terça-feira, 11 de novembro de 2025

BDM Matinal Riscala

 Bom dia


*Bom Dia Mercado*


Terça Feira, 11 de Novembro de 2.025.


*Fim do shutdown, ata do Copom e IPCA*


Lula deve sancionar hoje o projeto que amplia a faixa de isenção do Imposto de Renda


… Feriado do Dia do Veterano nos Estados Unidos fecha o mercado de Treasuries hoje, mas as bolsas em Wall Street funcionam normalmente e a tendência é de que sigam refletindo o entusiasmo com o fim próximo do shutdown. O projeto para reabertura do governo americano passou ontem à noite no Senado e deverá ser votado na Câmara nos próximos dias. A agenda lá fora é fraca, mas no Brasil é importante para os juros, com a ata do Copom (às 8h) e o IPCA de outubro (9h). No calendário dos balanços, BTG Pactual divulga os resultados antes da abertura. De volta à Brasília, o presidente Lula deve sancionar hoje o projeto que amplia a faixa de isenção do Imposto de Renda.


QUEDA FIRME – A esperança de que o BC alivie hoje a mensagem hawkish somou-se à melhora do ambiente externo com o fim do shutdown e apreciação do câmbio às projeções benignas para o IPCA para um pregão de queda firme dos juros, na véspera da ata do Copom.


… A queima dos prêmios de risco mostrou que o mercado não desistiu do primeiro corte da Selic em janeiro e vai buscar na ata sinais de que isso ainda pode acontecer. Há dois pontos importantes a serem observados pelos analistas no documento do BC.


… O primeiro deles diz respeito às explicações para as estimativas da inflação de 2026 (3,6%) e do 2Tri/2027 (3,3%), que passou a ser o horizonte relevante da política monetária. A principal dúvida é: o BC já incorporou o impacto da reforma do Imposto de Renda?


… Se a resposta for positiva, tende a retirar boa parte dos efeitos inflacionários nas projeções futuras, abrindo caminho para as chances de um início antecipado da flexibilização. Mas, se o BC ainda não incorporou o impacto, as projeções futuras do IPCA podem subir mais.


… Na avaliação dos economistas, esse fato pode significar a diferença entre cortar a Selic em janeiro ou em março.


… O Itaú admite que, juntamente com os demais detalhes da ata, o efeito da reforma do Imposto de Renda sobre as projeções de inflação do BC poderá levar a uma reavaliação do call atual do banco, que prevê o início do ciclo de quedas da Selic em janeiro.


… Outra pista, talvez mais assertiva, seria o comentário do BC sobre a leve redução nas estimativas do IPCA para o 2Tri/2027 no comunicado, de 3,4% para 3,3%, segundo observação de Étore Sanchez, economista-chefe da Ativa, à Agência Estado.


… “Qualquer reconhecimento pelo Copom de que a inflação projetada para o segundo trimestre de 2027, atual horizonte relevante para a política monetária, está ‘ao redor da meta’ pode ser suficiente para o mercado fazer uma leitura mais dovish da ata.”


IPCA – Após a ata do Copom, a divulgação do IPCA de outubro pode continuar ajustando as expectativas; a mediana de pesquisa Broadcast para o índice de inflação é de alta de 0,14%, uma boa desaceleração em relação a setembro (0,48%).


… As projeções para esta leitura, todas de alta, variam de 0,08% a 0,21% e para a inflação em 12 meses, a mediana indica desaceleração de 5,32% para 4,74%. O alívio nas contas de energia elétrica deve garantir a acomodação do IPCA na margem em outubro.


… As tarifas devem ter variação negativa em outubro, por conta da passagem da bandeira vermelha 2 para vermelha 1.


… Já a média dos núcleos de inflação deverá ganhar força na margem no IPCA de outubro, passando de 0,19% em setembro para 0,29%.


… Entre os principais preços na abertura do índice, a estimativa intermediária mostra avanço nos preços livres (-0,01% para 0,25%); alimentação no domicílio (-0,10% para 0,0%); bens industriais (0,06% para 0,17%); serviços (0,13% para 0,40%) e serviços subjacentes (0,03% para 0,33%).


… A expectativa é de recuo apenas para os preços administrados (de 1,87% para -0,20%).


… Para Eduardo Velho, economista-chefe da Equador Investimentos, surpresas com a variação dos alimentos e bens industriais no indicador oficial de outubro podem favorecer as apostas de início do ciclo de flexibilização da Selic em janeiro.


… A semana ainda traz dados importantes da atividade, que podem confirmar a desaceleração e ajustar as apostas para os juros: amanhã, sai o volume de serviços e, na quinta-feira, as vendas no varejo em setembro. Na sexta, o IGP-10 também estará no radar do mercado.


MAIS AGENDA – Do lado da inflação, saem ainda hoje as primeiras prévias de novembro do IPC-Fipe (5h) e IGP-M (8h). O diretor de Organização do Banco Central, Renato Dias Gomes, participa de live sobre os 5 anos do Pix, às 13h45.


… Entre os balanços, além de BTG Pactual, o Banco Pan e a Porto Seguro soltam resultados antes da abertura. Já depois do fechamento, vêm B3, Boa Safra, Cury, CVC, EcoRodovias, Eneva, Gol, Jalles Machado, Taesa e Vamos. No Companhias abertas, os balanços de ontem à noite.


ENCONTRO NO CANADÁ – O chanceler Mauro Vieira espera encontrar-se hoje com o secretário de Estado dos Estados Unidos, Marco Rubio, às margens de uma reunião de ministros das Relações Exteriores do G7, no Canadá.


… A conversa dos dois ainda não foi oficializada entre as diplomacias, mas a expectativa do Itamaraty é que eles possam voltar a conversar para seguir com as tratativas em torno do tarifaço, que esfriaram após a reunião de Lula e Trump.


RIDES AGAIN – Principal ausência da COP, o presidente Trump postou na rede social um vídeo da Fox News com críticas à construção da avenida Liberdade, em Belém. “Devastaram a Floresta Amazônica para fazer uma estrada aos ambientalistas. Isso é um grande escândalo!”.


LULA – Após a abertura da COP30, volta hoje à Brasília para sancionar o projeto que amplia a faixa de isenção do Imposto de Renda.


