quarta-feira, 5 de novembro de 2025

BDM Matinal Riscala

 *Rosa Riscala: Comunicado do Copom é a grande expectativa*


Nos EUA, shutdown já é o maior da história, mas hoje sai a pesquisa ADP de emprego


… Investidores em Nova York aguardam ansiosos o relatório ADP (10h15), com a criação de vagas no setor privado dos Estados Unidos, em meio ao apagão de dados do shutdown, que já é o maior da história e amplia as incertezas sobre novos cortes do juro pelo Fed – agravadas, nesta terça, por alertas de forte correção das techs. Um movimento de risk-off, no entanto, não contagiou o Ibovespa, que renovou mais um recorde e hoje está na torcida por uma sinalização de queda da Selic pelo Copom (18h30). Sob consenso absoluto de manutenção da taxa em 15%, a expectativa é para o comunicado, que poderá definir o início da flexibilização em janeiro, março ou até mais tarde.


HADDAD PRESSIONA – Em evento da Bloomberg sobre o COP30, em São Paulo, o ministro disse que “já passou da hora” de o BC sinalizar o início do ciclo de afrouxamento monetário. “Nós podíamos já começar a pensar, sinalizar, a taxa de juros está muito restritiva.”


… Não foi a primeira reclamação de Haddad, mas foi a mais assertiva, na véspera da reunião. Embora ele tenha ressaltado que busca apenas um debate “saudável e respeitoso” sobre o tema com o presidente do Banco Central, Gabriel Galípolo, parece chateado.


… Haddad minimizou as preocupações fiscais que o BC aponta como causas da desancoragem das expectativas de inflação, afirmando que o governo continuará tentando equilibrar responsabilidade fiscal com ações para ajudar os brasileiros mais pobres.


… O ministro afirmou que, apesar da pressão dos bancos para que o Copom não baixe os juros, a Selic “terá que cair”. “Não tem como sustentar 10% de juro real. Com inflação de 4,5%, você vai sustentar um juro (básico, Selic) a 15%?”


… Segundo Haddad, a inflação já está cedendo, convergindo para a meta, mas “o mercado financeiro torce contra”.


NÃO É BEM ASSIM – Uma sinalização de queda hoje não seria percebida pelo mercado como um risco à credibilidade do BC. Tanto é que muitos economistas não descartam que seja tirado do comunicado o trecho que projeta o juro elevado por “período bastante prolongado”.


… A expressão apareceu duas vezes no comunicado de junho e foi mantida nas reuniões de julho e setembro, para não deixar dúvidas de que o Copom não quer o mercado apostando em corte de juros até que as expectativas estejam em conformidade com a meta.


… Quantas vezes o próprio Galípolo esfriou apostas de corte, com declarações que atestavam o “grande desconforto” com as expectativas fora da meta. O que o mercado faz, portanto, não é torcer, mas aprender a comunicação do BC, que tem sido bastante hawkish.


… Resta saber se as pressões de Haddad, que foi quem indicou Galípolo ao BC, terão eco no Copom.


… Apesar da melhora da inflação corrente e dos recuos sucessivos das projeções para o IPCA no Focus, o discurso do BC continua o mesmo. Também são considerados insuficientes os sinais de desaceleração da atividade e até a acomodação do mercado de trabalho.


… Alguns economistas ouvidos pelo Broadcast, que esperam pequenos ajustes no texto de hoje, acham que o máximo que o Banco Central vai fazer é trocar o “período bastante prolongado” por “período prolongado”. É o caso do Citi, que aposta em janeiro.


… Para o economista-chefe do C6 Bank, Felipe Salles, se o Copom retirar o “bastante” do comunicado, o corte vem no primeiro trimestre. “Mas se não tirar, fica maior a chance de corte entre março e abril.” Ele aposta em março.


… O economista-chefe da BGC Liquidez, Felipe Tavares, pensa da mesma forma. Se deixar o “bastante”, o corte seria só mais no meio do ano.


… Já o Itaú Unibanco continua apostando em janeiro, mesmo que o comunicado não tire o “bastante” do período prolongado.


… O economista-chefe da Porto Asset, Felipe Sichel, acha que o BC só levantaria dúvidas se fizesse mudanças no texto agora, já que os cortes só são esperados para 2026 e ainda tem dezembro para comunicar antecipadamente algum guidance. Ele aposta em março.


… O que todo mundo acredita é que o BC deve reconhecer as melhoras recentes nas expectativas de inflação, mas provavelmente insistindo que ainda são insuficientes para garantir a convergência para a meta dentro do horizonte relevante da política monetária.


… Uma redução nas estimativas de inflação para o 2Tri/27 seria uma suavização do guidance importante, mas essa revisão é consenso.


… Muita gente acredita que o BC quer manter a “fama de mau” e não vai dar pretexto para o mercado antecipar as apostas em corte da Selic. É verdade que, qualquer deslize no texto, pode resgatar dezembro como uma possibilidade do início das quedas.


ISENÇÃO DO IR – Ficou para hoje a votação do projeto que amplia a isenção da faixa do Imposto de Renda para quem ganha até R$ 5 mil/mês, na Comissão de Assuntos Econômicos (CAE) do Senado. E a intenção é levar para o plenário ainda nesta quarta-feira.


