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Banco Master

 *COLUNA DO ESTADÃO: PRESIDENTE DO BRB REFORÇA DECISÃO QUE IMPÔS SIGILO SOBRE COMPRA DO MASTER*

Por Eduardo Barretto, do Estadão


 Brasília, 07/05/2025 - O presidente do Banco de Brasília (BRB), Paulo Henrique Costa, reforçou a decisão do órgão estatal de impor sigilo a todos os documentos internos relacionados à compra de uma fatia relevante do Banco Master. Costa afirmou que a divulgação desses dados comprometeria a competitividade da instituição no mercado. A transação, estimada em R$ 2 bilhões, é investigada por quatro órgãos de controle e ainda precisa do aval do Banco Central (BC) e do Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade).


 A Coluna do Estadão solicitou, com base na Lei de Acesso à Informação, acesso a pareceres, memorandos, notas técnicas, íntegra do processo administrativo, atas de reuniões e demais documentos relacionados à compra de parte do Master, anunciada em março.


 Por três vezes, o BRB negou enviar qualquer documento sobre o caso. A recusa mais recente foi assinada pelo presidente do banco na última segunda-feira, 5. Agora, a decisão caberá à Controladoria-Geral do Distrito Federal.


“A divulgação irrestrita de tais informações comprometeria o posicionamento estratégico e a competitividade da instituição no mercado, podendo inclusive gerar impacto adverso à sua sustentabilidade financeira”, afirmou o documento assinado por Costa e pelo diretor-executivo do BRB, Dario Oswaldo Garcia Júnior. O ofício acrescentou que a decisão busca “preservar dados cuja publicidade irrestrita pode comprometer o interesse público”.


A Lei de Acesso prevê que o sigilo é a exceção, e que documentos com eventuais informações sensíveis podem ter esses trechos tarjados, para não impedir a divulgação de dados públicos ou dificultar a transparência.


 Na semana passada, o Ministério Público do Distrito Federal e Territórios pediu que a Justiça local proíba o BRB de concretizar o negócio com o Master. Segundo o MP, a Diretoria e o Conselho de Administração do BRB “incorreram em ilegalidade ostensiva” e deveriam ter recebido aval prévio da Câmara Legislativa do Distrito Federal e da assembleia de acionistas antes da compra, o que não aconteceu.


 Nos últimos quatro anos, o Master multiplicou por dez seu patrimônio e quintuplicou sua carteira de crédito. Esse crescimento foi tracionado pela oferta de Certificados de Depósito Bancário (CDB) que pagam ao investidor taxas bem agressivas, muito acima dos concorrentes, de até 140% do CDI. A instituição também é alvo de comentários no mercado financeiro por ter comprado participações de companhias em dificuldades financeiras.


 O BC foi alertado sobre as operações fora do padrão feitas pelo banco Master e apertou as regras para frear um comportamento ousado na comparação com os concorrentes. Segundo dois banqueiros ouvidos sob reserva pelo Estadão, o órgão regulador foi provocado, ainda na gestão de Roberto Campos Neto (encerrada em dezembro passado), sobre a discrepância em relação às práticas tradicionais das instituições financeiras assumidas pelo Master.

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