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*Processo estrutural de realocação de capital está só começando, diz Verde*
_Para o fundo liderado por Luis Stuhlberger, o choque de tarifas imposto pelos EUA foi mais um passo que marca o início da redução da hegemonia do dólar sobre os mercados globais_
O multimercados Verde, liderado por Luis Stuhlberger, encerrou abril com valorização de 1,90% e no ano acumula 4,75%, acima dos 4,07% do CDI. Conforme explica em carta mensal aos investidores, o fundo capturou ganhos com moedas, ações locais, enquanto as perdas marginais vieram de prefixados, petróleo e crédito.
O “Dia da Libertação”, com o choque de tarifas imposto pelo governo do presidente dos EUA, Donald Trump, foi mais um passo que marca o início da redução da hegemonia do dólar sobre os mercados globais, segundo escreve a equipe de gestão da Verde.
“Os investidores de fora dos EUA passaram os últimos dez anos aumentando sistematicamente sua exposição aos ativos americanos (não sem razão, dada excelente performance) e agora vivemos os estágios iniciais de um processo estrutural de realocação de capital. Essa tendência de rearranjo de fluxos tende a se refletir de maneira importante sobre moedas e mercados acionários, e em menor medida sobre taxas de juro”, afirma a Verde.
Isso levou o fundo a aumentar posições em criptoativos, iniciar posição no ouro, e zerar posição no dólar contra o renminbi.
A equipe da Verde ainda descreve que os ativos de risco tiveram uma recuperação surpreendentemente rápida nas últimas semanas, conforme os recuos na questão das tarifas iam sendo vazados e confirmados. “Ainda assim, nos parece um otimismo exagerado, visto que os efeitos micro e macro do choque (mesmo que este choque seja de magnitude menor) ainda estão por afetar a vida da maioria das empresas e consumidores na economia americana”, afirma.
“Os próximos meses devem trazer à tona mais detalhes, mas continuamos a esperar um aumento importante da inflação americana e uma desaceleração do crescimento. A grande incógnita é qual a magnitude desta desaceleração, se suficiente para colocar a economia em recessão ou não.”
O mercado brasileiro, por sua vez, se mantém “passageiro em meio às turbulências globais”, com o noticiário local representando baixo impacto na precificação dos ativos, “especialmente a deterioração importante no fiscal, com receitas do governo vindo abaixo do esperado e pouco apetite do governo por qualquer austeridade, ainda mais à mercê do novo escândalo relacionado ao INSS”.
A maioria das ações seguiu comprimindo prêmio de risco, e na visão da Verde, a melhor alocação hoje é nas Notas do Tesouro Nacional série B (NTN-B) de vencimento intermediário.
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