segunda-feira, 10 de novembro de 2025

Belo debate

 https://www.youtube.com/watch?v=OYtVNYLpGH0

Pesquisa Focus

 


Começo da COP 30

 O COMEÇO DA COP30. 


Oficialmente, a Conferência do Clima da ONU começa hoje em Belém, no Norte do Brasil. Os encontros ocorridos na semana passada foram da Cúpula dos Líderes, para definição dos aspectos políticos. A partir de hoje, cerca de 50 mil pessoas se reúnem na área montada na capital paraense para debater diversos aspectos do clima; serão duas semanas extremamente importantes e decisivas para a ação global contra as mudanças climáticas. Os chefes de Estado deram o tom político do encontro: aceleração da transição energética, ampliação do financiamento climático e proteção das florestas tropicais.

Dan Kawa

 EUA: Sinais de Fadiga

By Dan Kawa
10Nov25

A semana começa com algum alívio nos mercados. No domingo, surgiram sinais de que a paralisação do governo americano pode ser equacionada, reduzindo o risco de impacto mais prolongado sobre a economia dos EUA. A notícia tem contribuído para uma abertura positiva dos ativos de risco nesta segunda-feira.

Como mencionei no sábado (aqui: https://lnkd.in/dACbEJZy), os mercados vinham mostrando sinais de fadiga. Após um corte de juros acompanhado de discurso ainda duro do Fed, surgiram dúvidas sobre os gastos em IA, ruídos políticos em torno das tarifas e uma posição técnica mais congestionada — fatores que limitaram o ímpeto de alta, ainda que de forma pontual.

Os dados divulgados na sexta-feira reforçaram a leitura de uma desaceleração mais estrutural da economia americana: aumento nas demissões e forte queda na confiança do consumidor. São sinais de que o mercado de trabalho americano começa a ajustar o ritmo, o que tende a manter o debate sobre o real estágio do ciclo econômico.

A temporada de resultados corporativos nos EUA segue sólida — lucros e receitas continuam superando as expectativas —, mas o mercado começa a premiar disciplina e punir o excesso. Liquidez ainda não falta, mas a alavancagem e a concentração de posições mostram sinais de cansaço. O movimento recente em tecnologia e IA ilustra bem esse momento: menos euforia, mais seletividade.

À medida que o ano se aproxima do fim, o mercado parece entrar em um modo “comprado, porém mais cauteloso”. Há rotação entre estilos, com o fator valor voltando a ganhar relevância e maior ênfase em empresas de qualidade e boa execução. O ambiente parece se tornar mais propício à diferenciação e à volta dos fundamentos — um terreno fértil para o stock picking.

No Brasil, o foco segue voltado para o tema eleitoral, agora com novos rumores em torno de uma potencial candidatura de Tarcísio de Freitas à presidência em 2026 (aqui: https://lnkd.in/dU8VjBg3). No campo corporativo, os resultados seguem saudáveis e ajudam a sustentar o mercado local.

No geral, seguimos em um cenário de transição: crescimento moderado, lucros em alta e uma economia que tenta manter o ritmo — menos por velocidade, mais por cadência.

BDM Matinal Riscala

 🇧🇷*Bom Dia Mercado*


Segunda Feira, 10 de Novembro de 2.025. 



*Shutdown perto do fim nos EUA*

10 de novembro de 2025

Shutdown perto do fim nos EUA

Por Rosa Riscala e Mariana CiscatoAtualizado há 6 horas

… Os futuros de Nova York subiam no pregão asiático, enquanto o Senado dos Estados Unidos avançava em um acordo para encerrar o shutdown de 40 dias, o mais longo da história. Um grupo de democratas moderados votou a favor de uma medida processual para dar andamento ao projeto de lei. A medida também precisa ser aprovada pela Câmara, onde o projeto enfrenta resistências por não prever a prorrogação dos subsídios do Obamacare. A semana lá fora ainda tem indicadores da China e PIB na Zona do Euro. Aqui, a B3 entra na reta final dos balanços e o mercado aguarda a ata do Copom, IPCA de outubro, volume de serviços e vendas no varejo – agenda importante para a Selic.