… Segundo informou o senador Jaques Wagner, o presidente Lula também quer se reunir com o ex-presidente do Senado Rodrigo Pacheco, antes de anunciar o advogado-geral da União, Jorge Messias, para ocupar a vaga de Barroso no STF.


LÁ FORA – O índice ZEW de expectativas econômicas em novembro da Alemanha (7h) é o único indicador hoje na agenda internacional.


PASSOU NO SENADO – Senadores americanos aprovaram nesta segunda-feira à noite, por 60 votos a 40, o projeto de lei para reabrir o governo dos Estados Unidos, que segue agora para a Câmara, onde deve ser votado ainda essa semana.


… Mais cedo, o presidente da Câmara dos Representantes, Mike Johnson, havia dito que retomaria as sessões imediatamente após a conclusão dos trabalhos no Senado. Ele afirmou que dará aos deputados um aviso prévio de 36 horas para retornarem ao Capitólio.


… O líder democrata da minoria na Câmara, Hakeem Jeffries, promete resistência, afirmando que seu partido não apoiará “uma promessa, uma esperança e uma oração de pessoas que vêm devastando a saúde do povo americano há anos”.


… Segundo ele, os democratas continuarão lutando para estender os subsídios da Lei de Assistência Médica Acessível.


… O acordo para encerrar o shutdown foi possível após os senadores republicanos se comprometerem a apoiar um projeto para o seguro saúde até dezembro, em substituição ao Obamacare e aos cortes no Medicaid aos americanos de baixa renda.


… Mas, em declaração nesta segunda, Trump disse que quer um sistema “onde pagamos diretamente às pessoas, não às empresas de saúde”.


À ESPERA DOS DADOS – A reabertura do governo é esperada para o final desta semana e as agências estatísticas dos Estados Unidos podem começar a publicar os dados econômicos atrasados dentro de alguns dias após o fim do shutdown.


… Dados sobre empregos e inflação de setembro devem ser publicados rapidamente, mas relatórios importantes de outubro e novembro podem não estar disponíveis antes da reunião de dezembro do Fomc, nos dias 9 e 10.


… Autoridades do Fed, incluindo o presidente Jerome Powell, economistas e investidores lamentaram repetidas vezes nas últimas semanas a falta de dados econômicos oficiais usados para tomar decisões. Muitos diziam estar “no escuro” ou “às cegas”.


… Para analistas, o relatório de empregos de setembro, que inclui o payroll, será o primeiro documento pós-paralisação que o público verá. Deve ser publicado três dias após a reabertura do governo, já que estava praticamente pronto antes do shutdown.


… Outros dados de setembro, incluindo vendas no varejo, dados da balança comercial e o índice de preços das despesas de consumo pessoal, também serão divulgados rapidamente, assim como dados oficiais sobre pedidos iniciais e contínuos de seguro-desemprego.


… Já os dados econômicos de outubro serão mais difíceis de produzir porque o fechamento impediu as agências de realizar, coletar e processar respostas de pesquisas e verificações de preços durante o mês. Isso pode levar a atrasos mais longos.


… O Morgan Stanley, por exemplo, espera os relatórios de emprego de outubro e novembro no dia 8 de dezembro, a tempo do próximo Fomc, mas acredita que os dados de vendas no varejo e de inflação de outubro só devem ser publicados às vésperas do Natal.


NÃO LARGA O OSSO – Logo agora que o shutdown pode se resolver, o Ibovespa não quis desperdiçar a chance de esticar os recordes. Bateu asas e voou pela primeira vez até a faixa dos 155 mil pontos, escrevendo novos topos.


… Sem parada, emplacou a 14ª valorização consecutiva, sendo a 11ª marca histórica de fechamento em sequência.


… O índice fechou em alta de 0,77%, aos 155.257,31 pontos, após alcançar novo pico intraday, de 155.601,15 pontos. O giro ficou em R$ 20,1 bilhões e tem sido bancado mais firmemente pelos estrangeiros. O Brasil voltou à moda.


… Em reportagem de Altamiro Silva Junior no Broadcast, fontes da equipe econômica avaliam que pelo menos três fatores comprovam o interesse renovado do capital externo pelo País, que tem aproveitado para faturar a liquidez:


… 1) o sucesso na emissão de títulos sustentáveis (green bonds) do Tesouro semana passada, com captação de US$ 2,25 bi a juros de 5,75%, equivalentes a países investment grade, e demanda sete vezes superior ao livro de ofertas.


… 2) o Ibovespa que não para de bater recordes é outra prova que confirma o apetite dos gringos pelo Brasil.


… E 3) o Credit Default Swap (CDS) de cinco anos, que mede a percepção de risco do País, acumula queda de 5,5% em um mês, a 146 pontos, depois de ter superado os 200 pontos entre abril e maio com o tarifaço imposto por Trump.


… “Há uma sensação agora de não querer perder a oportunidade com o Brasil. É o fear of missing out, mas precisamos ver se não pode ser uma euforia só de curto prazo”, alerta o executivo de um banco estrangeiro.


… O principal receio do mercado sempre é de como o governo vai endereçar os ruídos fiscais em 2026.


… Enquanto o ano eleitoral não chega, segue o baile na bolsa. Se não precipitar hoje uma correção, o Ibovespa já vai igualar a marca de 15 altas ininterruptas registrada mais de três décadas atrás, quando nascia o Plano Real.


… Vale ignorou ontem a apatia do minério (-0,07%) e subiu 0,66%, a R$ 65,21. Petrobras, que já tinha brilhado no pregão anterior, emplacou a sexta alta seguida: ON, +0,88%, a R$ 34,58; e PN, +0,56%, a R$ 32,36.


… Acompanhou o maior apetite por risco do petróleo com o possível fim da paralisação do governo Trump. O contrato do Brent para janeiro registrou valorização de 0,67%, negociado a US$ 64,06 por barril na ICE londrina.


… Os bancos também foram bem: Bradesco PN, +1,87%, a R$ 19,08; Bradesco ON, +1,56%, a R$ 16,24; Santander, +0,80%, a R$ 32,65; e Itaú, +0,67%, a R$ 40,44. Só BB ON caiu (-0,48%; R$ 22,78), temendo pelo balanço de amanhã.


