sexta-feira, 14 de novembro de 2025

BDM Matinal Riscala

 "Dados perdidos, risco em alta"

 Resumir

14 de novembro de 2025

Por Rosa Riscala e Mariana Ciscato

Atualizado há 5 horas

… O fim do shutdown nos Estados Unidos acentuou dúvidas importantes sobre a recuperação de dados-chave, como a taxa de desemprego de outubro, que jamais será conhecida. A insegurança estatística adiciona incerteza à política do Fed e deixa o mercado dividido sobre dezembro, enquanto o receio de bolha em techs voltou a assombrar Wall Street. Na China, a produção industrial em outubro frustrou a previsão, mas as vendas no varejo superaram de leve as expectativas. No Brasil, diretores do BC reúnem-se hoje com economistas de São Paulo, que buscam sinais sobre o início dos cortes da Selic. A agenda ainda traz IGP-10, Pnad Contínua (sempre mexe com juros), Prisma Fiscal, Haddad à tarde, expectativa por novidades no tarifaço e mais balanços na B3.


VIX SALTA 20% – Conhecido como o “índice do medo”, o VIX disparou ontem, refletindo vendas pesadas nas ações ligadas à IA e tecnologia, com destaque para os tombos de quase 6% da Tesla e 3% da Nvidia, que arrastaram o Nasdaq a queda de 2%.


… O Dow Jones e o S&P 500 também caíram, afetados pelas incertezas sobre o cronograma de divulgação dos dados federais nos EUA, que obrigam o mercado a operar no escuro e dificultam projeções para o Fomc de dezembro.


… As falas de três dirigentes do Fed — Alberto Musalem (St. Louis), Beth Hammack (Cleveland) e Mary Daly (São Francisco) — convergiram para o mesmo ponto: cautela nos próximos passos da política monetária, reduzindo as apostas de corte ainda este ano.


… Sobre os impactos do shutdown, os diretores reforçaram que o efeito negativo deve ser pontual no 4º tri e que o PIB deve voltar a crescer em 2026.


… O assessor econômico da Casa Branca, Kevin Hasset, confirmou que a taxa de desemprego de outubro talvez nunca seja apurada. A paralisação de 43 dias inviabilizou a pesquisa domiciliar. “Teremos só metade do relatório do payroll”, disse à Fox News.


… Já o payroll de setembro, concluído antes do shutdown, deve sair nos próximos dias.


… Analistas citam como riscos desse “interregno estatístico” uma eventual reaceleração inesperada da inflação — que mudaria rapidamente a trajetória da política monetária — e a possibilidade de excessos no ciclo de investimentos em IA.


… Dois indicadores importantes previstos para hoje — PPI e vendas no varejo de outubro — não devem ser divulgados. O BLS prometeu anunciar novas datas assim que possível. Já a coleta do CPI, suspensa por quase duas semanas, pode ser prejudicada pelo feriado de Ação de Graças.


MAIS AGENDA – Cresce a expectativa para as falas dos Fed boys nesta sexta, que ganharam peso com a virada das apostas para dezembro: Jeffrey Schmid (12h05), Lorie Logan (16h30) e Raphael Bostic (17h).


… Entre os indicadores, saem o PIB do 3º tri da zona do euro (7h) e os dados da Baker Hughes (15h).


CHINA HOJE – A produção industrial cresceu 4,9% em outubro, na comparação anual. O resultado ficou abaixo da previsão de 5,5% dos analistas e mostrou perda de ritmo em relação a setembro, quando registrou expansão 6,5%.


… As vendas no varejo avançaram 2,9%, levemente acima da previsão de 2,7%, mas abaixo de setembro (3,0%).


PETRÓLEO – O barril disparava quase 2% no início da madrugada brasileira, depois de um ataque de drone ucraniano ter danificado um depósito da commodity no porto russo de Novorossiysk, no Mar Negro.


AQUI – Em duas reuniões trimestrais com o BC em São Paulo, às 9h30 e 11h, economistas calibram o timing do início da queda da Selic, depois de Galípolo ter corrigido a leitura dovish do mercado sobre a ata do Copom.


… O ministro Fernando Haddad, que segue irritado com o conservadorismo do BC, participa de cerimônia em Brasília às 15h.


… Na agenda, sai o IGP-10 de novembro (8h), que deve acelerar para 0,17%, pressionado pelos preços industriais. As projeções vão de 0,03% a 0,30%. Às 9h, sai a Pnad Contínua, com empregos criados no trimestre entre julho e setembro.


… Às 10h, tem o Prisma Fiscal. Ontem, a Fazenda reduziu a projeção de PIB de 2025 de 2,3% para 2,2%; para 2026, manteve 2,4%. O IPCA projetado para 2025 caiu de 4,8% para 4,6%. Já a Moody’s elevou a projeção do PIB do Brasil de 2% para 2,1% este ano.


… A agência estima ainda crescimento de 2% para 2026 e 2027, com ajuda da diversificação doméstica e das exportações, observando que a China continuará sendo um importante mercado para as exportações de commodities do Brasil.


BALANÇOS – Azul e Banrisul saem antes da abertura. Cosan, Raízen, AgroGalaxy, Marisa, Rumo, Ser Educacional e Terra Santa Agro divulgam após o fechamento. Confira no Companhias Abertas os resultados de ontem à noite.


AFTER HOURS – Nubank subiu 3% no after em NY após divulgar lucro recorde de US$ 783 milhões, 39% maior em 12 meses e 8,8% acima das estimativas. O ROE ficou em 31%.


… JBS avançou 0,84%, a US$ 13,25, mesmo com queda de 16,2% no lucro líquido (US$ 581 milhões) e retração de 14,8% no Ebtida (US$ 1,835 bi).


… Braskem (+5,05%) recuperou parte das perdas após o tombo de 7,36% na sessão regular, em realização dos ganhos recentes.


ACORDO À VISTA – Após reunião em Washington, o chanceler Mauro Vieira afirmou que o secretário de Estado, Marco Rubio, prometeu resposta à proposta brasileira entre hoje e a semana que vem.


… O governo pediu aos EUA uma pausa temporária de 90 dias nas tarifas de 50% durante a fase de negociações.


… Rubio disse que o presidente Trump quer resolver as pendências “muito rapidamente” e que deseja manter boa relação com o País. A expectativa é fechar acordo provisório até o fim do mês.


… Sinalizações de Trump e Scott Bessent sobre aliviar tarifas de produtos como café aumentaram a aposta no setor. Ontem, EUA anunciaram acordos comerciais com Argentina, Guatemala, El Salvador e Equador.


HADDAD – Em entrevista ao Estadão de hoje, o ministro afirmou que não vê na situação fiscal a razão para a Selic estar a 15%. Disse que Galípolo frequentemente o agradece pelo esforço fiscal coordenado pela Fazenda.


… “Estou louco para ver uma ata do BC dizendo que estou fazendo um esforço relevante, como fez o FMI. Vai chegar meu dia.”


… Haddad disse ter rodado dois modelos econométricos e que um deles indica que, se a Selic estivesse em 12% — e não em 15% — a inflação seria apenas 0,20 ponto maior.


… Repetindo que não há justificativa para juros tão altos, relatou consenso entre bancos consultados de que já haveria espaço para cortes.


… Comentou, ainda, que divergências sobre a dose da Selic são naturais e rebateu Galípolo, que afirmara que “o BC não pode brigar com os dados”. Sobre as vagas que abrirão na diretoria, disse que Lula deve ouvir não só a Fazenda e o BC, mas outros ministros.


DEU RUIM – Caiu mal sobre Nova York o choque de realidade de que pode não dar tempo de a bateria de indicadores encavalados durante as seis semanas de paralisação do governo sair até a reunião do Fed de dezembro.


… Pior: alguns dados, como se viu, podem não ser divulgados nunca, ampliando as incertezas sobre a política monetária. O mercado, que custava a se dobrar à cautela recente de alguns Fed boys, parou de ignorar o risco.  


… Estão agora praticamente empatadas as apostas de corte e manutenção dos juros na última reunião do ano.


… De um dia para o outro, a possibilidade de um relaxamento monetário caiu de 60,0% para 50,7%, enquanto o investidor começou a precificar com maior força (49,3%, contra 40,0% na véspera) a chance de estabilidade.