FIM DO SHUTDOWN –Um grupo de senadores democratas moderados rompeu com as lideranças do partido e apoiou um acordo com os republicanos para reabrir o governo americano e financiar alguns departamentos e agências até 31 de janeiro.


… Uma votação de teste processual foi realizada nesse domingo à noite e a aprovação ocorreu por 60 votos a 40.


… O acordo garante o pagamento de funcionários públicos em licença não remunerada e reintegra os demitidos durante a paralisação.


… O Senado ainda não agendou uma votação para a aprovação final. A Câmara dos Representantes também precisa aprovar a medida antes que ela seja encaminhada ao presidente Trump. Não há previsão de quanto tempo levará até a conclusão do processo.


… Os democratas cederam após o compromisso dos republicanos de votar até dezembro um projeto de lei para renovar os créditos fiscais da Lei de Acesso à Saúde, já que a prorrogação dos subsídios do Obamacare e a revogação dos cortes no Medicaid estão fora do acordo.


… A aprovação na Câmara não é garantida. Líder da minoria, o democrata Hakeem Jeffries, prometeu “lutar contra o projeto republicano”.


… As táticas de pressão dos republicanos funcionaram em grande parte para que senadores democratas cedessem.


… Os republicanos obstruíram as exigências dos democratas por US$ 1,5 trilhão em novos gastos, mantendo a Câmara fora de sessão desde 19 de setembro, e a Casa Branca demitiu funcionários públicos em massa.


… O governo também instruiu os estados a suspenderam os benefícios de auxílio alimentar de novembro, ameaçando com sanções financeiras quem descumprisse a determinação.


… Os republicanos, apesar de controlarem as duas casas do Congresso, precisavam do voto de oito democratas no Senado.


… As consequências da paralisação do governo custaram à economia americana cerca de US$ 15 bilhões por semana e o Escritório de Orçamento do Congresso estima que reduzirá a taxa de crescimento anualizada trimestral do PIB em 1,5 ponto até meados de novembro.


… Além disso, o apagão de dados deixou o Fed e o mercado às cegas durante a paralisação, ampliando as incertezas sobre os juros.


… Para esta semana, está prevista na agenda dos Estados Unidos, mas não confirmada, a divulgação dos pedidos de auxílio-desemprego e do Índice de Preços ao Consumidor (CPI) de outubro, na quinta-feira, e o PPI e as vendas no varejo, na sexta-feira.


DIVIDENDO TARIFÁRIO – Outra novidade do fim de semana nos Estados Unidos foi a promessa de Trump nesse domingo em sua rede social de pagar a cada americano um dividendo de “pelo menos” US$ 2.000 com os recursos do tarifaço imposto a outros países.


… Só as pessoas de alta renda não receberiam, como o presidente esclareceu na Truth Social.


… Em entrevista à ABC, o secretário do Tesouro, Scott Bessent, admitiu que não havia falado com Trump sobre essa ideia, mas especulou que o “dividendo” poderia vir de várias formas, de várias maneiras, por exemplo, através dos cortes de impostos.


… “Poderia ser apenas as reduções de impostos que estamos vendo na agenda do presidente.”


… A declaração do presidente Trump ocorre em meio ao julgamento de seu recurso na Suprema Corte contra a ilegalidade das tarifas.


O QUE VEM NA ATA? – Até segunda ordem, o mercado deve se manter mais cauteloso sobre as chances de um corte do juro em janeiro, que foi esvaziado pela mensagem mais dura do Copom, na semana passada. Março passou a ser a aposta majoritária.


… Economistas esperam que a ata, nesta terça, apresente o detalhamento das projeções de inflação do cenário de referência do BC, sobretudo para 2026 e para o segundo trimestre de 2027, atual horizonte relevante da política monetária.


… Querem saber se as estimativas do Copom para o ano que vem (3,6%) e o 2Tri/2027 (3,3%) já incorporaram ou não os efeitos da reforma do Imposto de Renda, que foi aprovada pelo Congresso e deve ser sancionada pelo presidente Lula, nessa semana.


… Considerando que a ampliação da faixa de isenção do IR deve pressionar a inflação e o hiato do produto, essa informação é fundamental para definir o que pode vir por aí. Se o IR já foi incorporado, as projeções devem ter menor viés de alta. Se não foi, devem subir mais.