… Em seu parecer, o relator, senador Renan Calheiros, manteve todos os pontos do PL aprovado pela Câmara em outubro, inclusive os pontos que, segundo ele, comprometem a neutralidade fiscal, como a compensação a Estados e municípios e emolumentos de cartórios.


… Além da isenção de IR para salários de até R$ 5 mil, estão mantidos os descontos para quem ganha entre R$ 5.000 e R$ 7.350, a tributação mínima para quem recebe mais de R$ 600 mil ao ano e a taxação de 10% de lucros e dividendos remetidos ao exterior.


… Também permaneceu a possibilidade de pagamento até 2028, sem tributação, de lucros e dividendos de 2025 que não tenham sido pagos.


… A solução de Renan para cobrir o buraco com a renúncia fiscal que, segundo técnicos do Senado, chega a R$ 4 bilhões, foi apresentar um PL com o objetivo de dobrar a taxação de bets, de 12% para 24%, e elevar a alíquota da CSLL para bancos (20%) e fintechs (15%).


… Este projeto pode assegurar até R$ 18 bilhões de arrecadação no período de 2026 a 2028, mas só será apreciado na próxima semana.


… O ministro Haddad cancelou sua participação na cerimônia do Prêmio Earthshot, projeto ambiental do príncipe William, hoje no Rio, para acompanhar a votação do projeto de isenção do IR, uma das principais apostas eleitorais do governo Lula para 2026.


TARIFAÇO – Em entrevista a jornalistas estrangeiros que cobrem a COP30, em Belém, Lula disse que poderá ligar para Trump se a reunião entre negociadores do Brasil e Estados Unidos não for agendada em breve.


… “Eu tenho o número dele, ele tem o meu. Não tenho problema em ligar para ele. Quando a COP30 terminar, se uma reunião entre meus negociadores e os dele ainda não estiver agendada, ligarei para Trump novamente.”


… O presidente disse que saiu da reunião com Trump certo de que chegará a um acordo e que o vice, Geraldo Alckmin, e o ministro Fernando Haddad estão ansiosos para uma nova rodada de negociações e poderiam viajar a Washington.


… Lula disse que o Brasil não se opõe ao direito de os Estados Unidos taxarem seus produtos para defender sua indústria e seu emprego, mas o tarifaço contra os produtos brasileiros foi feito com base em “dados irreais e não com base em dados verídicos”.


ITAÚ – O ADR subiu 0,68% no after hours, após o banco registrar lucro recorde no terceiro trimestre, de R$ 11,876 bilhões, impulsionado pelo crescimento do crédito e das receitas com tarifas, em especial do segmento de seguros.


… O resultado cresceu 11,2% contra um ano antes e veio pouco acima das projeções no Valor, de R$ 11,805 bilhões.


… A inadimplência segue nas mínimas históricas para os padrões do banco. O indicador para atrasos superiores a 90 dias na quitação das operações ficou em 1,9%, estável em relação ao período anterior.


… O Itaú comentará os números, considerados “robustos” pelo mercado, em teleconferência às 10h.


… Ontem à tarde, antes da divulgação do balanço, o valor de mercado do Itaú ultrapassou o da Petrobras.


… O banco assumiu o posto de segunda companhia mais valiosa: R$ 396,5 bilhões, contra R$ 396,3 bilhões da petroleira, só ficando atrás do Nubank, que tem ações na bolsa em Nova York e era avaliado em R$ 415 bilhões.


… Confira abaixo, no Companhias Abertas, os outros balanços divulgados ontem à noite.


AFTER HOURS – Super Micro Computer (-9,28%), AIG (+0,14%) e AMD (-4,74%) repercutiram os balanços divulgados após o fechamento.


MAIS BALANÇOS – A lista de hoje inclui Axia Energia (ex-Eletrobras), Aeris Energy, Brava Energia, CBA, Dexco, Engie, Guararapes, Minerva, Petz, Rede D´Or, Totvs, Vibra Energia e Vivara. Todos os resultados saem após o fechamento.


… Entre os balanços internacionais, saem McDonald´s, antes da abertura, e Qualcomm, após o fechamento.


AGENDA FRACA – Antes do Copom, o mercado tem para conferir o fluxo cambial semanal, que o BC solta às 14h30.


LÁ FORA – Já que não tem payroll nos Estados Unidos, por causa do shutdown sem fim, o mercado se contenta com o relatório da ADP, às 10h15, que deve apontar a criação de 38 mil empregos no setor privado em outubro…


… O resultado positivo deve reverter o fechamento de 32 mil vagas observado em setembro.


… O ritmo da atividade econômica americana também será conferido hoje pelo PMI industrial de outubro medido pelo ISM, ao meio-dia, com previsão de alta para 51, e pelo PMI/S&P Global composto, que sai às 11h45.


… Os estoques de petróleo do DoE vêm às 12h30 e têm previsão de queda semanal de 100 mil barris.


… Na zona do euro, é dia de inflação ao produtor (PPI) em setembro, às 7h, e de PMI composto medido pelo setor privado em outubro, às 6h. O PMI composto também sairá na Alemanha, às 5h55, e no Reino Unido, às 6h30.