… A curva indica que está prestes a acontecer uma reviravolta nas apostas, que até pouco tempo atrás estavam consolidadas para uma flexibilização em dezembro, apesar de Powell ter cantado a bola que nada estava decidido.


… Ontem, o Fed boy Alberto Musalem, pediu cautela, disse haver “pouco espaço” para afrouxar a política monetária sem torná-la excessivamente acomodatícia e considerou que hoje ela está mais próxima da neutralidade.


… Na mesma linha, Beth Hammack defendeu que a política monetária precisa permanecer um pouco restritiva para reduzir as pressões inflacionárias, que estão “muito altas”, enquanto o mercado de trabalho parece equilibrado.


… Neel Kashkari concordou que a inflação ainda está bastante elevada, em 3%, contra a meta de 2%.


… Mary Daly alertou que é prematuro afirmar se haverá um corte nas taxas de juros em dezembro. Segundo ela, ainda há trabalho a fazer para reduzir a inflação, que está desacelerando aos poucos, mas de forma irregular.


… Esvaziadas as esperanças em alívio do juro em dezembro, automaticamente as taxas dos Treasuries subiram: a da Note de 2 anos foi para 3,593%, contra 3,562% na véspera, e a de 10 anos ganhou impulso para 4,118%, de 4,066%.


… Curioso foi o dólar ter caído, com o índice DXY (-0,34%) negociado aos 99,156 pontos. Mas, na avaliação do Danske Bank, a moeda americana ainda pode se valorizar com as especulações de manutenção dos juros no próximo mês.


… O euro subiu 0,37%, a US$ 1,1639; a libra avançou 0,43%, a US$ 1,3190; e o iene se fortaleceu a 154,51 por dólar.


PLUS A MAIS – Fora as dúvidas agora no ar sobre um corte do juro pelo Fed em dezembro, em paralelo, também voltou com tudo o medo em Nova York de que as gigantes de tecnologia estejam supervalorizadas, na bolha da IA.


… O Nasdaq afundou 2,29%, aos 22.870,355 pontos; o S&P 500 também não economizou no estresse, caindo 1,65%, aos 6.737,56 pontos; e o Dow Jones interrompeu os recordes, perdeu 1,65% e devolveu os 48 mil pontos (47.457,16).


… Símbolo de resistência nestas últimas semanas, o Ibovespa conseguiu se defender bem ontem contra o tombo expressivo das bolsas americanas e limitou a queda a 0,30%, sustentando os 157 mil pontos (157.162,43).


… O giro forte, de R$ 29,1 bilhões, é bom sinal, de que os compradores estão driblando uma correção firme da bolsa.


… Entre as blue chips, Petrobras reagiu, depois do abalo provocado um dia antes pela derrocada de 4% do petróleo. O papel ON subiu 0,90%, a R$ 34,66, e o PN ganhou 0,43%, a R$ 32,49, com o Brent em alta de 0,47%, a US$ 63,01.


… Em dia morno para o minério de ferro (+0,26%), Vale caiu de leve (-0,14%) e fechou cotada a R$ 65,67.


… Os principais bancos subiram, com exceção de BB (-1,32%; R$ 22,50), após queda de 60% no lucro. Itaú avançou 0,40% (R$ 40,44); Bradesco PN, +0,21% (R$ 19,48); Bradesco ON, +0,36% (R$ 16,65); e Santander, +0,54% (R$ 33,58).


… Hapvida desabou 42,21% (R$ 18,89) e liderou com folga as perdas do Ibov, após balanço bem pior que o esperado no terceiro trimestre. Do lado positivo, MRV saltou 5,16%, a R$ 8,56, com o primeiro lucro trimestral no ano.


… Como a bolsa, também o câmbio vem contornado qualquer realização mais consistente. Tudo o que o dólar subiu ontem foi de 0,10%, permanecendo abaixo do patamar de R$ 5,30 no fechamento, negociado a R$ 5,2983.


… O BC chamou para segunda-feira (10h30) um leilão de linha de até US$ 1,25 bilhões para rolagem de dezembro.


… Os juros futuros subiram com as taxas dos Treasuries e o megaleilão de títulos prefixados do Tesouro (31,5 milhões de papéis), depois de terem exibido viés de queda mais cedo com os dados mais fracos das vendas no varejo.


… Pelo conceito restrito (sem carros e material de construção), o indicador medido pelo IBGE caiu 0,3% em setembro, contrariando a previsão de alta 0,3% e sinalizando a eficácia da Selic a 15% para desacelerar a atividade.


… O BofA, que ainda apostava em corte da taxa de juro pelo Copom em dezembro, adiou sua estimativa para a reunião de janeiro, citando como justificativa para a mudança a linguagem usada pelo BC em comunicados recentes.


… Segundo o banco, aumenta a probabilidade de que o IPCA terminar o ano dentro da faixa de tolerância.


… O Itaú reduziu ontem sua projeção para o IPCA de 2025 de 4,6% para 4,5%, no teto da meta. Para 2026, cortou de 4,3% para 4,2%. A Monte Bravo reduziu sua previsão para 2025 de 4,8% para 4,6% e manteve para 2026 (4,5%).


… No fechamento dos negócios, o contrato de juro para Jan/27 marcava 13,665%, na máxima do dia (de 13,654% na véspera); Jan/29 subia a 12,840% (de 12,820%); Jan/31, 13,175% (de 13,157%); e Jan/33, 13,385% (de 13,355%).


COMPANHIAS ABERTAS – PETROBRAS informou que o Plano de Negócios 2026/30 ainda está em processo de análise e aprovação. Proposta será apreciada pelo conselho de administração no dia 27 e divulgada após a aprovação…


… Esclarecimento da companhia foi dado em função de reportagem da Bloomberg de que a estatal estaria planejando reduzir os investimentos em 4,5%, para US$ 106 bilhões no período.


LWSA teve lucro líquido ajustado de R$ 56,6 milhões no terceiro trimestre, alta de 52,9% na comparação anual; Ebitda ajustado consolidado subiu 18,1%, para R$ 87,0 milhões.


QUALICORP registrou lucro líquido de R$ 12 milhões no terceiro trimestre, alta anual de 10,7%; Ebitda somou R$ 132,5 milhões, recuo de 18,1% em relação ao mesmo período de 2024.


HAPVIDA anunciou a ampliação no programa de recompra de ações em andamento de 20 milhões para 70 milhões. No pregão de ontem, a família Pinheiro, fundadora do grupo, comprou ações da companhia. (fontes do Valor)


DASA registrou lucro líquido de R$ 97 milhões no terceiro trimestre, revertendo prejuízo de R$ 87 milhões reportado no mesmo período de 2024. Ebitda somou R$ 691 milhões, queda de 8% na comparação anual.


ONCOCLÍNICAS confirmou a venda do Instituto Materno Infantil de Minas Gerais à Fundação Felice Rosso, que administra o hospital Felício Rocho, por R$ 130 milhões.


YDUQS registrou lucro líquido de R$ 97,7 milhões no terceiro trimestre, queda anual de 35,6%; Ebitda somou R$ 462,1 milhões, alta de 0,9% ante mesmo período de 2024.


LOCALIZA teve lucro líquido de R$ 258,1 milhões no terceiro trimestre, queda de 68,2% na comparação anual; Ebitda cresceu 2,6%, para R$ 3,407 bilhões…


… Companhia anunciou que a controlada Localiza Fleet fechou contrato para venda de sua participação de 64,6% na Voll Soluções em Mobilidade Corporativa S.A. para sociedade detida por fundos geridos pela Warburg Pinus…


… Operação avaliou a Voll em R$ 606 milhões (valor de empresa) e renderá R$ 382 milhões à Localiza Fleet.


MOTIVA ampliou investimentos da SPVias e obteve extensão de 322 dias na concessão.


GOL. Acionistas aprovaram, em segunda convocação, contratação da consultoria Apsis como responsável pela elaboração do laudo de avaliação que embasará OPA relacionada à saída da companhia do Nível 2 de Governança.


TELEFÔNICA aprovou a distribuição do valor bruto de R$ 340 milhões em JCP, o equivalente a R$ 0,1060 por ação, com pagamento até 30/4/26; ex em 25/11.