… Isso pode significar a diferença entre um início mais próximo (janeiro) ou mais tardio do ciclo de flexibilização (março ou até abril).


GALÍPOLO DEIXOU A DESEJAR – Em entrevista ao Estadão, a ministra Gleisi Hoffmann expressou o descontentamento do governo com o Banco Central, que, segundo ela, não considerou os indicadores positivos da economia para reduzir a taxa de juros.


… “Obviamente, quando Galípolo entrou, a gente teve condescendência. Sabíamos que tinha duas contratações para o Copom subir os juros. Mas, com indicadores positivos, a gente achava que o BC começaria a cortar. Nada justifica juros reais de quase 10%.”


… Gleisi afirmou que, “infelizmente”, não está sendo essa a postura do BC. “Estão mais realistas do que o rei. Aí, a gente tem de debater. Não pode deixar só o mercado pressionar. Por que só o mercado pressiona o Banco Central a subir taxa de juros?”


… A ministra comete o mesmo equívoco de Haddad, que culpa o mercado pelo conservadorismo do Copom, quando a verdade é que o mercado apenas faz a leitura da comunicação do BC, que é bastante hawkish. Não se trata de pressão, mas de acertar o passo com a mensagem.


… Questionada se esperava um compromisso de Galípolo, indicado por Lula, Gleisi respondeu que a inflação está sob controle. “Ela não está no centro da meta de 3%, que é bem apertada. Mas você tem uma inflação que está mostrando que vai cair abaixo da banda superior.”


… Na opinião da ministra, não há motivo para continuar com a política monetária tão restritiva, que tem impacto na indústria, no crédito e no crescimento do País. “Nós estamos nos autopunindo? Então, eu acho que [o Galípolo] deixou a desejar.”


IPCA – A depender da ata do Copom, que sai amanhã cedo, o IPCA de outubro, sozinho, pode não alterar as expectativas, mesmo com previsão de que deve desacelerar para 0,14%, após ter subido 0,48% em setembro, segundo a mediana de pesquisa Broadcast.


… Já hoje, o boletim semanal Focus (8h25) pode trazer nova melhora para as expectativas de inflação, que é reconhecida pelo BC, mas com o contraponto de que ainda permanecem acima da meta. Galípolo vive falando no “desconforto” que isso causa no Copom.


… A agenda da semana traz também dados importantes da atividade, que podem confirmar a desaceleração: na quarta-feira, sai o volume de serviços e, na quinta, as vendas no varejo em setembro. Na sexta, o IGP-10 também estará no radar do mercado de juros.


RELATÓRIO DE ESTABILIDADE FINANCEIRA – Na quarta-feira (12), o BC também publicará o documento, com entrevista coletiva do presidente do BC, Gabriel Galípolo, e dos diretores de fiscalização, Ailton de Aquino Santos, e de política econômica, Diogo Guillen.


… Já na quinta-feira, será divulgada a Pesquisa Trimestral de Condições de Crédito (PTC) referente ao terceiro trimestre.


… O presidente do BC, Gabriel Galípolo, e o diretor de Assuntos Internacionais e de Gestão de Riscos Corporativos, Paulo Picchetti, passaram o fim de semana na Basileia, Suíça, onde participam das “Bimonthly Meetings”, promovidas pelo BIS.


BALANÇOS – A temporada do 3Tri entra na última semana com destaque para os resultados hoje de Braskem, Itaúsa e Sabesp.


… Amanhã vem B3, BTG Pactual, Eneva e Gol. Na quarta, Americanas, Banco do Brasil, Casas Bahia, Copel e Oi. Na quinta, Banco Inter, Bradespar, Cemig, CPFL, Cyrela, Eztec, IRB Re, JBS, Light e Nubank. E na sexta-feira, Azul, Banrisul e Lojas Marisa.


COP30 – O presidente Lula abre hoje os trabalhos da 30ª Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas, em Belém do Pará.


… Neste domingo, a Alemanha anunciou a doação de 5 milhões de francos suíços, cerca de R$ 33 milhões, para o Fundo Amazônia, que financia projetos que buscam conciliar proteção ambiental, desenvolvimento sustentável e melhoria das condições de vida da população amazônica.


