Análise Bankinter Portugal
SESSÃO: Ontem à noite, o USD apreciou-se um pouco (1,13), como advertimos, após uma abordagem de Powell (Fed; 19 h) bastante hawkish/dura em comparação com o quão dovish/suave o mercado ainda está (estava?) ao esperar inclusive mais 3 descidas de taxas de juros vs. 2 estimativa Bankinter (setembro e dezembro, até 3,75/4,00%). A evolução dos acontecimentos é mais ou menos como tínhamos previsto, com uma Fed cautelosa sobre o PIB e inflação, e mais reativa do que proativa em relação a descidas de taxas de juros… ao contrário do BCE, que antepõe critérios políticos a técnicos e, por isso, provavelmente se colocará numa posição delicada na segunda metade deste ano, quando a inflação aumentar depois de ter retrocedido até níveis de confiança próximos ao objetivo de +2%.
Mas Wall St. conseguiu subir ontem à noite, apesar da Fed fria, graças ao governo americano/Trump prepararem um relaxamento das limitações à exportações de chips para IA, portanto o SOX (semis) fechou a subir +1,7%, quando estava com quedas de ca.-1%.
HOJE cedo estamos a receber um fluxo de resultados corporativos de tom fraco. Toyota estima EBIT 2025 -21% devido aos impostos alfandegários e a apreciação do yen. Infineon com resultados 1T inferiores a expetativas e guidance 2T fraco, assim como revisão em baixa do seu guidance 2025 devido aos impostos alfandegários. Fortinet com bons resultados e mantém guias, mas, como o mercado esperava que melhorasse, cai 13% em aftermarket. Influenciam positivamente a expetativa das conversações EUA/China sobre impostos alfandegários, este fim de semana, e que Trump tenha afirmado, ontem à noite, que ao longo do dia irá anunciar detalhes de um acordo comercial com um determinado país, o que todos supomos que seja o Reino Unido.
O conteúdo mais importante do dia, entre o previsível, é a manutenção de taxas de juros na Suécia (08:30 h; 2,25%) e Noruega (09 h; 4,50%), e a descida no Reino Unido (12 h; -25 p.b., até 4,25%), que inclui a atualização de estimativas macro. Depois destes bancos centrais, a única referência potente a sair esta semana são os Custos Laborais Unitários 1T 2025 nos EUA, hoje às 13:30 h, que se estima que irão aumentar significativamente até +5,1/5,2% desde +2,2%... o que reforça a ideia de que a inflação irá aumentar ao longo dos próximos trimestres. Recordemos que o Deflator do PIB está em +3,7% e que o componente de expetativas de inflação a 12m da Confiança da Univ. de Michigan está em +6,5%, nada menos.
CONCLUSÃO: Exercício de pragmatismo a curto prazo hoje, com provável subida de bolsas (+0,5%?), tanto europeias como americana, animadas pelas mensagens de Trump em relação a negociações comerciais e relaxamento nas exportações de semis para IA. Quando a tecnologia empurra, arrasta o mercado. O USD romperá em baixa o nível 1,13 graças à assepsia transmitida pela Fed, enquanto as obrigações ganharão um pouco de yield (+2/4 p.b?), perdendo em preços.
S&P500 +0,4% Nq-100 +0,4% SOX +1,7% ES50 -0,6% IBEX -0,4% VIX 23,6% Bund 2,47% T-Note 4,29% Spread 2A-10A USA=+49pb B10A: ESP 3,13% PT 3,00% FRA 3,19% ITA 3,55% Euribor 12m 2,039% (fut.1,917%) USD 1,130 JPY 162,7 Ouro 3.370$ Brent 61,7$ WTI 58,6$ Bitcoin +2,6% (98.840$) Ether +3,9% (1.900$).
FIM
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