A ESPERANÇA É A ÚLTIMA QUE MORRE – Galípolo continua insensível à melhora da dinâmica da inflação, como se viu pelo tom superconservador do comunicado do Copom. Mas para o mercado o jogo só acaba quando termina.


… Até que a ata seja decifrada hoje, nada está perdido ainda e o corte da Selic em janeiro segue no páreo.


… No clima de que tudo pode dar certo, os juros futuros caíram de ponta a ponta ontem, com a apreciação do câmbio ajudando a compor o ambiente de otimismo já garantido pela confiança de solução política para o shutdown.


… O Broadcast destacou que o contrato de DI para janeiro de 2029 não encerrava abaixo dos 13% há um ano. Caiu a 12,955%, contra 13,068% no pregão anterior. O vencimento para janeiro de 2027 marcou 13,825% (de 13,874%).


… Janeiro de 2031 fechou na mínima do dia, a 13,250% (de 13,375%); e Jan/33 afundou a 13,430% (de 13,554%).


… Sem grandes novidades, o boletim Focus não trouxe alterações nas medianas das estimativas do mercado para o IPCA deste ano (4,55%, acima do teto da meta, de 4,50%), de 2026 (4,20%), de 2027 (3,8%) e de 2028 (3,50%).


… No câmbio, o dólar caiu pela quarta sessão seguida diante do real e passa agora pelo teste dos R$ 5,30. Terá força para furar este nível ou encontrará aí o piso? Ontem, fechou em baixa de 0,53%, a R$ 5,3073. No mês, recua 1,36%.


… O real esteve entre as cinco moedas com melhores desempenhos do dia. No acumulado do ano, já subiu 14,12%.


… Mas 2026 promete ser um ano difícil e desafiador. “Depois da impressionante valorização de 2025, é natural que perca fôlego em 2026 com os cortes de juros [pelo Copom] e as incertezas eleitorais”, projeta o Commerzbank.


… Lá fora, todo mundo continua ansioso para que o shutdown acabe de uma vez por todas e libere os indicadores que estão represados, para o mercado poder calibrar com maior precisão as apostas para o ciclo de cortes do Fed.


… Apesar do discurso cauteloso de Powell e de muitos de seus colegas, o mercado continua bastante confiante de que o juro ainda vai cair em dezembro: 63,5% de chance na ferramenta do CME, contra 36,5% de manutenção.


… Mary Daly defendeu ontem que a política monetária “está em um bom lugar” e que o nível atual “deve seguir restritivo para pressionarmos a inflação para baixo”. Alberto Musalem também ressaltou a pressão inflacionária.


… Mas Nova York quis é se esbaldar com a promessa de que a paralisação do governo está com os dias contados.


JÁ FOI LONGE DEMAIS – Diante dos esforços políticos para acabar com o mais longo shutdown da história, as bolsas americanas foram dominadas pelo apetite por risco e as ações de tecnologia esqueceram o risco da bolha da IA.


… O Nasdaq avançou 2,27%, a 23.527,17 pontos; o S&P 500 ganhou 1,54%, a 6.832,43 pontos; e o Dow Jones subiu 0,81%, para 47.368,63 pontos. As ações da Alphabet (+4,04%), Nvidia (+5,79%) e Meta (+1,62%) deslancharam.


… Esvaziado o estresse, a taxa da Note-2 anos subiu a 3,590% (de 3,556%) e de 10 anos, a 4,115% (de 4,091%).


… Só o câmbio operou morno, com o DXY de lado (-0,01%, aos 99,589 pontos), assim como o euro (-0,02%, a US$ 1,1565). A libra subiu 0,17%, a US$ 1,3183, à espera de indicadores na semana, e o iene caiu para 154,05 por dólar.


COMPANHIAS ABERTAS – SABESP teve lucro líquido reportado de R$ 2,159 bilhões no 3TRI, queda de 64,7% em relação ao mesmo período do ano passado. Com ajustes, o lucro líquido somou R$ 1,284 bilhão, alta anual de 9,5%…


… A receita líquida de serviços de saneamento ajustada foi de R$ 5,468 bilhões, crescimento de 0,1% em base anual. O Ebitda totalizou R$ 3,069 bilhões, montante 70,6% menor do que o registrado um ano antes…


… Com ajustes, o Ebitda totalizou R$ 3,206 bilhões, alta de 14,7% em comparação em igual período de 2024.


NATURA registrou prejuízo líquido de R$ 1,926 bilhão no terceiro trimestre, montante 71,2% menor que os R$ 6,694 bilhões apurados no mesmo período de 2024…


… Ebitda recorrente somou R$ 577 milhões, queda de 33,7% na comparação anual.


AZZAS registrou lucro líquido recorrente de R$ 201,3 milhões no terceiro trimestre, alta anual de 22,9%. Ebitda ajustado recorrente somou R$ 476,7 milhões, em linha com um ano antes, quando alcançou R$ 476,8 milhões.


MBRF registrou lucro líquido de R$ 94 milhões no terceiro trimestre, queda anual de 62%; Ebitda consolidado ajustado somou R$ 3,503 bilhões, recuo de 8,6% em relação ao mesmo período de 2024.


BRASKEM e o governo de Alagoas celebraram termo de acordo relacionado ao evento geológico ocorrido no Estado, prevendo pagamento total de R$ 1,2 bilhão, dos quais R$ 139 milhões já haviam sido pagos.


… O ADR da Braskem saltou 4% no after market, na reação positiva dos estrangeiros ao acordo com Alagoas.


PETRORECÔNCAVO. Cobas aumentou participação na companhia para 5,02% do total de ações ordinárias, passando a deter 14.735.900 de papéis do tipo.


ITAÚSA registrou lucro líquido recorrente de R$ 4,120 bilhões no terceiro trimestre, alta anual de 6%. Retorno patrimonial recorrente (ROE) ficou em 18,5%, ante 18% no mesmo período de 2024…


… Endividamento líquido somou R$ 697 milhões, queda de 26% na comparação com o mesmo trimestre de 2024.


EVEN registrou lucro líquido consolidado de R$ 90 milhões no 3TRI, revertendo prejuízo de R$ 110 milhões reportado no mesmo período de 2024.


GRUPO SBF registrou lucro líquido de R$ 86 milhões no terceiro trimestre, queda anual de 35,7%; Ebitda somou R$ 242,6 milhões, recuo de 10,8% em relação ao mesmo período de 2024.


