quinta-feira, 23 de outubro de 2025

Prisao de Jair Bolsonaro

 Supremo Tribunal Federal autoriza prisão de Bolsonaro Tiago Angelo, Giullia Colombo, Isadora Peron, Estevão Taiar (Valor Internacional)


A Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal (STF) divulgou nesta quarta-feira (22) a íntegra da decisão do julgamento que condenou Jair Bolsonaro e sete aliados do ex-presidente por tentativa de golpe. A decisão marca o início do prazo de cinco dias, que termina na segunda-feira (27), durante o qual as equipes de defesa podem interpor recursos contra a decisão. Apenas o tenente-coronel Mauro Cid, que assinou um acordo de delação premiada, não recorrerá, segundo o Valor.


A publicação da decisão, juntamente com os recursos, prepara o terreno para a conclusão do caso sobre o plano golpista: a provável prisão do Sr. Bolsonaro. Isso porque o Ministro Alexandre de Moraes, que supervisiona o processo, só pode determinar o início da execução da pena após a análise de todos os recursos.


Espera-se que as equipes de defesa apresentem o que é conhecido como "embargos de declaração", usados para abordar omissões, contradições ou ambiguidades em decisões. Esse tipo de recurso geralmente não altera o resultado de um julgamento. Em outras palavras, mesmo se admitido, as chances de anular a condenação do ex-presidente – ou dos demais réus – são quase nulas.


O juiz Moraes pode analisar os pedidos rapidamente e em breve declarar o caso final e irrecorrível, o que desencadearia a execução da pena de 27 anos e três meses de prisão do Sr. Bolsonaro.


Em junho, ao analisar um recurso interposto pela deputada Carla Zambelli em um caso em que ela foi condenada por hackear os sistemas do Conselho Nacional de Justiça (CNJ), o ministro Moraes declarou a decisão final após rejeitar os primeiros embargos de declaração da defesa. O Supremo Tribunal Federal posteriormente manteve sua decisão.


O ministro poderia fazer o mesmo com o Sr. Bolsonaro e os demais réus. O tribunal pretende concluir o caso ainda este ano para evitar a sobreposição com o ciclo eleitoral de 2026.


Início da prisão Como resultado, a prisão do ex-presidente poderá ser decretada já na próxima semana, caso sua defesa de fato apresente os embargos de declaração e o ministro Moraes os analise prontamente. Ainda há dúvidas, no entanto, sobre onde Bolsonaro cumprirá sua pena. Ele está em prisão domiciliar desde 4 de agosto por violar medidas cautelares impostas em outra investigação em andamento.


Normalmente, indivíduos condenados a mais de oito anos de prisão devem começar a cumprir suas penas em uma unidade de segurança máxima, ou seja, uma penitenciária. No entanto, após o tribunal proferir a sentença de prisão, os advogados de defesa frequentemente solicitam benefícios, como prisão domiciliar. Como o Sr. Bolsonaro tem 70 anos e precisa de cuidados médicos frequentes, ele pode ser autorizado a permanecer em casa.


Caso seja encarcerado em uma penitenciária, Bolsonaro teria direito a uma cela especial, já que é ex-presidente. Uma cela separada já foi preparada na Superintendência Regional da Polícia Federal no Distrito Federal. Ainda assim, membros da instituição argumentam que a melhor solução seria colocar o ex-presidente em uma cela. A opção mais provável é o Complexo Penitenciário da Papuda, em Brasília.


A cela separada na unidade da Polícia Federal foi projetada para emergências, como uma ordem de prisão preventiva contra o ex-presidente. A instituição não dispõe de instalações adequadas para manter presos condenados por longos períodos, o que poderia ser o caso do Sr. Bolsonaro.


Além dos embargos de declaração, as equipes de defesa poderiam apresentar "embargos de divergência", destinados a contestar decisões não unânimes. No entanto, o entendimento do Supremo Tribunal Federal é que tais embargos só são admissíveis quando pelo menos dois ministros emitem votos dissidentes – o que não ocorreu no caso do golpe. Bolsonaro foi condenado por 4 votos a 1, com apenas o ministro Luiz Fux se manifestando dissidente.


Para embargos de divergência, o prazo para recurso é de 15 dias a partir da publicação da decisão. Portanto, as equipes de defesa que optarem por esse mecanismo terão mais tempo para responder. No entanto, o Valor apoiou que a maioria dos advogados planeja apresentar embargos de declaração, e que significa que todos os recursos devem ser apresentados até segunda-feira.


A exceção é o Sr. Cid. O militar, que serviu como ajudante de ordens de Bolsonaro, solicitou que sua pena não ultrapassasse dois anos de prisão, o que foi deferido pelo Supremo Tribunal Federal. A Primeira Turma também validou seu acordo de delação premiada. A defesa do Sr. Cid informou ao Valor que não recorrerá. A Procuradoria-Geral da República (PGR), no entanto, pode interpor recurso contestando a pena de dois anos.


Além do Sr. Bolsonaro, as principais figuras no caso do golpe incluem:


Deputado Alexandre Ramagem (PL-RJ), ex-diretor da Agência Brasileira de Inteligência (ABIN);

Almirante Almir Garnier, ex-comandante da Marinha;

Anderson Torres, ex-ministro da Justiça e ex-secretário de segurança pública do Distrito Federal;

General Augusto Heleno, ex-chefe do Gabinete de Segurança Institucional (GSI);

Tenente-coronel Mauro Cid, ex-ajudante de ordens do Sr. Bolsonaro (que assinou um acordo de delação premiada);

General Paulo Sérgio Nogueira, ex-ministro da Defesa;

General da reserva Walter Braga Netto, ex-chefe do Estado-Maior. -0- 23/10/2025 15:07 GMT

Netflix x hospício tributário

 *Como o STF transformou uma contribuição em imposto – e aumentou o custo Brasil*


Giuliano Guandalini22 de outubro de 2025


A Netflix acaba de descobrir a insegurança jurídica do Brasil e a imprevisibilidade do nosso sistema tributário – e colocou tudo na vitrine para o mundo ver. 


