*Quem é a Fictor, que acertou a compra do Master com aporte de R$ 3 bi*
Grupo nasceu como startup de tecnologia, cresceu com aquisições no agro e na indústria de alimentos, entrou na B3 por IPO reverso e agora avança no setor financeiro
O Grupo Fictor que, ao lado de um consórcio de investidores dos Emirados Árabes Unidos, acertou a compra do Banco Master é uma holding brasileira fundada em 2007, em São Paulo, e comandada por seu sócio-fundador e CEO, Rafael Góis. Criada originalmente como uma startup de tecnologia, a empresa passou por um reposicionamento em 2020 e se transformou em uma companhia de investimentos e gestão de ativos (private equity), com foco em setores considerados estratégicos da economia.
Com escritórios em São Paulo, Miami e Lisboa, o Grupo Fictor abrange dez negócios diferentes, segundo seu site, atuando nos setores de alimentos, financeiro, agronegócio e infraestrutura. Sua expansão ganhou ímpeto com atividades no agronegócio, especialmente na comercialização de commodities, o que gerou capital para financiar uma estratégia intensa de fusões e aquisições a partir de 2018. O foco principal desse movimento foi consolidar mercados fragmentados, sobretudo na cadeia de proteína animal.
Na indústria alimentícia, adquiriu frigoríficos e marcas como Vensa, Dr. Foods, Fredini e a UPI da Mellore Alimentos. Em infraestrutura e energia, criou a Fictor Energia e a Fictor Real Estate, focadas em geração distribuída, energia solar e logística. Nos serviços financeiros, desenvolveu a gestora Fictor Asset e a fintech FictorPay, com plataforma de pagamentos.
Em dezembro de 2024, a Fictor realizou um IPO reverso: adquiriu 76% da Atom Participações (empresa de trading e educação financeira), mudou seu objeto social para agronegócio e renomeou a companhia para Fictor Alimentos, que passou a negociar na B3 sob o ticker FICT3. A companhia vale hoje R$ 142 milhões na Bolsa. Segundo entrevistas à época da operação, o objetivo era comprar ativos “estressados” e em recuperação judicial que atuam no setor de alimentos.
Em outubro de 2025, a FictorPay sofreu um ataque cibernético: R$ 26 milhões foram desviados via Pix após vulnerabilidade numa empresa terceirizada, a Dilleta Solutions. As credenciais vazadas permitiram 282 transações para cerca de 271 “contas-laranja”. As investigações apontam que a falha ocorreu fora da infraestrutura direta da FictorPay, envolvendo prestadores de serviço.
Adicionalmente, a FictorPay lançou em 2025 um cartão B2B (business-to-business) com a bandeira American Express, com a expectativa de movimentar até R$ 1,8 bilhão em transações ainda no mesmo ano.
Segundo relatórios da Fictor Alimentos (ITR), em meados de 2025 a empresa adquiriu a Unidade Produtiva Isolada da Mellore em Betim (MG) com capacidade mensal de cerca de 1.691 toneladas, e aprovou um aumento de capital de R$ 60 a 70 milhões para financiar essa integração.
https://oglobo.globo.com/economia/negocios/noticia/2025/11/17/quem-e-a-fictor-que-acertou-a-compra-do-master-com-aporte-de-r-3-bi.ghtml
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