Análise Bankinter Portugal
SESSÃO: Aspeto de deslizamento (-0,5%?) após Trump anunciar unilateralmente um imposto alfandegário de 30% sobre a UE e o México, porque considera que as negociações “estão muito lentas”. Mas esta semana arranca a temporada de publicação de resultados do 2T, que poderá converter-se num fator bastante pró-mercado enquanto passam algumas horas e se digere o assunto dos 30%. Porque o mercado já sabe que Trump costuma fazer declarações irreflexivas. Os impostos alfandegários afetam cada vez menos e entramos numa etapa caracterizada pela progressiva diminuição sazonal da atividade, por um lado, e pelos resultados empresariais 2T, pelo outro.
Em relação aos resultados empresariais 2T, saem a partir de amanhã. Não serão especialmente bons, mas não absolutamente maus. Irão oscilar entre +2,9% BoA e +11,8% Goldman. E para o conjunto de empresas americanas espera-se +5,8%... que, estimamos, terminará a ser, em números reais, entre +11% e +13%, como aproximação. Porque as empresas americanas costumam bater expetativas. No 1T 2025 expandiram lucros +13,6% vs. +6,7% esperado e +7,5% no 4T 2024. Aumentos duas vezes superiores aos previstos, em grandes números. Por isso, consideramos provável que o eixo principal sobre o qual o mercado passará a girar seja os resultados 2T e não os impostos alfandegários. E isso será bastante bom, embora seja apenas porque serão resultados objetivos e não declarações mutáveis.
A referência macro desta semana será a inflação americana de amanhã, terça-feira, porque se espera que volte a aumentar (até +2,6% desde +2,4%), como em maio (+2,4% desde +2,3%). Será o segundo mês consecutivo de agravamento, situando-se já mais próxima de +3% do que de +2% de objetivo, principalmente a Taxa Subjacente, e isso arrefecerá as expetativas de cortes de taxas de juros por parte da Fed (estimamos apenas mais um corte este ano, em setembro).
CONCLUSÃO: Embora a semana arranque fraca devido ao imposto alfandegário de 30% anunciado por Trump, é provável que se reconduza para positivo em breve… embora sem demasiada força, porque já se nota a decadência de “lucros” típica do verão. A tecnologia acresce o empurrão dominante, particularmente semis, enquanto os impostos alfandegários ficarão em segundo plano. Esta semana e na próxima, as bolsas tenderão a subir, mais apoiadas nos resultados empresariais. O interessante chegará a partir dos últimos dias de julho e primeiras 2 semanas de agosto com a diminuição da atividade: com os riscos a moverem-se em baixa, consideraríamos qualquer corte relevante mais como uma oportunidade para comprar a preços melhores. Principalmente tecnologia – particularmente semicondutores – e Índia como ideia singular.
S&P500 -0,3% Nq-100 -0,2% SOX -0,2% ES50 -1% IBEX -0,9% VIX 16,4% Bund 2,69% T-Note 4,42% Spread 2A-10A USA=+53pb B10A: ESP 3,32% PT 3,16% FRA 3,42% ITA 3,60% Euribor 12m 2,089% (fut.2,153%) USD 1,167 JPY 172,0 Ouro 3.357$ Brent 70,5$ WTI 68,6$ Bitcoin +3,4% (122.140$) Ether +0,4% (3.024$).
FIM
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