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Bankinter Portugal Matinal 1405

 Análise Bankinter Portugal


SESSÃO: Bastante estupendo nas últimas 2 sessões graças à “mudança de modo” (provisória) de impostos alfandegários EUA/CH 10%/30% vs. 145%/125% anterior e ao macro acordo fechado por Trump na Arábia Saudita. Mas convém confiar pouco nestas subidas mais baseadas em mensagens grandiloquentes do que em resultados objetivos (exceto para as empresas de defesa americanas, muito beneficiadas por isto). Porque mais do que algumas empresas continuam a quantificar o impacto negativo dos impostos alfandegários – sejam estes quais forem – nos seus resultados futuros. Esta manhã, Sony: EBITDA’25e apenas +0,3%, com impacto negativo de 680M $. A inflação americana saiu +2,3% vs. +2,4% esperado e anterior, mas a Subjacente continua a ser muito pegajosa em +2,8%, indício de que no 2.º semestre a inflação provavelmente irá piorar em todo o mundo, não apenas nos EUA.


Elevando um pouco a perspetiva, teremos menos PIB, mais inflação, taxas de juros menos baixas (a Fed irá baixar muito pouco, se baixar, e o BCE terá de voltar a subir depois de baixar, se baixar demasiado), riscos elevados devido à geoestratégia e pelas decisões erráticas dos EUA e as estimativas dos lucros empresariais que já começaram a ser revistas em baixa. Para as empresas americanas avaliadas, as revisões são: EPS’25e +8,7% agora vs. +10,5% a 1 de abril vs. +14,0% a 1 de janeiro; EPS’26e +13,7% agora vs. +14,5% a 1 de abril. E para as europeias: EPS’25e +1,9% agora vs. +5,8% a 1 de abril. Isto é, por exemplo, a bolsa europeia leva ca.+10% em 2025, mas a expansão de lucros esperada é de apenas +1,9%. Não parece coerente. Mais sensata parece a lateralidade, no melhor dos casos, de Wall St. Por isso, cuidado com os riscos abertos. Principalmente porque ninguém sabe quase nada fiável e isso significa assumir um prémio de risco superior, o que equivale a avaliações inferiores. E as taxas de juros dificilmente irão compensar isso.


HOJE os futuros vêm tíbios, como em decadência ou aterragem após um par de dias excessivos, com aspeto de retrocessos suaves (-0,2%?). Sai zero macro (a relevante, amanhã nos EUS: Vendas a Retalho, Philly, Empire Manufacturing), portanto o mais importante será o que digam os conselheiros do BCE, Nagel (9 h) e Holzmann (15 h), se se tornam um pouco mais conservadores sobre futuras descidas de taxas de juros, embora seja improvável. Durante a tarde, Waller, Jefferson e Daly da Fed, poderão tornar-se mais austeros sobre taxas de juros.


CONCLUSÃO: Pouca substância para trabalhar. Provável realização de lucros após 2 dias um pouco excessivos, durante os quais as subidas se basearam mais em “relatos” do que “dados”. A benignidade e a complacência do mercado continuam a impor uma mistura entre ceticismo e respeito, porque consideramos que os riscos são assimétricos. Isto é, que a situação é confusa e frágil, de modo que a perda provável se as coisas correrem mal seja maior do que o custo de oportunidade ou a perda de lucro se correrem bem. Hoje o mercado irá descansar para refletir.


S&P500 +0,7% Nq-100 +1,6% SOX +3,2% ES50 +0,4% IBEX +0,8% VIX 18,2% Bund 2,68% T-Note 4,47% Spread 2A-10A USA=+47pb B10A: ESP 3,30% PT 3,19% FRA 3,35% ITA 3,67% Euribor 12m 2,107% (fut.2,148%) USD 1,119 JPY 164,6 Ouro 3.234$ Brent 66,3$ WTI 63,4$ Bitcoin -0,7% (103.905$) Ether -0,7% (2.673$). 


FIM

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