… O BNDES é o gestor do fundo, responsável por captar recursos de doadores, contratar e monitorar os projetos financiados.


LULA – Na volta a Brasília, além da sanção do novo Imposto de Renda, o presidente deve definir quem indicará para a vaga aberta no STF com a aposentadoria do ministro Luís Roberto Barroso. A expectativa é pelo nome do advogado-geral da União, Jorge Messias.


… Para destravar a escolha, Lula deve se reunir antes com o ex-presidente do Senado Rodrigo Pacheco (PSD-MG), o candidato preferido dos parlamentares, e com Davi Alcolumbre, que alertou sobre possíveis dificuldades para aprovação de Messias.


ANTIFACÇÃO – Na Câmara, com votações semipresenciais na semana da COP30, o presidente Hugo Motta incluiu na pauta da semana o projeto de lei antifacção do governo federal, que, segundo ele, será o marco legal do combate ao crime organizado no País.


… A proposta foi encaminhada após a megaoperação que deixou 121 mortos no Rio, e tem como relator o deputado Guilherme Derrite (PP-SP), secretário de segurança de São Paulo. A primeira sessão deliberativa da Casa foi marcada para amanhã, terça-feira.


… Na quarta-feira, sai nova pesquisa Quaest sobre aprovação do governo Lula, a primeira após a crise de segurança no Rio.


TARIFAÇO – O ministro das Relações Exteriores, Mauro Vieira, viaja amanhã ao Canadá para uma nova reunião bilateral com o secretário de Estado dos Estados Unidos, Marco Rubio, sobre o tarifaço de 50% a produtos brasileiros importados pelos Estados Unidos.


… O encontro deve ocorrer às margens de uma reunião ministerial do G7.


… No sábado, após participar da conferência MBA Brasil 2025, em Boston, o fundador da SPX Capital, Rogério Xavier, disse aos jornalistas que, para ele, o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, está “enrolando” o Brasil nas negociações comerciais.


… A prova disso, explicou, é que nenhuma sanção ou tarifa contra o País foi retirada apesar das reuniões realizadas até agora.


… “Tiveram as reuniões e nada aconteceu. As sanções contra os ministros do Supremo, as tarifas, todas continuam lá”, disse Xavier.


… Segundo o gestor, a guerra dos Estados Unidos é com a China e Trump quer afastar um pouco os chineses do Brasil. “A agenda do presidente Trump visa a “sabotar” a China na corrida da inteligência artificial, atrasar os chineses para que os americanos ganhem tempo.”


MAIS AGENDA – A China divulgará na quinta-feira à noite a produção industrial e as vendas no varejo em outubro.


… No sábado, o governo de Pequim informou que a inflação ao consumidor (CPI) registrou alta anualizada de 0,2% em outubro, contrariando a expectativa de variação negativa de 0,2% e revertendo a queda observada em setembro, de 0,3%.


… Já os preços ao produtor (PPI) caíram 2,1%, menos do que o esperado pelos analistas para o período (-2,3%).


… Ainda na agenda lá fora, o PIB do terceiro trimestre na Zona do Euro será divulgado na sexta-feira.


… Também serão divulgados nesta semana os relatórios do mercado de petróleo da Opep (quarta) e da AIE (quinta).


… Amanhã, o feriado do Dia do Veterano nos Estados Unidos deixa o mercado de Treasuries fechado.


JAPÃO HOJE – O BoJ sinalizou em sua ata, divulgada nesta segunda-feira, que a maioria do comitê de política monetária considera viável uma alta dos juros no curto prazo, caso o crescimento salarial se mantenha e as condições globais permaneçam estáveis.


A BOLHA DO IBOVESPA – Prestes a estourar, mas nada até agora, a bolsa brasileira parece ter desaprendido a cair. Tudo indicava que a realização não passaria de sexta-feira, quando ensaiou uma correção de lucro. Mas veio o rebote na reta final.


… Com 13 altas seguidas e recordes históricos de fechamento em 10 destes pregões, a sequência do índice à vista só perde para a época de lançamento do Plano Real, mais de três décadas atrás, com 15 valorizações ininterruptas. 


