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Bankinter Portugal Matinal

 Análise Bankinter Portugal 


SESSÃO: Hoje é o dia da Fed, e amanhã de Trump/Xi sobre comércio. E continua o fluxo de resultados corporativos, com um saldo em Wall St. de +14,1% vs. +8,5% (EPS), o que significa que desacelera um pouco. Nas últimas horas, o tom foi misto: Hynix (semis, Coreia) bate e afirma que a procura supera a sua capacidade de produção (sobe +7%), ASMI resultados bons, mas guidance e pedidos fracos por China (ADR -7%), Santander bate e confirma guidance, Mercedes maus resultados, mas menos do que o esperado (Vendas -6,9%; BNA -32,3%), BASF resultados mistos, Endesa bate, Ferrovial um pouco débil… e Nokia subiu ontem +21% após Nvidia anunciar que comprou 2,9%. 


Os futuros europeus vêm um pouco fracos (-0,1%/-0,2%), mas os americanos sobem (+0,2%/+0,4%). As obrigações sem grandes mudanças. Apoiadas, embora tenham ganho um pouco de yield (retrocesso em preços) nas últimas horas. Parece que o ouro descansará um tempo abaixo de 4.000 $/onça após a recente realização de lucros, e o petróleo continua em níveis muito confortáveis para a economia mundial (60/65 $/barril).


O Canadá irá baixar taxas de juros às 13: 45 h (-25 p.b., até 2,75%) e depois (18 h) também a Fed (-25 p.b. até 3,75/4,00%), sendo a abordagem de Powell o mais relevante. Perante a ausência de indicadores macro americanos devido ao encerramento parcial do governo, deverá confirmar o seu recente movimento para uma atitude mais dovish/suave e talvez esclarecer se a redução do balanço será ou não mais lenta, inclusive se, como pareceu expressar-se num discurso a 14 de outubro, a Fed está perto de ter terminado esse processo de redução. Porque quanto menos ou mais lentamente reduza o balanço, mais dovish/suave será a sua política monetária e mais agradavelmente será recebido pelo mercado. Esta é a chave hoje, que chegará com a Europa já fechada. E amanhã, a reunião Trump/Xi sobre comércio, que provavelmente terminará de forma ambígua, mas não destrutiva, com a China a aparentar ceder na exportação de terras raras e os EUA a referirem uma extensão da trégua atual em relação à aplicação de 100% de impostos alfandegários sobre a China. Os gestos de ambas as partes antes da reunião parecem indicar esse caminho de desescalada, embora instável: China comprou a primeira soja americana da colheita deste ano, e Trump afirmou que irá falar com Xi sobre o chip Blackwell de Nvidia. Embora também a China tenha dito que não renuncia de forma alguma a usar a força sobre Taiwan. Poderíamos dizer que se trata de uma tentativa de reequilíbrio que, a qualquer momento, pode desequilibrar-se.


NY +0,3% US tech +0,7% US semis +0,4% UEM -0,1% España +0,5% VIX 16,4% Bund 2,61% T-Note 3,98% Spread 2A-10A USA=+48pb B10A: ESP 3,13% PT 2,99% FRA 3,42% ITA 3,39% Euribor 12m 2,195% (fut.2,292%) USD 1,163 JPY 177,0 Ouro 3.980$ Brent 64,5$ WTI 60,3$ Bitcoin -0,7% (113.132$) Ether -1,8% (4.025$)


CONCLUSÃO: A Fed decidirá a sessão, embora as empresas americanas grandes que publicam também influenciarão muito: Microsoft, Starbucks, Alphabet, Meta, Ebay… Por isso, será uma sessão mais durante a tarde do que de manhã. Assim, a manhã europeia estará um pouco desorientada, embora seja provável que evolue desde débil para melhor. E o desenvolvimento da tarde não deverá ser mau, porque a Fed irá baixar taxas de juros e mostrar-se mais dovish/suave, talvez até esclareça algo sobre o seu saldo, embora este último seja apostar às cegas. Isso significa que Nova Iorque poderá subir um pouco (+0,5%?), mas perdendo vontade no final da sessão, porque será imposta alguma cautela em relação à reunião EUA/China. Mas, caso se desmarque desse padrão estimado, será mais provavelmente para melhor, para subir.


FIM

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