Lucro só no papel: o caso do Banco Master
Nos últimos tempos, o Banco Master ganhou destaque no mercado, mas não exatamente por boas razões. Apesar de divulgar resultados expressivos e lucros em alta, a realidade por trás dos números parecia contar uma história bem diferente. O caso escancarou um velho problema do setor financeiro: quando o lucro registrado não vem acompanhado de dinheiro no caixa.
O banco apresentava balanços com crescimento acelerado e bons indicadores operacionais, o que atraiu muitos investidores. Para quem olhava apenas os números, parecia o momento certo para investir. Mas, de repente, veio a notícia de que a instituição precisava ser vendida às pressas.
Como isso pode acontecer?
A resposta é simples: empresas podem mostrar lucro contabilizando receitas futuras, operações ainda não concluídas ou reavaliações de ativos. Isso gera um lucro “no papel”, mas que ainda não virou dinheiro de verdade. O perigo está justamente aí — se a empresa tiver obrigações a vencer e não tiver dinheiro em caixa para honrá-las, a situação pode desandar rapidamente.
No caso do Banco Master, começaram a surgir sinais de problemas de liquidez — ou seja, falta de recursos imediatos para cumprir compromissos. Isso ligou o alerta em instituições como Bradesco e BTG Pactual, que interromperam a oferta de papéis do banco aos seus clientes. Muitos investidores correram para resgatar seus investimentos, mas nem todos conseguiram sair sem prejuízo, principalmente aqueles com aplicações fora da proteção do FGC (Fundo Garantidor de Créditos). Aí a crise se agravou ainda mais.
Esse episódio deixa um recado claro: lucro contábil não é sinônimo de boa saúde financeira. Para quem investe, é essencial olhar além dos resultados do balanço e analisar a real posição de caixa da empresa — ou seja, quanto ela realmente tem disponível para pagar suas contas.
A lição que fica: Ebitda não é caixa.
Lucro não é caixa.
O que quebra uma empresa é a falta de caixa.
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