Análise Bankinter Portugal
SESSÃO: Temos, desde ontem à noite, muitas referências/eventos de diferentes sinais que se reequilibram entre si, sendo a maioria bastante bons, portanto a sessão poderá ser mista no arranque, mas melhorar depois, apesar de acusar algum mal de altitude pelos níveis alcançados.
Ontem, o Canadá baixou taxas de juros em -25 p.b., até 2,25%, e depois a Fed (18 h; -25 p.b. até 3,75/4,00%, embora Miran, o último “ligado” a Trump, tivesse votado -50 p.b. e Schmid sem alterações), sendo o mais relevante, como esperado, que Powell deixasse em suspenso se voltarão a baixar ou não na reunião de 10 de dezembro, embora insinuasse que talvez não o façam pela indisponibilidade de indicadores macros perante o encerramento parcial do governo. Além disso, muito importante embora passe despercebido para a maioria dos mortais, que a Fed indicasse no próprio comunicado, sem deixar dúvidas, que dará por terminada a redução do balanço a 1 de dezembro. Este último é dovish/suave e joga a favor da liquidez no mercado (bom para as obrigações e bolsas) e um pouco também para os bancos. Nova Iorque fechou totalmente plana, mas a tecnologia continuou a subir.
Esta manhã, recebemos mais informações do que podemos assimilar de forma fiável, com um elevado fluxo de resultados corporativos. O mais destacável é que o Japão repete taxas de juros em 0,50%, e isso faz com que o yen se deprecie um pouco mais (178,3/€ e 153,4/$) para desgosto de Trump/EUA, que o PIB 3T FRA saiu melhor do que o esperado e quase bom para os padrões franceses (+0,9% vs. +0,6% esperado vs. +0,7% 2T), que Meta e Microsoft publicaram resultados corretos ou um pouco bons, mas caem -7,4% e -4% em aftermarket porque terão de investir mais do que o que pensavam, que Alphabet com resultados e negócio cloud bons (quase +7% em aftermarket)… e, principalmente, que o desenvolvimento da reunião Trump/Xi foi ajustado ao que estimávamos ontem, não sendo destrutivo, mas quase construtivo, porque parece que fecham uma espécie de convivência tensa (que não um acordo formal) por 1 ano, que se traduz nos EUA a reduzirem o seu imposto alfandegário médio para 47% desde 57%, e não aplicará 100% em troca da China comprar soja e outros produtos agrícolas americanos, além de relaxar as restrições às suas exportações de terras raras e travar o envio de fentanil (sem explicar como, nem em que medida em nenhum dos casos, apesar dos EUA reduzirem o imposto sobre o fentanil de 20% para 10%). Comprometeram-se a falar, no futuro, sobre os chips Blackwell de Nividia (os mais evoluídos), mas não trataram do assunto… o que deverá ser interpretado como uma pequena vitória americana.
NY 0% US tech +0,4% US semis +1,8% UEM 0% España +0,4% VIX 16,9% Bund 2,62% T-Note 4,07% Spread 2A-10A USA=+48pb B10A: ESP 3,14% PT 3,00% FRA 3,40% ITA 3,39% Euribor 12m 2,187% (fut.2,192%) USD 1,162 JPY 178,3 Ouro 3.972$ Brent 64,6$ WTI 60,1$ Bitcoin -2,1% (110.739$) Ether -2,7% (3.914$)
CONCLUSÃO: Os futuros aguentam bem e é provável que a sessão evolue desde débil (-0,2%?) para neutral ou até testemunhalmente positiva. O BCE irá repetir taxas de juros em 2,00/2,15% (13:15 h) e teremos publicações de Apple, Amazon e Western Digital, e de muitas mais menos relevantes. As próximas 48 h deverão ser dedicadas a digerir o imenso fluxo de informação, principalmente em resultados corporativos e bancos centrais, embora com tendência a reagir bastante em positivo, sendo a única restrição o mal de altitude pelos novos máximos. Continuamos a desejar, como afirmámos na segunda-feira, que a semana lateralize e assente, mas receamos que isso não irá acontecer, como também afirmámos… a melhor prova disso é que os semis americanos levam +5% na semana e as tech +3%, com alguma correção milimétrica nas obrigações (yields um pouco superiores).
FIM
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