… A exuberância tem relação direta com a onda favorável de capital externo para os mercados emergentes, que vai garantindo também volumes diários mais expressivos para o Ibovespa. No último pregão, foram R$ 24,2 bilhões.


… O Ibov deu um jeito de zerar as perdas e virou à tarde, lançando-se a mais um topo inédito de fechamento, aos 154.063,53 pontos (+0,47%).


… Petrobras foi a estrela desta conquista, embalada pela teleconferência no day after do balanço trimestral.


… Agradaram os comentários do diretor financeiro da companhia, Fernando Melgarejo, sobre o plano de investimentos em ativos de longo prazo (política de capex), ponto sensível que preocupa o mercado financeiro.


… “Nosso ritmo de investimentos é por aumento de velocidade. Os projetos são os mesmos. Nosso capex está fortemente concentrado no aumento de produção”, disse o executivo na conference call aos acionistas.


… Segundo ele, os investimentos alcançaram US$ 14 bilhões no acumulado do ano, dentro do planejado para o guidance de 2026. Disse ainda que, se o petróleo cair muito, a estatal poderá postergar investimentos não contratados.


… Os investidores deslocam agora toda a expectativa para o dia 27, quando a Petrobras anunciará o seu novo plano estratégico e pode considerar revisão de investimentos, em meio à queda de dois dígitos do Brent este ano.


… O papel PN da companhia saltou 3,77% e fechou na máxima de R$ 32,18. ON escalou 4,83% (R$ 34,28), segunda maior alta do Ibovespa, enquanto o Brent para janeiro subiu só 0,39%, a US$ 63,63, pesando o excesso de oferta.


… Também os papéis dos bancos ajudaram o Ibovespa a superar no último pregão a marca inédita dos 154 mil pontos, ainda que o setor financeiro tenha subido de forma bem mais tímida do que as ações da Petrobras.


… Itaú PN registrou leve alta de 0,10%, a R$ 14,17; Bradesco ON avançou 0,25%, para R$ 15,99; Bradesco PN ganhou 0,11%, a R$ 18,73; Santander pegou impulso de 0,56%, para R$ 32,39; e BB ON (+0,13%) fechou valendo R$ 22,89.


… Já Vale acompanhou o minério (-1,87%) e caiu 1,10%, a R$ 64,78, mas sem comprometer o embalo da bolsa. A frustração com os dados da balança comercial chinesa em outubro chamou um ajuste negativo na mineradora.


SURFANDO NA MESMA ONDA – Enquanto a bolsa opera milagres, o câmbio vai faturando junto o fluxo estrangeiro.


… A alta rentabilidade da Selic de um lado e, de outro, o Fed que ainda não sabe o que fazer, mas pode cortar o juro, mantêm o carry trade para lá de atrativo e tornam desvantajoso ao investidor sustentar aposta comprada em dólar.


… Abaixo de R$ 5,35, a moeda completou três pregões seguidos em queda. Caiu mais 0,25%, para R$ 5,3357, acompanhando a fraqueza no exterior, onde o mercado renovou a esperança de o Fed flexibilizar em dezembro.


… Já entre os contratos futuros dos juros domésticos, predomina o clima de compasso de espera pela ata do Copom, amanhã, para chancelar a aposta agora mais provável de que a Selic só deve cair em março ou abril, ao invés de janeiro.


… Em meio a oscilações contidas, o Jan/27 fechou na mínima do dia, a 13,860% (de 13,875% no ajuste anterior); Jan/29 caiu para 13,055% (de 13,088%); Jan/31 recuou para 13,370% (de 13,398%); e Jan/33, 13,550% (de 13,578%).


… Para o diferencial do juro, a melhor equação seria o Copom atrasar um corte e o Fed relaxar na próxima reunião.


… Na sexta-feira, a expectativa para o Fed foi movimentada pela prévia da confiança do consumidor de Michigan, que caiu de 53,6 pontos em outubro para 50,3 pontos em novembro e decepcionou a expectativa, de 53,2 pontos.