RAÍZEN contratou uma nova linha de crédito rotativo no valor de R$ 1 bilhão, com prazo de cinco anos; nova linha substitui as linhas atualmente vigentes. 


UNIPAR registrou lucro líquido de R$ 109,1 milhões no terceiro trimestre, baixa de 8% em relação ao mesmo período de 2024; Ebitda somou R$ 260 milhões, recuo anual de 33%.


TRACK&FIELD registrou lucro líquido de R$ 30 milhões no terceiro trimestre, alta de 22% na comparação anual.


CYRELA teve lucro de R$ 609 milhões no terceiro trimestre, alta de 29% na comparação anual; receita líquida subiu 5% no período, para R$ 2,1 bilhões.


TECNISA orientou subsidiária Windsor a interromper negociações com Cyrela Brazil Realty, envolvendo possível venda de terrenos no Loteamento Jardim das Perdizes e de Certificados de Potencial Adicional de Construção.


EZTEC teve lucro de R$ 183,4 milhões no terceiro trimestre, alta de 38% na comparação anual; receita líquida caiu 2% no intervalo, para R$ 469,4 milhões…


… Empresa aprovou a distribuição de dividendos intermediários no valor total de R$ 220 milhões…


… Montante será dividido em R$ 87,140 milhões, equivalente a R$ 0,3994 por ação ordinária, e R$ 132,859 milhões, correspondente a R$ 0,6090 por ação ordinária…


… Primeiro valor será pago até 28 de novembro e o segundo valor até 17 de dezembro; ex em 19 de novembro.


GAFISA registrou prejuízo líquido de R$ 92,1 milhões no terceiro trimestre, alta de 37,1% sobre o prejuízo líquido de R$ 66,8 milhões reportado no mesmo trimestre de 2024…


… Ebitda ficou negativo em R$ 66,2 milhões, mais de três vezes o Ebitda negativo de R$ 20,1 milhões no mesmo período do ano passado.


CPFL ENERGIA registrou lucro líquido de R$ 1,37 bilhão no terceiro trimestre, alta de 3,3% em relação ao mesmo período de 2024. Ebitda somou R$ 3,1 bilhões, praticamente estável na comparação anual.


CEMIG registrou lucro líquido de R$ 796,7 milhões no terceiro trimestre, queda anual de 75,7%; Ebitda ajustado somou R$ 1,47 bilhão, recuo de 16,29% em relação ao mesmo período de 2024.


LIGHT registrou lucro líquido de R$ 33 milhões no terceiro trimestre, queda anual de 79,3%; Ebitda ajustado somou R$ 508 milhões, recuo de 15% em relação ao mesmo período de 2024.


SERENA ENERGIA registrou lucro líquido de R$ 15,4 milhões no terceiro trimestre, queda anual de 57,4%; Ebitda somou R$ 523,4 milhões, alta de 4% em relação ao mesmo período de 2024…


… CVM aprovou a conversão do registro de companhia aberta da categoria A para B; com isso, as ações da empresa deixam de ser negociadas na B3.


AXIA ENERGIA anunciou a 7ª emissão de debêntures, no valor de R$ 1 bilhão, e a controlada Axia Energia Norte, a 9ª emissão, no valor de R$ 2 bilhões.


EMAE registrou lucro líquido foi de R$ 287,5 milhões no terceiro trimestre, alta anual de 662,6%; Ebitda ajustado somou R$ 83,8 milhões, crescimento de 106,9% ante mesmo trimestre de 2024.


3TENTOS teve lucro de R$ 203 milhões no terceiro trimestre, queda de 36,2% na comparação anual; Ebitda recuou 90,7% e totalizou R$ 34 milhões.


IRB registrou lucro líquido de R$ 99 milhões no terceiro trimestre, queda anual de 15%.


Aos assinantes do BDM, Bom Dia e Bons Negócios!

Bankinter Portugal Matinal

 Análise Bankinter Portugal 


NY -1,7% US tech -2,1% US semis -3,7% UEM -0,2% España -0,6% VIX 20,0% Bund 2,69% T-Note 4,11% Spread 2A-10A USA=+53pb B10A: ESP 3,19% PT 3,02% FRA 3,41% ITA 3,41% Euribor 12m 2,234% (fut.2,298%) USD 1,164 JPY 179,9 Ouro 4.181$ Brent 64,0$ WTI 59,7$ Bitcoin -6,7% (96.865$) Ether -11,1% (3.153$).


SESSÃO: Ontem tudo se apresentava bom na pré-abertura, e hoje quase tudo mau ou fraco. Contudo, ontem derivou para quedas fortes com o debate interno na Fed sobre o que fazer na sua reunião de 10 de dezembro, marcando a sensação de que não irá fazer uma descida. Mas os retrocessos parecem um pouco exagerados, porque semis quase -4% e criptos a perderem níveis psicologicamente fundamentais (Bitcoin perde 100.000 $, Ethereum afasta-se muito de 4.000 $...). 


É como se o mercado tivesse vontade de aplicar este ajuste em preços que muitos esperamos… e tememos caso evolua para uma reação exagerada. Mas convém ter em conta que um reajuste de preços porque a velocidade do mercado foi excessiva não é a mesma coisa que uma correção porque as avaliações não se justificam. Este último ponto não acontece. Insistimos que é acertado investir em empresas que se beneficiam do ecossistema da IA (que são as avaliadas: Nvidia, ASML, Amazon, Netflix, Alphabet, etc), mas talvez não nas que desenvolvem exclusivamente IA, que são as (ainda) não avaliadas: OpenIA, Anthropic, etc., porque são as que obtêm lucros gigantescos que lhes permitem não se endividarem, lucros que continuarão a expandir-se rapidamente graças ao desenvolvimento da IA, do qual serão as principais beneficiadas. E estes reajustes são boas oportunidades para comprar mais barato (ou menos caro).


E, uma vez definido o anterior, o que temos hoje é uma coincidência de inputs maus: arrefece-se a expetativa de corte de taxas de juros da Fed a 10 de dezembro (probabilidade, segundo o consenso, ca.50% vs. ca.64% há 48 h); macro na China débil (embora já esteja descontada a debilidade chinesa); Starmer (Reino Unido) muda de opinião e não irá subir impostos nesta confusão de orçamentos que tem (mas, pelo menos, apresenta orçamentos), portanto a libra deprecia-se, porque não se sabe onde irá buscar os 30.000M GBP em falta; e, finalmente, Applied Materials publicou resultados e guias melhores do que esperado, mas cai -4,5% em aftermarket porque espera queda de Vendas 2026 na China devido às restrições para a exportação (representa 35% das Vendas). A apreciação do USD e o golpe nas criptos, que são o melhor indicador da aceitação de risco, visto que são ativos absolutamente especulativos impossíveis de avaliar, prejudicam a tendência em baixa na pré-abertura. 


CONCLUSÃO: Parece mau, de repente. Trata-se do reajuste de preços esperado e temido, apenas teremos de esperar que termine para comprar mais barato. Se este reajuste durar vários dias, melhor. Mas isso é improvável porque, assim que as quedas adquirem certa magnitude, entra dinheiro comprando. Portanto, o mais razoável é que a sessão faça o contrário de ontem: irá evoluir de pior para menos mau, para terminar a estabilizar-se no final da sessão americana ou na segunda-feira. A não ser por informação nova e diferente, este reajuste representa mais provavelmente uma oportunidade do que uma motivação para se retirar, por precaução. 


FIM

quinta-feira, 13 de novembro de 2025

Call Matinal 1311

 

Call Matinal

13/11/2025

Julio Hegedus Netto, economista

MERCADOS EM GERAL

 

FECHAMENTO (12/11)

MERCADOS E AGENDA

O Ibovespa fechou em queda de 0,07% a 157 mil pontos após 15 altas; e o dólar subiu 0,38% a R$ 5,29 com ajuste técnico e queda do petróleo.

