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Market Maker, 16/12

 NA FARIA LIMA, O ‘TRADE TARCÍSIO’ COMEÇA A SER COGITADO


Os membros do M3 Club (o hub onde investidores profissionais se encontram) tiveram acesso a um estudo da Truxt através de um papo com o economista-chefe da gestora, Arthur Carvalho, e o CIO, Bruno Garcia.

Dentre as tantas pautas da conversa, um tema abordado foi o trade Tarcísio para 2026 e por que dá para ser bem remunerado para correr o risco de lagging de piora econômica (ou seja, o “delay” entre a piora do discurso econômico e o impacto negativo de fato na economia).

Na visão da Truxt, o valuation atual está nos níveis que vimos em 2008-2009, quando parecia que o mundo ia acabar, e abaixo do que vimos em 2014-2016, na crise que culminou no impeachment da Dilma. Eram níveis muito extremos.

A pergunta em meio a isso é: a economia está nos níveis daquela época? A resposta é não. Mas aí surge outra pergunta: nesse nível de valuation, estamos sendo bem remunerados para correr o risco do “lagging” de piora da política econômica? A resposta é sim.

Bruno e Arthur acreditam que não sentiremos tanto o lagging de piora econômica pois em 2026 estaremos conversando sobre uma eventual mudança de governo, onde entra o “trade Tarcísio”. Além disso, existem alguns guarda-corpos que têm se mantido sólidos e podem nos dar um tempo extra para sentir o lagging, tais como: corte de gastos, reforma da previdência, lei das estatais e Banco Central independente.

Além disso, em outras crises, a inflação teve uma espiral negativa (como foi em 2015 que foi pra 10%). Agora a nossa inflação está rodando em torno de 3,5%/3,7%. É uma das inflações mais saudáveis dos últimos anos, apesar de não estar na meta. Assim, o dólar precisaria estar entre R$ 6,50 e R$ 7,00 para descambar a inflação.

Para a Truxt, o valuation não faz sentido nas condições atuais. Mesmo com a deterioração econômica, podemos ter em 2025 a narrativa de uma possível mudança de governo em 2026, o que iria se sobrepor à economia.

Tecnicamente, o mercado está melhor lá fora (por conta da queda de juros) e melhor aqui (por conta do nível de alocação de ações na mínima histórica). E o “trade Tarcísio” pode começar a ser discutido no ano que vem, o que ofuscaria o “lagging” de piora econômica.

No entanto, os riscos no Brasil são uma aceleração da piora institucional (apertar botões ruins na Petrobras, presidente do BC não seguir a cartilha técnica) ou se o mercado precificar uma chance muito grande do governo se reeleger. Lá fora, o risco é um possível “hard landing” nos EUA.

Mas até 2026 tem muita água para rolar. Por isso fizemos mais de 5h de conversas com experts nas mazelas do Brasil e vamos te enviar em breve o “DOSSIÊ BRASIL”, com todas as perspectivas econômicas e de mercado do país pela nossa newsletter gratuita.

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