CHINA HOJE – A atividade do setor de serviços expandiu-se no ritmo mais lento em três meses. O indicador desacelerou de 52,9 em setembro para 52,6 em outubro, mas superou de longe a previsão de 50 dos analistas.


TRUMP – Enquanto a paralisação do governo americano entra em seu 36º dia, Trump convidou todos os senadores republicanos para um café da manhã na Casa Branca. A esperança é que saia algum plano para resolver o impasse.


NERVOS DE AÇO – A má notícia é que o medo de a bolha da IA estourar assustou NY e levou o Ibovespa a dar sinal de esgotamento. Mas a melhor notícia é que, apesar do mau humor externo, a bolsa doméstica ainda resistiu em alta.


… Em nova demonstração de força, o índice à vista conseguiu adiar uma realização de lucro e esticar os ganhos pelo décimo pregão consecutivo, em leve alta de 0,16%, bancando mais um recorde histórico, aos 150.700,45 pontos.


… O topo intraday também se renovou, a 150.887,55 pontos. O giro forte de R$ 25,3 bi revela o segredo do sucesso: os estrangeiros estão de volta, interessados em reduzir exposição nos Estados Unidos e aplicar em outros mercados.


… Reportagem do Broadcast confirma que o fluxo de k externo à B3 vem melhorando nas duas últimas semanas. Outubro registrou a segunda pior fuga do ano, de R$ 1,226 bi, mas o jogo começou a virar na metade do mês.


… A reversão positiva coincide com a sequência de recordes da bolsa, sinalizando que os investimentos dos gringos têm sido os protagonistas desta onda de apetite e interesse renovado pelo mercado de ações doméstico.   


… Em algum momento, o Ibovespa vai interromper os picos e optar por uma parada estratégica, nem que seja para pegar fôlego para romper novos níveis de resistência mais à frente. Mas uma correção parece precificada.


… Com o retorno à cena dos estrangeiros, fica mais fácil de enfrentar um ajuste negativo sem se abalar.


… No pano de fundo, as investidas de Haddad para colocar Galípolo em córner sobre o corte da Selic também mantêm a atratividade do Ibovespa, que torce por um comunicado mais dovish do Copom para renovar os recordes.


.. Ainda a temporada dos balanços trimestrais abre oportunidades de compras na bolsa doméstica.


… Petrobras ignorou ontem a queda do petróleo e antecipou um resultado trimestral favorável amanhã. O papel ON subiu 0,94% e fechou na máxima intraday de R$ 32,09, enquanto o PN registrou valorização de 0,50%, a R$ 30,25.


… Lá fora, o Brent para janeiro caiu 0,69%, a US$ 64,80 por barril, diante da aversão global generalizada ao risco e apesar do aviso da Opep+, no último domingo, de que não vai mexer na produção no primeiro trimestre de 2026.


… Vale caiu 1,12% (R$ 64,62), pressionada pelo recuo de 1,71% do minério de ferro e pela notícia de que seu conselho de administração ainda não decidiu sobre um eventual pagamento de dividendos extraordinários.


… A CVM havia pedido esclarecimentos sobre as declarações recentes do diretor financeiro, Marcelo Bacci, em teleconferência, sobre o pagamento dos proventos. Segundo a empresa, uma distribuição ainda não foi definida.


… Antes do balanço, Itaú caiu 0,30% (R$ 39,99), após atingir recorde intraday (R$ 40,17), segundo o Valor. Bradesco PN subiu 0,33% (R$ 18,40); Bradesco ON, +0,29% (R$ 15,71); BB, +0,86% (R$ 22,27); e Santander, +0,35% (R$ 31,63).


DANDO SPOILER? – O alerta de CEOs de três gigantes financeiros (Goldman Sachs, Morgan Stanley e Capital Group) de que as bolsas em Nova York podem corrigir até 15% nos próximos dois anos acendeu o sinal de perigo.


… O temor de que a “profecia” pessimista esteja certa parece fazer sentido, neste momento em que o mundo testemunha a corrida pela inteligência artificial e a potencial supervalorização das ações do setor de tecnologia.


… Justamente no dia em que este prognóstico negativo veio à tona, a Palantir Technologies, referência entre os investidores para o mercado de IA, reportou balanço trimestral decepcionante e as ações levaram um tombo de 8%.


… A liquidação foi geral entre as big techs: Intel (-6,25%), Nvidia (-3,96%), Oracle (-3,75%) e Alphabet (-2,18%). Tesla afundou 5,21%, após o fundo soberano norueguês rejeitar o pacote de remuneração de US$ 1 trilhão para Musk.


… O Nasdaq caiu 2,04%, a 23.348,64 pontos; S&P 500, -1,17%, a 6.771,55 pontos; e Dow Jones, -0,53% (47.085,24).


… O risco de que uma correção expressiva das ações de tecnologia esteja contratada levou o índice VIX, conhecido como “termômetro do medo”, a saltar 10%, refletindo também as incertezas sobre novos cortes do juro pelo Fed.


… Na busca por segurança, as taxas dos Treasuries caíram e o índice DXY avançou e rompeu a marca dos 100 pontos.