 

PRINCIPAIS MERCADOS

Mercados abrindo às 6h45 com sinais mistos: S&P 500 -0,13%; Dow Jones +0,02%; Nasdaq 100 -0,18%; e Stoxx 600 +0,10%. Dow Jones rompendo os 48 mil ponto, puxado por setores de saúde, finanças e industriais. Tecnologia “patinando”, e Nasdaq fechando no vermelho. O rally é visto como sinal de rotação saudável, mas também de cautela. Small Caps ganham força com juros curtos mais baixos. No Congresso, Trump encerra shutdown histórico, depois de 43 dias de paralisação, governo americano volta a funcionar.

 

 

 

MERCADOS 5h30

EUA

Dow Jones Futuro: +0,18%

 

S&P 500 Futuro: +0,09%

 

Nasdaq Futuro: +0,16%

Ásia-Pacífico

Shanghai SE (China), +0,73%

 

Nikkei (Japão): +0,43%

 

Hang Seng Index (Hong Kong): +0,56%

 

Nifty 50 (Índia): +0,32%

 

ASX 200 (Austrália): -0,52%

Europa

STOXX 600: +0,24%

 

DAX (Alemanha): +0,07%

 

FTSE 100 (Reino Unido): -0,26%

 

CAC 40 (França): +0,81%

 

FTSE MIB (Itália): +0,43%

Commodities

Petróleo WTI, -0,26%, a US$ 58,34 o barril

 

Petróleo Brent, -0,21%, a US$ 62,58 o barril

 

Minério de ferro negociado na bolsa de Dalian, +0,26%, a 772,50 iuanes (US$ 108,61)

 

NO DIA, 1311

Depois de 43 dias de paralisia, finalmente o Congresso americano entrou num consenso e pôs fim ao shutdown. Aguardemos agora os dados atrasados, que devem vir em enxurrada. Na lista, além dos indicadores de emprego e inflação, como o payroll e o CPI, os dados de folhas para pagamento de salários atrasados, desembolsos de subsídios, solicitações de empréstimos e muitas atividades que se acumularam em diversas agências federal. No Brasil, o mercado absorve as declarações de Galípolo, que desautorizou uma leitura mais dovish da ata do Copom, esfriando as apostas de queda da taxa Selic em janeiro. Na agenda, novo recorte da pesquisa Quaest com cenários para a eleição presidencial abre o dia, seguido por vendas do varejo em setembro e teleconferência do BB (9h), que caiu 0,45% no after hours após o balanço.

 

 

Agenda Macroeconômica Brasil – Destaque para a ata do Copom e o Congresso americano terminando com o shutdown.

 

Segunda-feira, 10 de novembro 

 

 

08:00 — Índice de Preços ao Consumidor (IPC-S FGV) referente a 9-Nov. 

 

Consenso: 0,14% 

Terça-feira, 11 de novembro 

 

 

05:00 — Índice de Preços ao Consumidor FIPE (semanal, referência 10-Nov). Consenso: 0,52%;   08:00 — Ata da reunião do Banco Central (novembro): 09:00 — Inflação IPCA IBGE (outubro); IPCA YoY; Consenso: 4,74%; Est.  5,17%; Atual: 4,75%; IPCA MoM; Consenso: 0,15%; Est: 0,48%; Atual: 0,16% 

Quarta-feira, 12 de novembro 

 

Dados dos serviços pelo IBGE

China, Dados de produção industrial

Relatório de Estabilidade Financeira, BCB.

Quinta-feira, 13 de novembro 

 

 

Dados de vendas de varejo, PMC, IBGE

Sexta-feira, 14 de novembro 

 

 

IGP-10 da FGV

 

 

 

Boa quinta-feira a todos!

Bankinter Matinal Portugal

 SESSÃO: Continuamos numa espécie de monotonia suave e consistentemente em alta, com tendência firme para subida continuada enquanto nada estranho acontecer. Que por agora não acontece. Assim, é provável que voltemos a desfrutar de outra subida suave, apoiada pela reabertura do governo americano, marcada ontem à noite por Trump, por uma bolsa japonesa muito animada graças à constante depreciação do yen (ganho de competitividade comercial relativa por divisa), por ter desaparecido o receio de que como serão os resultados americanos de emprego pendentes de publicação (Inquérito ADP saiu bom, a 6 de novembro), pelo preço mais barato do petróleo (Brent -4%) perante estimativas de sobreoferta por parte da OPEP e por uma subida de Cisco de +8% em aftermarket devido a bons resultados e guias graças aos pedidos relacionados com IA.


A reabertura do governo americano fará com que os serviços públicos se restaurem progressivamente, o que significa que os funcionários voltarão a receber (trabalhar), normalizando o Consumo Privado, e que os indicadores macro oficiais voltam a ser publicados. Não existe um medo especial sobre os resultados oficiais de emprego que serão publicados, porque os resultados de elaboração privada que foram publicados não foram maus: Inquérito de Emprego Privado ADP (publicado a 5 de novembro) ofereceu uma criação de +42k em outubro vs. +30k esperado vs. -29k setembro. A abordagem sobre os números do emprego americanos é vitória-vitória, porque se saírem fracos, é bom porque será mais provável que a Fed volta a baixar taxas de juros. Caso saiam decentes, também é bom, porque entende-se que o encerramento do governo americano não afetou o ciclo económico. 


Na Austrália saiu um emprego de outubro (00:30 h) inesperadamente bom: Desemprego 4,3% vs. 4,4% esperado vs. 4,5% setembro, criando-se +42,2k empregos vs. +20k esperados vs. +12,8k setembro.


Os únicos resultados fracos vêm do Reino Unido, mas já se sabe que o Brexit irá cobrar, pouco a pouco, uma fatura elevada em PIB, inflação e emprego, portanto não surpreende o mercado: PIB 3T +1,3% vs. +1,4% esperado e anterior; Produção Industrial -2,5% vs. -1,2% esperado vs. -0,5% anterior.


No Japão, Takaichi (PM) afirma que quer que as taxas de juros permaneçam baixas para favorecer o crescimento económico e pede colaboração ao BoJ; o seu governador (Ueda) contestou no Parlamento que está alinhado com o governo para conseguir uma inflação moderada combinada com expansão dos salários. Perante isso, o yen deprecia-se um pouco mais até alcançar os níveis-fronteira de 180/€ e 155/$, onde é provável que o BoJ intervenha para o defender, mas isso é ótimo para a bolsa japonesa (por ganho de competitividade comercial relativa por divisa), que sobe +0,4% e leva +2% esta semana e quase +30% em 2025.  


Às 10 h, teremos a Produção Industrial UE provavelmente boa (+2,1% vs. +1,1%). Na abertura de Nova Iorque, publicação de Walt Disney (EPS 1,07 $; +32%) e após o fecho teremos Applied Materials (2,11 $;- 8,4%). 


CONCLUSÃO: O saldo líquido de todo o anterior é claramente bom, portanto o pior desenvolvimento razoável para a sessão de hoje é uma subida suave (+0,2%?) que levaria a que Wall St encadeasse 5 subidas consecutivas e 4 no caso europeu. As obrigações também bastante compradas, com a yield da O10A portuguesa abaixo de 3% e o T-Note a aproximar-se de 4%. 


BDM Matinal Riscala

 *Rosa Riscala: Fed deve continuar no escuro após fim do shutdown*


Na agenda, novo recorte da pesquisa Quaest com cenários para a eleição presidencial abre o dia, seguido por vendas do varejo em setembro e teleconferência do BB (9h)


… A Câmara dos Representantes aprovou, ontem à noite, o projeto que encerra 43 dias de shutdown nos Estados Unidos e o presidente Trump já assinou. A expectativa do mercado agora é pela publicação dos dados atrasados, que deixaram o Fed no escuro para decidir novos cortes de juros. No Brasil, os investidores ainda absorvem as declarações de Galípolo, que desautorizou a leitura mais dovish da ata do Copom, esfriando as apostas de queda da Selic em janeiro. Na agenda, novo recorte da pesquisa Quaest com cenários para a eleição presidencial abre o dia, seguido por vendas do varejo em setembro e teleconferência do BB (9h), que caiu 0,45% no after hours após o balanço.


FIM DO SHUTDOWN – A paralisação governamental mais longa da história dos Estados Unidos chegou ao fim, mas pode levar dias — e em alguns casos uma semana ou mais — para que as operações normais sejam retomadas, segundo a Bloomberg.


