Análise Bankinter Portugal
NY -1,6% US tech -2,4% US semis -4,8% UEM +0,5% España +0,6% VIX 26,4% Bund 2,72% T-Note 4,09% Spread 2A-10A USA=+54pb B10A: ESP 3,23% PT 3,06% FRA 3,49% ITA 3,48% Euribor 12m 2,221% (fut.2,298%) USD 1,154 JPY 181,4 Ouro 4.036$ Brent 62,8$ WTI 58,4$ Bitcoin -1,9% (85.565$) Ether -3% (2.794$).
SESSÃO: Após sair um emprego americano bom (13:30 h, Criação de Emprego 119k vs. 51k esperado vs. -4k anterior, mas Desemprego 4,4% vs. 4,3%... embora devido a um aumento da Taxa de Participação, o que é estruturalmente bom), Nova Iorque reagiu bem inicialmente… mas mudou e caiu com força de seguida, até ao ponto de se transformar num sell-off rápido, dizendo liquidez agressivamente. Porque um emprego bom reduz a expetativa de mais descidas de taxas de juros nos EUA e a tecnologia é especialmente sensível a taxas de juros.
Nota-se a insegurança do mercado em relação à IA, o que é bom, porque permite que se abrande para o final do ano, em vez de entrar em zona de excessos, tendo em conta as generosas reavaliações até agora, em 2025: Nova Iorque +11%, tech EUA +15%, Semis quase +30%, bolsa europeia +15%, Espanha quase +40%. E estes são saldos depois dos cortes destes últimos dias, porque antes eram ainda mais generosos.
Por isso, embora as quedas nunca agradem, e menos se ganham velocidade, é melhor que ocorram agora em novembro/dezembro do que continuar com subidas rápidas que terminem a convidar numa correção forte. As dúvidas sobre as avaliações da IA continuam a pesar e, embora insistimos que os hipotéticos preços excessivos estariam na IA ainda não avaliada (OpenAI, Mistral, Anthropic, XIA…) e não no ecossistema da IA avaliado (Amazon, Nvidia, TSMC, ASML, Netflix…), o medo irreflexivo por vezes deriva em correções bruscas como as de ontem. Não é preciso assustar-se.
Esta madrugada: inflação japonesa má (+3% desde +2,9%; Subjacente idêntica) e Vendas a Retalho no Reino Unido com desaceleração forte (+0,2% vs. +1,5% esperado vs. +1% anterior). O Japão lança um novo pacote de estímulos fiscais por 21,3Bn JPY (3,5% do PIB), que implicará mais dívida e, por isso, o yen sofreu uma queda acelerada até ca. 181/€ e 157/$.
Ao longo do dia, sairão os PMIs nas principais economias, sendo os Industriais os mais importantes: 9 h UE (50,2 vs. 50,0), 09:30 h Reino Unido (49,2 vs. 49,7) e 14:45 h EUA (52,0 vs. 52,5). Parecem continuistas, portanto influenciarão pouco caso se cumpram as expetativas. Mais importante serão os salários na UE (10 h), que deverão retroceder apreciavelmente (até +2,5% no 3T desde +4% no 2T) e isso joga a favor da inflação europeia, que já não apresenta quaisquer problemas (+2,1%).
CONCLUSÃO: A correção de Wall St. de ontem, principalmente pelo emprego, foi excessiva, portanto deverá subir um pouco durante a tarde americana. Mas a manhã europeia será má, porque tem de imitar Nova Iorque e ontem não teve tempo. Por isso, esta sexta-feira evoluirá de pior para menos mau, com provável subida de Wall St. Mas se não subisse, quase melhor, porque, insistimos, consideramos saudável um reajuste natural em novembro/dezembro, mesmo que hipoteticamente isso resultasse numa certa reação exagerada, para assim permitir enfrentar 2026 com potenciais de reavaliação mais confortáveis e reposicionando-nos em relação à IA com mais sensatez do que visceralidade.
FIM
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