… O rendimento da Note de 2 anos cedeu a 3,576% (de 3,598% na véspera) e o de 10 anos caiu a 4,085% (de 4,103%). No câmbio, o DXY fechou em alta de 0,34%, a 100,224 pontos, no maior nível desde agosto.


… O apelo defensivo pelo dólar derrubou o euro (-0,39%) para US$ 1,1482, enquanto a libra (-0,97%) caiu à mínima em sete meses, a US$ 1,3019, sem descartar um corte no juro na reunião de amanhã do BC inglês (BoE).


… Já o iene subiu 0,35%, a 153,66 por dólar, à medida que cresce a pressão para o BoJ apertar a política monetária.


… A cautela externa pressionou o câmbio e o dólar à vista subiu 0,77%, para perto dos R$ 5,40, aos R$ 5,3989, mas o real foi uma das moedas que menos sofreram entre as emergentes, porque o fluxo estrangeiro está voltando.


… Sob a influência do câmbio e à espera do comunicado do BC, o DI exibiu oscilação contida, com viés de baixa na ponta curta (na esperança de o Copom dar alguma amolecida) e de alta no trecho longo, refletindo a tensão externa.


… Em linha com o esperado pelo mercado, a queda de 0,4% da produção industrial medida pelo IBGE em setembro, após alta de 0,7% em agosto, confirmou os sinais de desaceleração gradual da atividade econômica doméstica.


… No fechamento, o DI para Jan/27 caiu a 13,870% (de 13,887% no pregão anterior); enquanto o Jan/29 subiu a 13,120% (de 13,100%); Jan/31 avançou para 13,425% (de 13,375%); e o Jan/33, a 13,605% (de 13,540%).


COMPANHIAS ABERTAS – CSN reverteu prejuízo e informou lucro líquido trimestral de R$ 76 milhões. O resultado, porém, foi 15,5% menor do que o esperado pela média das cinco casas consultadas pelo Prévias Broadcast…


… O Ebitda ajustado foi de R$ 3,319 bilhões no trimestre, avanço 45,3% ante o mesmo período no ano anterior e 10,6% acima do esperado pela médias das projeções…


… Já a receita líquida foi de R$ 11,794 bilhões, alta de 6,6% ante o terceiro trimestre/24 e 7,2% acima da previsão.


CSN MINERAÇÃO. O lucro líquido de R$ 696 milhões no terceiro trimestre ficou 25,6% abaixo da média das estimativas de cinco instituições financeiras consultadas pelo Prévias Broadcast…


… Já o Ebitda ajustado somou R$ 1,991 bilhão, 17,1% acima da previsão. A receita líquida, por sua vez, foi de R$ 4,405 bilhões, resultado em linha com a média das expectativas das instituições, que era de R$ 4,2 bilhões…


… O Conselho aprovou R$ 903,2 milhões em dividendos e JCP, a R$ 0,16 por ação; ex na próxima segunda-feira.


METALÚRGICA GERDAU informou que a Dynamo passou a deter o equivalente a 10,14% do total.


GPA reverteu prejuízo e registrou lucro líquido consolidado de R$ 137 mi no terceiro trimestre. Ebitda ajustado subiu 3,4% na base anualizada, para R$ 412 mi, e receita líquida avançou 1,4%, a R$ 4,556 bilhões.


IGUATEMI registrou lucro de R$ 120,8 milhões no terceiro trimestre, crescimento anual de 19,5%; Ebitda somou R$ 286,7 milhões, alta de 28,2% em relação ao mesmo período de 2024.


C&A registrou lucro líquido de R$ 69,5 milhões no terceiro trimestre, alta anual de 62,2%; Ebitda pós-IFRS 16 somou R$ 321,3 milhões, crescimento de 8,7% em relação ao mesmo período de 2024.


PRIO registrou lucro líquido de US$ 91,6 milhões no terceiro trimestre, recuo anual de 44%; Ebitda somou US$ 309,2 milhões, queda de 4% em relação ao mesmo período de 2024…


… Produção total da companhia em outubro atingiu 89,584 mil barris de óleo equivalente por dia (boed), 25,6% a mais do que no mês anterior…


… Squadra Investimentos passou a deter 5,73% das ações da companhia. Segundo dados públicos mais recentes, de 29 de outubro, a Squadra não detinha participação relevante na empresa.


PETROBRAS. STJ anulou condenação de R$ 1,48 bi contra a empresa em disputa com a holandesa Paragon Offshore por ter encerrado contratos de afretamento de navios-sonda antes do prazo. Tribunal determinou novo julgamento.


ODONTOPREV registrou lucro líquido de R$ 128,7 milhões no terceiro trimestre, queda de 9,2% em relação ao mesmo período de 2024; Ebitda somou R$ 178,0 milhões, alta anual de 0,9%.


RD SAÚDE reportou lucro líquido ajustado de R$ 401,9 milhões no terceiro trimestre deste ano, alta de 3,3% em base anual de comparação. Sem os ajustes, o lucro totalizou R$ 476,0 milhões, aumento de 3,9%…


… A receita líquida totalizou R$ 11,264 bilhões, elevação de 12,8% em relação ao mesmo intervalo de 2024. O Ebitda somou R$ 909,2 milhões, elevação de 7,5% sobre o apurado um ano antes.


