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Leitura de domingo

 *Leitura de Domingo: Setores ligados à economia doméstica têm bom desempenho, mas juro é alerta*


Por Ana Paula Machado, Beth Moreira, Caroline Aragaki, Isabela Mendes e Mateus Fagundes


São Paulo, 19/08/2025 - A temporada de balanços do segundo trimestre de 2025 teve como destaque positivo as empresas ligadas à economia doméstica e os bancos. Esses segmentos apresentaram crescimento expressivo nas receitas e boas margens, salvo algumas exceções pontuais - como o Banco do Brasil.


No levantamento feito pela reportagem a partir do compilado do Prévias Broadcast, 60% das empresas apresentaram números em linha ou acima do esperado no segundo trimestre.


O setor de varejo foi um dos destaques da temporada, na opinião do head de Equity Research para América Latina do Citi, André Mazini. O profissional ressalta que o segmento registrou alta de dois dígitos nas vendas no conceito mesmas lojas (SSS, na sigla em inglês), impulsionado pelo clima mais frio.


Nessa lista de companhias com as melhores performances no segundo trimestre estão o varejo e as construtoras; entre elas, segundo Mazini, do Citi, figuram Lojas Renner, C&A, Alpargatas e Petz.


"Inclusive a C&A é a nova queridinha eu diria. A empresa teve um turn around nos últimos tempos e está rodando muito bem", afirma. Mazini avalia, no entanto, que o terceiro trimestre deve ser mais difícil para o segmento, principalmente por causa da base de comparação forte de 2024.


Entre as varejistas que não foram tão bem, segundo o Citi, estão a Natura, que ainda enfrenta dificuldades com a Avon Internacional, e o Magazine Luiza.


Bancos


Os bancos brasileiros também tiveram um trimestre positivo, segundo Mazini, do Citi, com inadimplência sob controle apesar da desaceleração do crédito. Como destaques, ele cita Itaú e BTG, com retorno sobre o patrimônio (ROAE) acima das expectativas.


O Inter, por sua vez, apresentou boa expansão do ROAE, sólido patrimônio e lucro acima do esperado. Ainda entre os digitais, o Nubank entregou ROAE de 27%, nível que o analista considera elevado.


Já o Bradesco mostrou recuperação, com ROAE em alta e ganho de margem financeira. O BB, no entanto, continua a mostrar pressão do segmento agro, o que tem deixado o mercado cético, segundo o profissional.


Juros


Apesar das surpresas positivas, os balanços do segundo trimestre mostraram de forma mais concreta os efeitos do aperto monetário feito pelo Banco Central. Com a Selic a 15%, as despesas financeiras passaram a consumir ainda mais os recursos operacionais das companhias, especialmente as mais alavancadas, pontua Mazini, do Citi.


Há, contudo, uma esperança para as empresas e para os investidores: com os primeiros sinais de desaceleração da atividade doméstica, o debate se desloca para o momento em que o BC vai cortar os juros.


O estrategista-chefe de ações de Brasil e LatAm do Itaú BBA, Daniel Gewehr, lembra que o mercado antecipa a precificação da política monetária entre três e cinco meses, o que pode trazer otimismo em breve.


"O primeiro trimestre estava com a economia forte, mas os juros ainda não tinham pesado, no segundo vimos uma economia ainda forte, mas influenciada pelos juros. Para o terceiro trimestre, a perspectiva é de desaceleração da economia, com juros altos, mas com perspectivas de corte em breve", diz.


Contatos: ana.machado@estadao.com, beth.moreira@estadao.com, caroline.aragaki@estadao.com, isabela.mendes@estadao.com e mateus.fagundes@estadao.comCS


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