… Há atualização de folhas para pagamento de salários atrasados, desembolsos de subsídios, solicitações de empréstimos e muitas atividades que se acumularam em diversas agências federais, e que não serão resolvidas de uma hora para outra.


… As restrições de voos, por exemplo, só devem ser suspensas em uma semana, mas antes dos feriados do Dia de Ação de Graças.


… O apagão dos dados econômicos preocupa porque nenhuma nova estatística sobre preços e empregos foi coletada e, segundo a Casa Branca admitiu nesta quarta-feira, os relatórios de outubro “provavelmente nunca serão divulgados”.


… Economistas apontaram o CPI e o payroll como os indicadores com maior probabilidade de não serem conhecidos.


… O BLS, responsável por tomar decisões sobre o cronograma de seus relatórios, ainda não divulgou um calendário atualizado com os dados e as datas de publicação. É possível que a agência opte por consolidar os dados de dois meses em uma única publicação.


… “Disseram-me que algumas das pesquisas nunca foram concluídas, então talvez nunca saibamos o que aconteceu naquele mês”, disse Kevin Hassett, diretor econômico nacional da Casa Branca, à CNBC. “Vamos ficar um pouco no escuro por um tempo.”


… O risco é de que o Fed não receba os dados até a próxima reunião de política monetária, nos dias 9 e 10 de dezembro.


… No CME Group, as chances de um novo corte de 25pbs do juro no último Fomc do ano ainda são majoritárias, projetadas em 60%, contra 40% que apostam em manutenção das taxas no intervalo entre 3,75% e 4%.


… Além disso, o colegiado segue claramente dividido sobre as decisões de política monetária, o que confunde o mercado.


… Nesta quarta, enquanto Stephen Miran voltou a defender queda do juro, afirmando que a inflação está perto da meta, Raphael Bostic/Fed de Atlanta falou a favor da manutenção “até que haja evidências claras de que a inflação está se movendo em direção à meta de 2%”.


GALÍPOLO – No Brasil, não há divisão: o Copom está fechado no mesmo propósito de manter os juros elevados para levar a inflação à meta. Não em direção à meta, nem ao redor da meta, ou à banda superior da meta, mas ao centro da meta de 3%.


… Nesta quarta-feira, o presidente do Banco Central usou as duas agendas públicas para corrigir a leitura dovish que o mercado fez da ata do Copom, e não podia ser mais direto: “Se você entendeu algum sinal na comunicação sobre o futuro, entendeu errado.”


… A ata, disse ele, reflete a leitura atual do colegiado, em uma postura “humilde e modesta perante a incerteza”.


… Galípolo disse que entende ser normal o debate sobre o que será e o que não será feito nos próximos passos do Banco Central e reforçou a atuação da instituição. “Esse é um BC que tem calcado a sua comunicação em fatos e dependência de dados.”


… Fez as afirmações na apresentação do Relatório de Estabilidade Financeira do primeiro semestre, em São Paulo, ao lado do diretor de Política Econômica, Diogo Guillen. Depois, repetiu tudo de novo no evento da Bradesco Asset.


… Para Galípolo, talvez o BC tenha o objetivo “mais claro de todos”, que é perseguir a meta de inflação. “Está bem claro porque estamos com juros em patamar restritivo”, admitindo o “desconforto” com a desancoragem das expectativas de inflação em todos os horizontes.


… Comentando sobre a incorporação do efeito da reforma do IR às projeções do BC, que levou boa parte do mercado a antecipar as apostas de corte da Selic para janeiro, enfatizou que o impacto é preliminar, como foi no caso dos precatórios e do crédito consignado privado.


… “Vamos continuar acompanhando para entender qual é o desdobramento e qual é o impacto efetivo de uma medida como essa.”


… Galípolo foi questionado na coletiva sobre as críticas de Haddad, para quem já existe espaço para cortar a Selic. Antes de responder, elogiou o “amigo” e “pessoa querida”, emendando que “todo mundo pode brigar com o BC, mas o BC não pode brigar com os dados”.


VENDAS NO VAREJO – Em mais um dado para compor o cenário dos juros, serão divulgadas hoje (9h) as vendas do varejo em setembro, que devem subir 0,3% na margem (conceito restrito), após alta de 0,2% em agosto, segundo a mediana em pesquisa Broadcast.


… O crescimento, mais uma vez, deve ser impulsionado pelo desempenho positivo dos supermercados.


… Já o varejo ampliado tem estimativa de alta de 0,1% em setembro, desacelerando sobre agosto (0,9%), mas ainda sustentado pelas vendas de veículos. Também hoje, às 13h, a Anfavea divulgará os dados da produção e vendas de veículos em outubro.


SERVIÇOS – Nesta quarta, a Pesquisa Mensal de Serviços do IBGE apontou crescimento de 0,6% entre agosto e setembro, pouco acima da mediana das estimativas coletadas pelo Projeções Broadcast, de expansão de 0,4%.


… O dado indicou resiliência dos serviços, mas não muda a percepção de que a atividade deve perder fôlego no terceiro trimestre, período para o qual grande número de analistas espera crescimento quase nulo do PIB na margem.


MAIS AGENDA – O novo recorte da Genial/Quaest (7h) para a corrida eleitoral de 2026 vem um dia depois de a pesquisa apontar que a avaliação do governo Lula, que oscilava positivamente desde julho, parou de melhorar.


… A desaprovação subiu para 50%, contra 49% no levantamento anterior, e a aprovação caiu um ponto, para 47%. Para a Quaest, a pauta da segurança pública foi responsável pela quebra na tendência positiva para o governo.


… O IBGE divulga às 9h o levantamento da produção agrícola em outubro. À tarde (14h30), o Banco Central solta a pesquisa trimestral de condições de crédito em setembro.


BANCO DO BRASIL – Divulgado ontem à noite, o lucro líquido ajustado de R$ 3,785 bilhões no terceiro trimestre registrou forte queda de 60,2% na comparação anual, reflexo do avanço das provisões para perdas e aumento da inadimplência no agronegócio.


… Apesar do cenário adverso, o resultado veio em linha com as previsões do mercado financeiro no Broadcast.


… O banco, que no início do ano projetava lucro de até R$ 41 bilhões para o ano, já reduziu a estimativa à metade. No segundo trimestre, havia ajustado a previsão para R$ 25 bilhões e ontem reduziu de novo, para R$ 21 bilhões.


… Também piorou a estimativa das provisões em 2025, para R$ 61 bilhões (R$ 20 bilhões acima do originalmente esperado). O resultado trimestral será comentado pelo BB em teleconferência aos acionistas às 9h.


MAIS BALANÇOS – Antes da abertura do mercado, tem o Banco Inter. Após o fechamento dos negócios, saem JBS, Nubank, 3Tentos, Bradespar, Cemig, CPFL Energia, Cyrela, Eztec, IRB Re, JHSF, Light, Localiza, Qualicorp e Yduqs.


… Confira no Companhias Abertas mais balanços divulgados ontem à noite.


TARIFAÇO NA PAUTA – A Casa Branca confirmou para hoje (19h) novo encontro entre o ministro das Relações Exteriores, Mauro Vieira, e o secretário de Estado americano, Marco Rubio. Os dois já tiveram uma rápida conversa ontem na cúpula do G7, no Canadá.


… A expectativa é de que eles possam tratar do pedido brasileiro para um congelamento de 90 dias nas tarifas impostas aos produtos brasileiros.


BESSENT – Em declaração nesta quarta-feira, o secretário do Tesouro americano, Scott Bessent, anunciou que “veremos notícias substanciais sobre tarifas nos próximos dias, com alívio para o café e outros itens, incluindo bananas e outras frutas”.


RECADO A LULA – Na Coluna do Estadão, a aprovação pelo Senado da recondução do procurador-geral da República, Paulo Gonet, com apenas 45 votos favoráveis (26 contra), foi um recado para o presidente: “Se Jorge Messias for indicado à vaga do STF, ele não passa”.


… A rejeição a Gonet estava concentrada entre bolsonaristas inconformados com o julgamento dos condenados pela trama golpista. Já o nome de Messias afeta governistas e oposicionistas, em razão do que chamam de “trauma Dino”. O Senado quer Rodrigo Pacheco no STF.