A gigante do streaming teve seu balanço impactado por uma provisão de US$ 619 milhões que diz respeito a uma disputa tributária no Brasil – uma baixa que chamuscou o lucro da companhia, derrubando a ação apesar dos ótimos resultados operacionais.


O faturamento da Netflix subiu 17% no trimestre para US$ 11,51 bilhões – em linha com o consenso. Mas o lucro por ação ficou em US$ 5,87, abaixo da expectativa de US$ 6,97.


Culpa de uma jabuticaba tributária.


Em uma barreira protecionista travestida de tributo, o Brasil cobra desde 2001 um imposto chamado CIDE-Royalties – também conhecido como CIDE-Tecnologia.


A importação de serviços e tecnologias fica sujeita a um pagamento de 10% sobre a remessa no pagamento. O tributo foi criado para, pretensamente, favorecer a tecnologia nacional. Na prática, tem sido um obstáculo histórico ao desenvolvimento das empresas no País, porque encarece a absorção de tecnologia de ponta.


O que isso teria a ver com a Netflix?


Em 2022, a empresa ganhou uma causa que a dispensava do pagamento da CIDE, uma vez que não era uma remessa relativa à transferência de tecnologia. Mas um caso envolvendo a Scania, julgado recentemente pelo Supremo Tribunal Federal, reviu esse entendimento e criou uma nova jurisprudência.


A disputa remonta a janeiro de 2002. A fabricante de caminhões entrou com um mandado de segurança questionando o pagamento da CIDE e sobre as remessas feitas à matriz na Suécia relacionadas a um contrato de compartilhamento de custos de um projeto de pesquisa e desenvolvimento (P&D).


Vinte e três (23) anos e alguns meses depois…


Em uma votação apertada no dia 13 de agosto, o STF declarou a constitucionalidade da cobrança ampla da CIDE e em remessas de empresas para o exterior. O resultado foi de 6 a 5, com o voto de Minerva sendo proferido pelo então presidente da Corte, Luís Roberto Barroso.


No julgamento, os ministros decidiram que a contribuição pode incidir sobre qualquer tipo de contrato – como serviços administrativos e direitos autorais – e não apenas sobre a importação de tecnologia estrangeira. Se o STF fizesse a interpretação mais restrita, a Fazenda estimou que poderia perder – ou melhor, deixar de arrecadar – R$ 4 bilhões ao ano.


“As empresas mais valiosas do mundo são as empresas de tecnologia. A riqueza passou da propriedade física para a intelectual. É a área que o País mais precisa investir,” disse Barroso. “Não veria com simpatia a redução do espectro dessa legislação.”


A tese vencedora, de aplicação ampla da contribuição, foi apresentada por Flávio Dino. Juristas que acompanham o caso disseram que a decisão surpreendeu. Alguns ministros teriam mudado de lado, em meio às recentes represálias do Governo Trump contra juízes do Supremo.


Dias antes do julgamento, Gilmar Mendes declarou que “independência tecnológica rima com soberania” – e que “é preciso que se desenvolva tecnologia para que não sejamos dependentes de modelos dominantes.”


Ficou parecendo que Gilmar acha que o Brasil  vai desenvolver tecnologia cobrando mais este imposto.


Saiu derrotado o relator do caso, Luiz Fux, segundo o qual a contribuição deveria se restringir à transferência de tecnologia, e não a contratos relativos a despesas como direitos autorais.


“Se admitida a cobrança de CIDE e de qualquer contribuinte, sem observância da referibilidade, ainda que indireta, o que teríamos seria imposto com destinação específica, o que é, no geral, inadmissível pelo texto Constitucional”, disse Lux, de acordo com o relato do site Jota.


Com a decisão, deverá haver um efeito cascata sobre o resultado de outras empresas.


A Netflix é apenas o primeiro caso a vir à tona. A empresa já registrava em seus balanços o risco de perdas em decorrência dessa disputa tributária, mas classificava o risco como baixo. Por isso não acreditava que haveria impacto em seu guidance.


Não foi o que ocorreu, e a ação desabou 7% no after hours de ontem, após a divulgação do balanço. Hoje o papel mergulha 10% – eliminando em boa parte a forte valorização no ano, que agora acumula alta de 26%.


Spence Neumann, o CFO da empresa, tentou explicar o Brasil aos analistas e investidores.


“Não se trata de um imposto específico da Netflix. Nem mesmo é específico do streaming,” disse na teleconferência. “Nenhum outro imposto se parece ou se comporta dessa forma em qualquer outro país em que operamos. É o custo de fazer negócios no Brasil.”


Segundo relatório do Itaú, a ampliação da base do imposto foi um evento one-off. Mas em breve a carga poderá ficar ainda mais pesada.


“Há um projeto de lei em votação para tributar plataformas de streaming (de 3% a 6% do faturamento), além de exigências de mais conteúdo nacional,” escreveu Stephano Gabriel, um analista de tech do banco. “Será importante investigar se há outras empresas que possam ser impactadas por essa questão.”


O advogado Daniel Szelbracikowski, sócio do escritório Dias de Souza, que defende a Scania, disse ao Brazil Journal que vai recorrer da decisão do STF. Vai ingressar ainda hoje com embargos de declaração.


O Supremo vinha entendendo que ao menos uma ‘referibilidade indireta’ seria necessária para ocasionar a cobrança. Agora isso ruiu.


“Este precedente representa uma ruptura com a jurisprudência do próprio Supremo em matéria de contribuições, que exigia ao menos uma referibilidade indireta,” disse o advogado. “É um precedente que interfere com todo o sistema tributário nacional. Ele compromete gravemente toda a coerência do sistema tributário nacional, porque fixa balizas que, na prática, transformam a contribuição em um imposto.”


A Constituição define a distinção entre imposto, taxa e contribuição.


