Bankinter Portugal Matinal 0402
Análise Bankinter Portugal
SESSÃO: ONTEM mal, depois menos mal e, por fim, ficou em fraco, com escassa capacidade para subir. Após o anúncio da entrada em vigor hoje dos impostos alfandegários americanos, as bolsas caíram ca. -2%, mas ao anunciar-se um período para negociar de 30 dias, o mercado subiu desde mínimos para fechar simplesmente com ligeiras quedas. Entre DeepSeek na semana passada e os impostos alfandegários desta, as bolsas vão ajustando-se e aplanando-se depois de um arranque de ano com demasiada força, considerando os níveis alcançados após 2 anos excelentes nos EUA (S&P500 +24,2%/+23,3% em 2023/24), embora mais modestos na Europa (ES-50 8,3%/+6,6%), e as incertezas abertas sobre inflação, taxas de juros, crescimento e geoestratégia. Continuamos a pensar que 2025 será muito completo, que isso manterá elevados os prémios de risco aplicados às avaliações e que, como consequência, as bolsas deverão estar submetidas a erraticidade e avançar pouco, pelo menos até ao verão. Depois, quando o panorama estiver mais centrado, veremos. Por isso, o sucedido nestas duas últimas semanas não nos deve surpreender: no acumulado do ano 2025, Wall St. +1%/+2% e Europa um excessivo ca.+7%.
HOJE, às 15 h temos Pedidos à Fábrica (-0,7% esperado vs. -0,4%) e, principalmente, JOLTS ou Empregos Disponíveis (8,0M vs. 8,01M). Com este último dado começam os resultados de emprego americano desta semana. Amanhã, Inquérito de Emprego Privado ADP (150k vs. 122k); na quinta-feira, Custos Laborais (+3,4% vs. +0,8%) e Produtividade (+1,4% vs. +2,2%); na sexta-feira, Taxa de Desemprego (repetir em 4,1%), Criação de Emprego Não-Agrícola (170k vs. 256k) e Ganhos Pessoais (+3,8% vs. +3,9%). Além disso, na quinta-feira, descida de taxas de juros no Reino Unido: -25 p.b. até 4,50%. Quase nada. Além das publicações de resultados (esta manhã, Palantir, Infineon e BNP bons) e intervenções (hoje, às 14 h, Barkin (Fed) e Lane (BCE); às 18 h, Goolsbee (Fed); e às 20 h, (Bowman (Fed)). Mas é provável que tudo isto fique para segundo plano perante os impostos alfandegários e assuntos relacionados (petróleo, etc.).
Os futuros estão confusos, com retrocessos milimétricos, embora pareça que estão a tentar melhorar. As criptos retrocedem, o USD estável ca.1,03/€, não parece que as yields das obrigações vão continuar a comprimir-se e o petróleo cai -1%/-1,5%, porque a OPEP+ aumentará produção (+120k b/d) a partir de abril após as pressões de Trump. Parece que será uma sessão de aterragem na qual as bolsas poderão retroceder ou subir de forma testemunhal, tentando estabilizar e encaixar a situação.
O seguinte serão os impostos alfandegários sobre a Europa e o ruído terá terminado, aparentemente. Serão feitas negociações e ficarão em algo menos do que o ameaçado. O mercado irá adaptando-se, mas as bolsas ficarão bloqueadas até se avaliarem danos e voltarem a colocar em valor os bons resultados corporativos num contexto de taxas de juros menos baixas, inflação superior ao esperado e um pouco menos de PIB; estas duas últimas consequências derivam das restrições ao comércio, independentemente de serem duras ou assumíveis. Devemos aceitar que as bolsas não deverão avançar quase nada até maio/julho, quando todo este novo contexto se tenha estabilizado. E já o antecipamos na nossa Estratégia 2025.
S&P500 -0,8% Nq-100 -0,8% SOX -1,8% ES-50 -1,3% IBEX -1,3% VIX 18,6 Bund 2,41% T-Note 4,57% Spread 2A-10A USA=+31pb B10A: ESP 3,07% PT 2,91% FRA 3,13% ITA 3,50% Euribor 12m 2,436% (fut.2,143%) USD 1,032 JPY 159,9 Ouro 2.813$ Brent 75,3$ WTI 72,0$ Bitcoin -2,3% (99.476$) Ether -3,4% (2.721$).
FIM
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