ANTIFACÇÃO – Ainda na Política, segue rendendo em Brasília o projeto contra o crime organizado. O relator, deputado Guilherme Derrite (PP), apresentou um quarto texto e atendeu a mais uma demanda do governo Lula, mas a votação ficou para a próxima terça-feira.


… No novo relatório, Derrite incluiu a previsão de recursos para a Polícia Federal no caso de bens apreendidos em operação contra organizações criminosas. Antes, ele destinava esses recursos exclusivamente para os Fundos de Segurança Pública dos Estados.


AGENDA LÁ FORA – Depois do tombo de quase 4% do petróleo ontem, o mercado confere o relatório mensal da AIE, às 6h, e os estoques do DoE, às 14h. Entre os Fed boys, falam hoje Beth Hammack (14h) e Alberto Musalem (14h15).


… A Disney divulga balanço trimestral antes da abertura dos negócios, com previsão de lucro de US$ 1,05 por ação.


… Tem produção industrial de setembro na zona do euro (7h) e Reino Unido (4h), onde sai ainda o PIB do terceiro trimestre (4h). O Peru decide juro às 20h e a China solta a produção industrial e vendas no varejo em outubro às 23h.


BOI NA LINHA – O esclarecimento de Galípolo de que o BC não enviou sinais de queda da Selic em sua comunicação pode obrigar o mercado a fazer uma releitura da ata do Copom, mas não chegou a abalar os nervos dos juros futuros.


… O recuo firme das taxas dos Treasuries acabou descolando a curva doméstica de qualquer estresse maior. Seja como for, o freio de arrumação de Galípolo limitou a queda dos juros curtos, que fecharam perto dos ajustes.


… O vencimento de juro para janeiro de 2027 caiu a 13,640% (contra 13,666% no pregão anterior); Jan/29 recuou para 12,810% (de 12,846% na véspera); Jan/31, a 13,150% (de 13,175%); e Jan/33, a 13,350% (de 13,370%).


… Lá fora, os rendimentos dos Treasuries voltaram em queda do feriado do Dia dos Veteranos, apesar da divisão interna no Fed sobre um corte de juro em dezembro. Além de Bostic, Susan Collins está hesitante em relaxar.


… Segundo ela, na ausência de evidências de uma deterioração notável do mercado de trabalho, a barra está “relativamente alta” para novo corte e parece apropriado manter as taxas de juros inalteradas por “algum tempo”.


… Já na lista dos cinco finalistas para suceder Powell, o conselheiro econômico de Trump Kevin Hassett defendeu um corte mais agressivo dos juros, de 50 pontos, e disse que aceitaria a nomeação para a presidência do Fed.


… O juro da Note de 2 anos recuou para 3,562% (de 3,590% na segunda-feira) e o de 10 anos, a 4,066%, de 4,115%.


… No câmbio, o iene caiu à mínima em nove meses e levou a ministra de Finanças japonesa a fazer uma intervenção verbal, lembrando da importância de as moedas operarem de maneira estável, refletindo fundamentos econômicos.


… O mercado vem esfriando as expectativas de um aumento das taxas de juros pelo BoJ em breve.


… O índice DXY fechou praticamente estável (+0,05%, a 99,495 pontos), assim como o euro, que subiu apenas 0,03%, a US$ 1,1589, enquanto a libra esterlina registrou leve desvalorização de 0,15% e terminou cotada a US$ 1,3129.


… O Nasdaq (-0,26%, a 23.406,46 pontos) seguiu penalizado pelo setor de tecnologia e a rotação de carteiras com saída das techs beneficiou o Dow Jones (+0,68%), que renovou seu recorde de fechamento, aos 48.254,82 pontos.


… Apesar da expectativa pelo fim do shutdown, o S&P 500 fechou estável (+0,06%), a 6.850,92 pontos.


NÃO É FAKE NEWS – Parece mentira, mas o Ibov não bateu recorde ontem. Mal dá para chamar de queda o ajuste marginal de -0,07% da bolsa, a 157.632,90 pontos, com giro de R$ 38 bi, em dia de game de opções sobre o índice.


… Seja como for, a sequência histórica de ganhos foi interrompida, o que não quer dizer que o gás tenha acabado.


 … Ao longo do pregão, o Ibovespa chegou a engatar recuo firme de 0,75%, mas reagiu na reta final e quase virou. Ficou a um triz, como se viu, de alcançar a 16ª alta consecutiva e estabelecer nova máxima de todos os tempos.


… O fato de ter absorvido as perdas tão rápido indica que logo a bolsa pode estar pronta para outra, mesmo com Galípolo dizendo que o mercado entendeu tudo errado sobre as chances de um corte antecipado da taxa Selic.


… O maior vilão do Ibovespa nesta quarta-feira foi o petróleo, numa derrocada de quase 4%, que levou os papéis da Petrobras a caíram forte, após sete sessões seguidas de alta: ON -2,99%, a R$ 34,35; e PN -2,56%, a R$ 32,35.


… O estopim negativo para o petróleo veio de mensal da Opep+, que indicou um excedente de oferta no ano que vem, enquanto a demanda deve permanecer a mesma. O barril do Brent para janeiro afundou 3,75%, a US$ 62,71.


… Também os desempenhos ruins do Itaú (-2,28%, a R$ 40,28) e do BB (-2,85%; R$ 22,80), que antecipou a queda no lucro do terceiro trimestre, confirmada ontem à noite, foram decisivos para a bolsa frear os recordes históricos.


… Bradesco ON subiu 0,24% (R$ 16,59); PN caiu 0,26% (R$ 19,44); e Santander ficou estável (-0,03%), a R$ 33,40.


… Já a Vale (+1,11%; R$ 65,76), que tem o maior peso individual na carteira teórica do Ibovespa, seguiu à risca a alta de 1,20% do minério de ferro e foi determinante para a bolsa absorver a correção e praticamente zerar as perdas.


… As ações da CVC lideraram as perdas e derretem 8,33% (R$ 1,87), após analistas apontarem preocupações com a geração de caixa da empresa. Taesa ficou no topo do ranking de altas, com +5,77% (R$ 44,89), após o balanço.


… Além de o tombo do petróleo ter dado o start para a bolsa parar de subir, também deu argumento para uma correção no câmbio. Mas o dólar à vista ainda se preservou abaixo do patamar psicológico dos R$ 5,30.


… No fechamento, a moeda americana subia 0,38%, a R$ 5,293, devolvendo só parcialmente a queda de 2,33% nas últimas cinco sessões. O efeito Galípolo jogou a favor do carry trade, com o corte do juro em janeiro posto à prova.


… No Valor, começam a circular relatos sobre o fluxo sazonal de saída de dólares. Mas o impacto até aqui tem sido moderado e não se descarta que o diferencial de juro entre o Brasil e os Estados Unidos amenize a pressão.


COMPANHIAS ABERTAS – MRV&CO registrou lucro líquido ajustado e consolidado de R$ 111,1 milhões no terceiro trimestre, 6,5 vezes mais que o lucro de R$ 17,3 milhões no mesmo período de 2024.


DIRECIONAL registrou lucro líquido de R$ 229,7 milhões no terceiro trimestre, crescimento de 43,1% na base anualizada. Ebitda subiu 49,2%, para R$ 303,4 milhões, e Ebitda ajustado somou R$ 301,7 milhões, alta de 36,2%.


ALLOS teve lucro líquido de R$ 108,9 milhões no terceiro trimestre de 2025, aumento de 17,4% contra o mesmo período de 2024. O Ebitda ajustado somou R$ 485,5 milhões, avanço de 6,6%…


… A receita líquida totalizou R$ 663 milhões, uma expansão de 5,2%.


AMERICANAS teve lucro de R$ 367 milhões no terceiro trimestre, queda de 96,4% na comparação anual. Ebitda aumentou 97%, para R$ 534 milhões, e receita líquida caiu 1,0%, para R$ 2,690 bilhões.


PAGBANK teve lucro recorrente de R$ 571 milhões no terceiro trimestre, estável no comparativo anual; receita somou R$ 3,4 bilhões, alta 14,4% ante o mesmo trimestre do ano passado.


RAÍZEN informou que a Moody’s manteve o rating AAA.br, mas mudou a perspectiva de estável para negativa.


