mantiver o script de esperar para ver, o BC americano optará por deixar as opções em aberto e evitar a sinalização de um corte em setembro, já que os efeitos da guerra tarifária na economia ainda continuam incertos.


… Não será surpresa, porém, se o placar vier com dois votos dovish, já que Christopher Waller e Michelle Bowman não têm escondido em seus comentários recentes que já está na hora de o Fed começar a relaxar a sua postura. 


INDICADORES – Toda a atenção para o payroll de julho, na 6ªF, que pode agitar as chances de um corte do juro pelo Fed em setembro. Antes, o quadro do emprego será medido pelo relatório Jolts (amanhã) e o dados da ADP (quarta).


… A agenda importante nos Estados Unidos contará ainda com a primeira leitura do PIB do segundo trimestre, na quarta-feira, e o PCE de junho, na quinta-feira, indicador de inflação observado mais de perto pelo BC americano.


… Vale o destaque também para o PMI industrial de julho medido pela S&P Global e pelo ISM, na sexta-feira.


… Hoje à tarde (16h), o Tesouro divulga o seu relatório trimestral de refinanciamento, que deve conter a manutenção de emissões mais concentradas em títulos de prazo mais curto nos Estados Unidos.


… Além do Fed, BoJ e Copom, os BCs do Canadá (quarta-feira), África do Sul e Colômbia (quinta-feira) decidem juro.


ZONA DO EURO – A leitura final de julho do PMI industrial do bloco, medida pela S&P Global, será divulgada na sexta-feira, quando o investidor confere também o mesmo indicador na Alemanha e no Reino Unido.


CHINA – O PMI industrial oficial de julho sai na noite de quarta-feira. O mesmo dado, só que medido pelo setor privado, será conhecido na quinta-feira. Mas a grande expectativa é pela expectativa de extensão da trégua tarifária.


JAPÃO – A decisão do BoJ, às primeiras horas da quinta-feira, entra no radar do mercado, neste momento em que há uma ampla expectativa entre os investidores para uma retomada do aperto nos juros japoneses ainda neste ano.


ISRAEL X PALESTINA – Criticado por líderes e organizações devido aos relatos de fome e dificuldade de envio de ajuda humanitária, Netanyahu instituiu uma pausa nas ações na Faixa de Gaza todos os dias, das 10h às 20h.


COPOM – É unânime no mercado financeiro a expectativa de que a taxa Selic será mantida estável em 15%.


… Análise do Valor aponta que o grande desafio do BC será incorporar as tarifas dos EUA ao cenário. Oficialmente o impacto protecionista não poderá ser precificado, já que a taxação ainda não foi implantada.


… Mas é incerto o impacto que poderá ter sobre a economia doméstica. Em um primeiro momento, poderá representar um viés para baixo para a atividade econômica e, consequentemente, para a inflação.


… Mas, se eventualmente houver retaliação por parte do Brasil e, dependendo do grau de intensidade da represália, não se descarta elevação do preço de importações vindas dos EUA, pressionando, consequentemente, a inflação.


BALANÇOS – A temporada pega fogo com Vale, na 5ªF, depois do fechamento, junto com CSN, CSN Mineração e Gerdau. No mesmo dia, pela manhã, tem Ambev. Entre os bancos, Bradesco e Santander abrem a safra na 4ªF.


… A semana começa com Telefônica Brasil (Vivo) hoje à noite. Amanhã, é a vez de Motiva (ex-CCR) e TIM Brasil. Na quarta-feira, vêm EcoRodovias e Isa Energia. Marcopolo sai na quinta e Fertilizantes Heringer fecha a semana, sexta.


… Lá fora, quatro das Sete Magníficas soltam seus números esta semana, com Meta e Microsoft na quarta-feira e Amazon e Apple na quinta-feira. Amanhã, tem Boeing. Na sexta-feira, saem as petroleiras Chevron e ExxonMobil.