… Embutida no indicador, a expectativa de inflação para 1 ano subiu de 4,6% para 4,7%, mas a de 5 anos recuou de 3,9% para 3,6%. O investidor fez a interpretação dovish dos dados e derrubou o índice DXY (-0,18%), a 99,552 pontos.


… O euro subiu 0,13%, a US$ 1,1569, a libra esterlina ganhou 0,21%, a US$ 1,3166, e o iene caiu a 153,37 por dólar.


… A piora da confiança do consumidor também enfraqueceu as taxas dos Treasuries de curto prazo, enquanto os juros de médio e longo prazo subiram com os relatos de que o impasse do shutdown estaria perto de acabar.


… Mas os movimentos dos yields foram limitados pelo noticiário confuso sobre as negociações entre democratas e republicanos, sinalizando que a resolução política não estaria tão amadurecida quanto se chegou a cogitar mais cedo.


… O rendimento da Note de 2 anos caiu a 3,556% (de 3,560%), mas o de 10 anos avançou a 4,091%, de 4,087%.


… A esperança no final do pregão de que a paralisação do governo Trump poderia caminhar para uma solução levou o Dow Jones (+0,15%, aos 46.987,29 pontos) e o S&P 500 (+0,12%, aos 6.728,81 pontos) a ensaiarem leves altas.


… Também o Nasdaq reduziu a cautela e caiu só 0,21%, a 23.004,54 pontos, enquanto o índice VIX do medo caiu 1,64%, a 19,18 pontos, depois de ter superado os 22 pontos mais cedo com o temor da bolha da inteligência artificial.


COMPANHIAS ABERTAS – ASSAÍ informou estimativa de R$ 700 milhões em investimentos para 2026 e manteve para 2025 a previsão entre R$ 1,0 bilhão e R$ 1,2 bilhão, também com a inauguração de dez lojas.


GUARARAPES. Subsidiária Riachuelo submeteu para análise e aprovação do Cade potencial transação de venda das quotas representativas de 100% do capital social do shopping Midway Mall, em Natal, à Capitânia Capital.


M.DIAS BRANCO registrou lucro líquido de R$ 216,1 milhões no 3TRI, alta anual de 73,3%; Ebitda somou R$ 318,1 milhões, crescimento de 39% em relação ao mesmo período de 2024.


FERTILIZANTES HERINGER aumentou em 43,7% o prejuízo líquido no 3TRI deste ano, para R$ 13,096 milhões, em comparação com prejuízo líquido de R$ 9,115 milhões em igual período de 2024…


… No período, o Ebitda ficou negativo em R$ 2,191 milhões, 6,1% maior que os R$ 2,064 milhões registrados um ano antes. Já a receita líquida cresceu 1,1% na mesma base comparativa, passando para R$ 1,523 bilhão.


ODONTOPREV. Sprucegrove atingiu participação de 5,08% na companhia, o equivalente a 27.724.700 de ações da empresa. Conforme dados recentes, de 8 de outubro, gestora não detinha participação relevante na companhia.


TOTVS encerrou programa de recompra após aquisição de 2.255.500 de ações ordinárias, que representam 12,5% do limite total aprovado em 6 de novembro de 2024, com preço médio de R$ 29,93 por ação.


TRANSPETRO, braço da Petrobras, lançou licitação pública internacional para contratar quatro novos navios de médio porte da classe MR1 (médium range).


NEOENERGIA iniciou obra de usina solar integrada a sistema de baterias para descarbonizar Fernando de Noronha.


OI informou ter enviado petição à Justiça na qual admite possível caracterização do estado de insolvência do grupo.

domingo, 9 de novembro de 2025

Adriano de Aquino

 Editorial do Estadão com o titulo "A arte do cancelamento" toca no cerne da decadência e ostracismo de uma instituição que há muito deixou de ser um espelho da criação artistica contemporânea, impondo o controle total  do evento, submetendo a arte e artistas a temas sub sociológicos em voga que atacam a autonomia criativa. 

A única observação que faço ao excelente editorial é de natureza conceitual. 

Não é  a arte, menos ainda os artistas, que impõe esse modelo coercivo e intimidador. 

