Análise Bankinter Portugal
SESSÃO: ONTEM, sessão em alta nas bolsas, que subiram animadas pela notícia do acordo alfandegário entre os EUA e o Japão (15% vs. ameaça de 25%), além da Indonésia e Filipinas (19%). A subida da bolsa de Tóquio (+3,5%) foi um bom prelúdio para lançar as restantes bolsas em alta. Esta alegria não chegou às obrigações e as yields dos principais mercados retrocederam de forma testemunhal numa sessão de risk-on. Trump deita mais lenha ao fogo dos impostos alfandegário e menciona que os situará entre 15% e 50%. A UE poderá contra-atacar com um imposto alfandegário recíproco de 30% caso não chegue a acordo com os EUA, o que afetaria as importações com um valor de 100.000 M€. Não houve macro relevante, exceto a Confiança do Consumidor da UE (julho). Entre as empresas, Iberdrola caiu -4,7% até 15,15€, coincide com o preço da ampliação de capital. Continua a temporada de resultados. Como esperávamos, o mercado castigou as empresas que dececionaram, como ASMI (-9,4%), SAP (-4,1%), Enphase Energy (-14,2%) ou Texas Instruments (-13,3%). Tesla (-4% aftermarket) e Alphabet (+2%) publicaram depois do fecho de Nova Iorque, as guias não convencem e vêm a cair no aftermarket. A tecnologia irá ver-se animada hoje. À primeira hora, publicaram Nestlé (fracos), BESI, BNPP, Deutsche, Repsol e BE Semiconductor, entre outros e, em geral, com resultados que convenceram, o que poderá levar a um início de sessão em alta.
HOJE: O importante é a reunião do BCE, que irá manter taxas de juros nos níveis atuais (2,00% depósito/2,15% crédito) após aplicar -200 p.b. de cortes desde junho de 2024. O BCE considera que está bem posicionado para navegar as incertezas do contexto atual (o IPC está no seu objetivo de 2%, o euro fortaleceu-se, o preço da energia caiu, os salários moderaram o seu crescimento e os estímulos fiscais deverão ajudar a reativar a economia). Tudo aponta que estamos perante uma pausa prolongada do BCE. O foco estará entre o tom de Lagarde e as pistas que dê sobre prolongar esta pausa de taxas de juros a curto prazo. Em todo o caso, estimamos que poderá voltar a baixar taxas de juros na sua reunião de 18 de dezembro, se as tensões comerciais prejudicarem o crescimento ou os estímulos tardarem a chegar. Da macro restante, destaca-se o conjunto de PMIs Industriais e Serviços na UE e nos EUA. Espera-se que melhorem perante o otimismo na frente comercial. Na frente micro, a temporada de resultados dá uma pausa, apenas ressaltamos LVMH que publicará após o fecho do mercado. Trump menciona que estuda segregar NVIDIA (subiu +1% no mercado after-hours) para promover a concorrência entre os fabricantes de chips para IA.
Hoje o mercado deverá continuar a subir perante as perspetivas de novos acordos alfandegários depois dos assinados com o Japão e vários países asiáticos. Esperamos uma sessão positiva, mais na Europa do que nos EUA, e animada à primeira hora pelos resultados empresariais.
S&P500 +0,8%; Nq-100 +0,4%; SOX 0%; ES50 +1,0%; IBEX +0,2%; VIX 15,4; Bund 2,60%; T-Note 4,38%; Spread 2A-10A USA=+50pb; B10A: ESP 3,20%; PT 3,02%; FRA 3,27%; ITA 3,46%; Euribor 12m 2,038% (fut.2,113%); USD 1,177; JPY 172,5; Ouro 3.388$; Brent 68,7$; WTI 65,4$; Bitcoin -1,5% (118.000$); Ether -3,47% (3.571$).
FIM
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