Pular para o conteúdo principal

Bankinter Portugal Matinal

 Análise Bankinter Portugal 


SESSÃO: Ontem, segundo dia de subidas consecutivas, mas com bastante força. Principalmente tecnologia, porque está diretamente vinculada às expetativas sobre taxas de juros. Daly (Fed São Franscisco) afirmou que irá apoiar outra descida de taxas de juros a 10 de dezembro, porque acredita que o emprego se deteriora. Waller (Conselho da Fed) apoiou a descida sob argumento idêntico. Portanto, atualmente, o consenso oscilante estima ca. 70% de probabilidade da Fed baixar taxas de juros em dezembro e esse foi ontem o principal fator impulsionador do mercado, junto com a ingénua expetativa de um plano de paz para a Ucrânia na quinta-feira, que é a data que Trump marcou como limite unilateralmente. O ceticismo sobre a IA parece desvanecer-se, de momento.


A volatilidade continua a baixar (VIX ca.20%), as criptos recuperam algo (perceção de que os riscos se movem em baixa), as obrigações compradas em geral, com yield em descida (T-Note apenas 4,04%) e o USD estável e bastante fortalecido a curto prazo, perto de 1,15/€.


Hoje saem 3 dados macro americanos: 13:30 h Vendas a Retalho (+0,4% vs. +0,6%), 13:30 h Preços Industriais (repetir +2,6%) e 15 h Confiança do Consumidor (93,3 vs. 94,6). Mas apenas este último é recente (novembro), sendo os 2 primeiros um pouco desfasados (setembro). Por isso, será o importante. Se retroceder, como parece, reforçaria a expetativa de que a Fed corte novamente as taxas de juros a 10 de dezembro e isso apoiaria um pouco umas bolsas cujos futuros vêm hoje a cortar um pouco (-0,1%/-0,2%), como é natural depois de 2 sessões francamente boas. Amanhã sairão outras 2 referências relevantes (Pedidos Duráveis EUA +0,5% vs. +2,9% e apresentação de Orçamentos 2026 no Reino Unido), para permanecer encerrado em Nova Iorque na quinta-feira (Ação de Graças) e aberto a meia sessão na sexta-feira (Black Friday).


CONCLUSÃO: Acreditamos que irá ser cumprido o padrão que estimávamos ontem para esta semana: arranque com subida para arrefecer de seguida. Poderíamos pensar em bolsas ca.-0,2% como aproximação para hoje, com obrigações compradas (yield um pouco mais em baixa; T-Note perto de 4,00% e Bund 2,65%) e perceção mais complacente sobre os riscos. Sobre a IA e a Ucrânia, principalmente. Começará a dar-se 2025 como terminado em termos práticos. Mas as subidas destes 2 últimos dias vêm muito estimulados pela expetativa de outro corte por parte da Fed, portanto convém ter cuidado porque essa expetativa é muito errática. Além disso, se baixar em dezembro, esse movimento pode ser realizado à custa de menos cortes em 2026 (2 em vez de 3, por exemplo), porque a NABE (National Association for Business Economics) estima um desemprego em 4,5% estável em 2026, sem deterioração. A partir de hoje, a semana tenderá a decair e será aborrecida… a não ser que acontecer com a Ucrânia, se acontecer.


FIM

Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

Livros

  " O livro de Marshall B. Reinsdorf e Louise Sheiner oferecem, em The Measure of Economies: Measuring Productivity in an Age of Technological Change, uma análise pertinente e necessária ao panorama económico contemporâneo. Este trabalho, publicado em 2024, desafia os métodos tradicionais de medição do PIB, argumentando que as práticas do século XX são inadequadas para avaliar a produtividade no contexto do século XXI, marcado pela transformação tecnológica. Com capítulos assinados por peritos em economia, a obra não se limita a apresentar os problemas inerentes às práticas actuais, mas propõe alternativas inovadoras que abrangem áreas como a economia digital, os cuidados de saúde e o ambiente. A estrutura é equilibrada, alternando entre a crítica aos métodos estabelecidos e as propostas de solução, o que proporciona uma leitura informativa e dinâmica. Um dos pontos fortes deste livro é a sua capacidade de abordar questões complexas de forma acessível, sem sacrificar a profundidad...

Guerra comercial pesada