No imposto, o fato gerador não precisa ter nenhuma atuação estatal específica. A taxa é um tributo que exige a prestação de algum serviço, como a taxa do lixo ou a taxa para emissão de passaporte.


Já a contribuição, como a CIDE e, não exige uma contraprestação direta específica, mas requer alguma referibilidade com o fato gerador. Além disso, o destino da arrecadação tem fins específicos.


“Quando o Supremo vem e diz que a contribuição pode ser cobrada de qualquer um sobre qualquer coisa, ele transforma a contribuição em imposto,” disse Szelbracikowski. “Ao fazer isso, ele ofende toda a estrutura do sistema tributário nacional – inclusive no pacto federativo de distribuição de receitas, porque o imposto é repartido por todos os entes federativos.”


Outro problema é que os recursos arrecadados com a CIDE-Tecnologia não vêm sendo aplicados na área de sua destinação. Os contribuintes estão pagando, mas o dinheiro não chega onde deveria ir.


O prejuízo para a economia, contudo, vai muito além, algo que os ministros talvez não tenham notado.


Abaixo, alguns exemplos de como a CIDE vai onerar, daqui para frente, os contratos de remessas internacionais – e até mesmo para empresas não diretamente relacionadas ao setor de tecnologia.


Se a Globo quiser transmitir o Oscar, vai pagar os 10% adicionais.


Se uma startup de biotecnologia usar serviços de nuvem de uma Big Tech, vai pagar os 10%.


Se uma empresa que vai fazer IPO nos EUA contratar consultores e advogados lá fora, vai pagar os 10%.


Se uma empresa de mídia brasileira contrata conteúdo de um produtor fora do País, vai pagar os 10%.


Se a GOL mandar seu avião fazer manutenção nos EUA, vai pagar os 10%.


Para uma fonte que acompanha casos parecidos, “o Supremo quis dar uma f%@! nas Big Techs, mas acabou prejudicando o produtor de conteúdo brasileiro, o cara que precisa contratar serviços de fora para poder inovar, e todo mundo que precisa de serviços numa economia que hoje é 100% globalizada.”


https://braziljournal.com/como-o-stf-transformou-uma-contribuicao-em-imposto-e-aumentou-o-custo-brasil/

Anderson Nunes

 *PORTUGAL FECHA PORTAS A BRASILEIROS – MC 23/10/25*

*Por Anderson Nunes – Analista Político*


Portugal surpreende e suspende vistos de trabalho que beneficiavam milhares de brasileiros.


*PORTUGAL SUSPENDE VISTOS*


O governo português suspendeu a emissão de vistos de procura de trabalho, a modalidade mais utilizada por brasileiros. A medida entra em vigor hoje (23) e, futuramente, os novos vistos serão restritos apenas a profissionais “altamente qualificados”.


*STF PRESSIONA CONGRESSO POR EMENDAS*


O ministro Flávio Dino comanda hoje (23) uma audiência pública no STF para cobrar transparência nas emendas parlamentares. O foco é a modalidade “Pix”, e Dino quer saber por que os valores ainda não são totalmente rastreáveis.


*SINAL VERDE FISCAL DO TCU*


O TCU autorizou o governo a buscar o piso da meta de resultado primário em 2025, aliviando a pressão imediata por cortes. Contudo, o tribunal manteve a exigência de buscar o centro da meta nos anos seguintes.


*ARRECADAÇÃO DE SETEMBRO EM FOCO*


A Receita Federal divulga hoje (23) os dados de arrecadação de setembro, com expectativa de R$ 217 bilhões. Se confirmado, o valor representará um novo recorde para o mês.


*CONGRESSO AVANÇA EM PAUTAS DE GASTOS*


O Senado aprovou a retirada de R$ 5 bilhões em gastos das Forças Armadas do limite de despesas. Na CCJ, avançou o projeto que proíbe a cobrança de bagagem de mão em voos.


*CONGRESSO ACELERA TAXAÇÃO DE APOSTAS*


O governo fatiou as medidas fiscais em novos projetos de lei, e a Câmara aprovou urgência para votar a alta na tributação das “bets”. A alíquota sobre apostas online deve dobrar de 12% para 24%.


*EUA SANCIONAM GIGANTES RUSSAS DE PETRÓLEO*


Os EUA elevaram a pressão sobre Moscou e impuseram novas sanções contra as duas maiores petrolíferas russas, Rosneft e Lukoil. A administração Trump justificou a medida pela falta de progresso da Rússia em encerrar a guerra na Ucrânia.


*ZELENSKY ACEITA PLANO DE TRUMP*


O presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, classificou a proposta de Donald Trump para encerrar a guerra como um “bom compromisso”. O plano prevê o fim dos combates nas linhas de frente atuais, o que significaria ceder territórios ocupados pela Rússia.


*RADAR CORPORATIVO*


1. TESLA reportou lucro de US$ 1,37 bilhão no 3º trimestre, um avanço de 37%.

2. AT&T reverteu prejuízo e registrou lucro de US$ 9,7 bilhões ; a IBM também saiu do vermelho, lucrando US$ 1,74 bilhão.

3. A GM anunciou que usará a inteligência artificial Gemini, do Google, em seus veículos a partir do próximo ano, abandonando o sistema CarPlay da Apple.

4. VALE: Autuada com a Samarco em R$ 1,92 bilhão por deduções fiscais indevidas ligadas à tragédia de Mariana.

5. AMBIPAR: Acionista controlador alega venda irregular de suas ações por gestoras, reduzindo sua participação de 67,68% para 59,54%.

6. ASSAÍ: Reduziu a dívida líquida em R$ 500 milhões no 3T25 (vs 3T24), atingindo a menor alavancagem desde 2021.

7. ALPARGATAS: Itaúsa elevou sua participação na empresa para 15,66% após comprar 2,71 milhões de ações preferenciais.

8. KLABIN: Anunciou a criação de uma SPE para explorar atividade imobiliária no Paraná, recebendo aporte de R$ 300 milhões de um investidor.