MOVIDA registrou lucro líquido de R$ 70 milhões no terceiro trimestre, queda de 10,5% na base anual. Ebitda somou R$ 1,478 bilhão, crescimento de 18,5% em relação ao mesmo período de 2024.


JSL registrou lucro líquido de R$ 18,1 milhões no 3TRI, queda de 58,7% na comparação anual; Ebitda somou R$ 518,9 milhões, alta de 15,3% em relação ao mesmo período de 2024.


SÃO MARTINHO registrou lucro líquido de R$ 176,4 milhões no segundo trimestre do ano safra 2025/26, queda de 5,9% contra um ano antes. Receita líquida recuou 11,3%, para R$ 1,7 bi, e Ebitda ajustado caiu 13,4%, a R$ 816,9 mi…


… O Conselho de administração aprovou a oitava emissão de debêntures simples, não conversíveis em ações, da espécie quirografária, em série única, no valor total de R$ 500 milhões.


OI informou que vai adiar a publicação dos resultados referentes ao 3TRI, originalmente prevista para amanhã; empresa não divulgou a nova data…


… Ministério das Comunicações disse que vai avaliar decisão judicial sobre falência da companhia expedida ontem…


… Anatel ressaltou que serviços de utilidade pública prestados pela empresa serão mantidos a despeito do decreto de falência.


ZAMP. Conselho de Administração aprovou pedido de conversão do registro de companhia aberta na CVM de categoria A para B.


REDE D’OR vendeu a Maternidade Star, de São Paulo, para a Atlântica D’Or, joint-venture entre o grupo e a Bradesco Seguros, por R$ 223 milhões…


… Rede D’Or aprovou a 38ª emissão de debêntures simples, no valor de R$ 3,5 bilhões.


AZUL apresentou documentos no contexto do processo de Chapter 11 conduzido perante a Justiça dos EUA.

segunda-feira, 10 de novembro de 2025

Belo debate

 https://www.youtube.com/watch?v=OYtVNYLpGH0

Pesquisa Focus

 


Começo da COP 30

 O COMEÇO DA COP30. 


Oficialmente, a Conferência do Clima da ONU começa hoje em Belém, no Norte do Brasil. Os encontros ocorridos na semana passada foram da Cúpula dos Líderes, para definição dos aspectos políticos. A partir de hoje, cerca de 50 mil pessoas se reúnem na área montada na capital paraense para debater diversos aspectos do clima; serão duas semanas extremamente importantes e decisivas para a ação global contra as mudanças climáticas. Os chefes de Estado deram o tom político do encontro: aceleração da transição energética, ampliação do financiamento climático e proteção das florestas tropicais.

Dan Kawa

 EUA: Sinais de Fadiga

By Dan Kawa
10Nov25

A semana começa com algum alívio nos mercados. No domingo, surgiram sinais de que a paralisação do governo americano pode ser equacionada, reduzindo o risco de impacto mais prolongado sobre a economia dos EUA. A notícia tem contribuído para uma abertura positiva dos ativos de risco nesta segunda-feira.

Como mencionei no sábado (aqui: https://lnkd.in/dACbEJZy), os mercados vinham mostrando sinais de fadiga. Após um corte de juros acompanhado de discurso ainda duro do Fed, surgiram dúvidas sobre os gastos em IA, ruídos políticos em torno das tarifas e uma posição técnica mais congestionada — fatores que limitaram o ímpeto de alta, ainda que de forma pontual.

Os dados divulgados na sexta-feira reforçaram a leitura de uma desaceleração mais estrutural da economia americana: aumento nas demissões e forte queda na confiança do consumidor. São sinais de que o mercado de trabalho americano começa a ajustar o ritmo, o que tende a manter o debate sobre o real estágio do ciclo econômico.

A temporada de resultados corporativos nos EUA segue sólida — lucros e receitas continuam superando as expectativas —, mas o mercado começa a premiar disciplina e punir o excesso. Liquidez ainda não falta, mas a alavancagem e a concentração de posições mostram sinais de cansaço. O movimento recente em tecnologia e IA ilustra bem esse momento: menos euforia, mais seletividade.

À medida que o ano se aproxima do fim, o mercado parece entrar em um modo “comprado, porém mais cauteloso”. Há rotação entre estilos, com o fator valor voltando a ganhar relevância e maior ênfase em empresas de qualidade e boa execução. O ambiente parece se tornar mais propício à diferenciação e à volta dos fundamentos — um terreno fértil para o stock picking.

No Brasil, o foco segue voltado para o tema eleitoral, agora com novos rumores em torno de uma potencial candidatura de Tarcísio de Freitas à presidência em 2026 (aqui: https://lnkd.in/dU8VjBg3). No campo corporativo, os resultados seguem saudáveis e ajudam a sustentar o mercado local.

No geral, seguimos em um cenário de transição: crescimento moderado, lucros em alta e uma economia que tenta manter o ritmo — menos por velocidade, mais por cadência.

BDM Matinal Riscala

 🇧🇷*Bom Dia Mercado*


Segunda Feira, 10 de Novembro de 2.025. 



*Shutdown perto do fim nos EUA*

10 de novembro de 2025

Shutdown perto do fim nos EUA

Por Rosa Riscala e Mariana CiscatoAtualizado há 6 horas

… Os futuros de Nova York subiam no pregão asiático, enquanto o Senado dos Estados Unidos avançava em um acordo para encerrar o shutdown de 40 dias, o mais longo da história. Um grupo de democratas moderados votou a favor de uma medida processual para dar andamento ao projeto de lei. A medida também precisa ser aprovada pela Câmara, onde o projeto enfrenta resistências por não prever a prorrogação dos subsídios do Obamacare. A semana lá fora ainda tem indicadores da China e PIB na Zona do Euro. Aqui, a B3 entra na reta final dos balanços e o mercado aguarda a ata do Copom, IPCA de outubro, volume de serviços e vendas no varejo – agenda importante para a Selic.


FIM DO SHUTDOWN –Um grupo de senadores democratas moderados rompeu com as lideranças do partido e apoiou um acordo com os republicanos para reabrir o governo americano e financiar alguns departamentos e agências até 31 de janeiro.


… Uma votação de teste processual foi realizada nesse domingo à noite e a aprovação ocorreu por 60 votos a 40.


