Análise Bankinter Portugal
SESSÃO: As bolsas aguentam. Nova Iorque marca novos máximos históricos. As obrigações evitam excessos perigosos, portanto as suas yields elevam-se um pouco desde há 2/3 dias. O T-Note separa-se da fronteira de 4% (4,14%), FRA e ITA continuam igualadas ca. 3,55% (já não em 3,50%) e ESP e PT afastam-se um pouco de 3% (3,30% e 3,15%), que parece e um nível um pouco excessivo por complacência. Embora… o conjunto do mercado esteja a ser complacente, talvez a subestimar os riscos abertos (principalmente o geoestratégico), mas pode transmiti-lo, porque os seus pilares-chave voltam a ser firmes: lucros, inflação controlada ou semicontroladas, taxas de juros americanas em baixa, liquidez, balanços gigantes dos bancos centrais, etc.
Esta semana temos mais tecnologia (Micron) e abundante macro bastante pró-mercado. Tudo indica que continuaremos quase tão bem quanto as 2 semanas anteriores, a não ser por ruído de fundo devido às restrições à imigração qualificada, anunciadas por Trump no fim de semana (elevação do custo dos visas de trabalho HB-1).
Insistimos que, se isso não é um “ótimo de mercado”, é muito parecido com isso. Convém ter a mente fria e ser cauteloso perante este tipo de situações que parecem ótimas, porque os níveis alcançados geram algum respeito, mas não os podemos negar sem argumentos objetivos… porque se um dos pilares for, como parece, o gigantismo dos balanços dos bancos centrais, convém recordar a inutilidade de os enfrentar.
Em todo o caso, uma correção para “respirar” seria sã e não nos deveria preocupar. Mas não parece provável esta semana, porque os desenvolvimentos macro deverão ser neutros ou um pouco construtivos e, principalmente, porque na quarta-feira o fecho americano (a influenciar já sobre quinta-feira) terá Micron (chips de memória DRAM, NAND, etc.) a publicar resultados provavelmente generosos (Vendas ca. +40%; EPS +140%). E isso significa que o mercado irá voltar a contar com o apoio da tecnologia, como na semana passada.
HOJE, segunda-feira, será o dia mais “pobre”, quase sem referências. Amanhã, PMIs em todo o mundo, mas quase todos estão em expansão e, em todo o caso, poderão melhorar um pouco. Na quarta-feira, IFO Clima Empresarial na Alemanha, também a melhorar (92,0 vs. 89,0). Na quinta-feira, 2 referências americanas de impacto médio (PIB revisto e Pedidos Duráveis). E na sexta-feira, aumento do Deflator do Consumo (PCE) americano (+2,6% vs. +2,7%), mas que o mercado tem já interiorizado após ter subido a inflação até +2,9% desde +2,7%.
CONCLUSÃO: Com a ajuda de Micron e uma macro sem desgostos e até um pouco pró-mercado, o natural seria que esta semana também subisse por inércia. Arrancará fraco hoje devido aos vistos HB-1, que debilita mais psicológica do que realmente as bolsas da Índia e da China, mas depois estabilizar-se-á porque não supõe impacto direto. É verdade que a tecnologia americana pode enfraquecer um pouco com este tipo de medidas, porque pode dificultar o fluxo de talentos para os EUA, mas certamente será a desculpa útil para uma realização de lucros natural após marcar novos máximos. E se as obrigações se tranquilizarem um pouco, assentarem perto de níveis atuais e evitarem excessos, melhores. Portanto, é provável que a semana evolua desde fraca para melhor.
NY +0,5% US tech +0,7% US semis -0,7% UEM +0% España +0,6% VIX 15,5% Bund 2,74% T-Note 4,14% Spread 2A-10A USA=+56pb B10A: ESP 3,30% PT 3,15% FRA 3,56% ITA 3,56% Euribor 12m 2,154% (fut.2,289%) USD 1,174 JPY 174,0 Ouro 3.700$ Brent 67,1$ WTI 63,2$ Bitcoin -3,4% (112.801$) Ether -8,2% (4.161$)
FIM
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