9. COPEL: Concluiu a venda da UHE Baixo Iguaçu por R$ 1,68 bilhão para a Energo Pro Brasil.

10. EQUATORIAL: Aneel aprovou reajuste tarifário de 18,5% (efeito médio) para a subsidiária de Goiás.

11. RAÍZEN: Moagem de cana cresceu 6,6% no 2T25/26 (anual), atingindo 35,1 milhões de toneladas.


O Canal Auxiliando usa as seguintes fontes de notícias: ‘Monitor do Mercado, BDM, Broadcast, Valor Econômico, Folha de São Paulo, Estadão, O Globo, BM&C, B3, Revista Oeste, Poder 360, Money Times, Agência CMA, Agência Brasil, Bloomberg, Infomoney, CNN, The Washington Post, The Wall Street Journal, Fox Business, Reuters, Oil Price, Investing e Yahoo Finance’.

BDM Matinal Riscala

 Entre a tensão externa e o otimismo com a inflação

 Resumir

23 de outubro de 2025

Por Rosa Riscala e Mariana CiscatoAtualizado há 5 horas

… Um cenário global complicado, com sanções dos Estados Unidos contra a Rússia, incertezas sobre um acordo com a China, o shutdown que se alonga e a decepção com balanços em Nova York (Tesla caiu no after hours), divide a atenção com um crescente otimismo em relação ao quadro mais benigno da inflação no Brasil. O sentimento, disseminado nas mesas nos últimos dias, deve ser compartilhado hoje pelos economistas do mercado nas reuniões trimestrais com diretores do BC, que podem ser testados sobre as chances de antecipação da queda da Selic para janeiro. Em paralelo, o movimento da Fazenda para garantir a receita perdida na MP do IOF ajuda a aliviar a preocupação fiscal.


UMA NOVA APOSTA – Os juros futuros tiveram o terceiro pregão seguido de queda firme na B3 nesta quarta-feira, refletindo a avaliação de que a dinâmica dos preços tem evoluído de forma mais favorável, o que pode ser confirmado pelo IPCA-15, amanhã.


… Pesquisa Broadcast aponta que a inflação parcial de outubro deve desacelerar para 0,24%, na mediana, após alta de 0,48% em setembro.


… Na visão de agentes ouvidos pela Agência Estado, a queda das commodities, a valorização do câmbio, a melhora das expectativas inflacionárias e a desaceleração da atividade podem permitir ao Copom iniciar o ciclo de flexibilização monetária um pouco mais cedo.


… Segundo cálculos de Luciano Rostagno, estrategista-chefe da EPS Investimentos, a curva a termo precificava ontem 64% de chance de redução de 25pbs da Selic já na primeira reunião de 2026, em janeiro. Na véspera, essa probabilidade estava em pouco mais de 50%.


… Já a taxa básica apontada para o final de 2026 foi reduzida de 12,66% a 12,54%.


… O cenário positivo tem ainda a ajuda da queda dos preços da gasolina, anunciada nesta semana pela Petrobras. Só parece estar faltando um ajuste na comunicação do BC, que ainda mantém o discurso conservador da Selic elevada por um “longo período”.


… Por outro lado, a percepção de risco fiscal de curto prazo teve um alívio com as declarações do secretário-executivo da Fazenda, Dario Durigan, que confirmou o compromisso do governo com as metas do resultado primário deste ano e de 2026, segundo Rostagno.


… No final da manhã, Durigan disse que a medidas desenhadas pelo Executivo devem render, em linhas gerais, o mesmo montante das receitas e cortes de despesas que eram previstos com MP do IOF, que somam cerca de R$ 30 bilhões.


… Na MP, esse valor incluía uma economia em torno de R$ 10,7 bilhões em gastos e uma arrecadação de R$ 20,9 bilhões.


… Hoje, a expectativa é pelo debate nas reuniões trimestrais dos diretores do Banco Central com economistas, às 9h30 e às 11h, que terá a participação de Nilton David (Política Monetária), Paulo Picchetti (Assuntos Internacionais) e Diogo Guillen (Política Econômica).


… Já Gabriel Galípolo, em missão do governo brasileiro na Jacarta, na Indonésia, participa de evento da Apex à primeira hora do dia (5h40).


URGÊNCIA PARA BETS – Durigan confirmou que as medidas da MP 1.303 foram fatiadas em dois projetos de lei: um sobre o aumento de receitas, que prevê alta na alíquota da CSLL para fintechs, além de tributação maior das bets e dos Juros sobre o Capital Próprio (JCP).


… O outro projeto trata do controle das despesas e deve ser apresentado pelos próprios parlamentares, apensado a uma proposta em tramitação avançada. O número 2 da Fazenda disse que o Congresso concordou com as medidas apresentadas nesse sentido.


… Nesta quarta, a Comissão de Finanças e Tributação da Câmara aprovou a urgência do projeto do líder do PT, Lindbergh Farias, que dobra a taxação sobre as bets, de 12% para 24%, possibilitando que o texto siga diretamente para ser apreciado no plenário.


… Já para a compensação tributária, um dos projetos da MP do IOF derrubada pelos deputados, o governo tentará apensar ao “PL do Metanol”, de forte apelo popular e relatado pelo deputado Kiko Celeguim (PT-SP). O texto já tramita em regime de urgência.


… A informação foi publicada pelo jornal Valor Econômico e confirmada pelo Estadão, mas a decisão final será dos líderes partidários.


TCU LIBERA O PISO – O ministro Benjamin Zymler votou nesta quarta-feira para liberar a União a mirar o limite inferior da meta fiscal em 2025, mas o centro deverá ser observado a partir de 2026. O julgamento foi interrompido por um pedido de vista.


… Na semana passada, Zymler, relator da ação, já havia atendido a recurso da AGU, concedendo liminar para o governo seguir o piso da meta.


… O problema é que o maior gargalo é justamente 2026, quando a meta fiscal de superávit primário é de 0,25% do PIB – cerca de R$ 34 bilhões, o que deve exigir um esforço fiscal ainda maior, bastante improvável em ano eleitoral.