… O acordo garante o pagamento de funcionários públicos em licença não remunerada e reintegra os demitidos durante a paralisação.


… O Senado ainda não agendou uma votação para a aprovação final. A Câmara dos Representantes também precisa aprovar a medida antes que ela seja encaminhada ao presidente Trump. Não há previsão de quanto tempo levará até a conclusão do processo.


… Os democratas cederam após o compromisso dos republicanos de votar até dezembro um projeto de lei para renovar os créditos fiscais da Lei de Acesso à Saúde, já que a prorrogação dos subsídios do Obamacare e a revogação dos cortes no Medicaid estão fora do acordo.


… A aprovação na Câmara não é garantida. Líder da minoria, o democrata Hakeem Jeffries, prometeu “lutar contra o projeto republicano”.


… As táticas de pressão dos republicanos funcionaram em grande parte para que senadores democratas cedessem.


… Os republicanos obstruíram as exigências dos democratas por US$ 1,5 trilhão em novos gastos, mantendo a Câmara fora de sessão desde 19 de setembro, e a Casa Branca demitiu funcionários públicos em massa.


… O governo também instruiu os estados a suspenderam os benefícios de auxílio alimentar de novembro, ameaçando com sanções financeiras quem descumprisse a determinação.


… Os republicanos, apesar de controlarem as duas casas do Congresso, precisavam do voto de oito democratas no Senado.


… As consequências da paralisação do governo custaram à economia americana cerca de US$ 15 bilhões por semana e o Escritório de Orçamento do Congresso estima que reduzirá a taxa de crescimento anualizada trimestral do PIB em 1,5 ponto até meados de novembro.


… Além disso, o apagão de dados deixou o Fed e o mercado às cegas durante a paralisação, ampliando as incertezas sobre os juros.


… Para esta semana, está prevista na agenda dos Estados Unidos, mas não confirmada, a divulgação dos pedidos de auxílio-desemprego e do Índice de Preços ao Consumidor (CPI) de outubro, na quinta-feira, e o PPI e as vendas no varejo, na sexta-feira.


DIVIDENDO TARIFÁRIO – Outra novidade do fim de semana nos Estados Unidos foi a promessa de Trump nesse domingo em sua rede social de pagar a cada americano um dividendo de “pelo menos” US$ 2.000 com os recursos do tarifaço imposto a outros países.


… Só as pessoas de alta renda não receberiam, como o presidente esclareceu na Truth Social.


… Em entrevista à ABC, o secretário do Tesouro, Scott Bessent, admitiu que não havia falado com Trump sobre essa ideia, mas especulou que o “dividendo” poderia vir de várias formas, de várias maneiras, por exemplo, através dos cortes de impostos.


… “Poderia ser apenas as reduções de impostos que estamos vendo na agenda do presidente.”


… A declaração do presidente Trump ocorre em meio ao julgamento de seu recurso na Suprema Corte contra a ilegalidade das tarifas.


O QUE VEM NA ATA? – Até segunda ordem, o mercado deve se manter mais cauteloso sobre as chances de um corte do juro em janeiro, que foi esvaziado pela mensagem mais dura do Copom, na semana passada. Março passou a ser a aposta majoritária.


… Economistas esperam que a ata, nesta terça, apresente o detalhamento das projeções de inflação do cenário de referência do BC, sobretudo para 2026 e para o segundo trimestre de 2027, atual horizonte relevante da política monetária.


… Querem saber se as estimativas do Copom para o ano que vem (3,6%) e o 2Tri/2027 (3,3%) já incorporaram ou não os efeitos da reforma do Imposto de Renda, que foi aprovada pelo Congresso e deve ser sancionada pelo presidente Lula, nessa semana.


… Considerando que a ampliação da faixa de isenção do IR deve pressionar a inflação e o hiato do produto, essa informação é fundamental para definir o que pode vir por aí. Se o IR já foi incorporado, as projeções devem ter menor viés de alta. Se não foi, devem subir mais.


… Isso pode significar a diferença entre um início mais próximo (janeiro) ou mais tardio do ciclo de flexibilização (março ou até abril).


GALÍPOLO DEIXOU A DESEJAR – Em entrevista ao Estadão, a ministra Gleisi Hoffmann expressou o descontentamento do governo com o Banco Central, que, segundo ela, não considerou os indicadores positivos da economia para reduzir a taxa de juros.


… “Obviamente, quando Galípolo entrou, a gente teve condescendência. Sabíamos que tinha duas contratações para o Copom subir os juros. Mas, com indicadores positivos, a gente achava que o BC começaria a cortar. Nada justifica juros reais de quase 10%.”


… Gleisi afirmou que, “infelizmente”, não está sendo essa a postura do BC. “Estão mais realistas do que o rei. Aí, a gente tem de debater. Não pode deixar só o mercado pressionar. Por que só o mercado pressiona o Banco Central a subir taxa de juros?”


… A ministra comete o mesmo equívoco de Haddad, que culpa o mercado pelo conservadorismo do Copom, quando a verdade é que o mercado apenas faz a leitura da comunicação do BC, que é bastante hawkish. Não se trata de pressão, mas de acertar o passo com a mensagem.


… Questionada se esperava um compromisso de Galípolo, indicado por Lula, Gleisi respondeu que a inflação está sob controle. “Ela não está no centro da meta de 3%, que é bem apertada. Mas você tem uma inflação que está mostrando que vai cair abaixo da banda superior.”


… Na opinião da ministra, não há motivo para continuar com a política monetária tão restritiva, que tem impacto na indústria, no crédito e no crescimento do País. “Nós estamos nos autopunindo? Então, eu acho que [o Galípolo] deixou a desejar.”


IPCA – A depender da ata do Copom, que sai amanhã cedo, o IPCA de outubro, sozinho, pode não alterar as expectativas, mesmo com previsão de que deve desacelerar para 0,14%, após ter subido 0,48% em setembro, segundo a mediana de pesquisa Broadcast.


… Já hoje, o boletim semanal Focus (8h25) pode trazer nova melhora para as expectativas de inflação, que é reconhecida pelo BC, mas com o contraponto de que ainda permanecem acima da meta. Galípolo vive falando no “desconforto” que isso causa no Copom.


