Hoje vou falar de polarização, intolerância e fanatismo, um problema mundial que conecta temas aparentemente distintos, como as próximas eleições no Brasil, Trump e o Oriente Médio.
Começo pelo Brasil. É verdade que a revista Veja já não tem grande relevância no debate nacional, mas sua última capa, “O plano T”, que traz o governador Tarcísio de Freitas como aposta do mainstream político e econômico para 2026, aponta na direção certa. Já afirmei aqui, e reafirmo, que ele é nossa melhor opção atualmente. É competente, técnico, tem uma boa percepção dos problemas nacionais e, principalmente, tem traquejo político para transitar da direita bolsonarista menos radical à esquerda que sabe fazer contas - pré-requisito essencial para reduzir a odiosa polarização iniciada por Lula e agravada por Bolsonaro.
O mercado já precificou que Lula vai continuar empurrando com a barriga o ajuste fiscal para 2027, agravando as contas públicas. Ao mesmo tempo, isso aumenta a possibilidade de derrota petista em 2026, o que já começa a refletir nos preços da bolsa, compensando, em parte, a piora no curto e médio prazo.
Enfim, um pouco de “previsibilidade” em meio ao turbilhão que o mundo vive. O problema é viabilizar a candidatura de Tarcísio, já que ele precisará do aval de Bolsonaro para não ser transformado em um novo Judas pelos bolsonaristas. Muitos deles preferem a continuidade do inferno de um presidente “antissistema” paralisado, brigando com todos ao mesmo tempo, a um candidato que saiba dialogar com o tal “sistema” e seja capaz de tocar as reformas urgentes que o país precisa. Vai entender...
Na Síria, um verdadeiro genocídio ocorre há três dias, com mais de mil mortos entre as minorias alauíta e cristã. As imagens são terríveis: pilhas de cadáveres de todas as idades, vítimas da intolerância dos novos governantes, os “moderados” que tomaram o poder recentemente.
Na fronteira com Israel, outra minoria, a drusa, tenta se unir ao Estado judeu para escapar da intolerância islâmica. Para Israel, essa aliança seria positiva, pois aumentaria a zona de buffer que o separa da Síria. O problema é que, se o país comprar essa briga, sua imagem na comunidade internacional se deteriorará ainda mais. Afinal, genocídios reais praticados por muçulmanos contra minorias raramente rendem mais do que notas de rodapé na imprensa. Já qualquer ação israelense, mesmo em legítima defesa, é rapidamente rotulada como genocídio. Melhor deixá-los à própria sorte, infelizmente.
Na Ucrânia, a guerra segue agora com os russos livres para atacar civis indiscriminadamente, pois Trump não apenas suspendeu o envio de munição e foguetes de defesa dos Patriots, como também cortou o acesso dos ucranianos a imagens de satélites de uma empresa norte-americana, cujos serviços foram pagos por Kiev.
Nas redes sociais, seres repugnantes comemoram e culpam a resistência ucraniana por seus próprios males…
O mundo está mesmo muito doente.
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