Análise Bankinter Portugal
SESSÃO: Oracle reativou em positivo as expetativas sobre a monetização da IA, subindo ontem +36% e juntando-se à categoria de empresas que avaliam 1Bn$ (0,922BN$ ontem) depois de publicar +359% na sua carteira de pedidos por contratos com os grandes da IA. O seu efeito de arrasto sobre os semicondutores (EUA semis +2,4%) foi do melhor que poderia ter acontecido ao mercado. Principalmente por isto, as bolsas voltaram a aguentar em positivo, continuaram a ser compradas obrigações (inclusive apesar da proximidade do aumento da inflação americana, que sairá hoje) e a curva americana 10A-2ª continuou a aplanar para ca. 50 p.b. vs. 60 p.b. há uns dias, o que implica uma mudança de tendência realmente importante… para melhor no que diz respeito ao tom geral do mercado. A yield da O10A francesa não se deteriora (3,45%), sendo Itália a que melhora (3,49% vs. 3,60% sexta-feira passada), reduzindo a sua para acompanhar França (ITA 3,49% vs. FRA 3,45%). Isto é, as obrigações italianas converteram-se numa alternativa melhor do que as francesas… Itália é a nova França.
Finalmente, quinta-feira! O dia mais esperado da semana porque será a reunião do BCE e o aumento da inflação americana. Está 100% descontado que o BCE irá repetir em 2,00%/2,15% (Depósito/Crédito), portanto a única coisa relevante será a mensagem de Lagarde… provavelmente continuísta e sem insinuar nenhuma descida de taxas de juros futura. Ou sim. Esta possível insinuação é o importante.
Espera-se que a inflação americana aumente até próximo de +3% (+2,9% vs. +2,7%), mas depois da publicação de uns Preços Industriais inferiores ao esperado (+2,6% vs. +3,3% esperado e anterior), pode ser que o número seja melhor do que o esperado, o que voltaria a alimentar o mercado com o que mais precisa para subir: reforço das expetativas de descidas de taxas de juros por parte da Fed. Irá reunir-se na quarta-feira da próxima semana e estão descontados -25 p.b., mas já não se descartam -50 p.b. E se a inflação sair hoje inferior às expetativas, as bolsas e obrigações relançar-se-iam. Principalmente Nova Iorque, que já realizou o catch-up à Europa (YTD +11,1% vs. +9,5%, com semis EUA +19,6%), mas que poderá continuar a adiantar-se de forma ainda mais confortável. A depreciação do USD, provável inclusive até 1,25/€ ao longo dos próximos meses, é um inconveniente, mas não é, de forma alguma, um fator dissuasor. Mas se a inflação americana sair perto de +3%, então o tom do mercado pioraria, fechando a semana com debilidade. Isso era o mais razoável no início da semana, mas não agora após os bons Preços Industriais de ontem.
CONCLUSÃO: O tom de arranque é misto, mas, na realidade, quer subir. A sua subida dependerá da inflação americana, às 13:30 h. Talvez um pouco também do tom de Lagarde/BCE, mas isso é o menos provável. O importante é que não há nenhuma crise de obrigações (obrigado, bancos centrais), que Itália substitui a França e que o emprego e os preços nos EUA parecem evoluir a favor de mais descidas de taxas de juros da Fed, que é o que o mercado anseia agora para continuar com o bom tom. Pode ser que a sessão evolua de menos a mais.
NY +0,3% US tech +0,04% US semis +2,4% UEM -0,1% España +1,3% VIX 15,4% Bund 2,65% T-Note 4,05% Spread 2A-10A USA=+51pb B10A: ESP 3,23% PT 3,07% FRA 3,46% ITA 3,49% Euribor 12m 2,160% (fut.2,127%) USD 1,168 JPY 172,6 Ouro 3.632$ Brent 67,4$ WTI 63,5$ Bitcoin +2,1% (114.184$) Ether +2,6% (4.420$)
FIM
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