Por isso, o titulo correto desse editorial deveria ser "Curadorias do Cancelamento" 

             *  *  *


"Bienal de São Paulo levou a cultura do cancelamento aos extremos do ridículo ao impedir a participação de uma palestrante por causa dos pecados de um parente que morreu faz cem anos

Por Notas & Informações

09/11/2025 | 03h00

2 min de leitura


A Bienal de São Paulo cancelou um debate com a princesa Marie-Esméralda da Bélgica. Não por suas opiniões – o que já seria constrangedoramente autoritário. Marie-Esméralda, por sinal, é ambientalista, feminista e defensora dos indígenas. Mas ela foi condenada por associação a um parente de quarta geração morto há mais de um século: Leopoldo II – o monarca responsável por atrocidades no Congo.


“Trate cada homem segundo o que merece, e quem escapará ao açoite?”, indagava o príncipe Hamlet. Imagine ser tratado segundo os deméritos do seu tio-bisavô? O que os diretores da Bienal sabem das eventuais transgressões de suas avós ou de seus tataravôs? Se o leitor tiver um tio ou irmão delinquente, deve pagar por ele? É a volta do Santo Ofício – agora de cabelo colorido e crachá de curador – castigando pessoas não por suas faltas, mas pelos pecados de fantasmas.


Nada simboliza melhor o embrutecimento de nossa cultura do que uma instituição artística que pune alguém por associação genealógica enquanto faz proselitismo do combate ao “preconceito”. A Bienal reza o credo da “diversidade e inclusão”, mas decreta que algumas vozes são impuras demais para ecoar sob suas abóbadas. Em nome da “pluralidade”, consagra a segregação; em nome da “liberdade”, o silenciamento. Nem a devoção da princesa filantropa a causas progressistas – até ao cancelamento de estátuas de seu antepassado – lhe valeu redenção. É uma caricatura do pecado original – com patrocínio estatal e curadoria “interseccional”.


A cultura do cancelamento é o confessionalismo redivivo: uma cruzada moral que persegue heresias e distribui indulgências. Os velhos inquisidores queimavam livros; os novos, reputações. As fogueiras agora ardem entre as vaidades dos conselhos de curadoria, dos diretórios acadêmicos, das redes sociais. Cada palavra deve ser purgada; todo artista, doutrinado. Os dissidentes são denunciados, silenciados, expulsos – não por crime, mas por pensamento. A condenação é multitudinária; a penitência, involuntária; o perdão, impossível.


Foi para se libertar dessa mentalidade que o liberalismo nasceu – contra o Estado confessional e suas teocracias da virtude. Spinoza, Tocqueville, Mill, Nabuco e tantos outros entenderam que a verdade floresce no dissenso, não na unanimidade. A civilização liberal é o triunfo do debate sobre o dogma. A esquerda que se dizia herdeira dessa tradição hoje a trai. Troca o debate pela excomunhão, a dúvida pela ortodoxia, a livre expressão por ostracismos performáticos. Os velhos reacionários queriam policiar corpos; os novos progressistas, consciências.


O Brasil tropicalizou a moda do cancelamento – inclusive a pauta “decolonial” importada das metrópoles, recitada com sotaque francês e marinada nas Ivy Leagues – com tintas burlescas. As elites culturais, que vivem de verbas públicas, posam de “resistência” libertária enquanto ruminam ressentimentos tribais. Universidades desconvidam palestrantes, mostras vetam artistas, editoras censuram palavras. Guerra cultural regada a caipirinha e dedução fiscal.


O caso da Bienal é mais que um vexame diplomático: é sintoma de uma decadência – com elegância – intelectual, moral e estética. A instituição que deveria ser o templo da experimentação perverteu-se em tribunal de pureza ideológica. A arte, que deveria interrogar o mundo, rebaixou-se a homilia. O curador que veda debatedores por culpa ancestral é irmão espiritual do burocrata que veda livros por blasfêmia. Juram servir à justiça – mas servem à intolerância. A submissão da imaginação ao medo e da sensibilidade à patrulha não geram engajamento, só empobrecimento.


O progressismo que prometia libertar o mundo dos dogmas fabricou seu próprio catecismo. Substituiu os sacerdotes por “militantes”, as Escrituras pelas “pautas”, o pecado pela “culpa estrutural”. E como todo moralismo sem misericórdia, produz o mesmo terror que dizia combater. O farisaísmo identitário tornou-se pior do que o que desprezava: uma seita sem Deus, mas com uma legião de inquisidores.