… A agenda da semana traz também dados importantes da atividade, que podem confirmar a desaceleração: na quarta-feira, sai o volume de serviços e, na quinta, as vendas no varejo em setembro. Na sexta, o IGP-10 também estará no radar do mercado de juros.


RELATÓRIO DE ESTABILIDADE FINANCEIRA – Na quarta-feira (12), o BC também publicará o documento, com entrevista coletiva do presidente do BC, Gabriel Galípolo, e dos diretores de fiscalização, Ailton de Aquino Santos, e de política econômica, Diogo Guillen.


… Já na quinta-feira, será divulgada a Pesquisa Trimestral de Condições de Crédito (PTC) referente ao terceiro trimestre.


… O presidente do BC, Gabriel Galípolo, e o diretor de Assuntos Internacionais e de Gestão de Riscos Corporativos, Paulo Picchetti, passaram o fim de semana na Basileia, Suíça, onde participam das “Bimonthly Meetings”, promovidas pelo BIS.


BALANÇOS – A temporada do 3Tri entra na última semana com destaque para os resultados hoje de Braskem, Itaúsa e Sabesp.


… Amanhã vem B3, BTG Pactual, Eneva e Gol. Na quarta, Americanas, Banco do Brasil, Casas Bahia, Copel e Oi. Na quinta, Banco Inter, Bradespar, Cemig, CPFL, Cyrela, Eztec, IRB Re, JBS, Light e Nubank. E na sexta-feira, Azul, Banrisul e Lojas Marisa.


COP30 – O presidente Lula abre hoje os trabalhos da 30ª Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas, em Belém do Pará.


… Neste domingo, a Alemanha anunciou a doação de 5 milhões de francos suíços, cerca de R$ 33 milhões, para o Fundo Amazônia, que financia projetos que buscam conciliar proteção ambiental, desenvolvimento sustentável e melhoria das condições de vida da população amazônica.


… O BNDES é o gestor do fundo, responsável por captar recursos de doadores, contratar e monitorar os projetos financiados.


LULA – Na volta a Brasília, além da sanção do novo Imposto de Renda, o presidente deve definir quem indicará para a vaga aberta no STF com a aposentadoria do ministro Luís Roberto Barroso. A expectativa é pelo nome do advogado-geral da União, Jorge Messias.


… Para destravar a escolha, Lula deve se reunir antes com o ex-presidente do Senado Rodrigo Pacheco (PSD-MG), o candidato preferido dos parlamentares, e com Davi Alcolumbre, que alertou sobre possíveis dificuldades para aprovação de Messias.


ANTIFACÇÃO – Na Câmara, com votações semipresenciais na semana da COP30, o presidente Hugo Motta incluiu na pauta da semana o projeto de lei antifacção do governo federal, que, segundo ele, será o marco legal do combate ao crime organizado no País.


… A proposta foi encaminhada após a megaoperação que deixou 121 mortos no Rio, e tem como relator o deputado Guilherme Derrite (PP-SP), secretário de segurança de São Paulo. A primeira sessão deliberativa da Casa foi marcada para amanhã, terça-feira.


… Na quarta-feira, sai nova pesquisa Quaest sobre aprovação do governo Lula, a primeira após a crise de segurança no Rio.


TARIFAÇO – O ministro das Relações Exteriores, Mauro Vieira, viaja amanhã ao Canadá para uma nova reunião bilateral com o secretário de Estado dos Estados Unidos, Marco Rubio, sobre o tarifaço de 50% a produtos brasileiros importados pelos Estados Unidos.


… O encontro deve ocorrer às margens de uma reunião ministerial do G7.


… No sábado, após participar da conferência MBA Brasil 2025, em Boston, o fundador da SPX Capital, Rogério Xavier, disse aos jornalistas que, para ele, o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, está “enrolando” o Brasil nas negociações comerciais.


… A prova disso, explicou, é que nenhuma sanção ou tarifa contra o País foi retirada apesar das reuniões realizadas até agora.


… “Tiveram as reuniões e nada aconteceu. As sanções contra os ministros do Supremo, as tarifas, todas continuam lá”, disse Xavier.


… Segundo o gestor, a guerra dos Estados Unidos é com a China e Trump quer afastar um pouco os chineses do Brasil. “A agenda do presidente Trump visa a “sabotar” a China na corrida da inteligência artificial, atrasar os chineses para que os americanos ganhem tempo.”


MAIS AGENDA – A China divulgará na quinta-feira à noite a produção industrial e as vendas no varejo em outubro.


… No sábado, o governo de Pequim informou que a inflação ao consumidor (CPI) registrou alta anualizada de 0,2% em outubro, contrariando a expectativa de variação negativa de 0,2% e revertendo a queda observada em setembro, de 0,3%.


… Já os preços ao produtor (PPI) caíram 2,1%, menos do que o esperado pelos analistas para o período (-2,3%).


… Ainda na agenda lá fora, o PIB do terceiro trimestre na Zona do Euro será divulgado na sexta-feira.


… Também serão divulgados nesta semana os relatórios do mercado de petróleo da Opep (quarta) e da AIE (quinta).


… Amanhã, o feriado do Dia do Veterano nos Estados Unidos deixa o mercado de Treasuries fechado.


JAPÃO HOJE – O BoJ sinalizou em sua ata, divulgada nesta segunda-feira, que a maioria do comitê de política monetária considera viável uma alta dos juros no curto prazo, caso o crescimento salarial se mantenha e as condições globais permaneçam estáveis.


A BOLHA DO IBOVESPA – Prestes a estourar, mas nada até agora, a bolsa brasileira parece ter desaprendido a cair. Tudo indicava que a realização não passaria de sexta-feira, quando ensaiou uma correção de lucro. Mas veio o rebote na reta final.


… Com 13 altas seguidas e recordes históricos de fechamento em 10 destes pregões, a sequência do índice à vista só perde para a época de lançamento do Plano Real, mais de três décadas atrás, com 15 valorizações ininterruptas. 


… A exuberância tem relação direta com a onda favorável de capital externo para os mercados emergentes, que vai garantindo também volumes diários mais expressivos para o Ibovespa. No último pregão, foram R$ 24,2 bilhões.


… O Ibov deu um jeito de zerar as perdas e virou à tarde, lançando-se a mais um topo inédito de fechamento, aos 154.063,53 pontos (+0,47%).


