Pular para o conteúdo principal

Fundos da Anbima: seguem os resgates

 Fundos têm resgate de R$ 9,1 bi em outubro, diz Anbima 


Os fundos de investimentos fecharam outubro com um resgate líquido de R$ 9,151 bilhões, o segundo mês de saídas líquidas, informou hoje a Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiro e de Capitais, a Anbima. Com esse resultado, os fundos acumulam no ano captação líquida de R$ 245,3 bilhões. Os resgates foram liderados novamente pelos fundos multimercados, que perderam R$ 39,2 bilhões em outubro, o 14° mês seguido de saídas líquidas. No ano, os multimercados acumulam saída de R$ 235,6 bilhões. Segundo Pedro Rudge, diretor da Anbima, esse movimento negativo dos multimercados se deve especialmente a uma performance aquém do esperado em termos de rentabilidade juntamente com uma aversão a risco bastante elevada. Ele lembra que as mudanças tributárias no ano passado mexeram com os fundos fechados, que passaram a ser tributados pelo come-cotas, duas vezes por ano. A maior parte desses fundos exclusivos era de multimercados pois esse tipo de carteira dava mais liberdade para o gestor. “Houve muita transformação de multimercados exclusivos em fundos de ações, renda fixa, Fidcs, ou seja, os investidores otimizaram a estrutura que tinham nos multimercados para separar o que era renda variável, ações e outras estratégias”, explicou, ao comentar os dados do terceiro trimestre do setor de fundos. Os fundos de ações também tiveram saídas líquidas em outubro, de R$ 449 milhões, reduzindo o saldo de aplicações líquidas no ano para R$ 379 milhões. Foi o quarto mês seguido de resgates em fundos de ações. Já os fundos de renda fixa captaram R$ 10,0 bilhões em outubro, acumulando captação líquida de R$ 312,4 bilhões no ano. A expectativa é de que ainda ocorram aumentos dos juros até o fim do ano e os fundos de renda fixa devem continuar atrativos e atraindo recursos, afirma Rudge. “Mas existem algumas medidas que podem fazer com que o investidor ganhe um pouco mais de confiança e queira ou se sinta mais confortável em aumentar o risco, como o pacote do governo de contenção de gastos”, acrescenta. Para ele, apesar de um nível de juro alto com expectativa de subir mais, a melhora do ambiente fiscal poderia trazer demanda maior para ativos mais arriscados porque preços desses ativos têm um potencial interessante. Sobre os Fiagros, Rudge nota que houve notícias ruins de empresas passando dificuldades no setor, mas segundo ele, não é uma coisa generalizado e nem com grande impacto relevante nessa categoria de fundos. “Um ou outro fundo tem exposição mais relevante a uma empresa, mas isso acaba fazendo parte do investimento, todo crédito privado tem risco de a coisa não ir na direção esperada”, diz. Rudge comentou também sobre as mudanças nas regras do setor de fundos, que agora permitem que um mesmo fundo tenha mais de uma categoria de cotas, o que elimina a necessidade de criar outro fundo para oferecer o mesmo tipo de aplicação para um público diferente com taxa de administração maior ou menor. “Isso traz um ganho operacional e economia de custos que deve beneficiar cotistas”, afirma Rudge. Segundo a Anbima, 27% do total de 31 mil fundos de investimentos já estão adaptados, e o restante deve ajustar seus modelos até o fim do prazo, que é em junho de 2025. A maioria dos que se adaptaram, 65%, declararam ter responsabilidade limitada, ou seja, caso o fundo tenha prejuízo, o investidor perde no máximo o que aplicou, e não precisa cobrir outras perdas do fundo. “Isso é melhor para o investidor”, explica Rudge. Outra característica dos fundos que já fizeram a mudança é que um porcentual grande, 48% são fundos exclusivos, que são mais fáceis para fazer a adaptação, já que tem apenas um ou alguns cotistas.

Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

BDM 181024

 China e Netflix contratam otimismo Por Rosa Riscala e Mariana Ciscato* [18/10/24] … Após a frustração com os estímulos chineses para o setor imobiliário, Pequim anunciou hoje uma expansão de 4,6% do PIB/3Tri, abaixo do trimestre anterior (4,7%), mas acima da estimativa de 4,5%. Vendas no varejo e produção industrial, divulgados também nesta 6ªF, bombaram, sinalizando para uma melhora do humor. Já nos EUA, os dados confirmam o soft landing, ampliando as incertezas sobre os juros, em meio à eleição presidencial indefinida. Na temporada de balanços, Netflix brilhou no after hours, enquanto a ação de Western Alliance levou um tombo. Antes da abertura, saem Amex e Procter & Gamble. Aqui, o cenário externo mais adverso influencia os ativos domésticos, tendo como pano de fundo os riscos fiscais que não saem do radar. … “O fiscal continua sentado no banco do motorista”, ilustrou o economista-chefe da Porto Asset, Felipe Sichel, à jornalista Denise Abarca (Broadcast) para explicar o pa...

Falsificação chinesa

 ‘Luxo fake’: por dentro do mercado trilionário de roupas e bolsas de grife falsificadas na China No topo do ranking de Países que mais movimentam o mercado de produtos falsificados, metrópoles do país asiático são um polo de venda de réplicas ilegais de gigantes como Prada, Chanel, Hermès, Dior e outras Wesley Gonsalves XANGAI - Em um inglês quase ininteligível e com um sorriso no rosto, Li Qin, de 60 anos, aborda turistas que caminham pela avenida Sichuan, região central de Xangai, na costa leste da China. Quase sussurrando ela diz: “Bags? Louis Vuitton, Chanel, Prada?”, enquanto mostra um cartão com imagens de algumas bolsas falsificadas. No centro de compras da cidade, a vendedora trabalha há 20 anos tentando convencer o público - quase sempre ocidental - que caminha pela região a visitar sua loja de réplicas de bolsas de luxo, um mercado gigantesco na China. O Estadão visitou lojas de roupas, bolsas e sapatos falsificados na maior cidade do país asiático para entender como fun...

Call Matinal ConfianceTec 3110

 CALL MATINAL CONFIANCE TEC 31/10/2024  Julio Hegedus Netto,  economista. MERCADOS EM GERAL FECHAMENTO DE QUARTA-FEIRA (30) MERCADO BRASILEIRO O Ibovespa encerrou o pregão na quarta-feira (30) em queda de 0,07%, a 130.639 pontos. Em outubro, fechou em queda de 0,89%, no ano, recuando 2,64%. Já o dólar encerrou em alta marginal de 0,04%, próximo da estabilidade, a R$ 5,7619. Em outubro, valorização foi de 5,8%, no ano, 18,82%. Vértice da curva de juros segue pressionado, em função do "mal amarrado" pacote fiscal. Mercados hoje (30): Bolsas asiáticas fecharam, na sua maioria, em queda; bolsas europeias em queda e Índices Futuros de NY na mesma toada. RESUMO DOS MERCADOS (06h40) S&P 500 Futuro, +0,23% Nasdaq, -0,58% Londres (FTSE 100),-0,70% Paris (CAC 10), -0,86% Frankfurt (DAX), -0,58% Stoxx600, -0,86% Shangai, +0,43% Japão (Nikkei 225), -0,50%  Coreia do Sul (Kospi), -1,45% Hang Seng, -0,31% Austrália (ASX), -0,25% Petróleo Brent, +0,57%, a US$ 72,57 Petróleo WTI...