FORA DA META – Enquanto aperta de um lado, solta de outro.


… Passou no Senado, nesta quarta-feira, um projeto que retira até R$ 30 bilhões em despesas com investimentos nas Forças Armadas do teto de gastos do arcabouço fiscal e da meta de resultado primário nos próximos seis anos, ou R$ 5 bilhões/ano.


… A proposta, do senador Carlos Portinho (PL) e relatada pelo senador Randolfe Rodrigues (PT), foi aprovada em menos de um mês, em acordo entre governo e oposição, sem passar por nenhuma comissão. Seguirá agora para a Câmara.


… Randolfe disse que o projeto foi negociado com a equipe econômica e atende “a urgência que vive o setor de Defesa” por falta de recursos.


TENSÕES GEOPOLÍTICAS – Departamento do Tesouro dos Estados Unidos anunciou no fim do dia novas sanções contra as duas maiores empresas petrolíferas da Rússia, a Rosneft e a Lukoil OAO, confirmando as ameaças feitas mais cedo pelo secretário Scott Bessent.


… A ação bloqueia todos os bens e os interesses em propriedades dessas empresas no território norte-americano e foi justificada pela “falta de um comprometimento sério da Rússia com um processo de paz para encerrar a guerra na Ucrânia”.


… “Agora é a hora de parar com a matança e de um cessar-fogo imediato”, disse Bessent, afirmando que “estão preparados para tomar medidas adicionais, se necessário, para apoiar os esforços do presidente Donald Trump de pôr fim a mais uma guerra”.


… Um comunicado do Tesouro afirmou que “as ações americanas aumentam a pressão sobre o setor energético russo e degradam a capacidade do Kremlin de arrecadar recursos para sua máquina de guerra e sustentar a economia enfraquecida”.


… Apela ainda aos aliados “para se juntarem a nós e aderirem a essas sanções”, poucas horas depois das novas restrições da UE à Moscou.


… O presidente Trump afirmou que “era hora” de impor sanções à Rússia, mas espera que as medidas não durem muito tempo. “As sanções são grandes, mas acho que Putin quer acabar com a guerra”, acrescentando que “as conversas são boas, mas não progridem”.


… “As sanções devem ter um impacto na Rússia, esperamos que elas tornem Putin mais razoável”, disse ele.


… Em sua rede social, Trump negou que seu governo tenha autorizado o uso de mísseis de longo alcance pela Ucrânia para atacar alvos em território da Rússia, como revelado por reportagem do The Wall Street Journal.


… “É FAKE NEWS! Os Estados Unidos não têm nada a ver com esses mísseis, de onde quer que venham, ou com o que a Ucrânia faz com eles!”.


EUA-CHINA – Um dia depois de dizer que, “talvez o encontro com Xi não aconteça”, Trump diz agora que espera fechar um acordo com Pequim e que levará para a reunião com ele na Coreia do Sul as preocupações sobre a Ucrânia e as compras chinesas de petróleo russo.


… “Na próxima semana, conversaremos sobre a guerra entre Rússia e Ucrânia, e acho que o presidente Xi pode ter uma grande influência sobre o presidente Putin. Acho que Putin deseja negociar. E nós não queremos que a Rússia tenha toda a Ucrânia.”


… Outros membros do governo americano confirmaram o encontro entre Trump e Xi Jinping durante a cúpula da Apec, que terá início no dia 31 de outubro, entre eles, Scott Bessent, em entrevista ao Fox Business, e o representante de Comércio, Jamieson Greer, à CNBC.


… Greer disse que “faz sentido conversar com a China sobre comércio”, mas que Washington “vai ver o que fará” diante do que classificou como uma postura “agressiva e desproporcional” de Pequim ao restringir as exportações desses minerais estratégicos.


… Bessent confirmou a agenda na Coreia do Sul e chamou de “impraticável e inaceitável” o licenciamento da China em relação aos minerais críticos. O secretário do Tesouro americano viajou ontem para a Malásia, onde vai se reunir com autoridades chinesas.


… Fontes da Reuters informaram que o governo americano estuda possíveis planos de limitar exportações baseadas em software para a China, em novas ameaças que ampliam as tensões entre os dois países e pressionam os mercados em Nova York.


SHUTDOWN – O líder da minoria democrata na Câmara dos Estados Unidos, Hakeem Jeffries, disse, nesta quarta, que espera que a paralisação do governo seja resolvida até o final de outubro. O shutdown completa hoje 23 dias, sem perspectiva de acabar.


… Na Bloomberg, membros do ultra-conservador House Freedom Caucus estão pressionando por um projeto de lei de gastos provisório de longo prazo para encerrar a paralisação. O novo projeto orçamentário se estenderia até dezembro de 2026.


… Ainda ontem, Bessent disse que a paralisação atrasa a ajuda aos agricultores americanos, que deve ser de US$ 3 bilhões, segundo o WSJ.


MAIS AGENDA – Em meio à melhor percepção de risco fiscal, o mercado financeiro confere hoje a arrecadação federal de setembro (10h30), que será comentada pela Receita em entrevista coletiva marcada para as 11h.


… Segundo a mediana do Projeções Broadcast, a estimativa é de que o governo tenha arrecadado R$ 217,4 bilhões, após R$ 208,791 bilhões em agosto. O resultado representa uma alta de 1,7% na comparação com um ano antes.


… O intervalo das projeções varia de uma arrecadação de R$ 211,461 bilhões a R$ 265,785 bilhões.


… O dia reserva ainda a terceira prévia do IPC-S, às 8h, além da reunião do CMN à tarde, às 15h.


LULA – O presidente cumpre agenda oficial em Jacarta, capital da Indonésia, participando de cerimônia no Palácio Merdeka, onde terá reunião privada com o seu homólogo, Prabowo Subianto. Em seguida, ambos comandam uma reunião ampliada.