… Petrobras foi a estrela desta conquista, embalada pela teleconferência no day after do balanço trimestral.


… Agradaram os comentários do diretor financeiro da companhia, Fernando Melgarejo, sobre o plano de investimentos em ativos de longo prazo (política de capex), ponto sensível que preocupa o mercado financeiro.


… “Nosso ritmo de investimentos é por aumento de velocidade. Os projetos são os mesmos. Nosso capex está fortemente concentrado no aumento de produção”, disse o executivo na conference call aos acionistas.


… Segundo ele, os investimentos alcançaram US$ 14 bilhões no acumulado do ano, dentro do planejado para o guidance de 2026. Disse ainda que, se o petróleo cair muito, a estatal poderá postergar investimentos não contratados.


… Os investidores deslocam agora toda a expectativa para o dia 27, quando a Petrobras anunciará o seu novo plano estratégico e pode considerar revisão de investimentos, em meio à queda de dois dígitos do Brent este ano.


… O papel PN da companhia saltou 3,77% e fechou na máxima de R$ 32,18. ON escalou 4,83% (R$ 34,28), segunda maior alta do Ibovespa, enquanto o Brent para janeiro subiu só 0,39%, a US$ 63,63, pesando o excesso de oferta.


… Também os papéis dos bancos ajudaram o Ibovespa a superar no último pregão a marca inédita dos 154 mil pontos, ainda que o setor financeiro tenha subido de forma bem mais tímida do que as ações da Petrobras.


… Itaú PN registrou leve alta de 0,10%, a R$ 14,17; Bradesco ON avançou 0,25%, para R$ 15,99; Bradesco PN ganhou 0,11%, a R$ 18,73; Santander pegou impulso de 0,56%, para R$ 32,39; e BB ON (+0,13%) fechou valendo R$ 22,89.


… Já Vale acompanhou o minério (-1,87%) e caiu 1,10%, a R$ 64,78, mas sem comprometer o embalo da bolsa. A frustração com os dados da balança comercial chinesa em outubro chamou um ajuste negativo na mineradora.


SURFANDO NA MESMA ONDA – Enquanto a bolsa opera milagres, o câmbio vai faturando junto o fluxo estrangeiro.


… A alta rentabilidade da Selic de um lado e, de outro, o Fed que ainda não sabe o que fazer, mas pode cortar o juro, mantêm o carry trade para lá de atrativo e tornam desvantajoso ao investidor sustentar aposta comprada em dólar.


… Abaixo de R$ 5,35, a moeda completou três pregões seguidos em queda. Caiu mais 0,25%, para R$ 5,3357, acompanhando a fraqueza no exterior, onde o mercado renovou a esperança de o Fed flexibilizar em dezembro.


… Já entre os contratos futuros dos juros domésticos, predomina o clima de compasso de espera pela ata do Copom, amanhã, para chancelar a aposta agora mais provável de que a Selic só deve cair em março ou abril, ao invés de janeiro.


… Em meio a oscilações contidas, o Jan/27 fechou na mínima do dia, a 13,860% (de 13,875% no ajuste anterior); Jan/29 caiu para 13,055% (de 13,088%); Jan/31 recuou para 13,370% (de 13,398%); e Jan/33, 13,550% (de 13,578%).


… Para o diferencial do juro, a melhor equação seria o Copom atrasar um corte e o Fed relaxar na próxima reunião.


… Na sexta-feira, a expectativa para o Fed foi movimentada pela prévia da confiança do consumidor de Michigan, que caiu de 53,6 pontos em outubro para 50,3 pontos em novembro e decepcionou a expectativa, de 53,2 pontos.


… Embutida no indicador, a expectativa de inflação para 1 ano subiu de 4,6% para 4,7%, mas a de 5 anos recuou de 3,9% para 3,6%. O investidor fez a interpretação dovish dos dados e derrubou o índice DXY (-0,18%), a 99,552 pontos.


… O euro subiu 0,13%, a US$ 1,1569, a libra esterlina ganhou 0,21%, a US$ 1,3166, e o iene caiu a 153,37 por dólar.


… A piora da confiança do consumidor também enfraqueceu as taxas dos Treasuries de curto prazo, enquanto os juros de médio e longo prazo subiram com os relatos de que o impasse do shutdown estaria perto de acabar.


… Mas os movimentos dos yields foram limitados pelo noticiário confuso sobre as negociações entre democratas e republicanos, sinalizando que a resolução política não estaria tão amadurecida quanto se chegou a cogitar mais cedo.


… O rendimento da Note de 2 anos caiu a 3,556% (de 3,560%), mas o de 10 anos avançou a 4,091%, de 4,087%.


… A esperança no final do pregão de que a paralisação do governo Trump poderia caminhar para uma solução levou o Dow Jones (+0,15%, aos 46.987,29 pontos) e o S&P 500 (+0,12%, aos 6.728,81 pontos) a ensaiarem leves altas.


… Também o Nasdaq reduziu a cautela e caiu só 0,21%, a 23.004,54 pontos, enquanto o índice VIX do medo caiu 1,64%, a 19,18 pontos, depois de ter superado os 22 pontos mais cedo com o temor da bolha da inteligência artificial.


COMPANHIAS ABERTAS – ASSAÍ informou estimativa de R$ 700 milhões em investimentos para 2026 e manteve para 2025 a previsão entre R$ 1,0 bilhão e R$ 1,2 bilhão, também com a inauguração de dez lojas.


GUARARAPES. Subsidiária Riachuelo submeteu para análise e aprovação do Cade potencial transação de venda das quotas representativas de 100% do capital social do shopping Midway Mall, em Natal, à Capitânia Capital.


M.DIAS BRANCO registrou lucro líquido de R$ 216,1 milhões no 3TRI, alta anual de 73,3%; Ebitda somou R$ 318,1 milhões, crescimento de 39% em relação ao mesmo período de 2024.


FERTILIZANTES HERINGER aumentou em 43,7% o prejuízo líquido no 3TRI deste ano, para R$ 13,096 milhões, em comparação com prejuízo líquido de R$ 9,115 milhões em igual período de 2024…


… No período, o Ebitda ficou negativo em R$ 2,191 milhões, 6,1% maior que os R$ 2,064 milhões registrados um ano antes. Já a receita líquida cresceu 1,1% na mesma base comparativa, passando para R$ 1,523 bilhão.