GOL. Acionistas aprovaram em AGE a operação de reestruturação societária que resultará no fechamento do capital.


AZUL informou que, no contexto do Chapter 11, foi realizada audiência no Tribunal de Nova York, quando foi aprovada declaração de divulgação permitindo que inicie solicitação de votos para plano de reorganização…


… Além disso, Tribunal também aprovou o Contrato de Compromisso de Apoio (Backstop Commitment Agreement), por meio do qual determinadas partes se comprometeram a fornecer US$ 650 milhões para apoiar a capitalização.


FLEURY anunciou a aquisição do Femme Laboratório da Mulher, em São Paulo, por R$ 207,5 milhões.


AMBIPAR. Bancos credores voltaram à Justiça para trazer o processo de recuperação judicial para São Paulo…


… Segundo apuração do Broadcast, Bradesco, Itaú, Santander, BB, ABC e Sumitomo entraram com agravo interno questionando a decisão que havia reconhecido a competência da vara fluminense para a recuperação judicial.


COPEL informou o cronograma de operacionalização da conversão mandatória da totalidade das ações preferenciais classe B em ações preferenciais classe A…


… O último dia de negociação das ações PNB no mercado secundário será na sexta-feira (7), mesma data da operacionalização da Unificação PN pela B3 e pelo escriturador da companhia…


… Dessa forma, os papéis de classe B deixam de ser negociados na próxima segunda-feira (10), em virtude de sua conversão em ações classe A, e o crédito para os antigos titulares das PNB será depositado em 12 de novembro…


… Além disso, como resultado da Unificação PN, a partir do dia 10 deste mês, as American Depositary Shares (ADS), que atualmente representam ações PNB, passarão automaticamente a representar ações PNA (ADS Preferenciais)…


… O número e o símbolo CUSIP das ADS Preferenciais não será afetado pela Unificação PN.


SPX vai abrir um escritório em Abu Dhabi; gestora de fundos de investimento já tem quatro escritórios fora do Brasil (Cingapura, Nova York, Cascais e Londres).

Bankinter Portugal Matinal

 Análise Bankinter Portugal 


SESSÃO: Finalmente chegou a tão ansiada realização de lucros… Palantir (-8%) foi o argumento para que o mercado descansasse na bolsa. A empresa de IA, análise de dados e software de defesa, +152% YTD, publicou resultados e guias muito bons, mas pesaram os excessivamente exigentes múltiplos (PER 26 >250x, P/Vendas 74x) com um crescimento de EPSs de cerca de +30%/+40% nos próximos anos. A sua avaliação e idiossincrasia não se assemelha à dos outros valor (por exemplo, NVIDIA 30,5x com crescimento esperado de +47% em 2026 e +33% média nos próximos 2 anos), mas coloca em evidência que as subidas foram muito verticais e que em algum momento teria de parar um pouco. Não é um problema de fundo, mas de velocidade, com as big techs e os semis a gerarem fluxos de caixa sólidos. 


Tampouco ajudou o arrefecimento nas expetativas de cortes de taxas de juros da Fed em dezembro (70% vs. 97% há uma semana) após as recentes opiniões mistas de membros e o discurso de Powell. Em Espanha, Telefónica -13% após o seu novo Plano Estratégico dececionar. Reduziu o dividendo sem contrapartida de investimentos que melhorem o seu perfil de crescimento ou reduzam significativamente o endividamento. 


Hoje a Ásia mantém o tom negativo, exceto China, graças a um PMI Serviços que se mantém em zona de expansão (>50). A tecnologia é a que mais sofre perante o ceticismo sobre as avaliações da IA. Após as fortes subidas este ano, era de esperar, em algum momento, uma realização de lucros, como comentámos no relatório semanal. Insistimos que não é um problema de fundo, mas de velocidade. Os lucros são reais e com crescimentos fenomenais, os investimentos são financiados com cash flow e as avaliações ajustadas por crescimento são aceitáveis, inclusive inferiores à média. É um ajuste são que libera potencial em alta para 2026. 


Voltando à sessão: à primeira hora, os resultados de AMD, Novo Nordisk, Vonovia, Toyota e BMW ofereceram um saldo misto. Além disso, o foco estará no Inquérito de Emprego ADP nos EUA, que cobra especial relevância após a ausência de dados oficiais do mercado laboral, fruto do encerramento parcial da Administração americana. Após 2 meses de quedas, espera-se um aumento de +30K postos de trabalho, ainda longe da média do 1S 2025 (+81K) e 2024 (+142K). Servirá para recalibrar a expetativa de um novo corte por parte da Fed em dezembro. 


NY -1,2% US tech -2,1% US semis -4,0% UEM -0,3% España 0,0% VIX 19,0% Bund 2,65% T-Note 4,07% Spread 2A-10A USA=+51pb B10A: ESP 3,16% PT 3,01% FRA 3,44% ITA 3,40% Euribor 12m 2,21% (fut. 2,18%) USD 1,149 JPY 176,3 Ouro 3.970$ Brent 64,4$ WTI 60,5$ Bitcoin +1,6% (101.916$) Ether +3,6% (3.330$).


