Análise Bankinter Portugal
SESSÃO: Ontem, Nova Iorque conseguiu subir (+0,4%) apesar dos resultados macros publicados nos EUA, enquanto a Europa teve um tom mais positivo (+1,4%) depois de conhecer um IPC (março) cuja Taxa Subjacente desacelerou mais do que o esperado. Nos EUA, publicação de um ISM Industrial que voltou à zona de contração (<50 pontos): 49,0 vs. 49,5 esp. e 50,3 ant. e com a componente de Preços Pagos a aumentar até 69,4 (vs 62,4 ant.). A leitura dos resultados mostra que o impacto da guerra comercial não é neutro, que se começa a transferir para a economia real e convida a pensar num cenário com mais inflação e menos crescimento. Em linha com este argumento, as Vagas de Emprego Disponíveis (JOLTS) caíram até 7,57M e o rácio Vagas/Desempregados situa-se em 1,07x. Tudo isso favoreceu que as yields das obrigações caíssem: -5 p.b. (4,16%).
Na Europa, a inflação de março não surpreendeu e situou-se em +2,2% (vs. +2,3% anterior), embora com a Subjacente a desacelerar mais do que o esperado até +2,4% (vs. +2,5% esp. e +2,6% ant.), servindo de impulso para as bolsas europeias. Contudo, este registo de inflação não recebe, de momento, o impacto da guerra comercial e a probabilidade de que esta aumente na segunda metade do ano é elevada. Por isso mesmo, o mais razoável seria que o BCE aprovasse fazer uma pausa na sua próxima reunião (17 de abril) e baixasse apenas mais uma vez, provavelmente em junho (-25 p.b. até 2,25%), para evitar ter de subir as taxas de juros novamente, reconhecendo um erro que lhe retiraria muita credibilidade. Hoje teremos intervenção de Schnabel (11:30 h), Holzman (14:00 h), Lane (15:05 h) e Lagarde (16:00 h), veremos se se pronunciam a respeito…
Para a sessão de hoje, Trump anunciará/definirá os impostos alfandegários que os EUA aplicarão ao resto do mundo naquilo que denominou “Liberation Day” (21:00 h). Ontem, o Washington Post anunciava que as medidas poderão afetar praticamente todos os bens importados e que estes seriam objeto de impostos alfandegários de 20%. Contudo, isto são rumores/conjeturas, embora tudo aponte que não aplicará isenções, o que não ajudará as bolsas na sessão. Os restantes resultados ficarão para segundo plano: Inquérito Emprego Privado ADP (13:15 h) (105k esp. vs. 77k ant.). Neste contexto, insistimos que os riscos se movem em alta e que o mais razoável é adotar uma posição mais conservadora, em linha com a descida de exposição aplicada na nossa Estratégia Trimestral 2T 2025 (em espanhol; brevemente em português).
Em suma, hoje o tom do mercado dependerá das medidas alfandegárias anunciadas por Trump: a que produtos, qual percentagem, durante quanto tempo? A incerteza a respeito é total, mas o impacto será previsivelmente negativo para as bolsas (como bem apontam os futuros: Europa e Nova Iorque -0,2%), ainda mais ao ter em conta a inexplicável subida de ontem em Nova Iorque…
S&P500 +0,4% Nq-100 +0,8% SOX +0,3% ES-50 +1,4% IBEX +1,2% VIX 21,8 Bund 2,68% T-Note 4,16% Spread 2A-10A USA=+29pb B10A: ESP 3,31% PT 3,20% FRA 3,40% ITA 3,79% Euribor 12m 2,28% (fut. 2,18%) USD 1,079 JPY 161,5 Ouro 3.111$ Brent 74,5$ WTI 71,1$ Bitcoin +3,4% (85.240$) Ether +5,1% (1.913$).
FIM
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