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Emissões do Tesouro

 https://valor.globo.com/financas/noticia/2025/10/13/mercado-v-emisses-do-tesouro-acima-do-adequado-em-ntn-bs-mdias-e-longas.ghtml


*Mercado vê emissões do Tesouro acima do adequado em NTN-Bs médias e longas*


Por Gabriel Roca, Valor — São Paulo


Uma pesquisa da BGC Liquidez deu números à sensação que circulou pelas mesas de renda fixa do mercado nas últimas semanas. No mês de setembro, a avaliação geral é a de que as emissões do Tesouro Nacional em NTN-Bs (títulos atrelados à inflação) de prazos intermediários e longos ficaram acima do adequado, o que pode ter ajudado a provocar pressão adicional nas taxas dos juros reais.


Segundo o levantamento, feito pela instituição com 23 profissionais de mercado, entre gestoras, family offices e tesourarias, o Tesouro tem se pautado, principalmente, pelo objetivo de ampliar o caixa, em detrimento das preocupações com a melhor distribuição entre vértices da curva ou com o custo da dívida pública.


Sobre os volumes ofertados, 18 respondentes consideram que as emissões de Notas do Tesouro Nacional - Série B (NTN-Bs) médias e longas estiveram acima do nível adequado. Nove consideram que a oferta de NTN-Fs também foi maior que a desejável, ainda que, para esse instrumento, outros dez entrevistados tenham avaliado as emissões como adequadas.


Para dez participantes da pesquisa, a oferta de Letras do Tesouro Nacional (LTNs) de curto prazo esteve abaixo do que poderia ter ocorrido.


A estratégia de acelerar o ritmo das emissões, segundo participantes do mercado, é explicada pela necessidade de o Tesouro se preparar para o ano eleitoral, período que pode ampliar a volatilidade dos ativos e reduzir o interesse por títulos, além de uma grande coluna de vencimentos da dívida pública em 2027, fruto das emissões realizadas durante a pandemia.


O mercado também espera que o Tesouro mantenha a postura de priorizar o volume de emissões no quarto trimestre, de acordo com o economista-chefe da BGC, Felipe Tavares. Para 43,5% dos participantes da pesquisa, o maior risco para o Tesouro Nacional é uma nova piora na política fiscal e na trajetória da dívida pública.


A pesquisa também traz algumas percepções dos respondentes. “A priorização por colocação de volume e a indiferença com relação às dinâmicas do mercado e aos níveis atuais das taxas de juros tendem a amplificar movimentos de abertura de taxas e perpetuar níveis historicamente elevados. O maior exemplo foi o último leilão “off the run” (fora das ofertas regulares), cujo volume recorde resultou em um aumento de 0,15 ponto percentual dos juros reais longos. O Tesouro deveria mostrar que tem preocupação com o custo da dívida, controlando a oferta de títulos em função do humor do mercado”, diz um dos entrevistados.


Outro participante diz compreender o fato de o Tesouro Nacional ser um órgão que não busca formar preços, e sim aceitar a precificação dada pelo mercado e emitir os títulos aos preços correntes.


*“Acredito que erros foram cometidos no passado por não se ter essa percepção, mas o volume que está sendo colocado nas NTN-B parece estar acima do ideal. Em termos de taxa, estamos falando de uma divida que seria impagável, especialmente nos vencimentos intermediários e longos. Além disso, no lado técnico do mercado, a percepção é que grande parte já está alocada e o ritmo das emissões impede qualquer chance de melhora dos níveis de taxas.”*

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