MAIS AGENDA – O fiscal estará em foco quarta-feira com os dados de junho do Governo Central e o detalhamento pelo Mistério do Planejamento do descontingenciamento de R$ 20,6 bilhões de gastos do Orçamento federal.


… Do lado do emprego, que ainda resiste aos esforços da Selic para desaquecer a economia, a Pnad contínua de junho sai 5ªF. Já a produção industrial (6ªF) vem num momento em que a atividade exibe maiores sinais de fraqueza.


… Quanto à inflação, quarta-feira é dia de IGP-M de julho e sexta-feira, de prévia do IPC-S. No último pregão, o IPCA-15 de julho um pouco acima do previsto (abaixo) não assustou, porque veio com composição melhor do índice.


… Hoje, o boletim Focus (8h25) pode trazer mais uma rodada de alívio nas expectativas inflacionárias, depois de a mediana para o IPCA de 2026 ter caído abaixo do teto da meta na semana passada, para 4,45% (contra 4,50% antes).


… Ainda nesta segunda-feira, o BC solta, às 8h30, a nota de política monetária e operações de crédito de junho e o Tesouro divulga, às 14h30, o relatório mensal da dívida de junho, com entrevista coletiva marcada para as 15h.


ACREDITA EXPORTAÇÃO – Lula promulga hoje, em cerimônia às 16h no Planalto, o programa do governo que estimula as exportações brasileiras por meio da devolução imediata de 3% do valor embarcado para o exportador.


… A iniciativa tem foco na atuação das micro e pequenas empresas no mercado internacional. Segundo Alckmin, a medida já vinha sendo estudada antes do tarifaço e é parte do processo de transição da reforma tributária.


… Pela manhã (11h), Lula inaugura a usina termelétrica GNA II, no Porto do Açu, em São João da Barra (RJ).


CONTAGEM REGRESSIVA –Sem sinal de que Trump e o Brasil vão se sentar à mesa para negociar, o sentimento do mercado piorou com a notícia de que os EUA estariam preparando novas bases legais para justificar a tarifa de 50%.


… Com o dia do tarifaço se aproximando, o investidor preferiu a cautela e saiu de ações, do real e vendeu juros. O câmbio sentiu mais o baque da notícia com o dólar chegando a bater nos R$ 5,57 na máxima do dia.


… Terminou em R$ 5,5619, com alta de 0,76%. No monitoramento de 33 moedas feito pelo Valor, o real teve o 3º pior desempenho. Na semana, a moeda ainda caiu 0,46%, mas no mês do tarifaço acumula avanço de 2,35%.


… É certo que a alta do dólar lá fora também deu força para a moeda por aqui. Na onda da expectativa de um acordo com a UE, o índice DXY subiu 0,28%, a 97,645 pontos.


… O euro caiu 0,17%, a US$ 1,1747. A libra recuou 0,58%, a US$ 1,3438, e o iene cedeu 0,53%, a 147,66/US$.


… O Goldman Sachs diz ver um impacto limitado da tarifa sobre a economia brasileira, mas se houver um efeito muito negativo nos fluxos de portfólio ou de IDP, isso pode se transformar num choque maior.


… Como pano de fundo, o setor externo não vai bem, com o IDP acumulado em 12 meses abaixo do déficit em conta corrente. O Bradesco diz que as contas externas “seguem apertadas” e não existe mais a folga dos últimos anos.


… Após revisões feitas pelo BC, o déficit em 12 meses nas transações correntes subiu a US$ 71,372 bilhões até maio, o equivalente a 3,35% do PIB. O rombo passou a superar o IDP, que foi de US$ 70,476 bilhões, ou 3,31% do PIB.


… Sem chance de um acordo comercial à vista, os juros voltaram a subir da parte média da curva para frente.


… O IPCA-15 de julho, em 0,33%, um pouco acima do 0,31% esperado, teve uma composição benigna, segundo analistas, mas nada que abale o Copom na 4ªF.


… A taxa do DI Jan/27 ficou praticamente estável, em 14,230%, de 14,231% no fechamento anterior. O DI Jan/28 subiu a 13,615%, de 13,577%, e o DI Jan/29 foi a 13,555%, de 13,518%.