CONCLUSÃO: A sessão poderá ir de menos a mais, igual ao ocorrido na Ásia, esta madrugada, ao recuperar das quedas iniciais. A liquidez é abundante e aproveita os cortes para entrar no mercado. Europa certamente pior, mas os EUA poderão estabilizar-se. 


FIM

Debate em torno da MMT

 A Modern Monetary Theory (MMT) é uma teoria econômica que ganhou popularidade nos últimos anos, especialmente entre os defensores de políticas fiscais mais expansivas e de um papel mais ativo do Estado na economia. Aqui está um debate sobre a MMT:


*O que é a Modern Monetary Theory?*


A MMT é uma teoria econômica que se baseia na ideia de que o Estado tem a capacidade de criar moeda e, portanto, não precisa se preocupar com a dívida pública da mesma forma que os indivíduos e as empresas. Segundo a MMT, o Estado pode sempre pagar suas dívidas em moeda nacional, desde que tenha a capacidade de criar mais moeda.


*Princípios básicos da MMT*


A MMT se baseia em alguns princípios básicos:


1. *Soberania monetária*: O Estado tem a capacidade de criar moeda e controlar a política monetária.

2. *Dívida pública não é um problema*: A dívida pública não é um problema para o Estado, desde que ele tenha a capacidade de criar mais moeda para pagar suas dívidas.

3. *Inflação é o limite*: A inflação é o limite para a política fiscal e monetária do Estado, e não a dívida pública.

4. *Política fiscal ativa*: A política fiscal deve ser utilizada ativamente para estabilizar a economia e promover o pleno emprego.


*Argumentos a favor da MMT*


Os defensores da MMT argumentam que:


1. *A dívida pública não é um problema*: A dívida pública não é um problema para o Estado, desde que ele tenha a capacidade de criar mais moeda para pagar suas dívidas.

2. *A política fiscal pode ser mais eficaz*: A política fiscal pode ser mais eficaz do que a política monetária para estabilizar a economia e promover o pleno emprego.

3. *A inflação é um problema mais grave*: A inflação é um problema mais grave do que a dívida pública, e a política fiscal e monetária devem ser utilizadas para controlá-la.


*Críticas à MMT*


Os críticos da MMT argumentam que:


1. *A dívida pública é um problema*: A dívida pública pode ser um problema para o Estado, especialmente se ela for muito alta e não for sustentável.

2. *A inflação pode ser um problema grave*: A inflação pode ser um problema grave se não for controlada, e a política fiscal e monetária devem ser utilizadas para controlá-la.

3. *A política fiscal pode ser ineficaz*: A política fiscal pode ser ineficaz para estabilizar a economia e promover o pleno emprego, especialmente se não for bem planejada e implementada.

4. *A MMT pode levar a uma crise de confiança*: A MMT pode levar a uma crise de confiança na moeda e na economia, especialmente se os investidores perderem a confiança na capacidade do Estado de gerenciar a economia.


*Implicações políticas da MMT*


As implicações políticas da MMT incluem:


1. *Política fiscal mais expansiva*: A MMT sugere que a política fiscal deve ser mais expansiva para promover o pleno emprego e estabilizar a economia.

2. *Renda básica universal*: A MMT pode ser utilizada para financiar uma renda básica universal, garantindo que todos os cidadãos tenham uma renda mínima.

3. *Investimento em infraestrutura*: A MMT pode ser utilizada para financiar investimentos em infraestrutura, como rodovias, escolas e hospitais.


*Conclusão*


A Modern Monetary Theory é uma teoria econômica que desafia as visões tradicionais sobre a dívida pública e a política fiscal. Embora tenha alguns argumentos interessantes, também tem suas limitações e críticas. É importante que os formuladores de políticas econômicas considerem cuidadosamente as implicações da MMT antes de adotá-la como uma política econômica.

Sustentabilidade da divida pública

 A sustentabilidade da dívida pública é um tema complexo e multifacetado que envolve a capacidade de um governo de manter suas políticas fiscais sem comprometer a estabilidade econômica. Aqui estão alguns pontos importantes para aprofundar o debate:


*Definição de Sustentabilidade da Dívida Pública*


A sustentabilidade da dívida pública refere-se à capacidade de um governo de manter suas políticas fiscais sem comprometer a estabilidade econômica. Isso significa que o governo deve ser capaz de pagar suas dívidas sem recorrer a medidas extremas, como imprimir dinheiro ou aumentar drasticamente os impostos.


*Importância da Sustentabilidade da Dívida Pública*


A sustentabilidade da dívida pública é importante por várias razões:


1. *Estabilidade Econômica*: A sustentabilidade da dívida pública é fundamental para manter a estabilidade econômica. Se a dívida pública não for sustentável, pode levar a uma crise econômica, com consequências negativas para a economia e a sociedade.

2. *Confiança dos Investidores*: A sustentabilidade da dívida pública é importante para manter a confiança dos investidores. Se os investidores não acreditam que um governo possa pagar suas dívidas, eles podem exigir taxas de juros mais altas para emprestar dinheiro, o que pode aumentar o custo da dívida e tornar mais difícil para o governo pagar suas obrigações.