LÁ FORA – Saem nos Estados Unidos o índice de atividade nacional de setembro (9h30), medido pelo Fed de Chicago, e as vendas de moradias usadas no mesmo mês (11h). Mas a grande expectativa é pela inflação do CPI amanhã.


… O BC da Turquia BC decide juro às 8h e, na Zona do Euro, sai a confiança do consumidor em outubro.


BALANÇOS – Intel sai após o fechamento e tem previsão de lucro trimestral de US$ 0,02 por ação (FactSet). Ainda a Ford divulga seus números à noite. Antes da abertura, vêm American Airlines, First Citizens, Renault, Lloyds e Unilever.


AFTER HOURS – Primeira entre as Sete Magníficas a divulgar resultados do terceiro trimestre, a Tesla levou um tombo de 4%, diante da frustração com o lucro por ação ajustado de US$ 0,50, abaixo da previsão de US$ 0,56.


… De nada adiantou a receita total, de US$ 28,1 bilhões, ter tido alta anual de 12% e superado a estimativa de US$ 27,2 bilhões.


… Outra decepção veio da IBM. Os papéis afundaram 6,5% nas negociações do after market, depois que os investidores não ficaram impressionados com o crescimento da divisão de software no último trimestre.


… De resto, o balanço veio bom: a empresa reverteu prejuízo e lucrou US$ 1,74 bilhões, com ganho ajustado por ação de US$ 2,65, acima do consenso de US$ 2,45. A receita de US$ 16,3 bilhões veio superior ao esperado (US$ 16,1 bilhões).


… Já a Alcoa subiu 0,63% no pregão noturno, após quase triplicar o lucro líquido, para US$ 232 milhões. Diluído por ação, o lucro subiu de US$ 0,38 para US$ 0,88 na base anual. A receita de US$ 3 bilhões veio 3,1% maior contra um ano antes.


MEDINDO FORÇAS – Não dá tempo de o mercado dobrar o BC por um corte em juro ainda este ano, porque Galípolo e todos os diretores não têm deixado qualquer milímetro de dúvida de que o conservadorismo é inegociável.


… Dezembro está perdido, o que não quer dizer que o corte da Selic tenha que esperar até março. Como já se nota pela migração de apostas na curva a termo, a renda fixa vai tentar provocar o BC para antecipar o jogo para janeiro.


… Surfando na onda de melhora das expectativas de inflação, a curva do DI vem devolvendo prêmio de risco desde que a semana começou. A confiança de que os preços vão ancorar antes do que se imaginava contagia o ambiente.


… Para melhor, a esperança de que a equipe econômica pode conseguir compensar tudo o que perdeu com a derrubada da MP alternativa ao IOF entrou ontem como fator extra para aliviar os contratos futuros dos juros.


… O vencimento para Jan/27 fechou a 13,888% (contra 13,926% no pregão anterior); Jan/29 caiu para 13,145% (de 13,204); Jan/31, a 13,420% (de 13,485%); e Jan/33, a 13,575% (de 13,640%) – todos na contramão da alta do dólar.


… A moeda americana subiu pouco, só 0,12%, e respeitou os R$ 5,40, cotada a R$ 5,3969 no fechamento. A má notícia é que o real não conseguiu faturar a escalada do petróleo. Traders mencionaram desconforto com a China.


… Lá fora, o DXY fechou estável (+0,03%), a 98,897 pontos, sem oscilações relevantes no iene (-0,04%; 152/US$), euro (+0,06%; US$ 1,1609) e libra (-0,08%; US$ 1,3358). Mas houve algum apelo defensivo pelos Treasuries.


… A taxa da Note-2 anos cedeu para 3,445%, de 3,457% na véspera, e a de 10 anos recuou a 3,955%, de 3,962%.


… Na rotina das tensões comerciais, a notícia que pegou ontem foi a de que Trump quer dar o troco à China por restringir a exportação de terras raras e cogita reduzir as exportações de produtos feitos com software americano.


… O Dow Jones caiu 0,71%, aos 46.590,41 pontos; o S&P 500 recuou 0,53%, aos 6.699,40 pontos; e o Nasdaq perdeu 0,93%, aos 22.740,40 pontos, com as perdas potencializadas pelo tombo de 10% da Netflix com o balanço fraco.


RUMO AOS 145 MIL – Com saudades dos recordes históricos, depois de um período de acomodação, o Ibovespa tenta recuperar terreno e ontem contou com a força das blue chips das commodities e do setor financeiro.


… O índice à vista conseguiu driblar a cautela nas bolsas em Nova York e fechou em alta de 0,55%, aos 144.873 pontos. O que desanima é o volume financeiro quase sempre fraco, que nesta quarta-feira não chegou a R$ 18 bi.


… O salto de 4% do petróleo no pregão eletrônico, com a elevação da temperatura na relação entre Washington e o Kremlin, acelerou os ganhos da Petrobras e ajudou a bolsa doméstica a se descolar das perdas em Wall Street.


… O papel PN registrou ganho de 1,15%, para R$ 29,85, e o ON engatou alta de 1,67%, cotado a R$ 31,75.


… Já no pregão regular, o barril do Brent havia exibido fôlego (+2,07%, a US$ 62,59), diante da queda inesperada (-961 mil) nos estoques semanais americanos, contrariando a expectativa de alta de 1 milhão de barris da commodity.


… Horas depois, o petróleo acelerou o ritmo, quando Trump botou pressão sobre Putin para o cessar-fogo.  


… Outro motor do Ibovespa, Vale repercutiu o anúncio de sua maior produção trimestral de minério desde 2018. A ação emplacou alta firme de 1,78%, tendo quase rompido o nível de R$ 62 no fechamento, quando valia R$ 61,88.


… No pano de fundo, o avanço de 0,65% do minério de ferro na China serviu de “plus a mais” para o desempenho.


… Para completar o cenário positivo na bolsa, os papéis dos bancos tomaram impulso com as notícias de que o governo Lula pode conseguir recompor a receita perdida com a derrota no Congresso da MP alternativa ao IOF.