… O Ibovespa esticou a queda, com mais um recuo de 0,21% (aos 133.524,18 pontos) na sexta, numa sessão de giro muito fraco, apenas R$ 14,1 bilhões. Na semana, ainda conseguiu acumular alta tímida de 0,11%. No mês, cai 3,84%.


… Maior peso do Ibov, Vale caiu 1,47% (R$ 55,70), acompanhando o forte recuo de 1,11% do minério.


… Petrobras ON subiu 0,46%, a R$ 35,04, e a PN avançou 0,13%, a R$ 31,98, na contramão do petróleo Brent para outubro, que recuou 1,02%, a US$ 67,66 o barril. Na semana, a cotação do barril perdeu 2,34%.


… Yduqs liderou as perdas do Ibovespa, com tombo de 4,69% (R$ 12,39), reagindo à notícia da troca do CEO da companhia. Natura caiu 2,55%, para R$ 9,16, e CSN Mineração perdeu 2,27%, a R$ 5,17.


… Ainda do lado positivo, Vibra subiu 3,39%, para R$ 21,05, seguida de Ultrapar, em alta de 2,54%, a R$ 16,54, e Fleury, que avançou 2,33%, para R$ 14,48.


COPO CHEIO – Em NY, embora o tom das bolsas tenha misturado cautela com otimismo, o fato é que o S&P 500 fechou o quinto dia consecutivo de alta e, junto com o Nasdaq Composto, anotou novo recorde de fechamento.


… Numa semana vazia de indicadores, o olho do investidor focou nos acordos comerciais. Logo de saída, o trato dos Estados Unidos com o Japão deu o tom positivo dos mercados.


… Entre altos e baixos, a expectativa em torno da proximidade do acordo com a União Europeia, fechado no fim de semana, também sustentou os negócios.


… Perto do nível inédito de 6.400 pontos, o S&P 500 subiu 0,40%, aos 6.388,64 pontos, e o Nasdaq terminou o dia com alta de 0,24%, aos 21.108,32 pontos. O Dow Jones ganhou 0,47%, aos 44.901,92 pontos.


… Na semana, houve alta de 1,46%, 1,02% e 1,26%, respectivamente.


… No dia, o destaque foi o tombo da Intel, de 8,53%, após a empresa desistir da construção de fábricas na Europa.


… O rompimento de novas máximas pelos índices tem alimentado preocupações quanto a preços inflacionados, mas analistas ponderam que tem sido difícil apostar contra a tendência de alta, ainda mais com o VIX abaixo de 15.


… O lado comprador tem sustentação importante. Mais de 80% das empresas do S&P 500 que divulgaram balanços até aqui superaram as estimativas de lucro, de acordo com dados da Bloomberg. É a maior fatia desde 2021.


… “O ritmo dos lucros até agora neste mês tem sido positivo, os dados econômicos têm se mantido estáveis e estamos até começando a ter alguma clareza sobre as tarifas”, disse o Bespoke Investment Group em nota a clientes.


… “Não se pode culpar os investidores por estarem otimistas.”


… Apesar da sensação de que o pior momento da guerra comercial de Trump tenha ficado para trás, há temor pelo aumento da volatilidade por causa do impacto da tarifa na economia dos EUA.


… “Os riscos não evaporaram. Na verdade, quanto mais nos aproximamos de 1º de agosto, mais frágil se torna o rali em Wall Street”, disse o CEO do deVere Group, Nigel Green.


… Único indicador da sexta-feira, as encomendas de bens duráveis caíram 9,3% em junho ante maio, menos que a queda de 11% esperada.


… Para a Capital Economics, o dado mostrou que a indústria dos EUA continua resiliente, apesar dos temores de que as incertezas tarifárias estariam pesando sobre a demanda.


… As encomendas devolveram apenas uma parcela da forte alta registrada em maio ante abril.


