S&P coloca rating do BRB em observação após compra do Master, com incertezas sobre novo banco
17:58 03/04/2025
Por Matheus Piovesana
São Paulo, 03/04/2025 - A agência de classificação de risco S&P colocou as notas de crédito (ratings) do Banco de Brasília (BRB) em observação devido ao anúncio da compra de 58% do capital do banco Master. De acordo com a casa, os aspectos da transação e a estrutura de capital do novo conglomerado ainda são incertos, o que torna incerto o impacto que a compra terá para o banco público.
"Precisamos de uma maior clareza na estrutura consolidada do grupo após a aquisição, além de detalhes sobre a reorganização do banco Master, para estimar o impacto sobre a estrutura de capital, a exposição de risco e os perfis de negócio e de financiamento do BRB", afirmam os analistas.
A nota global do BRB na S&P é B, e a local é brA+/brA-1. Estas foram as notas colocadas sob observação nesta quinta-feira, 3. O Master não é avaliado pela S&P.
De acordo com a agência, a aquisição, se concluída, poderia gerar um desvio significativo dos fundamentos de crédito do BRB em relação às expectativas anteriores. As mudanças podem atingir a capitalização do banco e também as exposições de risco. Outro fator potencialmente complexo são os riscos envolvidos na integração dos bancos.
Os analistas lembram que nem todos os ativos do Master entrarão no pacote adquirido pelo BRB, com a exclusão dos precatórios, do banco Voiter, do Banco Master de Investimento e da KOVR Participações, entre outros. "No entanto, a aquisição pode incluir outros ativos cujo perfil de risco ainda é incerto para nós", diz a S&P.
Estes ativos podem incluir fundos de investimento em direitos creditórios (FIDC), que são R$ 10 bilhões dos ativos totais do Master, e fundos multimercado, que somam R$ 8,1 bilhões.
A S&P lembra que o Master teve um forte crescimento nos últimos anos, baseado em aquisições, compra de ativos de alto risco e a emissão de títulos bancários com alto custo. Já o BRB tem uma vantagem competitiva na base de captação mais barata e mais estável, mas viu seus índices de capital recuarem desde 2022 graças ao rápido crescimento da carteira de crédito.
Contato: matheus.piovesana@broadcast.com.br
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