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Bankinter Portugal Matinal

 Análise Bankinter Portugal 


SESSÃO: Temos tido uns dias claramente mais fracos e hoje também o será. Europa está há 4 sessões consecutivas a retroceder. Pouco, mas em queda. Nova Iorque alterna entre retrocessos e ligeiros avanços. E maio está a ser mais ou menos plano para ambas as partes. Na realidade, esse é o balanço de todas as bolsas do mundo. Trata-se da etapa de aplanamento que precede a reflexão que resultará num reajuste que muito provavelmente deverá acontecer mais cedo ou mais tarde. Porque a origem deste debilitamento está na macro e nos resultados empresariais, também fracos pouco a pouco. 


Ontem saiu um ISM Industrial americano pior do que o esperado e a manter-se em zona de contração: 48,5 vs. 48,7 anterior vs. 49,5 esperado. Esta madrugada, saiu na China o PMI Industrial Caixin mais débil desde setembro de 2022: 48,3 vs. 50,4 anterior vs. 50,6 esperado. A realidade deve ser muito má para que a China reconheça um dado como este. Às 10 horas, sairão a inflação na UE, provavelmente a retroceder até +2,0% desde +2,2%, e o Desemprego a repetir em 6,2%. E às 15 h, os JOLTS ou empregos disponíveis nos EUA: 7,10M vs. 7,19M anterior, de forma que os empregos disponíveis já se igualam praticamente ao número de desempregos, quando há 1 ou 2 anos o rácio era muito melhor, 2:1 inclusive. 


Foi divulgado (intencionadamente?) um documento/carta do governo americano que convida todos os países a apresentarem amanhã, 4 de junho, a sua “melhor oferta alfandegária” para completar os acordos alfandegários o mais cedo possível. Até agora, os EUA só têm um acordo com o Reino Unido. De seguida, conforme a carta (que se desconhece quais os países que a receberam), os EUA responderão em questão de dias com as medidas alfandegárias que acreditam serem adequadas para cada país. E indica que os EUA avançarão com a sua política de impostos alfandegários recíprocos, independentemente da decisão do Tribunal Internacional de Comércio. É impossível saber como interpretar isto, exceto pelo facto de que Trump demonstra começar a ter pressa. Recordemos que as eleições de meio mandato serão em novembro de 2026, nas quais será escolhido a 100% o representante da Câmara de Representantes (435) e 1/3 do Senado (33)… portanto são bastante decisivas, principalmente porque hoje os republicanos controlam ambas as câmaras. Daí ter pressa. 


CONCLUSÃO: Nova Iorque fraca, mas a Europa poderá aguentar em positivo graças a uma inflação provavelmente ilusoriamente benigna. Obrigações um pouco compradas hoje, com redução de -2/-4 p.b., por exemplo. Complacência suave à espera do realmente importante desta semana, entre quinta e sexta-feira: BCE, Broadcom e emprego americano. O USD deprecia-se até 1,143 e o ouro subiu um pouco mais, cumprindo a sua clássica correlação inversa. Quando esta combinação acontece, a debilidade de fundo está servida. O mercado está a deixar para trás a fase de negociação (isto é, Trump não muda nada de importante) e a entrar na fase de aceitação (isto é, irá, a ver se acontece algo, porque o fluxo de fundos não neutraliza tudo), que nos levará a um mercado plano, prévio ao ajuste necessário. As obrigações mandam sempre e os maiores desequilíbrios fiscais que se avizinham, principalmente o americano, elevarão o prémio temporário (term premium) pouco a pouco, e isso fará com que a yield suba e a avaliações das bolsas se tornem incómodas.


S&P500 +0,4% Nq-100 +0,7% SOX +1,6% ES50 -0,2% IBEX +0,4% VIX 18,4% Bund 2,51% T-Note 4,43 Spread 2A-10A USA=+49pb B10A: ESP 3,11% PT 2,99% FRA 3,18% ITA 3,50% Euribor 12m 2,057% (fut.1,997%) USD 1,142 JPY 163,3 Ouro 3.363$ Brent 64,8$ WTI 62,8$ Bitcoin +0,6% (105.371$) Ether +4,7% (2.609$). 


FIM

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