… O teatro político de Trump contra Powell não perturbou os negócios com Treasuries e dólar.  


… Na sessão regular, o juro da T-note de 2 anos ficou estável em 3,915%, o rendimento da T-note de 10 anos caiu a 4,382%, contra 4,405% no pregão anterior, e o do T-bond de 30 anos cedeu a 4,921%, de 4,952%.


COMPANHIAS ABERTAS NO FOCO – CARREFOUR informou que o conselho de administração do grupo aprovou a celebração de dois contratos de empréstimo no valor de até R$ 9,8 bilhões com o Carrefour Finance…


… A entidade financeira do Grupo Carrefour é responsável por operações de financiamento intercompany e gestão de crédito dentro do conglomerado…


… Operação faz parte do processo de refinanciamento de dívidas da varejista no País.


TELEFÔNICA informou que o valor bruto a ser distribuído em JCP anunciado em 14 de julho foi alterado de R$ 0,1022 para R$ 0,1025, em razão da recompra de papéis; valor líquido por ação passou de R$ 0,0869 para R$ 0,0871…


… Proventos serão distribuídos com base na posição acionária da última sexta; pagamento será realizado até 30 de abril de 2026.


TOTVS. Conselho de Administração da empresa aprovou, em reunião realizada na sexta, a compra da totalidade do capital social da Linx por R$ 3,05 bilhão; negócio foi anunciado na última terça-feira.


AOS ASSINANTES DO BDM, BOM DIA E BONS NEGÓCIOS!

domingo, 27 de julho de 2025

Dora Kramer

 O parco poder da bravata

Dora Kramer

Folha de S. Paulo, domingo, 27 de julho de 2025

A realidade adversa e contundente: o poderio dos EUA não se compara à capacidade do Brasil de retaliar

 

Depois de breves momentos de relativa contenção e alguma calmaria, o presidente Luiz Inácio da Silva (PT) voltou a adotar o tom de enfrentamento com Donald Trump.

Usou a figuração do jogo de truco para indicar que dobraria a pedida de mão, caso o norte-americano resolva impor sanções ainda mais gravosas que a tarifa de 50% sobre produtos brasileiros. Lula falou como se houvesse paridade de forças entre os dois países.

O discurso pode funcionar no palanque e daria ganhos sólidos ao autor, se ele fosse um candidato de oposição. Na boca de um presidente da República, pretendente à reeleição, soa como uma temeridade completamente descolada dos fatos.

A realidade é adversa, mas dela não se pode escapar: o poderio dos Estados Unidos e a ausência de limites de seu atual mandatário são incomparáveis à capacidade do Brasil de sair-se bem numa guerra de retaliações.

Nessa situação de desvantagem objetiva, o blefe de Lula seria apenas inconsequente se não desse margem a consequências indesejáveis.

Entre a submissão aos ditames inadmissíveis de Trump e o confronto aberto há uma via intermediária. Caminho já adotado por países muito mais poderosos que conseguiram mitigar os efeitos nefastos sobre as respectivas economias, atuando com estratégia. Não consta que nenhum deles tenha posto a soberania nacional a serviço dos Estados Unidos.

Animado com os ganhos políticos, o presidente cria um cenário de dissonâncias no encaminhamento do problema. Ele vocaliza atrito, enquanto o vice Geraldo Alckmin (PSB) atua no pragmatismo, o ministro Fernando Haddad (PT) transita entre os dois polos e o Itamarati fica refém do antiamericanismo residente no Palácio do Planalto, conceito manifestado em várias ocasiões.

Haddad e Lula fragilizam o Brasil quando um admite que os filhos de Jair têm mais força que o governo junto à Casa Branca e outro diz que Alckmin telefona, mas "ninguém quer falar com ele" em Washington. Não ajudam e conviria não atrapalharem.

Produtividade é a saída

  O mundo está girando (e rápido): o Brasil vai acompanhar ou ficar para trás? 🌎🇧🇷 Acabei de ler uma análise excelente de Marcello Estevã...