ULTRAPAR teve lucro de R$ 772 milhões no terceiro trimestre, alta anual de 11%; Ebitda ajustado somou R$ 1,946 bilhão no período, crescimento de 27%.


AUREN saiu de lucro proforma de R$ 197,2 milhões no terceiro trimestre de 2024 para prejuízo de R$ 403,7 milhões no terceiro trimestre deste ano…


… Ebitda ajustado caiu 10,4% na comparação anual, para R$ 772,7 milhões.


POSITIVO teve lucro líquido de R$ 1,1 milhão no terceiro trimestre, queda de 36,5% na comparação anual; Ebitda subiu 1,5%, para R$ 68,1 milhões.


RANDONCORP teve lucro líquido de R$ 23,149 milhões no terceiro trimestre, queda de 81% na comparação anual; Ebitda ajustado subiu 1%, para R$ 479,784 milhões.


SIMPAR registrou prejuízo atribuído aos controladores de R$ 246,2 milhões no terceiro trimestre, revertendo lucro de R$ 10,8 milhões apurado um ano antes. Ebitda ajustado somou R$ 3,1 bilhões, alta anual de 14,2%.


TELEFÔNICA concluiu a aquisição da totalidade das ações da FiBrasil detidas pelo Grupo La Caisse, por R$ 858 mi.

quarta-feira, 12 de novembro de 2025

Um crescimento decepcionante em 40 anos

 Na edição do Jornal Valor de 24/09/2025, o artigo "Um crescimento decepcionante em 40 anos", de autoria de Luque, Silber, Luna e Zagha.


 No primeiro parágrafo:


O professor Hélio Dias, Presidente do Instituto de Valorização da Educação e Pesquisa do Estado de São Paulo, apresentou ao professor Carlos Luque, presidente da Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas (Fipe), um gráfico resumindo o crescimento de vários países nos últimos 40 anos, com a pergunta: o que explica a estagnação do crescimento no Brasil?


Enquanto a China, Índia, Indonésia e outros veem seu PIB per capita crescer a taxas que chegam a 4%-6% ao ano, o Brasil cresce muito lentamente, ao ponto de, como discutido em julho num artigo nesse jornal, o país estar se aproximando do grupo de países de baixa renda.


O crescimento brasileiro tem uma enorme dicotomia. Durante 80 anos, a economia brasileira teve a segunda maior taxa de crescimento do mundo. Duplicou sua renda per capita entre 1900-1940 e a quintuplicou entre 1940-80, saindo de um país pobre para um país de classe média.


Enquanto no período 1945-80, a média do crescimento do PIB per capita girou em torno de 4,5% ao ano, a partir de 1981 o crescimento da renda per capita cai para algo como 1% ao ano. Desde o começo dos anos 1980, o Brasil perdeu sua capacidade de crescimento.


Penúltimo e último parágrafos:


Partindo do princípio que o desenvolvimento é uma tarefa conjunta do setor público e privado, algumas etapas seriam importantes:


1. Recuperar o papel do planejamento econômico que foi perdido à medida que os orçamentos públicos começaram a ficar muito comprometidos;

2. Promover uma discussão mais ampla envolvendo todos os setores da sociedade, setor privado, Poder Executivo, Legislativo, Judiciário, para fazer um esforço comum para superar nossas dificuldades. E tentar convencer o óbvio, de que com o crescimento econômico todos ganham;

3. Procurar reduzir a taxa de juros com o objetivo de ampliar os investimentos públicos e privados;

4. Recuperar a capacidade de crescimento da economia, que seja obtida com uma substancial melhoria da justiça social.


O ponto central da discussão é que não podemos pensar em desenvolvimento econômico pensando apenas no papel do setor público. O desenvolvimento depende tanto do setor público como do setor privado e é tarefa de todos.


Apresento abaixo uma nota para discussão interna, que fiz quando trabalhava no Inmetro, em 2020, intitulado "O Inmetro e o Índice de Ambiente de Negócio do Fórum Mundial Econômico", para as discussões que o órgão participava desde o governo Itamar Franco, que continuou no governo seguinte de Jair Bolsonaro, sobre a adesão do País à OCDE.


Muito ancorado nos pilares deste índice e de outros, como elaborado por aquela instituição, pelo Banco Mundial e pela própria OCDE. O objetivo é mostrar que os maiores gargalos que travam a economia brasileira podem ser resolvidos por uma administração pública mais técnica e menos ideológica! 


"O Inmetro e o Índice  ambiente de negócio do Fórum Mundial Econômico. 


Com a Quarta Revolução Industrial (4RI), a humanidade entrou em uma nova fase. A 4RI tornou-se uma realidade vivida por milhões de pessoas em todo o mundo e está criando novas oportunidades de negócios para governos e indivíduos.


Neste contexto, o Fórum Econômico Mundial introduziu um novo Índice de Competitividade Global (GCI 4.0), uma bússola econômica muito necessária. O índice integra aspectos bem estabelecidos com alavancas novas e emergentes que impulsionam a produtividade e o crescimento. Ele enfatiza o papel do capital humano, inovação, resiliência e agilidade, não só como impulsionadores, mas também como características definidoras de sucesso econômico no 4RI.


Apela para uma melhor utilização da tecnologia para saltar adiante, mas também adverte que isso só é possível como parte de uma abordagem holística com outros fatores de competitividade. Finalmente, ele oferece dados objetivos e análise para uma abordagem desapaixonada, orientada para o futuro e racional elaboração de políticas.


Os resultados do GCI 4.0 revelam uma conclusão sóbria de que a maioria das economias está longe da fronteira de competitividade, o ideal no agregado de todos os fatores de competitividade. De fato, a média global de pontuação de 60 sugere que muitas economias ainda precisam implementar as medidas que melhorariam seu crescimento e resiliência a longo prazo e ampliar as oportunidades para as suas populações.


Além disso, os países têm um desempenho misto nos doze pilares do índice e que o desenvolvimento de longo prazo, como instituições que funcionam bem, continuam a ser um atrito de longo prazo. No entanto, existem pontos brilhantes - sob a forma de economias que superam seus pares e apresentam casos valiosos estudos para aprender mais sobre métodos para implementar os fatores de competitividade.


A Metodologia


Com os fatores de produtividade mais importantes determinantes do crescimento e da renda a longo prazo, o novo Índice de Competitividade Global 4.0 (GCI 4.0) lança luz sobre um novo conjunto de fatores críticos para a produtividade na Quarta Revolução Industrial (4RI) e fornece uma ferramenta para avaliá-los. O GCI 4.0 renovado resume a nova ferramenta, bem como os resultados revelados para os países em si e comparativamente a nível global e regional.


Novos conceitos e novos esforços de coleta de dados, o GCI 4.0 fornece insights novos e com mais nuances sobre os fatores que irão crescer em importância com a 4RI, que reúne: capital humano, inovação, resiliência e agilidade. Estas qualidades são capturadas através de um número de novos conceitos criticamente importantes (por exemplo, cultura empreendedora, empresas que abraçam ideias disruptivas, colaboração multistakeholder, pensamento crítico, meritocracia, confiança social), complementando componentes mais tradicionais (por exemplo, C&T e infraestrutura física, estabilidade macroeconômica, direitos de propriedade, anos de escolaridade).


Novos benchmarks. O GCI 4.0 introduz uma nova pontuação de progresso variando de 0 a 100. A fronteira (100) corresponde ao máximo da meta para cada indicador e normalmente representa um objetivo de política. Cada país deve visar maximizar sua pontuação em cada indicador, e a pontuação indica seu progresso atual contra a fronteira, assim como a distância restante.


Doze pilares de competitividade. Há um total de 98 indicadores no índice, derivados de uma combinação de dados de organizações internacionais, bem como do parecer executivo do Fórum Econômico Mundial Pesquisa. Estes são organizados em 12 pilares no GCI 4.0, refletindo a extensão e complexidade dos condutores da produtividade e do ecossistema de competitividade. São eles: instituições; infraestrutura; adoção de TIC; estabilidade macroeconômica; saúde; habilidades; mercado de produtos; mercado de trabalho; sistema financeiro; tamanho do mercado; dinamismo dos negócios; e capacidade de inovação.