3. *Desenvolvimento Econômico*: A sustentabilidade da dívida pública é importante para o desenvolvimento econômico. Se a dívida pública for sustentável, o governo pode investir em projetos que promovam o crescimento econômico e o desenvolvimento, em vez de gastar recursos para pagar juros sobre a dívida.


*Fatores que Influenciam a Sustentabilidade da Dívida Pública*


Vários fatores podem influenciar a sustentabilidade da dívida pública, incluindo:


1. *Taxa de Juros*: A taxa de juros é um fator importante que influencia a sustentabilidade da dívida pública. Se as taxas de juros forem altas, o custo da dívida pode aumentar, tornando mais difícil para o governo pagar suas obrigações.

2. *Crescimento Econômico*: O crescimento econômico é outro fator importante que influencia a sustentabilidade da dívida pública. Se a economia estiver crescendo, o governo pode ter mais recursos para pagar suas dívidas.

3. *Política Fiscal*: A política fiscal do governo também é importante para a sustentabilidade da dívida pública. Se o governo tiver uma política fiscal prudente, pode ajudar a manter a dívida pública sustentável.

4. *Dívida Externa*: A dívida externa também pode influenciar a sustentabilidade da dívida pública. Se um país tiver uma dívida externa alta, pode ser mais vulnerável a choques econômicos externos.


*Modelos de Análise de Sustentabilidade da Dívida Pública*


Existem vários modelos que podem ser utilizados para analisar a sustentabilidade da dívida pública, incluindo:


1. *Modelo de Blanchard*: O modelo de Blanchard é um modelo simples que avalia a sustentabilidade da dívida pública com base na diferença entre a taxa de juros e a taxa de crescimento da economia.

2. *Modelo de Bohn*: O modelo de Bohn é um modelo mais complexo que avalia a sustentabilidade da dívida pública com base na resposta do superávit primário à dívida pública.

3. *Modelo de Valor Presente*: O modelo de valor presente é um modelo que avalia a sustentabilidade da dívida pública com base no valor presente dos fluxos de caixa futuros.


*Desafios para a Sustentabilidade da Dívida Pública*


Existem vários desafios para a sustentabilidade da dívida pública, incluindo:


1. *Dívida Pública Alta*: A dívida pública alta pode ser um desafio para a sustentabilidade da dívida pública.

2. *Taxas de Juros Altas*: As taxas de juros altas podem aumentar o custo da dívida e tornar mais difícil para o governo pagar suas obrigações.

3. *Crescimento Econômico Baixo*: O crescimento econômico baixo pode reduzir a capacidade do governo de pagar suas dívidas.

4. *Choques Econômicos*: Os choques econômicos, como crises financeiras ou desastres naturais, podem afetar a sustentabilidade da dívida pública.


*Conclusão*


A sustentabilidade da dívida pública é um tema complexo e multifacetado que envolve a capacidade de um governo de manter suas políticas fiscais sem comprometer a estabilidade econômica. É importante que os governos adotem políticas fiscais prudentes e implementem reformas estruturais para promover a sustentabilidade da dívida pública. Além disso, é fundamental que os governos sejam transparentes e responsáveis em sua gestão fiscal para manter a confiança dos investidores e promover o desenvolvimento econômico.

terça-feira, 4 de novembro de 2025

Arko Advice

 🇧🇷 *Arko Advice/Murillo de Aragão: segurança pública será pauta decisiva nas eleições presidenciais*


Broadcast- O cientista político e CEO da Arko Advice, Murillo de Aragão, avalia que, após a megaoperação policial no Rio de Janeiro na semana passada, a segurança pública será uma pauta decisiva nas eleições presidenciais de 2026. E, segundo Aragão, o tema pode representar uma fragilidade para o presidente Luiz Inácio Lula da Silva.


"Ao olhar o episódio do Rio de Janeiro, com o apoio da população à operação, vemos que existe uma parcela conservadora da população que exige abordagem mais assertiva na segurança pública. É uma pauta que vai ser decisiva e vai ser explorada [nas eleições], pois remexe num medo íntimo das pessoas. Ter um discurso que não seja de 'Law & Order' traz grande fragilidade ao Lula", afirmou Aragão, durante painel no Congresso Internacional Planejar, que acontece hoje, em São Paulo.


O CEO da Arko Advice diz que, em tese, Lula é o favorito para ganhar o pleito de 2026, mas que muitas variáveis podem alterar o cenário. "Não acho que o Lula ganha por WO. Existia uma precipitação do mercado em achar que o Lula não ia ganhar a eleição, falava-se do Tarcísio. Mas as pessoas esquecem que o Lula é muito bom candidato. A pedreira que ele vai enfrentar é difícil. Ele é favorito ao se olhar o livro de receitas, mas às vezes o 'bolo desanda'. Tem variáveis que podem afetar", ponderou.


Por Bruna Camargo

Sistema de metas de inflação. KAUAN EMILIO

 


O estudo abrangeu Brasil, África do Sul, México, Chile, Coreia do Sul, Inglaterra, Nova Zelândia e Canadá, economias com diferentes graus de desenvolvimento e estruturas institucionais. A escolha desse conjunto buscou contrastar a performance de países desenvolvidos, que apresentam maior credibilidade monetária e menor volatilidade de preços, com a de economias emergentes, frequentemente mais expostas a choques externos e instabilidade cambial.