A Bienal não cancelou uma princesa. Cancelou a cultura. E, com ela, a liberdade: essa heresia liberal que insiste em sobreviver a regimes de pureza e seus justiçamentos travestidos de justiça."

sexta-feira, 7 de novembro de 2025

Nubank apagando incêndio

 *PSC - Valor Econômico*


*Nubank enfrenta revolta e demite 12 após discussão no Zoom sobre redução de trabalho remoto*


_Banco fez uma reunião presencial e via Zoom, onde estavam mais de 7 mil do total de 9,5 mil funcionários_


Por Álvaro Campos e Lais Godinho, Valor — São Paulo

07/11/2025 | 17h36  


O anúncio ontem do Nubank de que vai encerrar o modelo de trabalho 100% remoto gerou revolta em uma parcela dos funcionários. Segundo o Valor apurou, o banco fez uma reunião presencial e via Zoom, onde estavam mais de 7 mil do total de 9,5 mil funcionários. Foi no chat do Zoom que alguns empregados se exaltaram, com linguajar agressivo e desrespeitoso, em alguns casos até com palavras de baixo calão.


Após as conversas nesse chat terem sido avaliadas pelo comitê de conduta do banco, 12 funcionários foram demitidos. Em um comunicado distribuído hoje aos funcionários, via Slack, ao qual o Valor teve acesso, o fundador e CEO global do Nubank, David Vélez, diz que os comentários no chat do Zoom foram foram inaceitáveis e que esse é um canal corporativo que demanda comportamento profissional.


“Essas ações prejudicam nosso ambiente e afetam todos os funcionários que estão tentando se envolver de forma respeitosa. Muitos funcionários expressaram frustração, vergonha e decepção com seus colegas [que fizeram os comentários desrespeitosos]. Após uma análise cuidadosa por parte do nosso Comitê de Conduta, decidimos demitir 12 funcionários por suas ações graves. Muitos outros receberão advertências por escrito”, diz Vélez.


O CEO afirma que, apesar das incertezas e ansiedade com a mudança do modelo de trabalho, a maioria dos funcionários demonstrou uma verdadeira “mentalidade de dono”. “Acolhemos a discordância. Prosperamos com desafios. Estamos prontos para receber feedback e críticas. Esta é uma decisão difícil. Mas traçamos uma linha divisória quando se trata de desrespeito e agressão.” Sobre os comentários negativos, ele afirmou se tratar de uma “minoria barulhenta” que não reflete o que o Nubank é e o que está construindo para o futuro.


Segundo o Valor apurou, os funcionários receberam as informações sobre a mudança no modelo de trabalho um hora antes da reunião no Zoom. Na conferência, os administradores falaram por cerca de 45 minutos e depois houve mais 45 minutos de perguntas e respostas.


Vélez, que mora no Uruguai, disse na reunião que vai mudar com a esposa, cinco filhos e o cachorro para uma cidade onde o Nubank tenha escritórios. A decisão está sendo tomada junto com o conselho de administração. Outra fundadora do banco, Cristina Junqueira, mudou recentemente para Miami - onde será criado um escritório.


O Nubank, que tinha um dos modelos de trabalho mais flexíveis do setor financeiro, com apenas uma semana presencial exigida por trimestre, resolveu mudar as regras. A partir de julho de 2026, o banco vai exigir que quase 70% dos colaboradores estejam dois dias presenciais por semana, subindo para três dias em 2027.


Procurado sobre as demissões após a confusão no Zoom, o Nubank disse que trabalha para preservar canais e rituais abertos para o livre debate entre seus funcionários, mas não tolera desrespeito e violações de conduta. “O Nubank não comenta casos individuais de desligamento.”


Fonte: https://valor.globo.com/financas/noticia/2025/11/07/fim-do-trabalho-remoto-no-nubank-gera-revolta-e-aps-discusso-no-zoom-12-so-demitidos.ghtml?utm_source=aplicativoValor&utm_medium=aplicativo&utm_campaign=compartilhar

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