Dos 98 indicadores que compõem estes doze pilares e, consequentemente, o GCI 4.0, 44 são provenientes do Fórum Pesquisa de Opinião Executiva e 54 baseiam-se em estatísticas fornecidas por fontes externas confiáveis. O cálculo do GCI 4.0 é baseado em sucessivas agregações de escores normalizados de indicadores (o nível mais desagregado) até ao nível global de pontuação do GCI. As pontuações infra pilar e no GCI são expressas em uma escala de 0 a 100 e são interpretadas como "pontuações de progresso", indicando quão perto um país está do estado ideal. A pontuação geral do GCI é a média simples dos 12 pilares, então o peso implícito de cada pilar é 8,3% (1/12).

Uma igualdade de condições para o desenvolvimento para todos os países parecia relativamente clara a partir da segunda metade do século XX: as economias de baixa renda deveriam se desenvolver através da industrialização progressiva, alavancando a mão de obra pouco qualificada. No contexto da 4RI, a sequência tornou-se menos clara, particularmente com relação aos baixos custos de tecnologia e capital, como nunca ocorreram na história, mas os seus usos bem-sucedidos dependem da reunião de um número de outros fatores.


O GCI 4.0 reflete essas complexidades da priorização de políticas através da ponderação de pilares da mesma forma, de acordo com a dinâmica particular de cada país em fase de desenvolvimento. Em essência, o índice oferece a cada economia uma igualdade de condições para definir o seu caminho para o crescimento. Enquanto o sequenciamento depende da prioridade de cada economia, o índice afirma que as economias precisam ser holísticas em suas abordagens à competitividade, em vez de se concentrarem em um fator específico sozinho.


Um forte desempenho em um pilar não pode compensar um fraco desempenho em outro. Por exemplo, investir em tecnologia sem investir em habilidades digitais não produzirá ganhos de produtividade significativos e nenhuma área pode ser negligenciada.


Resumo do resultado do Índice


Dez principais economias: Os Estados Unidos são a economia mais próxima da fronteira, o estado ideal, com um índice de 85,6, a 14 pontos da fronteira de 100. A economia mais bem classificada ainda tem espaço para melhoria. Seguem Cingapura (83,5) e Alemanha (82,8). Suíça (82,6) chega em 4º lugar, seguido pelo Japão (82,5), Holanda (82,4), Hong Kong (82,3). Reino Unido (82,0), Suécia (81,7) e Dinamarca (80,6).


A pontuação mediana é de 60,0, entre os EUA (85,6, 1º) e o Chade (35,5, 140º)


Alcançar a igualdade, sustentabilidade e crescimento juntos é possível, mas precisa de visão proativa e liderança. Há a necessidade de um modelo mais holístico de progresso econômico que promova padrões de vida mais altos para todos, respeitando os limites planetários. É possível ser pró-crescimento e pró-equidade.


A relação entre desempenho no GCI 4.0 e em medidas ambientais é menos conclusiva. As economias mais competitivas e as de maiores coberturas ecológicas não são as mesmas, e as mais eficientes nessas coberturas por unidade do PIB são as mais baixas. Isto é, portanto, a incumbência dos seus líderes é estabelecer prioridades e esforços proativos para criar ciclos virtuosos entre igualdade, sustentabilidade e crescimento.


Brasil: Desempenho no GCI 4.0


- 72º lugar, perdeu 3 posições em relação a 2017

- Manteve-se em penúltimo lugar no G20, apenas acima da Argentina e em último dos BRICs

- 5 lugares abaixo da África do Sul (67°), mesmo este país tendo perdido 5 lugares

- Seu índice atingiu 59,5, portanto, 0,5 abaixo da mediana


O Azerbaijão é o país que seu índice atingiu 60 e está 3 posições acima do Brasil, 69°. Mas o objetivo do Brasil, externado na última reunião do Fórum Econômico Mundial, é de ocupar uma das 50 primeiras posições no GCI 4.0. O 50° lugar é ocupado pelo Bahrein com o índice de 63,6, portanto, para figurar entre os cinquenta melhores países neste ranque, o Brasil deve superar a marca atual do Bahrein ou adicionar mais de 4,5 em seu índice, para subir 22 posições.


O Brasil, a maior economia da América do Sul, tem sua pontuação impulsionada pelo tamanho relativamente grande do mercado (80,9, ranque 10) e desempenho no pilar Saúde (79,6, ranque 73). No pilar da capacidade de inovação, o país está classificado em 40º no geral, porém permanece abaixo do seu potencial, por causa de sua integração deficiente de suas políticas e falta de coordenação entre os setores público e privado, que estão entre os fatores institucionais que inibem seu desempenho.


Por outro lado, o Brasil ocupa o 9º lugar na América e 108º no geral no pilar de dinamismo de negócios, com uma pontuação de 52,4. Promovendo a inclusão de mais empresas no ecossistema de inovação, o Brasil poderia capitalizar ainda mais o seu potencial de inovação e estimula…

[18:57, 11/11/2025] Paulo: O Inmetro e sua influência nos Pilares, nos Indicadores e nos Ranques do Brasil


O Índice:


- Pontos e Ranque por pilar do Brasil:

    - Mediana: 60 pontos

    - 69° (Ranque/Azerbaijão): 63,6 pontos

    - 50° (Ranque/Bahrein): 63,6 pontos

    - CGI4.0: 59,5 pontos (72° lugar, Brasil)

- Pilares:

    - Institucional: 49,7 pontos (93° lugar)

    - Infraestrutura: 64,3 pontos (81° lugar)

    - C&T: 55,6 pontos (66° lugar)

    - Estabilidade Macroeconômica: 64,6 pontos (122° lugar)

    - Saúde: 79,6 pontos (73° lugar)

    - Qualificação: 56,0 pontos (94° lugar)

    - Mercado de Produto: 51,0 pontos (114° lugar)

    - Sistema Financeiro: 63,2 pontos (57° lugar)

    - Tamanho de Mercado: 80,9 pontos (10° lugar)

    - Dinamismo dos Negócios: 52,4 pontos (108° lugar)


.O Inmetro tem participação importante nestes três pilares e nos cinco indicadores. As classificações do Brasil nos ranques de 4 destes 5 indicadores são preocupantes, especialmente no indicador de Ônus da Regulação Governamental, onde o país ocupa o último lugar, e no indicador de Prevalência de Barreiras não Tarifárias, onde o país beira o último lugar.


 Fiscalizam as importações e exportações, o peso do Inmetro é significativo. A reportagem com a presidente e com o Diretor Interino da Dconf do Inmetro publicada no Valor Econômico e no Estado de São Paulo e o estudo: “Os Custos dos Órgãos Anuentes no Comércio Exterior Brasileiro”, não deixam dúvidas da importância da atuação do órgão no comércio exterior e na classificação do Brasil neste indicador.


O seguinte trecho do sumário deste estudo dá um panorama deste ônus: “Os chamados órgãos anuentes são as instituições que participam do processo de concessão das licenças necessárias para as operações de comércio exterior, exercendo controle sobre certas mercadorias a serem importadas ou exportadas. Tal denominação, portanto, abrange todos os órgãos que exercem que exercem algum tipo de controle ou fiscalização no processo de obtenção da licença de importação ou registro de exportação.


Os encargos cobrados por órgãos anuentes são vistos pelo setor privado como um dos entraves mais críticos ao comércio exterior no Brasil. Dentre os obstáculos relacionados a trâmites aduaneiros, tais encargos não superam apenas o peso dos custos de uso de infraestrutura de portos e aeroportos, conforme a pesquisa “Desafios à Competitividade das Exportações Brasileiras” realizada pela CNI, em 2016, e que motivou o desenvolvimento deste estudo”.


Obviamente que o Inmetro, também, tem muito para melhorar a classificação do Brasil no indicador Eficiência no Desembaraço de Cargas,  na questão relacionada às licenças não automáticas de importações, que por sinal, inclusive pode ser não mais exigida


Finalmente, nos dois últimos indicadores – Custo e Tempo de Iniciar um Negócio – o Inmetro teria alguma ingerência quando o negócio em questão dependesse para seu funcionamento de avaliação de conformidade e registro de seus produtos pelo Inmetro."

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