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Bankinter Portugal Matinal

 Análise Bankinter Portugal 


SESSÃO: A incerteza de hoje devido à revisão da série histórica da Criação de Emprego nos EUA (Payrolls), às 15 h, fará com que as bolsas enfraqueçam depois da boa sessão de ontem, com subidas de bolsas e obrigações, que voltaram a reduzir drasticamente as suas yields, apesar de França, Japão e restantes incertezas políticas. As obrigações parecem imunes a todos os problemas políticos/fiscais: a O10A francesa reduziu ontem a sua yield desde 3,45% até 3,41% enquanto Bayrou perdeu a moção de confiança. Mais uma vez, cumpriu-se o que comprar assim que houver um desfecho, desde que seja o esperado, bom ou mau. 


O mais importante HOJE: o BLS (Bureau of Labor Statistics) poderá rever os Payrolls entre abril 2024 e março 2025 entre -0,4M e -1,0M. Quando reviu 12m até março 2024 foi -0,6M. E quando reviu maio/junho 2025 em -0,258M. Então, Trump despediu a responsável do BLS. Isso foi em julho. Não faz muito tempo que começou a confusão com esses dados. Por isso, quando na passada sexta-feira os Payrolls de agosto saíram apena 22 k, o mercado reagiu entre cético (é fiável) e alegre (a Fed irá baixar mais, porque o emprego está a debilitar-se), mas no final não soube qual a reação correta. Os fatores por trás de uma criação de emprego inferior podem ser a atual rutura tecnológica da IA/Iag, que potencia a eficácia pelo emprego de tecnologia avançada, como ocorre há uns anos, e as restrições à imigração, que travam o crescimento demográfico, o fator mais clássico e simples de apoio da Procura Final em qualquer economia.


Embora continuemos à espera do mais importante desta semana, que sairá na quinta-feira (BCE e aumento da inflação americana), a revisão do emprego americano hoje é relevante. Embora o mercado não saiba como interpretar os dados, independentemente dos que sejam publicados, porque pensará que talvez não sejam fiáveis. Ou talvez aqueles que deixam de ser fiáveis sejam os que saem todos os meses, porque depois são revistos para algo completamente diferente. Qual pode ser o impacto prático hoje? Provavelmente, se a revisão em baixa se aproximar e/ou superar -1M, então seria igual o ceticismo, porque o mercado interpretaria que a Fed poderia ver-se obrigada a decidir sobre uma descida de taxas de juros de -25 p.b. ou de -50 p.b. na reunião de 17 de setembro (agora 4,25/4,50%). E começar a descontar -50 p.b. em setembro e mais descidas posteriores devido a um emprego abalado seria, em princípio e a muito curto prazo, bom para as bolsas e obrigações… MAS, numa segunda reflexão, não seria estranho que a interpretação se tornasse negativa ao pensar que a situação se tornou mais complicada do que o conveniente e encaixável em positivo. 

  

CONCLUSÃO: Passamos de França ao emprego americano revisto. Parece provável que se imponha algum respeito e que as bolsas europeias retrocedam um pouco (-0,2%?), sendo Wall St. uma verdadeira incógnita dependente da revisão do emprego. Se sair em cerca de -0,4M/-0,8M, a reação seria bastante positiva, porque seria interpretado que um debilitamento aceitável tornaria a Fed mais flexível. Mas se sair -1M ou superior, a reação pode ser diferente e negativa, com quedas de bolsas, mas não de obrigações, que sairiam beneficiadas de uma expetativa mais agressiva sobre descidas de taxas de juros. Será uma sessão emocionante. E o aumento da inflação americana de agosto, que sairá na quinta-feira, poderá complicar ainda mais as coisas quanto a saber quanto dano sofre o ciclo americano e em que sentido interpretá-lo. O mais lógico seria que o tom do mercado se complicasse a partir de hoje.


NY +0,2% US tech +0,5% US semis +0,8% UEM +0,8% España +1% VIX 15,1% Bund 2,64% T-Note 4,05% Spread 2A-10A USA=+55pb B10A: ESP 3,23% PT 3,06% FRA 3,41% ITA 3,50% Euribor 12m 2,184% (fut.2,127%) USD 1,176 JPY 173,1 Ouro 3.657$ Brent 66,5$ WTI 62,7$ Bitcoin +0,9% (111.949$) Ether +0,4% (4.307$) 


FIM

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