Os resultados apresentados no dashboard mostram que países em desenvolvimento tendem a adotar bandas de tolerância mais amplas, criando uma zona de segurança maior para lidar com choques econômicos, sem comprometer o regime. Já nas economias avançadas — como Canadá, Inglaterra e Nova Zelândia —, observa-se maior estabilidade inflacionária, metas mais restritas e forte ancoragem das expectativas devido à solidez institucional e à independência de seus bancos centrais.

O dashboard permite:

Comparar a trajetória da inflação e o cumprimento das metas em cada país;
Visualizar bandas de tolerância e médias históricas;
Identificar padrões de credibilidade e flexibilidade entre economias desenvolvidas e emergentes.
Ferramentas utilizadas: Power BI, Excel e bases de dados oficiais de indicadores macroeconômicos.

Acesse o dashboard completo aqui:
https://lnkd.in/d6GpRhus

Rompendo a meta fiscal

 *Editorial Estadão - Fim do Disfarce sobre a Meta Fiscal*


O governo obteve a aprovação do Congresso para seguir o limite inferior da meta fiscal, livrando-se da obrigação de cortar R$ 30,2 bilhões em despesas neste ano. Uma emenda inserida em um projeto aprovado na última quinta-feira alterou a Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO), permitindo que o Executivo opere com um rombo de até 0,25% do Produto Interno Bruto (PIB), equivalente a R$ 31 bilhões, em vez de buscar o equilíbrio fiscal.


A proposta foi aprovada em uma votação simbólica e sancionada no dia seguinte, evidenciando um acordo entre o governo e os parlamentares para contornar as exigências do Tribunal de Contas da União (TCU). Em setembro, o TCU já havia alertado que a estratégia de buscar o limite inferior da meta infringia as normas fiscais vigentes. O ceticismo deste jornal na época provou ser pertinente, já que o governo não apenas recorreu da decisão, mas também alterou a legislação para garantir respaldo legal e agir sem responsabilizações. Assim, o objetivo fiscal que o governo alegava perseguir se tornou uma mera ilusão.


O limite inferior da meta, que deveria ser utilizado apenas em situações excepcionais, tornou-se a nova normalidade. O apoio da maioria no Congresso não surpreende: se a determinação do TCU fosse rigorosamente aplicada, não haveria como preservar as emendas parlamentares. O congelamento de despesas precisaria ser elevado de R$ 12,1 bilhões para R$ 42,3 bilhões até o final de novembro, afetando pelo menos R$ 6,8 bilhões em emendas, conforme reportado pelo Estadão.


Após um tempo, a equipe econômica finalmente abandonou a fachada. O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, havia afirmado que o governo buscaria o equilíbrio fiscal; porém, na semana passada, o secretário do Tesouro Nacional, Rogério Ceron, admitiu que essa meta era irrealizável. “Não haveria despesas discricionárias que pudessem ser contingenciadas, faltando dois meses para o término do exercício, para atender tal magnitude”, explicou.


Um corte de R$ 30,2 bilhões nos últimos dois meses do ano poderia paralisar a administração pública. Isso suscita reflexões sobre as razões pelas quais o governo não atingirá os objetivos inicialmente estabelecidos. A falha reside na elaboração do Orçamento, que subestimou os gastos e superestimou a arrecadação.


Essa não foi uma falha acidental. Em maio, durante a revisão bimestral de receitas e despesas, o governo já tinha consciência de que os números estavam desalinhados, tanto que anunciou um congelamento de R$ 31,3 bilhões em despesas e a alteração do Imposto sobre Operações Financeiras (IOF) sobre empresas e previdência privada.


Após várias idas e vindas, o governo revogou parte de um decreto que foi interpretado como uma medida de controle cambial, mas o Legislativo o derrubou, e o Supremo Tribunal Federal (STF) restabeleceu-o parcialmente. As tensões resultaram em novas medidas, como a Medida Provisória 1.303, que eliminou a isenção das Letras de Crédito Imobiliário (LCIs) e do Agronegócio (LCAs) e aumentou a tributação sobre apostas e fintechs. O governo cedeu mais do que deveria, e a proposta foi consideravelmente reduzida durante as negociações, mas mesmo assim foi rejeitada na Câmara no início de outubro.


No final, restou uma revisão nos gastos com o seguro-defeso, a inclusão do Pé-de-Meia no piso constitucional da Educação e um limite para compensações tributárias, todos incorporados em outro projeto de lei que passou na Câmara na semana passada. O governo ainda busca aumentar a tributação sobre apostas e fintechs, mas já desistiu de tributar os títulos isentos.


Em suma, o Orçamento deste ano nunca foi sólido e o do próximo ano deve seguir a mesma trajetória. O governo deseja aumentar a arrecadação, o Congresso não abre mão de suas emendas e, com um ano até as eleições, ninguém quer cortar gastos. O Executivo foca em uma narrativa que divide ricos e pobres, enquanto o Legislativo recusa o aumento de impostos, mas ambos concordam em buscar o limite inferior da meta fiscal, ignorando o aumento contínuo da dívida bruta.

Fabio Alves