Análise Bankinter Portugal
SESSÃO: ONTEM foi um dia de fortes retrocessos dos automóveis (VW -1,5%, BMW -2,6%...) devido ao imposto alfandegário de 25% de Trump, aparentemente sem exceções… embora depois comprovaremos se as fará para os seus próprios fabricantes. Esta madrugada na Ásia: Toyota -4,5%, Honda -4,9%, Nissan -3,9%, Mazda -4,2%... Em paralelo, o golpe às companhias áreas já começou, visto que as viagens são a primeira coisa a deteriorar-se quando as coisas dão para o torto: IAG -1,4%, Lufthansa -1,3%, Airfrance KLM -4,3%... Tecnologia também fraca, com redução de posições, como é natural, para reduzir riscos. E isso é mesmo o que estamos a recomendar fazer, embora evitando reagir exageradamente.
Futuros fracos, tanto nos EUA como na Europa: ca.-0,1%/-0,2%. Às 12:30h sairá o Deflator do Consumo (PCE) americano, provavelmente a repetir em +2,5% porque é de fevereiro e isso significa que ainda não receberá tensões inflacionistas renovadas pelos impostos alfandegários, mas, ainda assim, a sua Subjacente parece que aumentará 1 décima até +2,7%, arrefecendo (ainda mais) as expetativas de que a Fed volte a baixar taxas de juros de seguida (nós estimamos que não o fará até setembro, se o fizer) e, por extensão, um pouco as bolsas também. Embora já estejam frias. Depois de subir na sexta-feira (21), segunda-feira (24) e terça-feira (25), Nova Iorque retrocedeu ontem e antes de ontem consecutivamente… logo que os vislumbres de uma realidade incerta regressaram com a aplicação de impostos alfandegários e a desilusão (não poderia ser de outra forma, já o tínhamos dito) face a essa espécie de cessar-fogo confuso no Mar Negro e instalações energéticas que a Rússia só cumpriria se lhe servissem a cabeça de Ucrânia numa bandeja. Ontem à noite, reforçou isto ao reclamar uma “administração provisória” para a Ucrânia.
CONCLUSÃO TELEGRÁFICA: O mercado continua a arrefecer. Hoje um pouco mais com os retrocessos dos automóveis na Ásia e provavelmente também com o aumento do Deflator PCE americano (12:30 h). Recordemos que, na segunda-feira, saiu um PMI Industrial americano a retroceder bruscamente até a zona de contração económica (49,8 desde 52,7), e na terça-feira uma Confiança do Consumidor americano mais abalada do que o esperado: 92,9 desde 100,1 (94,0 esperado). São 2 indícios que confirmam a incipiente debilidade do ciclo americano sobre a qual temos vindo a avisar. E na Europa não será diferente, embora os primeiros indicadores o mostrem mais tarde, como sempre. Tal como na geoestratégia, as coisas não só não melhoram, como pioram depois do empenhamento pessoal de Trump de conseguir um cessar-fogo a qualquer custo (inclusive à custa de falta de honra) que só conseguirá dar poder à Rússia enquanto trai os seus aliados (Europa). O prémio de risco deverá, inclusive, aumentar progressivamente. Isso fará com que sexta-feira seja em baixa, de forma que os saldos semanais das bolsas certamente serão negativos esta semana, provavelmente Europa pior do que Wall St. O ouro continuará a subir à medida que as expetativas de inflação voltem a ser revistas em alta como consequência dos impostos alfandegários, já que é um ativo usado como cobertura de inflação.
S&P500 -0,3% Nq-100 -0,6% SOX -2,1% ES-50 -0,6% IBEX -0,1% VIX 19,1 Bund 2,72% T-Note 4,32% Spread 2A-10A USA=+34pb B10A: ESP 3,34% PT 3,23% FRA 3,42% ITA 3,83% Euribor 12m 2,349% (fut.2,199%) USD 1,073 JPY 161,4 Ouro 3.079$ Brent 73,0$ WTI 69,6$ Bitcoin -2,4% (85.222$) Ether -4,9% (1.908$).
FIM
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