Bankinter Portugal Matinal 1802

 Análise Bankinter Portugal


SESSÃO: Europa subiu ONTEM ca.+0,5% perante a perspetiva de negociações sobre Ucrânia (hoje, reunião EUA/Rússia na Arábia Saudita) e apesar da ausência de Nova Iorque, que HOJE reabre com tom semelhante ao europeu de ontem (futuros ca. +0,3%). Austrália baixou taxas de juros esta madrugada (-25 p.b., até 4,10%), como esperado, e amanhã será a vez da Nova Zelândia, mais agressiva (-50 p.b. até 3,75%)… mas isso deve-se ao facto de estarem acima de 4%, apesar de ter a inflação apenas um pouco acima de +2% (+2,4% e +2,2%, respetivamente). E no Reino Unido (7 h), o Desemprego repetiu em 4,4%, melhor do que o aumento esperado até 4,5%, com Ganhos Pessoais +6% face a uma Inflação de +2,8% (+3,6% Subjacente), melhorando assim o poder de compra real, e isso deverá apoiar um Consumo Privado recentemente fraco (0% no 4T’23 vs. +0,6% no 3T). Finalmente, Harker (Fed Filadélfia) expressou-se hawkish/dovish (duro/suave) para não se comprometer com nada: afirma que não vê nenhum movimento para mudar agora a política monetária, mas que se sente otimista em relação à inflação e que as taxas de juros poderão continuar a baixar a longo prazo. Atitude curiosa que não conta para nada porque ele se vai reformar este ano.

 

HOJE (10h), teremos o ZEW Sentimento Económico na Alemanha, para o qual se espera uma notável melhoria (20,0 vs. 10,3), que parece um pouco ambiciosa, apesar da macro alemã mais recente ter surpreendido positivamente (PMI Industrial 45,0 vs. 44,1; Exportações +2,9% vs. -0,5%...). Alemanha celebra eleições (domingo, 23) e há uma expetativa um pouco ingénua em relação a um desenvolvimento que mude a direção da economia, mas a governabilidade pode ser endiabrada (CDU 29%, AfD21%, SPD 16%, Verdes 13%...). Cuidado com este assunto.

 

O importante é a reunião EUA/Rússia, da qual poderá sair qualquer coisa. Contudo, o desenvolvimento racional é que a Rússia pressione bastante, porque os EUA cometeram o erro de começar, oferecendo concessões em troca de nada (consolidar a posse de território invadido pela Rússia, que a Ucrânia não entre na OTAN…) e que a ação bélica russa se intensifique e avance com tudo o que tem (armas e homens), sabendo que é ela quem decide quando, e quase também, como se alcança um cessar-fogo que permita que os egos de Trump e Putin se satisfaçam, embora seja indecentemente. Esperemos que os EUA tenham um plano inesperado que ninguém seja capaz de prever, para que o desenvolvimento não seja como parece. O prático: reduz-se a perceção do prémio de risco por geoestratégia, o que melhora as avaliações das bolsas (mas cuidado, porque não há nada tangível, e muito menos fiável) e dá apoio às empresas de Defesa, ideia que temos vindo a defender.

 

CONCLUSÃO TELEGRÁFICA: Mercado complacente perante a redução do prémio de risco por geoestratégia devido às conversações com o objetivo de conseguir um cessar-fogo (ou algo que se lhe pareça) na Ucrânia, portanto subidas suaves e desconfiadas (+0,3%?). A vigiar os prováveis aumentos da inflação no Reino Unido (amanhã) e no Japão (sexta-feira),

que poderão frustrar um pouco o otimismo sobre descidas de taxas de juros.

 

Nova Iorque fechada ontem. ES-50 +0,5% IBEX +0,5% VIX 15,4 Bund 2,48% T-Note 4,51% Spread 2A-10A USA=+24pb B10A: ESP 3,15% PT 2,95% FRA 3,17% ITA 3,55% Euribor 12m2,424% (fut.2,276%) USD 1,047 JPY 158,8 Ouro 2.912$ Brent 75,4$ WTI 71,5$ Bitcoin -0,9% (95.502$) Ether -0,7% (2.667$).

 

FIM

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