… Itaú avançou 0,82%, para a máxima de R$ 38,11; Bradesco ON ganhou 0,40%, a R$ 15,23; Bradesco PN subiu de leve (+0,11%), a R$ 17,79; Santander registrou valorização de 0,53%, a R$ 28,45; e BB ON, +0,73% (R$ 20,69).


COMPANHIAS ABERTAS – VALE e Samarco foram autuadas em R$ 1,92 bilhão por terem registrado pagamentos de indenizações pela tragédia de Mariana (MG) para conseguir dedução de Imposto de Renda.


AMBIPAR. Acionista controlador da empresa, Tércio Borlenghi Junior, teve sua participação acionária direta e indireta reduzida na companhia de 67,68% para 59,54%…


… Segundo Borlenghi, a gestora Plural Investimentos, por meio da corretora Genial Investimentos em parceria com Grupo Opportunity, está vendendo ações da Ambipar sob controle do acionista de forma irregular e ilegal…


… Ele alegou que a gestora alienou, nos últimos dias, mais de 136 milhões de ações ligadas ao Everest Fundo de Investimento em Participações — Classe de Investimento Multiestratégia Investimento no Exterior…


… Em carta à Ambipar, Borlenghi afirmou que sua participação foi indevidamente reduzida mais uma vez, agora equivalendo a 994.610.160 ações com direito de voto.


ASSAÍ registrou redução de R$ 500 milhões na dívida líquida no terceiro trimestre em relação ao mesmo período de 2024, segundo prévia operacional…


… Na comparação sequencial com o segundo trimestre, houve diminuição de R$ 423 milhões, resultando em alavancagem de 3,03 vezes, o menor patamar desde 2021…


… Empresa encerrou programa de recompra de ações anunciado em 18 de março; conclusão do programa foi decorrente da aquisição completa das 8.000.100 de ações disponíveis.


ALPARGATAS. Itaúsa adquiriu 2.710.300 de ações preferenciais de emissão da companhia e passou a deter, individualmente, 53.791.099 de papéis do tipo, elevando, assim, sua participação de 14,98% para 15,66%.


ENJOEI disse, em resposta à B3, que vai propor ao conselho a realização de AGE, em 30/4, para deliberar sobre proposta de grupamento de ações, caso cotação não se enquadre no patamar de R$ 1 pelos próximos meses.


QUALICORP informou que a venda de 100% do capital social da Gama Saúde para Fernando Vieira, controlador da holding ESB Corp, foi aprovada pela Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS).


KLABIN celebrou memorando de entendimentos com investidor institucional para investimentos numa sociedade de propósito específico (SPE)…


… Segundo a empresa, a sociedade será controlada pela própria Klabin, a fim de explorar atividade imobiliária, incluindo arrendamento de terras, no Estado do Paraná…


… A SPE receberá aporte de R$ 300 milhões em caixa, de investidor não identificado no comunicado divulgado pela Klabin, na data de fechamento da operação…


… Além disso, contará com um aporte de 15 mil hectares de terras produtivas pela parte da Klabin.


RAÍZEN. O volume de cana moído registrou crescimento anualizado de 6,6% no segundo trimestre da safra 2025/26 (de julho a setembro), para 35,1 milhões de toneladas, de acordo com dados da prévia operacional da companhia…


… No acumulado da safra, porém, a quantidade processada está 4 milhões de toneladas menor, somando 59,6 milhões de toneladas.


COPEL. Copel Geração e Transmissão (Copel GeT) concluiu a venda da Usina Hidrelétrica Baixo Iguaçu junto à Energo Pro Brasil; valor total da operação foi de R$ 1,68 bilhão.


EQUATORIAL. Aneel aprovou reajuste tarifário da Equatorial Goiás com efeito médio de 18,5%.


AOS ASSINANTES DO BDM, BOM DIA E BONS NEGÓCIOS!

Coluna BROADCAST

 *Coluna do Broadcast: Fictor e Greystar se unem para construir até 700 apês para aluguel no Rio*


Por Circe Bonatelli


São Paulo, 22/10/2025 - O Grupo Fictor, holding com investimentos nas áreas de alimentos, energia, finanças e infraestrutura, está destinando R$ 268 milhões de recursos próprios para a construção de apartamentos para aluguel na cidade do Rio de Janeiro, modelo  chamado de multifamily no jargão do mercado imobiliário. O projeto conta com parceria da norte-americana Greystar, maior do mundo neste segmento e que será responsável pela administração e locação dos imóveis.


CONVERSÃO. Com o aporte, as empresas esperam entregar na ordem de 600 a 700 apartamentos nos bairros de Botafogo, Barra da Tijuca, Copacabana e Centro do Rio, com as primeiras entregas programadas para o começo de 2027. Para isso, estão sendo adquiridos quatro prédios comerciais que serão convertidos em residenciais. A proposta consiste na oferta de apês mobiliados, entre 25 e 60 metros quadrados, para famílias pequenas e/ou pessoas a trabalho.


PREÇOS. O valor de aluguel mais condomínio deve ficar na faixa de R$ 3 mil a R$ 9 mil por mês. Com isso, o negócio buscará atrair um público com renda média entre R$ 10 mil e R$ 25 mil, o que representa um diferencial, visto que a grande maioria das empresas que entrou em locação residencial nos últimos anos vêm se concentrando no setor de alta renda e luxo, onde as margens de lucro são mais folgadas.


MERCADO. "Estamos procurando surfar o multifamily no Brasil. E escolhemos o Rio porque esse mercado ainda está cru, com muito espaço para ser explorado", afirmou à Coluna o diretor da Fictor, Abelardo Sá. "É no Rio que estão todas as grandes petroleiras do País e outras empresas importantes, que precisam de um lugar para seus empregados e executivos".


DEMANDA. O líder da Greystar no Brasil, Vitor Costa, acrescentou que a demanda por aluguel tende a crescer diante da subida do custo de vida nas capitais e da dificuldade de aquisição da moradia própria. "Cada vez mais, a locação surge como necessidade para a classe média", apontou. A multinacional acumulou um portfólio de 17 condomínios sob gestão desde o seu desembarque no País, há cinco anos. Deste total, oito já foram inaugurados, somando 2,8 mil unidades. Com esta parceria, a Greystar chegará à sua segunda cidade no Brasil.