ODONTOPREV. Sprucegrove atingiu participação de 5,08% na companhia, o equivalente a 27.724.700 de ações da empresa. Conforme dados recentes, de 8 de outubro, gestora não detinha participação relevante na companhia.


TOTVS encerrou programa de recompra após aquisição de 2.255.500 de ações ordinárias, que representam 12,5% do limite total aprovado em 6 de novembro de 2024, com preço médio de R$ 29,93 por ação.


TRANSPETRO, braço da Petrobras, lançou licitação pública internacional para contratar quatro novos navios de médio porte da classe MR1 (médium range).


NEOENERGIA iniciou obra de usina solar integrada a sistema de baterias para descarbonizar Fernando de Noronha.


OI informou ter enviado petição à Justiça na qual admite possível caracterização do estado de insolvência do grupo.

domingo, 9 de novembro de 2025

Adriano de Aquino

 Editorial do Estadão com o titulo "A arte do cancelamento" toca no cerne da decadência e ostracismo de uma instituição que há muito deixou de ser um espelho da criação artistica contemporânea, impondo o controle total  do evento, submetendo a arte e artistas a temas sub sociológicos em voga que atacam a autonomia criativa. 

A única observação que faço ao excelente editorial é de natureza conceitual. 

Não é  a arte, menos ainda os artistas, que impõe esse modelo coercivo e intimidador. 

Por isso, o titulo correto desse editorial deveria ser "Curadorias do Cancelamento" 

             *  *  *


"Bienal de São Paulo levou a cultura do cancelamento aos extremos do ridículo ao impedir a participação de uma palestrante por causa dos pecados de um parente que morreu faz cem anos

Por Notas & Informações

09/11/2025 | 03h00

2 min de leitura


A Bienal de São Paulo cancelou um debate com a princesa Marie-Esméralda da Bélgica. Não por suas opiniões – o que já seria constrangedoramente autoritário. Marie-Esméralda, por sinal, é ambientalista, feminista e defensora dos indígenas. Mas ela foi condenada por associação a um parente de quarta geração morto há mais de um século: Leopoldo II – o monarca responsável por atrocidades no Congo.


“Trate cada homem segundo o que merece, e quem escapará ao açoite?”, indagava o príncipe Hamlet. Imagine ser tratado segundo os deméritos do seu tio-bisavô? O que os diretores da Bienal sabem das eventuais transgressões de suas avós ou de seus tataravôs? Se o leitor tiver um tio ou irmão delinquente, deve pagar por ele? É a volta do Santo Ofício – agora de cabelo colorido e crachá de curador – castigando pessoas não por suas faltas, mas pelos pecados de fantasmas.


Nada simboliza melhor o embrutecimento de nossa cultura do que uma instituição artística que pune alguém por associação genealógica enquanto faz proselitismo do combate ao “preconceito”. A Bienal reza o credo da “diversidade e inclusão”, mas decreta que algumas vozes são impuras demais para ecoar sob suas abóbadas. Em nome da “pluralidade”, consagra a segregação; em nome da “liberdade”, o silenciamento. Nem a devoção da princesa filantropa a causas progressistas – até ao cancelamento de estátuas de seu antepassado – lhe valeu redenção. É uma caricatura do pecado original – com patrocínio estatal e curadoria “interseccional”.


A cultura do cancelamento é o confessionalismo redivivo: uma cruzada moral que persegue heresias e distribui indulgências. Os velhos inquisidores queimavam livros; os novos, reputações. As fogueiras agora ardem entre as vaidades dos conselhos de curadoria, dos diretórios acadêmicos, das redes sociais. Cada palavra deve ser purgada; todo artista, doutrinado. Os dissidentes são denunciados, silenciados, expulsos – não por crime, mas por pensamento. A condenação é multitudinária; a penitência, involuntária; o perdão, impossível.


Foi para se libertar dessa mentalidade que o liberalismo nasceu – contra o Estado confessional e suas teocracias da virtude. Spinoza, Tocqueville, Mill, Nabuco e tantos outros entenderam que a verdade floresce no dissenso, não na unanimidade. A civilização liberal é o triunfo do debate sobre o dogma. A esquerda que se dizia herdeira dessa tradição hoje a trai. Troca o debate pela excomunhão, a dúvida pela ortodoxia, a livre expressão por ostracismos performáticos. Os velhos reacionários queriam policiar corpos; os novos progressistas, consciências.


O Brasil tropicalizou a moda do cancelamento – inclusive a pauta “decolonial” importada das metrópoles, recitada com sotaque francês e marinada nas Ivy Leagues – com tintas burlescas. As elites culturais, que vivem de verbas públicas, posam de “resistência” libertária enquanto ruminam ressentimentos tribais. Universidades desconvidam palestrantes, mostras vetam artistas, editoras censuram palavras. Guerra cultural regada a caipirinha e dedução fiscal.


O caso da Bienal é mais que um vexame diplomático: é sintoma de uma decadência – com elegância – intelectual, moral e estética. A instituição que deveria ser o templo da experimentação perverteu-se em tribunal de pureza ideológica. A arte, que deveria interrogar o mundo, rebaixou-se a homilia. O curador que veda debatedores por culpa ancestral é irmão espiritual do burocrata que veda livros por blasfêmia. Juram servir à justiça – mas servem à intolerância. A submissão da imaginação ao medo e da sensibilidade à patrulha não geram engajamento, só empobrecimento.


O progressismo que prometia libertar o mundo dos dogmas fabricou seu próprio catecismo. Substituiu os sacerdotes por “militantes”, as Escrituras pelas “pautas”, o pecado pela “culpa estrutural”. E como todo moralismo sem misericórdia, produz o mesmo terror que dizia combater. O farisaísmo identitário tornou-se pior do que o que desprezava: uma seita sem Deus, mas com uma legião de inquisidores.


A Bienal não cancelou uma princesa. Cancelou a cultura. E, com ela, a liberdade: essa heresia liberal que insiste em sobreviver a regimes de pureza e seus justiçamentos travestidos de justiça."

Diário de um economista de mercado

 Diário de um economista de mercado 30 anos de mercado - algumas lições São quase 30 anos de mercado, entre idas e vindas. Destes anos todos...