Análise Bankinter Portugal
SESSÃO: A sexta-feira optou pelo desenvolvimento bom (estava 50/50 entre plano e subida) grças ao Deflator do Consumo PCE americano ter saído como esperado (+2,7% vs. +2,6% ant.; Subjacente estável em +2,9%) e, após 3 dias consecutivos a enfraquecer, qualquer notícia não negativa era interpretada como positiva. Isso foi assim apesar da geoestratégia oferecer pior aspeto devido à guerra híbrida que a Rússia já iniciou contra a Europa (ataques aéreos e com drones contra a Polónia, Lituânia e Alemanha; mais cortes de cabos submarinos com a cooperação não reconhecida da China…), procurando uma zona cinzenta de enfrentamento, sem chegar à guerra aberta. Embora Trump diga que espera alcançar um acordo de paz para Gaza com Israel, essa frente já afeta pouco o mercado. Um mercado que vive de costas para uma geoestratégia que a qualquer momento pode cair sobre ele, mas que prefere ignorar.
Ultimamente as bolsas e obrigações evoluem em intervalos muito fechados, sintoma de uma fadida perfeitamente explicável após um verão (na realidade, todo o 2025 até agora) quase exageradamente bom. Esta semana poderá ganhar força pouco a pouco, mas o desenvolvimento final dependerá de como sair o emprego americano (se bom, então mau para o mercado). O risco que pode frustrar essa melhoria progressiva é a possibilidade de que os resultados de emprego/desemprego americano, publicados ao longo da semana (JOLTS ou empregos disponíveis, Inquérito ADP de emprego privado, Criação de Emprego, Taxa de Desemprego) saiam menos débeis do que o esperado ou diretamente bons.
Recordemos que na semana passada a macro americana surpreendeu positivamente (PIB revisto, Pedidos de Bens Duráveis e até Desemprego Semanal) e este é um antecedente que convém ter em conta, porque agora a macro americana boa é má para o mercado a curto prazo, visto que arrefece as expetativas de taxas de juros inferiores. A economia parece estar melhorar, o que arrefece as expetativas de mais descidas de taxas de juros da Fed e faz com que o mercado consolide em vez de continuar a subir. O protagonismo semanal corresponde ao emprego americano e, se sair melhor (ou menos fraco) do que o esperado, como acontecer na semana passada com o Desemprego Semanal (218k vs. 235k esperados vs. 240,3k anterior), então consolidar seria mais razoável do que subir.
Na quarta-feira será publicada a inflação europeia provavelmente a subir até +2,2%/+2,3% desde +2,0% e pode ser que isso surpreenda uma parte não maioritária do mercado, adormecendo a esperança de que o BCE aplique uma última descida de taxas de juros antes do fim de 2025. Isso também contribuiria para arrefecer um pouco as bolsas e obrigações. Veremos se assim acontece, embora ao mercado convenha uma fase de descanso, hoje os futuros voltam a vir em positivo (+0,3%/+0,5%)…
ESPANHA. Moody’s e Fitch subiram um escalão, na sexta-feira, os seus respetivos ratings sobre Espanha: Moody’s até A3, perspetiva estável (desde Baa1; perspetiva positiva) e Fitch até A com perspetiva estável (desde A-; positiva).
CONCLUSÃO: Após a subida de sexta-feira, o aspeto é de querer continuar a subir. Hoje não sai nada relevante, portanto, na ausência de notícias relevantes, poderá conseguir. Amanhã veremos, porque começam a sair dados de emprego americanos (JOLTS ou empregos disponíveis), que poderão sair bastante bons e arrefecer o mercado. Mas isso será amanhã. Hoje, inércia um pouco em alta.
NY +0,6% US tech +0,4% US semis +0,3% UEM +1% España +1,3% VIX 15,3% Bund 2,74% T-Note 4,16% Spread 2A-10A USA=+52pb B10A: ESP 3,31% PT 3,17% FRA 3,57% ITA 3,61% Euribor 12m 2,179% (fut.2,308%) USD 1,173 JPY 174,5 Ouro 3.805$ Brent 69,8$ WTI 65,3$ Bitcoin +2,1% (111.705$) Ether +4,2% (4.113$)
FIM
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