EM SAMPA. Para o Grupo Fictor, este será o segundo investimento em multifamily. No primeiro semestre, a empresa aportou R$ 250 milhões na compra de quatro terrenos e prédios comerciais no Centro de São Paulo, onde estão sendo construídos 700 apartamentos para locação. Os ativos foram colocados em um fundo constituído pela gestora de recursos Brio e que tem a Fictor como cotista. A administração dos imóveis também foi entregue para a Greystar. Nas duas capitais, os ativos foram comprados por preços abaixo da média de mercado, via leilões ou negociações com incorporadoras em dificuldades.


PROJEÇÃO. "Vamos testar o conceito de multifamilycom recursos próprios. A ideia é começar pequeno e depois ganhar escala no Rio e em São Paulo. Para um segundo momento, estamos analisando opções de tomada de dívida e atração de sócios", disse Sá. Em cinco anos, o Grupo Fictor espera atingir a marca de 5 mil apartamentos para locação, o que exigirá mais R$ 1,5 bilhão em investimentos.


Contato: colunabroadcast@estadao.com


Broadcast+

Meta fiscal sob ataque

 *Governo e oposição se juntam para retirar do teto e da meta fiscal até R$ 30 bilhões em seis anos*


Por Daniel Weterman


Brasília, 22/10/2025 - O governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e a oposição se juntaram para aprovar, nesta quarta-feira, 22, um projeto que retira até R$ 30 bilhões em despesas com investimentos nas Forças Armadas do teto de gastos do arcabouço fiscal e da meta de resultado primário (a diferença entre despesas e receitas, fora os juros da dívida) nos próximos seis anos, com impactos já em 2025.


O projeto foi apresentado pelo líder do PL no Senado, Carlos Portinho (RJ), aliado do ex-presidente Jair Bolsonaro, e relatado pelo líder do governo Lula no Congresso, senador Randolfe Rodrigues (PT-AP). Sem passar por nenhuma comissão e sem apresentar estimativas de impacto, o projeto foi protocolado no dia 29 de setembro e aprovado no Senado em menos de um mês. Será enviado à Câmara, que não tem data para votar.


A proposta final libera até R$ 3 bilhões fora do teto do arcabouço e da meta fiscal em 2025 para investimentos na área de Defesa. A partir de 2026, durante seis anos, serão até R$ 5 bilhões fora do teto e da meta a cada ano. O valor investido em 2025 será descontado do limite em 2026.


No total, até R$ 30 bilhões ficarão fora das regras fiscais no período. A medida abre espaço para mais gastos, pois haverá uma folga para as despesas que ficam dentro dos limites, e afrouxa as normas das contas públicas.


O líder do governo Lula e relator da proposta listou os projetos que serão bancadas com as despesas: submarinos, construção de estaleiro e base naval, programa nuclear da Marinha, navios de patrulha, fragatas de proteção da costa litorânea, forças blindadas do Exército, aquisição de caças e cargueiros e helicópteros para a Força Aérea Brasileira.


“Não estamos falando aqui, com esse projeto, de despesa de pessoal, de contratação de mais pessoal, de remuneração de oficiais das três Forças. Estamos falando de equipamentos que são essenciais para o Brasil”, disse o parlamentar.


A medida foi a votação no momento em que a equipe econômica se prepara para apresentar medidas de aumento de arrecadação e controle de gastos após a rejeição da medida provisória de alternativa à alta do Imposto sobre Operações Financeiras (IOF).


O governo espera lançar novas medidas de arrecadação, incluindo a taxação de bets e limitação de compensações tributárias, para fechar o Orçamento de 2026.


Randolfe Rodrigues disse ao Estadão que o projeto foi negociado com a equipe econômica do governo e que é uma resposta à urgência que vive o setor de Defesa por falta de recursos. “Ou era isso ou parte da Defesa brasileira ia parar”, afirmou o senador. “E tem uma relação específica de quais vão ser os investimentos. Não é algo descontrolado.”


Broadcast+

Bankinter Portugal Matinal

 Análise Bankinter Portugal 


SESSÃO: A geoestratégia continua a ter a atenção, hoje com um ligeiro aumento das tensões. Trump impos sanções às petrolíferas russas para forçar uma negociação, provocando um aumento nos preços do petróleo próximo a +6% nas últimas horas, até superar 60$/barril (WTI). Também ameaça com novos impedimentos às exportações de software para a China, voltando a tensionar as negociações, antes da reunião bilateral de 29 de outubro.


Por outro lado, os últimos resultados empresariais arrefecem um pouco o mercado com a deceção de Tesla e SAP, embora Kering, Lam Research e Thales batam estimativas. Não esquecer que, de momento, o saldo é muito positivo nos EUA (EPS +15,0% no 3T vs. +8,5% esperado).


Por último, o ouro voltou a cair ligeiramente ontem, mostrando já certo esgotamento após o rally dos últimos meses (+55% YTD).


Em suma, as bolsas poderão lateralizar ou até cair ligeiramente hoje, à espera de novos catalisadores.


NY -0,5% US tech -1,0% US semis -2,4% UEM -0,8% España +0,2% VIX 18,6% Bund 2,56% T-Note 3,95% Spread 2A-10A USA=+51pb B10A: ESP 3,09% PT 2,94% FRA 3,36% ITA 3,35% Euribor 12m 2,16% (fut.2,10%) USD 1,161 JPY 176,5 Ouro 4.098$ Brent 62,6$ WTI 58,5$ Bitcoin -2,9% (107.690$) Ether -4,4% (3.781$).

Diário de um economista de mercado

 Diário de um economista de mercado 30 anos de mercado - algumas lições São quase 30 anos de mercado, entre idas e vindas. Destes anos todos...